quarta-feira, 30 de novembro de 2011

BC (COPOM) ACERTOU MAIS UMA VEZ (30/11/2011).

O BC (COPOM) acertou mais uma vez reduzindo a taxa básica (Selic) em 0,5% (de 11,5 para 11%).  O DI 360 estava em 9,72% (29/11), a taxa com vencimento em jan../2013; 9,67%. Uma Selic em 11% ainda fica mais de 1% acima da taxa neutra (portanto contracionista). A conjuntura prospectiva não exige uma taxa básica maior (as quedas graduais são as mais indicadas para o momento).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

FGTS E INSS

FGTS:
É UM FUNDO PAGO PELOS EMPREGADORES, TENDO O SALÁRIO COMO BASE DE CÁLCULO (NESTE SENTIDO É UM REDUTOR DO SALÁRIO), CONTABILIZADO EM NOME DOS EMPREGADOS COM A FINALIDADE DE FORMAR CAPITAL PARA GARANTIR DESEMPREGOS E COMPLEMENTAR APOSENTADORIAS. Se os rendimentos do fundo fossem os de mercado as motivações para reclamações trabalhistas seriam reduzidas. EMPREGADORES E EMPREGADOS SERIAM BENEFICIADOS.
EXEMPLO DA PERDA DOS TRABALHADORES (por extensão dos empregadores):
Um salário de R$5.000,00 mensais; 35 anos; taxa de juro de 1% a.a; de 0,5% a.a e de 0,25% a.a; dariam.
a) 1%: n = 35 x 12 = 420; i = 1%; PMT = 0,08 x 5000,00 = 400,00.
Valor acumulado ao final de 35 anos = R$2.572.383,79.
b) 0,5% dariam ao final R$569.884,12.
      c)    0,25% dariam ao final R$296.625,46.

A DIFERENÇA É ABSURDA. A PERGUNTA QUE FICA NO AR É: qual o motivo dos sindicatos de empregados e de empregadores silenciarem a respeito? Será que é o Imposto Sindical Obrigatório (restolho da influência do fascismo italiano no Brasil) que desobriga-os do compromisso com os trabalhadores e as empresas?
Se as taxas de juros fossem as de mercado os empregados não forçariam demissões para sacar o fundo e o valor acumulado pelo mesmo reduziria a necessidade da busca da justiça trabalhista. O saldo geral do fundo seria muito maior (poupança nacional) com todos os benefícios advindos para a economia nacional.

INSS:
A INJUSTIÇA COM OS CONTRIBUINTES DA INICIATIVA PRIVADA QUE RECEBEM ACIMA DO TETO MÁXIMO.

As contribuições para o INSS que incidem sobre o salário são:
a)    Até o valor do teto da aposentadoria: 32% (12% empregados e 20% empregadores). Esta contribuição se fosse pelo sistema de capitalização seria a necessária para uma aposentadoria em torno de 80% do último salário.
b)   Valor salarial acima do teto: 20% (empregadores). A contribuição é um redutor salarial. Os empregados e empregadores não são beneficiados em nada. Se fosse pelo sistema de capitalização as aposentadorias poderiam ser acima do teto. Seria a correção de uma injustiça e um redutor de reclamações trabalhistas. O correto seria os trabalhadores contribuírem com mais 12% e aposentarem-se com valor equivalente ás contribuições. As aposentadorias seriam adequadas ao fundo constituído pelas contribuições dos empregados e empregadores (o fundo dos empregados seria corrigido pelo rendimento da Selic. Absurdo? NÃO).
c)    Seguro INSS para afastamentos e aposentadorias antes do tempo: entre 1 e 3%.
d)    Sistema S e salário educação (5,85%). Um redutor salarial absurdo (mal fiscalizado e utilizado politicamente.).  

As aposentadorias concedidas como Assistência Social deveriam ser contabilizadas separadas do sistema INSS. Previdência e Assistência Social são parecidas, mas não são iguais. MAGECONOMIA.   

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

TAXA DE JURO, DÍVIDA PÚBLICA E PIB


TAXA DE JURO, DÍVIDA PÚBLICA E PIB



Existem três variáveis significantes na fixação das taxas de juros pelo mercado, Segurança, Liquidez e Rentabilidade. As duas últimas diretamente influenciadas pela primeira. Maior a Segurança, maior a liquidez (dos títulos) e menor a taxa de juro. Inúmeros exemplos podem ser citados: USA (taxa de juro baixa), Alemanha taxa menor do que a da França que é menor do que a da Itália. A segurança é transmitida ao mercado através da análise de dados e de fatores políticos. A dívida e a carga tributária em relação ao PIB, o saldo em transações correntes e no balanço comercial, as reservas, as instituições e inúmeros outros fatores influenciam a taxa de juros para um país. Um país com bons números, mas politicamente inseguro (oposição forte e demagógica que contesta a dívida) tem suas taxas de juros aumentadas. Isto aconteceu por vários anos com o Brasil, por discursos demagógicos contra a dívida pública mantidos por uma oposição, parte ignorante e a grande maioria jogando o jogo do quanto pior melhor. O custo para o Brasil foi enorme e pesa até hoje (isto deve pesar na consciência de alguns).
Inúmeros países da zona do EURO tinham uma relação dívida PIB muito alta e taxas de juros relativamente baixas (Itália, Espanha, Portugal, Bélgica). A segurança que o histórico dos países passava fazia com que seus títulos fossem demandados (liquidez) e a taxa de juros não subisse muito. A crise da Grécia fez a liquidez ser reduzida por efeito da aversão ao risco (insegurança) e as taxas de juros subiram para os países com números que deixam a desejar.
Fazendo analogia com a política monetária brasileira podemos afirmar que um dos motivos da necessidade de nossa taxa básica ser tão alta é a crítica que o BC sofreu (durante todo o governo FHC e Lula) e ainda sofre (passa insegurança para o mercado). Quer dizer que a turma que crítica a taxa básica alta e o BC, de fato estão trabalhando contra a queda da Selic (alguns conscientemente, a maioria por ignorância).  


sábado, 19 de novembro de 2011

PREVIDÊNCIA - PRIVILÉGIOS, INJUSTIÇAS, INSOLVÊNCIA E QUEBRADEIRA.



"As grandes nações nunca empobrecem devido ao esbanjamento ou à imprudência de particulares, embora empobreçam às vezes em consequência do esbanjamento e da imprudência cometidos pela administração pública. Toda ou quase toda renda pública é empregada, na maioria dos países, em manter cidadãos improdutivos."  "Os cidadãos improdutivos, que deveriam ser mantidos apenas por uma parcela da renda economizada pelo povo, podem chegar a consumir parte tão relevante da renda total, e com isso obrigar tão grande número de pessoas a interferir em seu capital, nos fundos destinados à manutenção de mão de obra produtiva, que toda a frugalidade e a boa administração dos indivíduos podem ser incapazes de compensar o desperdício e aviltamento da produção, gerados por essa intromissão violenta e forçada." Adam Smith.

COMPARAÇÃO INSS X RPPS -  2010
TÍTULOS
INSS
RPPS
DÉFICIT
42,9 milhões
51,2 milhões
QUANT. DE BENEFICIÁRIOS
24,4 milhões
940 mil
APOSENTADORIA MÉDIA
714
5,972 mil
RPPS = Regime de Previdência dos Funcionários Públicos. As aposentadorias médias dos funcionários do Legislativo federal, do Judiciário federal, e do Ministério Público federal, em 2010, foram superiores a R$10.000,00. Fonte: Marcelo Abi-Ramia, IPEA. 

O teto da aposentadoria do funcionário público é superior a R$25.000,00; do INSS é R$3.689,66 (6,77 sal. mínimos. O teto já foi de 20 S.M. A queda irá até quando?). Os maiores prejudicados no sistema INSS são os trabalhadores (inclusive autônomos) que recebem acima do teto máximo, pois contribuem com 20% sobre este valor através das fontes pagadoras. 
Outra injustiça é o FGTS ser remunerado pela menor taxa de juro do país (os sindicatos das empresas e dos trabalhadores, absurdamente, não reclamam.). 
O salário servir de base de cálculo (igual a redução de salário) para SENAI (1%), SESI (1,5%), SEBRAE (0,6%), SALÁRIO EDUCAÇÃO (2,5%), FINALIDADES MENOS NOBRES DO QUE A APOSENTADORIA (não são fiscalizadas seriamente. São utilizadas politicamente). Entre os absurdos ainda convivemos com o restolho do fascismo italiano: IMPOSTO SINDICAL OBRIGATÓRIO. Sindicatos que sobrevivem do PRIVILÉGIO DO IMP. SIND. OBRIGATÓRIO, não têm compromissos com os interesses de seus associados (trabalhadores e empresas), mas sim com populismos e demagogias. 

sábado, 12 de novembro de 2011

UMA QUEDA DA SELIC REDUZ O CUSTO DA DÍVIDA PARA O TN?

UMA QUEDA DA SELIC REDUZ O CUSTO DA DÍVIDA PARA O TN?
Depende. Uma resposta rápida sem análise e sem estratificação dos números, o sim parece o correto. De fato a resposta correta só pode ser dada após uma análise dos números.  Qual o percentual da dívida é corrigido pela Selic, pelo IPCA, pelo IGPM e qual o prazo médio de cada. Isto para uma análise estática, apenas do estoque da dívida. Uma análise dinâmica (dos fluxos) tem que considerar outros fatores como, cenário com inflação ascendente ou descendente, a Selic estar acima ou abaixo do ponto neutro, o BC ter credibilidade ou não, o TN estar com que percentual de déficit em relação ao PIB. Em resumo
Situação 1 - prazo médio da dívida de 24 meses, déficit fiscal de 3% do PIB, parte da dívida corrigida por selic 30%, por índices 30%, pré 35%, VC 5%. Cenário com inflação ascendente, selic fixada em 10% e ponto neutro em 11%. Uma redução da selic faria as taxas pré, o IPCA e o IGPM subirem, o prazo médio da dívida cair, as tentativas do TN de vender títulos corrigidos por selic só com ágios. Enfim a queda da selic faria o custo da dívida subir. 
Situação 2 – tudo semelhante menos a selic estar fixada em 12,5% e o cenário com muita probabilidade de desaquecimento (a inflação inverteria para queda). Se a selic for reduzida para 11,5% (ainda 0,5% acima do ponto neutro) ela continua contracionista. Neste caso a queda da selic reduziria o custo da dívida.   



CUSTO MÉDIO DA DPF (Fonte TN).
  Custo médio mensal Custo Médio 12 meses
Dez./09 Dez. /10 Jun./11 Dez./09 Dez./10 Jun./11
LFT Selic 8,66 10,66 12,10 9,96 9,78 11,07
LTN pré (i venc.) 11,23 11,33 11,01 11,72 11,06 11,47
NTN B IPCA 12,17 14,64 8,74 12,34 13,59 14,23
NTN C IGPM 6,58 18,40 7,49 7,82 22,17 19,30
NTN F pré (i sem.) 12,66 12,52 12,58 12,64 12,49 12,55
DPF externa -0,72 -13,45  -1,74 -13,01 6,42 -0,65
SELIC INADEQUADAMENTE BAIXA AUMENTA O CUSTO DA DÍVIDA PÚBLICA (VIDE CUSTOS IGPM).

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

GREENSPAN: EXUBERÂNCIA IRRACIONAL (BOLHA) E CONTRAÇÕES INESPERADAS E PROLONGADAS (CRISE, FURO DA BOLHA).

GREENSPAN: EXUBERÂNCIA IRRACIONAL (BOLHA) E CONTRAÇÕES INESPERADAS E PROLONGADAS (CRISE, FURO DA BOLHA). MOEDA X OUTROS ATIVOS.
“Como saber quando a exuberância irracional aumentou indevidamente os valores dos ativos, que, então, se tornam sujeitos a contrações inesperadas e prolongadas.”  
COMENTO: os ativos (como todas as mercadorias e serviços) são precificados (unidade de medida) através da moeda nacional (ou da moeda, reserva de valor, mundial). Os agentes econômicos possuidores de poupanças (estoque), de renda mensal (salários, honorários, aluguéis, lucros, juros) têm que decidir sobre o que fazer, investir em ativos que não moeda, em aplicações financeiras ou consumir. Os agentes possuidores de poupanças ou renda mensal pensam ao decidirem sobre suas aplicações financeiras (taxa pré ou pré mais índice de inflação) e investimentos. Neste sentido sou adepto das expectativas racionais (quem tem dinheiro procura se informar pela imprensa, bancos, órgãos oficiais, etc.). Os bancos, melhores informados, sobem as taxas de aplicação e também as de captação prevendo aumento da inflação (os outros agentes percebem). Resumidamente as opções dos agentes são as contidas no quadro abaixo:     
A ESCOLHA DOS POUPADORES: MOEDA PÁTRIA X OUTROS ATIVOS
ATIVO
RISCOS
RENDA DOS POUPADORES
DESTINO, FINALIDADE
MOEDA (preferência pela liquidez)
Guarda
Evita perdas com deflação e desvalorizações de títulos.
Entesourar moeda. Evitar desvalorizações de outros ativos.
APLIC. FINANC. Renda Fixa Pré
Inflação, Juros subirem (cai valor título)
Juros (- Inflação – IRF).
Financiamentos (empresas e pessoas).
APLIC. FINANC. CM, Índices
A parte de juros subir (cai valor título)
Juros + CM - IRF
Financiamentos (empresas e pessoas).
BOLSA
Desvalorizações
Divid. + - Variações no valor
Aumento de Capital, Transferências.
IMÓVEIS, TERRENOS, AMPLIAÇÕES
Liquidez, desvalorizações
Alugueis + -  Var. no Valor
Locatários (empresas e pessoas).
ESTOQUES, MAQUINÁRIOS
Deprec. tecnológica (inovações)
Valorizações
Consumo futuro.
OUTRAS MOEDAS
Desvalorizações
Juros + - Variações Cambiais
Câmbio.
OURO
Desvalorizações
Valorizações
Entesourar

Os agentes sabem (por bom senso = racionalidade) que uma política fiscal com déficits nominais acima do crescimento do PIB vai provocar um processo inflacionário e aumento da dívida pública em relação ao PIB até um ponto em que se tornará impagável. Sabem também que se o governo monetizar a economia acima do crescimento do PIB fará as taxas de juros de cp (no primeiro momento) cederem e as de lp (no primeiro ou segundo momento) subirem (as expectativas de inflação aumentam). Este é um processo evolutivo (a inflação fica crescente). Com a inflação crescente, apesar das aplicações financeiras serem feitas com taxas (ex-ante) prevendo isto, no fim sempre perdem, as taxas ex-post ficam negativas. Isto provoca uma fuga das poupanças para os ativos que não moeda. Os imóveis, os aluguéis e as bolsas sobem em percentuais sempre acima dos índices de preços de consumo. É assim que se formam as bolhas, com política monetária frouxa (ou fiscal irresponsável). Os BCs que têm por função manter o poder de compra da moeda, não cumprem sua missão, agem com atraso ou com frouxidão. Os governos gastam demagogicamente sem responsabilidade com os pagamentos futuros.  Como uma situação desta (irresponsabilidade monetária ou fiscal) não tem sustentação, na hora da correção, taxa básica adequada, redução dos gastos públicos, moratória ou negociação com desvalorização do valor da dívida pública, os preços dos ativos que subiram acima do normal caem, perdendo todos os ganhos anormais (é o furo da bolha).  

terça-feira, 1 de novembro de 2011

EXPECTATIVAS RACIONAIS, POLÍTICA ECONÔMICA DISCRICIONÁRIA OU DIRIGIDA POR REGRAS?


EXPECTATIVAS RACIONAIS, POLÍTICA ECONÔMICA DISCRICIONÁRIA OU DIRIGIDA POR REGRAS?

EXPECTATIVAS RACIONAIS: defende a tese de que os agentes utilizam todas as informações disponíveis (de mercado, de políticas do governo, declarações de autoridades monetárias), antes de fazer seus investimentos (imóveis, terras, ações a LP, reinvestimentos empresarias, etc.), aplicações financeiras (taxa pré, pré + índice, bolsa, ouro, etc.), ou endividarem-se. Partindo da aceitação de que os agentes econômicos pensam (bom senso = racionalidade) antes de fazerem seus investimentos, aplicações ou negócios, alguns princípios passam a ser fundamentais (e aceitáveis) na política monetária, como o compromisso com a transparência (boas estatísticas), a credibilidade (conseguida com verdades e explicações racionais e consistentes) e uma comunicação eficaz para influenciar as expectativas. Agindo os agentes econômicos baseados em expectativas racionais (de inflação, da conjuntura prospectiva, causa e efeito), se justifica uma política monetária baseada em regras e metas, como câmbio flutuante (elimina o poder discricionário da autoridade), superávit primário e meta de inflação. As expectativas racionais justificam também os modelos macroeconômicos (baseados em causa e efeito), além das regras e metas. Justifica o aumento ou a redução da taxa básica para influenciar as expectativas dos agentes quanto a inflação futura. Por outro lado, se os agentes não pensam (não têm expectativas racionais) para fazer seus investimentos ou aplicações financeiras, as regras e metas não têm sustentação, não se justificam, prevalecendo a tese da política discricionária.   
As expectativas influenciam a política monetária e esta busca influenciar as expectativas dos agentes. As empresas decidem sobre seus investimentos com base nas expectativas do mercado, dos lucros previstos (orçamentos) e da política monetária e fiscal.
Os monetaristas defendem as expectativas racionais e por extensão as regras. Os heterodoxos (desenvolvimentistas) são contrários às expectativas racionais e favoráveis à política econômica discricionária.  

NAS FORMAÇÕES DE BOLHAS (valorizações de ativos acima dos preços aos consumidores por tempo longo) OS AGENTES DEIXAM-SE LEVAR PELAS EXPECTATIVAS DE GANHOS FÁCEIS (a tentação da sensação de riqueza fácil, aproveitar a formação da bolha, a riqueza virtual artificial). OS QUE TÊM EXPERTISE SAEM ANTES DO FURO. A MAIORIA PERDE COM O FURO DA BOLHA (que acontece com muito mais rapidez do que o esperado). AS PERDAS SÃO IMENSAS (A SENSAÇÃO DE EMPOBRECIMENTO É ENORME). MUITOS QUEREM FAZER CRER QUE ESTA EXCEÇÃO INVALIDA AS EXPECTATIVAS RACIONAIS DOS AGENTES, MAS É APENAS UMA EXCEÇÃO. MUITOS SE ARRISCAM NA ESPERANÇA DE SAIR ANTES DA BOLHA FURAR, MAS A MAIORIA SABE SER UMA BOLHA EM FORMAÇÃO. MAG 01/2011

DESREGULAMENTAÇÃO E EFEITOS DA TAXA BÁSICA NOS JUROS LONGOS DE MERCADO.


ALAN GREENSPAN SOBRE DESREGULAMENTAÇÃO E EFEITOS DA TAXA BÁSICA NOS JUROS LONGOS DE MERCADO.

DESREGULAMENTAÇÃO.  Alan Greenspan (que atuou 18 anos como regulador nos USA, antes de ser presidente do FED), foi quem mais defendeu a desregulamentação dos mercados financeiros, e o fez da seguinte forma:

“Qualquer restrição normativa às estratégias e às táticas de investimentos dessas entidades (que é o que fazem os regulamentos) limitaria a assunção de riscos, que é parte integrante da contribuição dos fundos de hedge para a economia global e, principalmente, para a economia dos USA.”   

“Como chairman do FED eu seria responsável pelo vasto aparato regulatório do FED.” “Embora a atribuição básica do CAE fosse rechaçar esquemas de política fiscal irresponsáveis, eu por vezes aceitava aumentos de regulamentação – quando a proposta parecia ser a menos ruim entre as opções políticas que se ofereciam ao governo.” 

“o poder de vigilância pela contraparte, como primeira linha de proteção contra excessos e impropriedades.”

"Três regras práticas sobre regulamentações":

1)    Regulamentações aprovadas durante as crises devem sempre passar, posteriormente, pelo processo de sintonia fina.
2)    Ás vezes, vários reguladores são melhores do que um. O regulador solitário torna-se avesso ao risco, tentando proteger-se de todos os resultados negativos imagináveis, tornando difícil e onerosa a observância de suas normas.
3)    Os regulamentos sobrevivem à própria razão de ser e devem ser renovados periodicamente.

Sobre o envolvimento do governo: “Uma área em que é preferível mais envolvimento do governo, em minha opinião, é o da erradicação de fraudes, que são a pior praga de qualquer sistema de mercado.”

COMENTO: como dizer que Greenspan (neoliberais) era contra toda forma de regulamento? Pelo que escreveu verificamos que era contra os excessos desnecessários e onerosos de regulamentações. Era a favor de mais envolvimento do governo na erradicação de fraudes. Era contra regulamentos influenciar nas estratégias e nas táticas dos fundos de hedge (o que seria o mesmo que ensinar o padre a rezar missa).  Outro absurdo é escreverem que a crise aconteceu pela eliminação de regulamentos (não citam quais, nem a relação causa e efeitos). Na verdade a crise de 2008 aconteceu por erro de política monetária (muito frouxa, fez as bolhas de ativos que não moeda, depois mais rígida que o necessário fez o estouro ser muito rápido). A crise atual do EURO aconteceu e está ainda transcorrendo por irresponsabilidades em políticas fiscais por parte de membros da comunidade (na verdade desobediência à norma de déficit fiscal de até 3% e dívida de até 60% do PIB). E os bancos? Pecaram pela ganância.    

EFEITOS DA TAXA BÁSICA NAS TAXAS DE JUROS LONGAS DE MERCADO (Greenspan): “Em junho de 2004 (o Armínio Fraga entrou na presidência do BC em 01/03/1999, uma observação), observei (Geenspan falando) que apesar de termos subido a taxa básica, os juros das Notas do Tesouro de 10 anos, além de não terem subido, ainda haviam caído.” “As taxas de juros de LP começaram a refletir plenamente a redução das expectativas de inflação, em conseqüência do aumento das taxas de juros pelo Fed.”

COMENTO: a credibilidade do BC (da autoridade monetária), o nível da taxa básica (abaixo ou acima da taxa neutra, o ponto mais negociado da curva de juros do mercado), e a visão pelos agentes da conjuntura prospectiva (ascendente ou descendente), influenciam no tempo de resposta (os efeitos acontecem até 12 meses à frente, no Brasil, com pico entre o 6º e o 9º mês) do aumento da taxa básica, e no prazo dos títulos em que os juros iniciam a queda (no Brasil os juros sobem nos títulos com vencimento até 1 ano, mais ou menos, e após iniciam a queda).