sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

POLÍTICA MONETÁRIA (evolução ao regime de metas de inflação).


POLÍTICA MONETÁRIA (evolução ao regime de metas de inflação).

Definindo a moeda como resultante das funções: reserva de valor, unidade de medida e meio de pagamento (instrumento de troca). Considerando que a manutenção do poder de compra da moeda (função de reserva de valor) é a missão principal da política monetária, podemos definir as variáveis (e os agentes) que direta ou indiretamente podem influenciar no alcance deste objetivo. A evolução da política monetária tem como base o estudo da relação da quantidade de moeda (conceito amplo) com o nível geral de preços. Primeiro a descoberta de que moeda cria depósito, que possibilita criar empréstimos, que criam depósitos, que criam empréstimos, assim sucessivamente. Em seguida a comparação da quantidade de moeda com a quantidade do produto e com a capacidade de produção (fatores de produção = trabalho, tecnologia, recursos naturais e capital). A descoberta do conceito de PIB potencial (nível de utilização da capacidade instalada) e hiato do produto (capacidade instalada não utilizada). A teoria quantitativa da moeda é o que veio tentar explicar de forma racional, mas reducionista, o poder de compra da moeda (sua desvalorização com os aumentos contínuos dos preços dos produtos e dos serviços = inflação). Podemos dizer que todo estudo a respeito da inflação, de alguma forma, explícita ou não, nadou em seus ensinamentos. Para controlar a quantidade de moeda (difícil de mensurar por causa da liquidez que o mercado dá aos títulos) os BCs atuavam através dos depósitos compulsórios, ofertando ou retirando moeda do mercado (manipulando a taxa de juro de mercado) e do IOF.
A manipulação da taxa de juro de mercado ocorria através da oferta de compra de títulos públicos de cp e de lp a taxas de juros abaixo destas (era como se utilizasse uma taxa de redesconto menor do que as taxas de juros pagas pelo TN). Isto provocava, no início, crescimento com taxas de juros de mercado baixas. O BC dependia de o TN fabricar superávits fiscais que nunca aconteciam, para que as taxas de juros caíssem sem artificialismos. Uma tapeação que a médio prazo levava a um processo inflacionário. Para combater a inflação subia a taxa de redesconto, medida incorreta e insuficiente. Considerando que a responsabilidade da manutenção do poder de compra da moeda é do BC e a política fiscal é de responsabilidade e autoridade do governo através do TN, a política monetária demonstrava-se totalmente incapaz de controlar a inflação.
A EVOLUÇÃO: o regime de metas de inflação, câmbio flutuante, superávit primário e utilização da taxa básica como principal ferramenta de controle da inflação veio coroar de sucesso um método eficaz e seguro de controle da inflação. A taxa básica funciona no controle da inflação retirando moeda do mercado através de juro superior ao de mercado. Ela é estabelecida de acordo com as expectativas de inflação do mercado (conjuntura prospectiva). Se as taxas de juros de mercado formarem uma curva muito ascendente (positiva), significa que os agentes preveem inflação alta.  Se a maior parte dos volumes negociados estiver abaixo de um ano significa insegurança quanto à conjuntura inflacionária prospectiva.      
  

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

NEOKEYNESIANOS X MONETARISTAS (Escolha).


NEOKEYNESIANOS X MONETARISTAS (Escolha).
O quadro abaixo é um resumo. As postagens MONETARISMO e KEYNES ESTAVA ERRADO são um pouco mais explicativas.   
ASSUNTO
KEYNESIANOS
MONETARISTAS
1 – Poder discricionário (arbítrio) na condução da política monetária
Sim
Não
2 – Regras: a pol. monet. deve ser conduzida por regras?
Não
Sim
3 – Expectativas racionais dos agentes econômicos?
Não
Sim
4 – Transparência obrigatória nas informações da autoridade monetária
Não
Sim
5 – Quantidade de moeda: crescimento sem oscilações e constante, tendo como limite o PIB potencial (fatores de produção).
Não
Sim
6 – Causa das crises: oscilações na oferta monetária
Não
Sim
7 – Taxa natural de desemprego (6%)
Não
Sim
8 – Pleno emprego
Sim
Não
9 – Câmbio flutuante
Sim
Sim
10 – PIB potencial. Nível de utilização dos fatores de produção. Limite
Não
Sim
11 – Taxa básica: em torno da neutra (de equilíbrio)
Não
Sim
12 – Taxa básica: deve ser reduzida mesmo após ser alcançado o auge
Sim
Não
13 – Meta de inflação
Não
Sim
14 – Gastos improdutivos (pirâmides do Egito)
Sim
Não
15 – Déficits públicos e aumento de dívida: causa de crise
Não
Sim
16 – Aumento da quantidade de moeda acima do PIB potencial causa inflação e após (no processo) a estagflação
Não
Sim
17 – Tabelamentos de preços
Sim
Não
18 – Presença do governo limitada à normatização, monitoramento, julgamentos e defesa da concorrência e dos consumidores.
Não
Sim
19) Presença do governo o mais ampla (inclusive na produção)
Sim
Não

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

CÂMBIO - AGREGADOS FINANCEIROS – A HORA DA VIRADA.


CÂMBIO - AGREGADOS FINANCEIROS – A HORA DA VIRADA.

1-Saldo
Trans. C.
2-Saldo
C. Cap.
3-Saldo
B. Pag.
4-Saldo
Fluxo T.
5- B C
Pronto
6-Saldo
Fluxo F.
7-Saldo
Fluxo C.
8-Saldo
B. Com.
7 - 8
US$
VAR.
2011
-52612
111868
59256
65279
47905
21329
43950
29790
14160
12,58
2010
-47518
100102
52584
24354
41417
26004
-1650
20267
-21917
-4,31
2009
-24334
70551
46217
28732
24038
18808
9924
25347
-15423
-25,49
2008
-28300
32986
4686
-983
7585
-4883
47900
24746
23154
31,93

COMENTÁRIOS:  
1) em 31/12/2011 a conta Reservas estava com saldo de US$352 bi.;
2) o saldo do balanço Comercial foi positivo nos anos de 2008 a 2011, o que comprova a eficácia do sistema de câmbio flutuante. As exportações de industrializados em 2011 somaram US$128,77 bi., contra US$87,85 bi. em 2009 (crescimento de 46,57%);
3) o saldo da conta Transações Correntes foi negativo de 2008 a 2011, valores compensados pelos saldos positivos da conta Capital (que tem como contrapartida o aumento das remessas de dividendos e juros);
4) o BC atuou comprando dólares (Pronto) até em valores superiores ao saldo do Fluxo Cambial (2008 e 2011). Uma agressão ao sistema de câmbio flutuante. O BC poderia ter imposto limites operacionais prudenciais aos bancos (operações com derivativos e futuros);
5) a valorização do Real aumentou o poder de compra dos brasileiros propiciando renovações e inovações do parque industrial (ganho de produtividade). O aumento do poder de compra fez o mercado interno crescer (mais demanda) ficando convidativo para implantação de novas indústrias;   
6) como a economia interna está dependente de importação de capitais para fechar o balanço de pagamentos (hoje facilitado por sobra de liquidez e segurança passada por nossa economia), devemos ter atenção para a hora da virada (Fed subir juro básico). As autoridades devem pensar em o que fazer nesta hora (não deixar a solução para o último momento). É certo que o câmbio flutuante é um seguro contra crises externas, mas uma desvalorização excessiva deve (e pode) ser evitada.  Desvalorização cambial é perda de poder de compra (empobrecimento). 

domingo, 22 de janeiro de 2012

JUROS REAIS EX-ANTE E EX-POST, TABELAS (SELIC, CDI).


JUROS REAIS EX-ANTE E EX-POST, TABELAS (SELIC, CDI).
No Brasil a diferença entre os juros reais ex-ante e ex-post é imensa. Ao fazer a opção entre poupar ou gastar (consumo ou investimento) os agentes fazem a previsão da inflação esperada e comparam com os juros oferecidos pelo mercado (juros considerados baixos ou negativos estimulam a demanda). O juro real ex-ante é a diferença entre o juro oferecido pelo mercado (líquido de IRF) e a inflação esperada. Após decorrido o prazo da aplicação o agente compara a taxa pactuada com a inflação real, a diferença é o juro real ex-postUma inflação ocorrida maior do que a esperada estimula a demanda (os agentes fogem da moeda mais juros como reserva de valor.). Conforme Fisher (e bom senso do mais simples agente).
No Brasil existe um papo furado de taxa de juro real de 7%. Não é o que acontece nos juros reais ex-post (mensais ou anuais). As tabelas abaixo comprovam.

TABELA DE JUROS REAIS EX-POST 2010

2010
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ.
2010
CDI (- 20% IRRF)
0,528
0,472
0,608
0,528
0,60
0,632
0,688
0,712
0,672
0,648
0,648
0,744
7,8
IGP(M)
0,63
1,18
0,94
0,77
1,19
0,85
0,15
0,77
1,15
1,01
1,45
0,69
11,3
IPCA(IBGE)
0,75
0,78
0,52
0,57
0,43
0,0
0,01
0,04
0,45
0,75
0,83
0,63
5,9
i  real CDI - IGPM
-0,10
-0,7
-0,33
-0,24
-0,59
-0,22
0,538
-0,058
-0,478
-0,36
-0,80
0,054
-3,52
i real  CDI - IPCA
-0,22
-0,308
0,088
-0,042
0,17
0,632
0,678
0,672
0,222
-0,102
-0,182
0,114
1,89

TABELA DE JUROS REAIS EX-POST 2011

2011
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ.
2011
CDI (-20% IRRF)
0,688
0,672
0,736
0,622
0,792
0,76
0,78
0,856
0,75
0,7
0,688
0,72
9,28
IGP(M)
0,79
1,00
0,62
0,45
0,44
-0,18
-0,12
0,44
0,65
0,53
0,5
-0,12
5,10
IPCA(IBGE)
0,83
0,80
0,79
0,77
0,47
0,15
0,16
0,37
0,53
0,43
0,52
0,5
6,50
i  real CDI - IGP(M)
-0,102
-0,328
0,116
0,172
0,352
0,94
0,9
0,416
0,102
0,174
0,188
0,84
4,18
i real  CDI - IPCA
-0,142
-0,128
-0,054
-0,148
0,322
0,61
0,62
0,479
0,222
0,274
0,168
0,22
2,78

TABELA DE JUROS REAIS EX-POST 2002 a 2011
       
ANO
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
1- CDI ACUMUL.
11,60
9,75
9,88
12,48
11,82
15,03
19,00
16,15
23,25
19,11
2- CDI (- 20% IRRF)
9,28
7,80
7,904
9,984
9,456
12,02
15,20
12,92
18,60
15,29
3-IGP(M) 
5,10
11,32
-1,72
9,81
7,75
3,83
1,21
12,41
8,71
25,31
4- i real IGP(M)
4,18
-3,52
9,624
0,174
1,706
8,19
13,99
0,51
9,89
-10,02
5- IPCA 
6,50
5,91
4,31
5,9
4,46
3,14
5,69
7,60
9,3
12,53
6-  i  real (IPCA)
2,78
1,89
3,594
4,084
4,996
8,88
9,51
5,32
9,3
2,76