sábado, 24 de março de 2012

CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO: CONDIÇÕES NECESSÁRIAS.

CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO: CONDIÇÕES NECESSÁRIAS.

“A melhor maneira de destruir um sistema capitalista é destruir a sua moeda.” Lênin.

“Para retirar um estado do mais baixo nível de pobreza e elevá-lo à riqueza bastam três coisas: a paz, impostos módicos e uma boa administração da justiça. O resto virá por conseqüência.” Adam Smith, 21 anos antes de publicar A Riqueza das Nações.

A economia é uma ciência social-política que se desenvolveu através da observação e de estudos da busca das causas de conseqüências e efeitos de atos dos fenômenos econômicos ocorridos nos países com mercados mais desenvolvidos. Neste sentido podemos dizer que é uma ciência da observação. O desenvolvimento da ciência aconteceu com o desenvolvimento dos mercados e da evolução natural da moeda metálica para a fiduciária. Os autores de assuntos econômicos foram se beneficiando uns dos escritos dos outros. Adam Smith pode ser considerado o pioneiro com o livro Riqueza das Nações (1776), Malthus, Ensaios (1798), J. B. Say, Tratado de Economia Política (1803), Ricardo, Princípios (1817), James Mill, Elementos de Política Econômica (1821), List, Sistema Nacional de Economia Política (1841), J. S. Mill, Princípios de Economia Política (1848), K. Marx, O Capital (1867), A. Marshall, Princípios de Economia Política (1890), Walras, Estudos de Economia Política e Aplicada (1898), Wicksell, Lições de Economia Política (1911), J. M. Keynes, Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936), Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962), História Monetária dos EUA (1963), e os autores mais contemporâneos, quase todos laureados com o Nobel de Economia.

CRESCIMENTO SUSTENTADO.
As observações das experiências ocorridas até hoje permitem dizer que as condições necessárias (não únicas) para o crescimento sustentado são:

a) A ESTABILIDADE MONETÁRIA é uma condição necessária ao crescimento e ao desenvolvimento econômico sustentado. E qual é essa estabilidade monetária necessária? A experiência de novo nos diz que é aquela que mantém a inflação entre o mínimo de 1% e o máximo de 3%. Neste sentido buscar o crescimento com um pouco mais de inflação (4,5% a 6,5%) é uma medida demagógica que tem se provada errada no Brasil atual (o vai e vem do crescimento do PIB). O de melhor que se fez até hoje foi a redução da inflação;
b) CONTROLE DA QUANTIDADE DE MOEDA E SEU CRESCIMENTO SEM OSCILAÇÕES BRUSCAS (as oscilações trazem insegurança e expectativas negativas) é outra condição que se provou necessária;
c)   O sistema de câmbio flutuante (o BC não deve atuar contra as tendências criando artificialismos);
d)   Gastos do governo com uma relação investimentos x gastos totais aceitável;
e)   Déficit público de no máximo 3% e dívida pública limitada a 60% do PIB;
f)    Taxa básica de juro adequada e comprometida para que a meta seja atingida;
g) gastos improdutivos o mínimo possível, limitando-se aos necessários.

A RESPEITO DE POLÍTICA MONETÁRIA:
a) Sozinha não resolve problemas microeconômicos, estruturais ou setoriais. A ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA (mas não suficiente) AO DESENVOLVIMENTO E AO CRESCIMENTO ECONÔMICO;
b) A moeda neutra permite que o equilíbrio nas relações tenha como efeito uma taxa de crescimento consistente e sustentável;
c) A emissão de moeda não provoca crescimento sustentado (provoca bolhas nos preços dos ativos que não moeda e crises);
d) A política monetária deve contribuir para um ambiente de ESTABILIDADE  e de PREVISIBILIDADE, permitindo o alongamento do planejamento e das operações (das famílias e das empresas);
e) A estabilidade e a previsibilidade são condições para redução das taxas de juros reais de longo prazo e conseqüentemente do crescimento do PIB;
f) A TAXA BÁSICA DE JURO É O PRINCIPAL INSTRUMENTO DA POLÍTICA MONETÁRIA (errando nela errou em tudo);
g) A determinação da taxa básica ideal deve obedecer a ação impessoal dos mercados (um grande número de agentes, com interesses, gera resultados superiores aos alcançados pelo poder discricionário dos planejamentos centralizados). O ponto da curva de juro de mercado mais negociado é o mais próximo da taxa neutra (ou de equilíbrio);
h) O regime de taxa de câmbio flutuante é necessário para que a política monetária não provoque desequilíbrios no balanço de pagamentos;
i) o BC não deve atuar contra as tendências em câmbio, é artificialismo que irá dificultar o problema. 
MAG 03/2012.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O PLENO EMPREGO E A INFLAÇÃO - Eugenio Gudin (13-9-68).


Em 1968 eu estava na terceira série do curso de economia. Lia e admirava Gudin e Roberto Campos no Brasil. O texto abaixo de Gudin é atual (e propõe solução correta) até hoje.

O PLENO EMPREGO E A INFLAÇÃO - Eugenio Gudin (13-9-68)
Entre um combate radical à inflação e o desejo de promover a euforia econômica e incrementar a taxa de desenvolvimento, a opção do atual Governo foi clara. Optou pela segunda solução. Desde o segundo trimestre de 1967 foram tomadas as providências para estimular a atividade econômica em todos os setores, com resultados incontestavelmente satisfatórios. A produção tem aumentado tanto no setor industrial como no setor agrícola, onde o maior suprimento de crédito ajudou as condições favoráveis do tempo a produzir boas safras.
O fato de o Governo optar pela segunda opção não quer dizer que ele descure da inflação, mas, como não é possível atingir simultaneamente os objetivos em parte contraditórios, a verdade é que, de um modo geral, a diátese inflacionária persiste.
Se eu fosse governo (o que para a felicidade geral da Nação não é o caso) teria adotado a outra opção. É de certa forma uma vergonha para os governos da Revolução, em seu conjunto, não terem ao fim de 4 anos eliminado a inflação. Mas não é por defesa dos brios da Revolução que eu optaria pelo combate a Inflação e sim porque sua excessiva persistência exerce um efeito de perigosa erosão não só sobre o Sistema Econômico, como sobre a Conjuntura Social e Política do país.
A inflação é o tormento permanente de mal-estar e das queixas dos consumidores (pelo Brasil afora) contra a alta irritante e repetida dos preços; são as constantes solicitações, fundamentadas ou não, de aumento dos salários; é o impacto repetido e desmoralizante das altas do dólar; é o clamor contra o déficit orçamentário;  é a distorção dos investimentos;  é o desvio da poupança para as "letras financeiras" de taxa tentadora (porque não separam a correção monetária) em vez do investimento em ações;  são as aparentes injustiças resultantes da incidência desigual da inflação sobre as várias classes sociais;  são as intervenções do Governo no sentido de "reprimir" seus efeitos;  é a erosão do capital de giro das empresas etc. É difícil obrigar o público a suportar esse estado de coisas anos a fio.
* * *
Já tenho mais de uma vez procurado esclarecer que o combate à inflação não exige medidas que promovam a depressão econômica. Porque não há inflação quando a demanda monetária corresponde aos fatores de produção disponíveis - equipamento e mão-de-obra. Ela resulta é de uma "demanda superior" à quantidade desses fatores, que dá lugar à disputa para obtê-los, ao leilão, digamos, desses fatores.
Grosso modo, é assim. Mas há um detalhe muito importante a considerar. É que não é possível chegar a 'um total aproveitamento dos fatores de produção', sem inflação. Uma 'taxa mínima de desemprego' e de capacidade ociosa é indispensável no combate a inflação. A começar porque há em todos os países uma 'taxa de desemprego normal', resultante não só dos empregados que estão transferindo de uma para outra ocupação, como porque a 'qualidade' ou 'espécie' do trabalho oferecido não coincide com a do trabalho procurado. Pode haver uma grande procura por mecânicos, eletricistas e contabilistas, que permanece insatisfeita por falta de oferta, como pode haver excesso de disponibilidade de mão-de-obra despreparada, para a qual não há procura.
Nos Estados Unidos, a experiência tem demonstrado que quando se procura reduzir a taxa de desemprego a menos de 3,5% os efeitos inflacionários logo se manifestaram. Não sei qual seria essa taxa entre nós, mas acredito que seja mais elevada, devido ao grande excesso da oferta, em relação à procura, de trabalho manual elementar.
O mesmo se aplica ao equipamento e maquinaria, sobretudo nos setores de infra-estrutura, como ferrovias, água, instalações hidrelétricas, fornos siderúrgicos etc., onde uma certa margem de capacidade ociosa é inevitável, devido ao tamanho das unidades. De outro lado, a elasticidade da procura dos diferentes produtos não é a mesma; o aumento de disponibilidades monetárias não incide "uniformemente" sobre a demanda; em certos setores essa demanda aumenta mais do que proporcionalmente e em outros menos do que em proporção, ou mesmo nada.
Não se pode ajustar a oferta e a procura de fatores de produção de modo a atingir ao pleno emprego integral, como um carpinteiro ajusta os dois lados de uma porta ou uma gaveta. No sistema econômico, a linha de ajuste é irregular; os dois lados da porta se afastam em certos pontos de 4%, 5% ou 10%, enquanto em outros eles se tocam.
* * *
Situação semelhante encontra-se na Política Salarial. Porque a melhoria da produtividade não é uniforme. Nas indústrias onde o progresso tecnológico é mais pronunciado, pode a taxa de produtividade aumentar de 5% ou até de 10% em um ano, o que dá margem para um aumento salarial correspondente. Mas é muito possível que nas indústrias de produtos alimentícios, ou de tecelagem, por exemplo, a melhoria da produtividade tenha sido muito mais baixa; uma percentagem uniforme de incrementos salariais resulta então em aumento de custos e preços nestes setores. Em França, por exemplo, a produtividade média da indústria aumentou de 100 em 1958 para 134 em 1965;  os salários foram aumentados nesse período de 25% em termos reais, "inclusive nas indústrias de alimentação" onde a melhoria da produtividade não foi além de 119. Os preços desses produtos subiram no período de 100 para 120.
* * *
Contra um combate mais radical da inflação, há um argumento triste sentido mas infelizmente de bastante realidade. É o da interrogação que um governo faz a si próprio sobre a validade ou inutilidade de seu esforço deflacionário, isto é, receio de que esse esforço venha a ser perdido, porque o próximo governo voltará a inflacionar.
Por mais "realista" porém que possa ser esse argumento de pessimismo e descrença, ele não deve ser acolhido. Nenhum homem de governo, verdadeiramente responsável, pode aceitá-lo. Quando mais não fosse porque o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever.

quarta-feira, 21 de março de 2012

POLÍTICA MONETÁRIA – EFICÁCIA (INFLAÇÃO E CRESCIMENTO).


PUBLICADO EM 01/2007 NO SITE www.magconsultoria.uaivip.com.br 
MOTIVO: tentar explicar que o crescimento conseguido através de taxa básica expansionista e imprudente não tem sustentação.
1) A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  
2    2) Uma adequada distribuição de rendas, a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia), a segurança institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação, vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um sistema financeiro compatível que proporcione segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do consumo e dos investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.

segunda-feira, 19 de março de 2012

MONETARISTAS X KEYNESIANOS (MODELOS DE DESENVOLVIIMENTO).


 MONETARISTAS X KEYNESIANOS (MODELOS DE DESENVOLVIMENTO).
O quadro abaixo é um resumo. As postagens MONETARISMO e KEYNES ESTAVA ERRADO são um pouco mais explicativas.   
ASSUNTO
KEYNESIANOS
MONETARISTAS
1 – Poder discricionário (arbítrio) na condução da política monetária
Sim
Não
2 – Regras: a pol. monet. deve ser conduzida por regras?
Não
Sim
3 – Expectativas racionais dos agentes econômicos?
Não
Sim
4 – Transparência obrigatória nas informações da autoridade monetária
Não
Sim
5 – Quantidade de moeda: crescimento sem oscilações e constante,
tendo como limite o PIB potencial (fatores de produção).
Não
Sim
6 – Causa das crises: oscilações na oferta monetária
Não
Sim
7 – Taxa natural de desemprego (6%)
Não
Sim
8 – Pleno emprego
Sim
Não
9 – Câmbio flutuante
Sim
Sim
10 - PIB potencial. Nível de utilização dos fatores de produção. Limite
Não
Sim
11 - Taxa básica: em torno da neutra (de equilíbrio)
Não
Sim
12 - Taxa básica: deve ser reduzida mesmo após ser alcançado o auge
Sim
Não
13 – Meta de inflação.
Não
Sim
14 – Gastos improdutivos (pirâmides do Egito) causam riqueza.
Sim
Não
14 a - Gastos desnecessários e improdutivos causam pobreza.
Não
Sim
15 – Déficits públicos e aumento de dívida: causa de crise.
Não
Sim
16 – Aumento da quantidade de moeda acima do PIB potencial causa inflação e após (no processo) a estagflação.
Não
Sim
17 – Tabelamentos de preços de produtos e serviços.
Sim
Não
18 – Presença do governo limitada à normatização, monitoramento, julgamentos e defesa da concorrência e dos consumidores.
Não
Sim
19 -  Presença do governo o mais ampla (inclusive na produção).
Sim
Não

O livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda foi publicado em 1936. No prefácio à edição francesa de 20/02/1939 ele escreveu sobre a quantidade de moeda e os preços: "A análise seguinte registra minha fuga total das confusões da teoria quantitativa, em que antes me emaranhara. Considero que o nível de preços como um todo é determinado precisamente da mesma maneira que os preços individuais, isto é, sob a influência da oferta e da demanda. As condições técnicas, o nível dos salários, o grau de capacidade ociosa das unidades de produção e da mão de obra, e o estado do mercado e da concorrência determinam as condições de oferta dos produtos como um todo. As decisões dos empresários, que originam a renda dos produtores tomados individualmente, e as decisões desses indivíduos quanto à disposição dada a esta renda determinam as condições de demanda. E os preços - tanto tomados individualmente como o nível de preços - aparecem como a resultante desses dois fatores. A moeda e a quantidade da  moeda não constituem influências diretas a essa altura do processo. Elas já fizeram seu trabalho numa etapa anterior da análise. A quantidade da moeda determina a oferta de recursos líquidos e, consequentemente, a taxa de juros, e, em conjunto com outros fatores (particularmente a confiança), o estímulo a investir, o que por sua vez fixa o nível de equilíbrio da renda, da produção e do emprego e (a cada etapa em conjunto com outros fatores)  o nível de preços como um todo através das influências da oferta e da demanda assim estabelecidas. "  

Sobre  o aumento da quantidade de moeda escreveu, talvez influenciado pela depressão (se tivesse levado sua análise para os momentos seguintes, talvez tivesse pensado na inflação): "Tem-se habitualmente admitido que um aumento na quantidade de moeda tende a reduzir a taxa de juro, pelo menos num primeiro momento e em períodos curtos." 

Sobre juros escreveu (receita de inflação e bolha, preços dos ativos subirem em velocidade maior do que os preços do consumo; fuga da moeda mais juros como reserva de valor para outros ativos.): “O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.” 

Sobre a teoria quantitativa da moeda escreveu:

"A Teoria Quantitativa da Moeda pode ser enunciada como segue:  Enquanto houver desemprego, o emprego variará proporcionalmente à quantidade de moeda; e quando o pleno emprego é alcançado, os preços variarão proporcionalmente à quantidade de moeda. A unidade de salários tenderá a subir antes que o pleno emprego seja alcançado. A demanda efetiva não variará em proporção exata à quantidade de moeda. O aumento da quantidade de moeda traduz-se parte pelo aumento do emprego e parte pela alta dos preços. Os preços sobem progressivamente à medida que o emprego aumenta. O efeito primário de uma variação na quantidade de moeda sobre o montante da demanda efetiva resulta da sua influência sobre a taxa de juros.”


COMENTO: entendia a teoria quantitativa da moeda mas não concordava com ela. Seus seguidores abusaram do poder de criar moeda e por consequência a inflação, a hiperinflação e a estagflação. Vivemos isto no Brasil. Não considerou na sua análise de criar moeda para fazer os juros baixarem o efeito no longo prazo e no segundo momento. Falou em confiança e esqueceu-se que as expectativas de aumento das atividades e da demanda leva também à expectativa de aumento da inflação. Considerando que a estabilidade monetária é condição necessária para o crescimento e o desenvolvimento econômico, podemos considerar seu modelo como falho, pois apesar de provocar o aumento da demanda no primeiro momento, a seguir vem o processo inflacionário, a hiperinflação e a estagflação (inflação sem crescimento). 



Sobre Gastos públicos (pirâmides do Egito e furar buracos):
"O antigo Egito tinha o duplo privilégio, que sem dúvida explica a sua riqueza fabulosa, de possuir duas espécies de atividades, a construção de pirâmides e a extração de metais preciosos cujos frutos, pelo fato de servirem às necessidades do homem sem ser consumidos, não se aviltarem por serem abundantes. A idade média edificou catedrais e entoou cânticos. Duas pirâmides, duas missas de réquiem, valem duas vezes mais que uma - o que porém não é verdade tratando-se de duas estradas de ferro ligando Londres a York."
COMENTO: Adam Smith, antes de Keynes, defendeu o princípio de que os gastos improdutivos acima de um certo limite levariam a queda do PIB (à pobreza). Os desenvolvimentistas utilizaram este e outros argumentos keynesianos para defender déficits públicos e gastos improdutivos. 

quinta-feira, 15 de março de 2012

COPOM DE 08 de MARÇO/2012


COPOM DE 08 de  MARÇO DE 2012

A taxa Selic caiu de 10,5% para 9,75%, o DI 360 estava em 8,86% (selic ainda não expansionista). A taxa de juro real efetiva líquida de IRRF e de IGPM nos meses de dez./2011 = 0,84%; jan./12 = 0,46% e em fev./12 = 0,65%. O DI 360 em 14/03 estava em 8,76% (aparentando o piso da queda), o ponto mais negociado da curva de juros com vencimento em jan./2013  8,66%, prazo abaixo de 1 ano assim como o maior volume negociado, significando que o mercado está inseguro quanto ao cenário futuro (ruim para a economia).  Se o DI 360 continuar abaixo de 9% o COPOM poderá fazer mais uma queda da selic, mas sabendo que terá que terá que voltar a subir no segundo semestre deste ano (as pressões inflacionárias voltarão).

quarta-feira, 7 de março de 2012

SELIC, QUANTIDADE DE MOEDA, CURVA DE JUROS E PIB.


SELIC, QUANTIDADE DE MOEDA, CURVA DE JUROS E PIB.
É aceito por todos que uma taxa básica (selic) maior do que a de equilíbrio (neutra ou natural) retira moeda do mercado, reduz as atividades e por efeito a inflação. Quem entende de mercado sabe que a taxa neutra é o ponto mais negociado da curva de juros (com vencimento acima de 1 ano). No Brasil sempre próxima do DI 360, nos USA entre os T – Note de 5 e de 2 anos. Com cenário expansionista a taxa básica deve ser fixada acima da neutra, com contracionista 0,25% abaixo. A pergunta que se faz é se a taxa básica abaixo da neutra consegue, sozinha, aumentar o nível das atividades, mudar o cenário de contracionista para expansionista e fazer crescimento sustentável do PIB. A resposta é não.  Precisamos também distinguir os efeitos do aumento da quantidade moeda para países que não emitem moeda reserva (Brasil) daqueles que emitem (USA). O aumento da quantidade de moeda nos USA pode ser absorvido tanto interna como externamente. Neste caso reduz as taxas de juros de mercado e não provoca inflação. A moeda é entesourada no exterior, semelhante a ser retirada do mercado pelo BC através de taxa básica (é a vantagem de emitir moeda reserva mundial). Mas apesar de não provocar inflação interna nos primeiros momentos, o aumento da monetização feito pelo USA provocou o aumento dos preços das commodities mundiais (no segundo momento provocará inflação interna se a taxa básica não for aumentada). Os USA têm que pagar o enorme déficit do balanço comercial com superávits na conta de transações correntes (serviços e rendas) ou na conta Capital (investimentos, empréstimos). A outra opção é emitir (já que não pagam juros). O país não emissor de moeda reserva mundial se aumentar a quantidade de moeda acima do necessário terá como efeitos, no primeiro momento, a queda das taxas de juros de mercado, no segundo a inflação.   
Milton Friedman, pai do monetarismo moderno, ensinou que as autoridades monetárias não devem deixar a quantidade de moeda cair (uma das causas das crises). Recomendou que a oferta monetária deve ter um crescimento previsível, transparente, constante e sem oscilações (não ter variações significativas). Afirma que a insegurança provocada pela oscilação na oferta monetária é uma das causas das crises.    
A CURVA DE JUROS DA BM&FBOVESPA: o volume negociado aumentou significativamente nos últimos dias concentrando-se em prazos inferiores a um ano (85%), significando insegurança quanto ao futuro (muito ruim para a economia). O efeito imediato é a queda artificial das taxas de juros, no segundo momento teremos inflação e fuga para ativos que não moeda (formando bolhas), ou títulos corrigidos por índices de preços (um retorno à indexação?). Não se faz crescimento sustentado com mágica de aumento da oferta monetária (isto é demagogia eleitoral). Os USA como emitem moeda reserva estão aumentando a oferta monetária acima do aconselhável como contrapartida à política cambial chinesa. Se não aceitam o câmbio flutuante e, teimosamente, querem vender o trabalho de seus filhos a troco de uma moeda em desvalorização, a contrapartida é o aumento da oferta monetária (os USA não têm outra saída.). Os chineses estão trocando o trabalho e a qualidade de vida de seu povo (a perda do poder de compra com câmbio artificialmente desvalorizado) por entesourar reservas em moeda que se desvaloriza (e recebendo juros negativos). Insustentável a longo prazo. Os USA estão sendo financiados a juros negativos (com a desvalorização do dólar). Não precisam nem se dar ao trabalho de fabricar moeda (e ter o custo) já que hoje tudo é feito por transações eletrônicas.
Será triste constatarmos que o BC está por trás do aumento desnecessário e condenável da oferta monetária. Será a desmoralização de um órgão (e equipe) que construiu sua credibilidade ao longo dos anos com sacrifícios e esforços.  

terça-feira, 6 de março de 2012

PENSAMENTOS CONTRÁRIOS (EM ECONOMIA E POLÍTICA)


PENSAMENTOS CONTRÁRIOS (EM ECONOMIA E POLÍTICA)

Já li nos principais jornais do país absurdos definindo uma política como liberal-conservadora e ortodoxa (são pensamentos contrários). Já li também (isto era comum) outros absurdos como as idéias liberais serem contra toda forma de regulamentação (a Wikipedia escrevia este absurdo). Isto é fruto de desonestidade intelectual de acadêmicos que utilizam a técnica de definir pensamentos contrários de acordo com seus interesses. Manipulam a formação da opinião pública. Não têm a honradez de falar que mudaram de opinião, preferem definir erradamente os pensamentos. O pensamento mais agredido é o liberal. Escrevem com a maior cara de pau que os liberais são contra toda forma de regulamentos. O pensamento liberal tem como seu principal fundamento a exigência de normas para defender a população contra o poder discricionário dos governantes (impor limites através de normas aos governantes), e regras do jogo pré-estabelecidas que defendam a concorrência e o mais fraco contra o mais forte (evitar o poder discricionário dos oligopólios). Chegaram ao cúmulo de escrever que a crise americana (a formação de bolha nos preços dos ativos que não moeda, principalmente os imóveis) foi originada pelo pensamento neoliberal de eliminação de regulamentos (só não conseguem falar que regulamento). Quem escreveu que os liberais são contra as normas prudenciais ou que defendam os consumidores e a concorrência? Só ignorantes ou desonestos intelectuais. São os liberais que defendem normas para serviços concedidos ou autorizados e que combatem toda forma de privilégios. Contra o poder discricionário na política monetária e fiscal são os liberais e monetaristas. A favor do poder discricionário são os keynesianos e “desenvolvimentistas”. Se não existem autores diferentes não há como diferenciar liberalismo de neoliberalismo.
Contra responsabilidade fiscal e monetária, limites para déficits públicos e metas de inflação são os keynesianos-desenvolvimentistas.  
PENSAMENTOS CONTRÁRIOS (EM ECONOMIA E POLÍTICA)
LIBERAL
CONSERVADOR
ANARQUISTA
CONSERVADOR
HETERODOXO
ANARQUISTA
ORTODOXO  
HETERODOXO
ANARQUISTA
CAPITALISMO
COMUNISMO; SOCIALISMO
ANARQUISTA
ECONOMIA DE MERCADO
ECON. PLANIFICADA; CENTRALIZADA, DIRIGIDA.

MONETARISMO
KEYNESIANOS; HETERODOXOS

DEMOCRACIA
DITADURA
ANARQUIA
CAPITALISMO-LIBERAL OU DE MERCADO
CAPIT. DE ESTADO; PROTECIONISTA; NACIONAL- DESENVOLVIMENTISMO


É ERRADO ESCREVER (por serem pensamentos contrários): liberal-conservador; conservador-liberal; liberal-ortodoxo; liberal-conservador e ortodoxo; democracia-comunista (são antagônicos); ditadura-liberal (são antagônicos). A utilização destes termos é demagogia, populismo ou ignorância.  
É CORRETO ESCREVER: liberal-monetarista; capitalismo-liberal; capitalismo-de-mercado; capitalismo-de-estado; ditadura-comunista; ditadura-capitalista; ditadura-conservadora. 

sábado, 3 de março de 2012

RELAÇÃO de POSTAGENS (SETEMBRO DE 2011 a 01 / MARÇO de 2012).


RELAÇÃO de POSTAGENS (SETEMBRO DE 2011 a 01 / MARÇO de 2012).

SETEMBRO 2011.
QUEDA SELIC. O COPOM ACERTOU.
 KEYNES -  JUROS, CONSUMO, INVESTIMENTOS E EMPREGO. RIQUEZA DAS NAÇÕES, ADAM SMITH (1776).
JUROS REAIS EX-ANTE E EX-POST, A VERDADE (Selic).
A CRISE AMERICANA (SUBPRIME).
A CRISE AMERICANA DE 08/2011
O ENTERRO FINAL DO KEYNESIANISMO (USA 2008 – 2011)
A SELIC E A RELAÇÃO COM A CONJUNTURA PROSPECTIVA (cenário), COM A CURVA DE JURO DE MERCADO E COM O DI 360. 
LIBERALISMO (NEOLIBERALISMO), A VERDADE
Qual o principal motivo da valorização do dólar?
A PROTEÇÃO A UMA INDÚSTRIA OLIGOPOLISTA E ATRASADA – A AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA
POLÍTICA MONETÁRIA: OBJETIVO ÚNICO.
DERIVATIVOS FINANCEIROS: CAMBIAIS, DE JUROS, DE ÍNDICES, DE CRÉDITO.   
COPOM 18 e 19/10/2011 – SELIC E CURVA DE JUROS
OUTUBRO 2011
AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE
BRASIL: NECESSIDADE DE IMPORTAÇÃO DE CAPITAIS
MONETARISMO
É TUDO MENTIRA.
NOVEMBRO 2011
DESREGULAMENTAÇÃO E EFEITOS DA TAXA BÁSICA NOS JUROS LONGOS DE MERCADO.
EXPECTATIVAS RACIONAIS, POLÍTICA ECONÔMICA DISCRICIONÁRIA OU DIRIGIDA POR REGRAS?
 GREENSPAN: EXUBERÂNCIA IRRACIONAL (BOLHA) E CONTRAÇÕES INESPERADAS E PROLONGADAS (CRISE, FURO DA BOLHA). MOEDA X OUTROS ATIVOS.
UMA QUEDA DA SELIC REDUZ O CUSTO DA DÍVIDA PARA O TN?
PREVIDÊNCIA – PRIVILÉGIOS, INJUSTIÇAS, INSOLVÊNCIA E QUEBRADEIRA.
TAXA DE JURO, DÍVIDA PÚBLICA E PIB
FGTS E INSS
BC (COPOM) ACERTOU MAIS UMA VEZ (30/11/2011)
DEZEMBRO 2011.
CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO.
MOEDA RESERVA MUNDIAL, VANTAGENS.
 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS JAN. / NOV. (2011 / 2010).
 PIB E IMPORTAÇÕES.
SELIC - ENTENDIMENTO ERRADO.
CÂMBIO FLUTUANTE OU ADMINISTRADO?
JANEIRO 2012
KEYNES ESTAVA ERRADO.
PROTEÇÃO CAMBIAL E BALANÇA COMERCIAL.
 SELIC: COPOM, ESTÁ NA HORA DE PARAR A QUEDA.
CRISES E CRESCIMENTO ECONÔMICO – CONSUMO X INVESTIMENTO X DÍVIDA PÚBLICA X DÉFICIT PÚBLICO.
RELAÇÕES: TAXA BÁSICA X CURVA DA TAXA DE JUROS (TAXA DE 1 DIA; TAXA DE 1 ANO; PONTO MAIS NEGOCIADO; TAXA MAIS LONGA; VOLUMES NEGOCIADOS.).
O COPOM ERROU?
JUROS REAIS EX-ANTE E EX-POST, TABELAS (SELIC, CDI).
CÂMBIO - AGREGADOS FINANCEIROS – A HORA DA VIRADA.
NEOKEYNESIANOS X MONETARISTAS (Escolha).
POLÍTICA MONETÁRIA (evolução ao regime de metas de inflação).
FEVEREIRO 2012.
DAR SOBREVIDA A UMA DITADURA (TIRANIA) FAMILIAR SANGUINÁRIA – VERGONHA.
TAXA DE JURO NEUTRO (in - NATURAL OU DE EQUILÍBRIO) X TAXA BÁSICA (ib) x TAXA DE JURO DE MERCADO (im).
EFEITOS DA SELIC NO IPCA E NOS JUROS FUTUROS.
ECONOMISTAS BRASILEIROS - IMPORTANTES E QUE ESTAVAM CERTOS.
CHINA – O RÁPIDO CAMINHO DO MILAGRE.
PENSAMENTO LIBERAL – ERROS DIVULGADOS NA IMPRENSA.  
AGREGADOS FINANCEIROS - VARIAÇÃO PERCENTUAL SOBRE ANO ANTERIOR.
TAXA DE JURO NEUTRA E A CURVA DE JUROS.
BALANÇO DE PAGAMENTOS -  ANÁLISE SINTÉTICA.
MARÇO 2012.
PNB e PIB - O QUE ENTRA E O QUE NÃO ENTRA NO CÁLCULO. DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL - OPÇÃO POR REDUÇÃO DO PIB (POBREZA).

sexta-feira, 2 de março de 2012

ESTATÍSTICA DE FEVEREIRO DE 2012


ESTATÍSTICA DE FEVEREIRO DE 2012 (mês de carnaval).
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quinta-feira, 1 de março de 2012

PNB e PIB - O QUE ENTRA E O QUE NÃO ENTRA NO CÁLCULO. DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL - OPÇÃO POR REDUÇÃO DO PIB (POBREZA).


PNB e PIB - O QUE ENTRA E O QUE NÃO ENTRA NO CÁLCULO.
DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL - OPÇÃO POR REDUÇÃO DO PIB (POBREZA).

PNB (produto nacional bruto): é o total dos valores adicionados pelos diversos setores da economia ao processo produtivo. Valor Adicionado: conceito que mede a contribuição de cada setor ao processo produtivo (sem duplicações). O PNB mede a capacidade de criação de valor da economia. É a soma de: bens econômicos (tangíveis e intangíveis) produzidos para o mercado + retenção de mercadorias pelos produtores para o consumo + valor do aluguel das casas habitadas pelos proprietários + salários in natura (aluguéis, mercadorias, etc.). PNB = RNB (renda nacional bruta) = total das remunerações pagas aos fatores de produção (salários + juros + lucros + aluguéis). PNB = RNB = DNB (despesa nacional bruta) = valor total das despesas em bens para uso final (mercadorias e serviços para o consumo e investimentos).
Não se inclui no cálculo do PNB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida pública,) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando, etc.).
Fazem parte do PIB produtos benéficos (pão, medicamentos) e maléficos (fumo, bebidas, armas), necessários (alimentos) e desnecessários (pirâmides do Egito).
Os liberais e monetaristas condenam os gastos desnecessários como um mal para a economia, os keynesianos defendem os gastos sejam eles quais forem.
PIB (produto interno bruto): é o PNB ajustado para somar os recebimentos procedentes de rendas do exterior e deduzir as remessas ao exterior.

RLFE (renda líquida de fatores do exterior) = recebimentos menos remessas de rendas para o exterior (Rec. - Rem.).

PNB = PIB + - RLFE = PIB + Rec. – Rem., portanto PIB = PNB – Rec. + Rem.

PNB = C + I +G + E – M + Rec. – Rem. e PIB = C + I + G + E - M

Pelas definições acima vimos que não entra no cálculo do PNB e do PIB a propriedade de ativos, internos ou externos, entram apenas os bens econômicos produzidos para o mercado. Então não entra no PNB a propriedade de bens intelectuais (os ativos protegidos por registros), o capital de empresas no exterior, o capital emprestado ao exterior, a propriedade de qualquer ativo no exterior. Apesar de não entrar no cálculo do PNB, seus rendimentos (lucros, aluguéis, juros, royalties) entram. Semelhante aos aluguéis das casas residenciais. O ativo casa não entra mas é representado pelo valor do aluguel que é semelhante a uma renda (renda = produto). Melhores as residências maiores os aluguéis e o PIB. Da mesma maneira a propriedade de ativos no exterior é representada no PNB pelas suas rendas (lucros, juros, royalties, etc.).

EFEITO DA DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA (para privilegiar exportadores): acomoda a necessidade (e a motivação) da busca de melhoria contínua de qualidade e gestão; transfere recursos da parte eficiente (a competitiva) da economia para proteger os incompetentes e privilegiar os competitivos que exportam (a maioria empresas. com capitais estrangeiros); é opção por redução de poder de compra da população, da demanda e do PIB (empregos inclusive); é opção por parque industrial atrasado e não competitivo.   
Outro efeito muito importante e não divulgado da desvalorização cambial é o barateamento dos ativos nacionais (empresas, imóveis, etc.) e sua conseqüente transferência de titularidade para estrangeiros. Os ativos sendo de propriedade de estrangeiros têm como contrapartida a remessa de lucros (o maior saldo negativo da conta transações correntes do balanço de pagamentos brasileiro).

EXCESSO DE RESERVAS PARA EVITAR VALORIZAÇÃO CAMBIAL: se originada de compras feitas pelo BC para dar liquidez ao mercado é correto. Se porém é originada de excessos de compras de moedas para evitar valorização cambial é errado. O excesso de reserva se aplicado com rendimento de juros menores do que a inflação é como se estivéssemos fazendo uma doação ao país emissor da moeda reserva mundial (pobres doando para ricos). É pobre financiando rico.
No momento atual o Brasil tem excesso de reserva e aplica em títulos de liquidez mais alta (e juros menores). Como temos necessidade de captar poupança externa em torno de US$65 bi. em 2012, é aceitável e recomendado que o excesso da reserva seja aplicado financiando empresas (e bancos) brasileiras que fazem captação no exterior (através do BNDES e BB que têm expertise em financiamentos).
Se aplicarmos em títulos americanos estaremos financiando o Fed (com juros baixos) a monetizar o mundo, cobrando juros baixos dos bancos, que reemprestam a empresas brasileiras (e ao TN) cobrando juros altos.