sábado, 30 de junho de 2012

EFEITOS DA SELIC NA DÍVIDA DO TN (A VERDADE).



EFEITOS DA SELIC NA DÍVIDA DO TN (A VERDADE).
Sabemos que uma selic inadequadamente baixa em uma conjuntura com expectativas estáveis ou positivas provocará um crescimento no processo inflacionário (e nos índices inflacionários). Em uma conjuntura com expectativas negativas (recessiva) a taxa básica inadequadamente baixa, sozinha, não consegue mudar as expectativas para positivas. 
DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA INTERNA DO TN
MÊS/ANO PRÉ % SELIC % ÍNDICES % V. C. % TR % TOTAL % s/ ano
anterior
DEZ./2007 456,97 37,13 409,02 33,39 321,65 26,26 11,61 0,95 25,62 2,09 1224,87 12,059
DEZ./2008 407,16 32,19 453,13 35,83 371,13 29,34 13,45 1,06 19,94 1,58 1264,82 15,667
DEZ./2009 471,48 33,71 500,22 35,77 400,15 28,16 9,84 0,70 16,72 1,20 1398,42 10,562
DEZ./2010 608,35 37,93 521,71 32,53 451,30 28,14 9,17 0,57 13,40 0,84 1603,94 14,69
DEZ./2011 682,63 38,28 562,44 31,54 527,78 29,6 10,22 0,57 0 0 1783,06 11,167
MAI./2012 719,25 39,24 495,39 27,02 607,72 33,15 10,77 0,59 0 0 1833,12 2,804
EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA NA DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA FEDERAL INTERNA (DPMFI).
POLÍTICA MON. FROUXA (a queda artificial da selic provoca inflação):
a) AUMENTA AS TAXAS DE JUROS PRÉ DE LONGO PRAZO (a curva de juros de mercado fica positivamente mais inclinada) E O CUSTO DE NOVAS CAPTAÇÕES;
b) REDUZ O PRAZO DE NOVAS CAPTAÇÕES;
c)  O TN NÃO CONSEGUE FAZER NOVAS CAPTAÇÕES SELIC (só com deságios desaconselháveis);
d) O CUSTO DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA CORRIGIDA POR ÍNDICES AUMENTA (o risco de inflação inercial volta).
POLÍTICA MONETÁRIA CORRETA (condição para crescimento sustentado):
a) AS TAXAS DE JUROS DE LONGO PRAZO CAEM (a curva reduz a inclinação positiva podendo até ficar negativa, descendente), REDUZINDO O CUSTO DE CAPTAÇÃO E FACILITANDO O ALONGAMENTO DA DÍVIDA;
b) O ALONGAMENTO DA DÍVIDA  REDUZ OS VALORES A SEREM REFINANCIADOS (facilitando as captações pelo TN) PERMITINDO REDUÇÃO DE TAXAS;
c) OS ÍNDICES DE INFLAÇÃO CAEM (CONSEQÜENTEMENTE A SELIC) REDUZINDO O CUSTO (SUSTENTADO) DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA.  

IGPM - IPCA X META DE INFLAÇÃO
  JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ. TOTAL Meta acum.
até mês
IGPM/2011 0,79 1,00 0,62 0,45 0,43 0,18 -0,12 0,44 0,55 0,53 0,50 -0,12 5,10 4,50
IGPM/2012 0,25 -0,06 0,43 0,85 1,02 0,66 x x x x x x 3,19 2,225
IPCA/2011 0,83 0,80 0,79 0,77 0,47 0,15 0,16 0,37 0,53 0,43 0,52, 0,50 6,50 4,50
IPCA/2012 0,56 0,45 0,21 0,64 0,36 0,08 x x x x x x 2,32 2,225
COMENTÁRIOS: a queda da selic foi o principal fator do aumento do IGPM.
CUSTO MÉDIO DA DPF (Fonte TN).
  Custo médio mensal Custo Médio 12 meses
Dez./09 Dez. /10 DEZ./11 MAI./12 Dez./09 Dez./10 DEZ./11 MAI./12
LFT Selic 8,66 10,66 11,90 8,87 9,96 9,78 11,62 11,03
LTN pré (i venc.) 11,23 11,33 12,35 11,72 11,72 11,06 11,96 12,13
NTN B IPCA 12,17 14,64 13,76 12,67 12,34 13,59 13,76 12,13
NTN C IGPM 6,58 18,40 18,68 23,43 7,82 22,17 15,40 14,59
NTN F pré (i sem.) 12,66 12,52 12,58 12,19 12,64 12,49 12,52 12,51
DPF externa -0,72 -13,45  52,58 107,79 -13,01 6,42 20,29 32,19
ANALISANDO AS TABELAS ACIMA CONSTATAMOS:
a) em maio/2012 a parte da dívida corrigida por Índices representava 33% do total (R$607 bilhões);
b) a parte corrigida por Selic representava 27% (R$495 bilhões);
c) o custo da dívida corrigida por IGPM em maio/12 foi de 23,43%; da parte corrigida por IPCA foi de 12,67%; da parte corrigida por Selic foi 8,87%;
d) o menor custo para o TN sempre foi a Selic;
e) os bancos fazem a maior parte de suas captações em CDI (semelhante à selic), e emprestam em taxas fixas ou por índices, portanto é argumento leigo ou embotado falar que trabalham a favor do aumento da Selic (semelhante ao CDI).

SELIC (taxa básica), PIB e INFLAÇÃO.


SELIC (taxa básica), PIB e INFLAÇÃO.
Considerando que a ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA (mas não suficiente) AO DESENVOLVIMENTO E AO CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO e que sozinha não resolve problemas microeconômicos, estruturais ou setoriais. QUE A TAXA BÁSICA DE JURO (Selic) É O PRINCIPAL INSTRUMENTO DA POLÍTICA MONETÁRIA (errando nela errou em tudo). Que os empreendedores dão preferência para seus investimentos aos AMBIENTES que transmitam segurança e previsibilidade, condições necessárias ao alongamento do planejamento e das operações (inclusive das famílias). Podemos concluir que a inflação é impeditiva do crescimento sustentado. Por extensão podemos também condenar uma taxa básica inadequadamente baixa como impeditiva ao crescimento sustentado. Não é com taxa básica provocando inflação no auge da crise que faremos crescimento sustentado, mas sim com a formação de um ambiente que transmita segurança aos investidores e aos consumidores.

IPCA - IPP - IGPM - AVISOS DA VOLTA DA INFLAÇÃO
IPCA - IPP - IGPM - IPAM - IPCM - IPA M (Ind. e Agric.)
DATA Meta
Acum.
Ano
i real
IGPM
IPP
IPCA
IGP M
IPA M
IPC M
IPA  M
MÊS Acum.
Ano.
12
meses
MÊS Acum.
Ano.
12
meses
MÊS 12
meses
MÊS 12
meses
Prod. Ind. Prod. Agric.
MÊS 12
meses
MÊS 12
meses
DEZ./11
4,5
0,84 -0,17 0,50 6,50 6,50
-0,12
5,10
5,10
-0,48
4,34
0,71
6,16
-0,36
4,78
-0,82
3,15
JAN./12
0,3675
0,462 -0,43 0,56 0,56 6,22
0,25
0,25
4,53
-0,07
3,48
0,97
6,05
-0,49
3,67
1,10
2,98
FEV.
0,7363
0,652 -0,42 0,45 1,0101 5,84
-0,06
0,19
3,43
-0,26
1,99
0,27
5,63
-0,25
2,75
-0,28
-0,06
MAR.
1,1065
0,218 1,05 0,21 1,2246 5,24
0,43
0,62
3,23
0,42
1,76
0,48
5,47
0,22
2,58
0,97
-0,45
ABR.
1,4781
-0,29
1,38 0,64 1,8724 5,10
0,85
1,47
3,65
0,97
2,45
0,55
5,24
0,89
2,99
1,18
0,98
MAI. 1,85097
-0,436
1,65 0,36 2,2392 4,99
1,02
2,51
4,26
1,17
3,62
0,49
4,81
1,29
3,57
0,85
3,75
JUN.
2,22526 -0,148 x 0,08 2,32 4,92 0,66 3,19 5,14 0,74 4,86 0,17 5,11 0,79 4,24 0,58 6,59
 Obs: a) IPCA Meta 4,5%a.a; 0,367485% a.m; b) Em vermelho acima da meta; c) i real IGPM = CDI - IRRF 20% - IGPM; d) i real em abril, maio e junho negativos (provoca a fuga da moeda mais juros para ativos que não moeda provocando bolhas); e) IPP = ÍNDICE DE PREÇOS AO PRODUTOR.

ACUMULADOS 2012: EM VERMELHO ACIMA DA META.
ACUMULADOS 2012: ÍNDICES E META DE INFLAÇÃO
ACUM. ATÉ
META
IPC
IGP
INCC
10
IPP
IPA DI
IPCA IPC 10 IPC M IPC DI IGP 10 IGP M IGP DI IPA M
Prod. ind.
Prod. agrop.
ABRIL/2012 1,47806 1,87 2,288 2,29 2,288 1,089 1,47 1,95 1,05 2,003 1,64 1,22 3,37
MAIO/2012 1,85097 2,24 2,81 2,79 2,72 2,11 2,51 2,89 2,24 2,88 3,32 2,22 4,07
JUNHO/2012 2,22526 2,32 3,15 2,96 2,83 2,86 3,19 3,59 2,99 4,60  x 3,10 5,10
JULHO/2012
2,62836
x 3,34 x x 3,84 x x x 5,48 x x x
OBS|: em vermelho acima da meta.
Com todos os acumulados de inflação acima da meta, considerando que as atividades no segundo semestre deverão aumentar, podendo influenciar os índices de inflação mais ainda, com o IPP (Índice de preços ao produtor) acumulado de maio 79% acima da meta,  o risco de descontrole da inflação no segundo semestre é muito grande. Todos sabem que não existe crescimento sustentado com descontrole da inflação, é demagogia. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA O CRESCIMENTO SUSTENTADO?


ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA O CRESCIMENTO SUSTENTADO?
Para os economistas monetaristas sim (necessária, mas não o suficiente). Pela análise das funções da moeda podemos ter um entendimento razoável. A moeda foi uma criação do mercado destinada a facilitar as negociações. Para isto é necessário que ela cumpra as funções de: 
a) Reserva de Valor (poupanças); 
b) Unidade de Medida (o metro, a unidade de medida que permite que os produtos e serviços sejam valorizados e negociados); 
c) Meio de Pagamento (a compra de produtos e serviços com uma unidade de medida que pode ser guardada com facilidade como reserva de valor). 

É a obediência às suas funções que fazem da Moeda uma das maiores criações da humanidade, a facilidade de negociações e de formação de mercados confiáveis. Deixando a moeda de obedecer a uma das funções ela perde seu poder, vejamos: deixando de obedecer à função de Reserva de Valor (a inflação reduz o poder desta função) ela deixa de prestar-se como Unidade de Medida para negócios a médio e longos prazos (vendas e financiamentos). Tem de ser substituída por outra medida de valor. Se pequena a inflação (perda de poder de compra da moeda) a taxa de juros nominal substitui a função de unidade de medida para negócios a médio e longo prazos. Sendo maior o processo inflacionário a insegurança (imprevisibilidade) exige que outra unidade de medida substitua a moeda. No caso os índices de inflação substituem a moeda como medida de valor (funciona como outra moeda). A experiência demonstrou que nestes casos o processo inflacionário caminha para a ESTAGFLAÇÃO. Inflação sem ou com baixo crescimento (é a falta do cumprimento da função de Reserva de Valor pela moeda que dificulta e reduz os negócios). A inflação fica ascendente criando o que se denominou de inércia inflacionária (memória inflacionária), processo extremamente difícil de ser revertido. Exige longo tempo com baixo crescimento para a eliminação da memória e da inércia inflacionária.
DEMAGOGIAS MONETÁRIAS: fácil entender que o excesso de monetização em um primeiro momento reduz as taxas de juros de mercado e aumenta as atividades. Fácil também entender que este artificialismo populista (tomado sempre em vésperas de eleições) desequilibra o crescimento harmonioso entre a oferta e a demanda (a velocidade da demanda fica superior ao da oferta). O mercado substitui este desequilíbrio com o aumento dos preços (a inflação). A inflação reduz o poder de compra de todos (mais dos salários), por extensão reduz o tamanho do mercado e o crescimento. Fácil entender que apesar de provocar um crescimento artificial no início, trás desequilíbrios que terão que ser corrigidos com esforço superior às benesses iniciais. Podemos concluir que o crescimento sustentado exige um ambiente com estabilidade monetária (necessário, mas sozinho não o suficiente). Por extensão podemos condenar a inflação como um empecilho ao processo de crescimento sustentado.   

sábado, 16 de junho de 2012

INVESTIMENTOS, POUPANÇAS (DEMAGOGIAS).

INVESTIMENTOS, POUPANÇAS (DEMAGOGIAS).
Sabemos que os investimentos privados acontecem em ambientes que passam segurança para o capital (países com boas instituições). Além da segurança os empreendedores só investem objetivando lucros (o lucro tem que motivar mais que a insegurança e o risco). Economias com estabilidade monetária e respeito às regras do jogo reduzem a insegurança e aumentam a previsibilidade (facilitam planejamentos), atraindo investimentos. Resumidamente, investimentos procuram: segurança, regras do jogo estabelecidas, estabilidade monetária, ambientes que permitam planejamentos (previsibilidade), mercado (poder de compra da população), expectativas de lucros (positivas). Além disto, é necessário que exista um mercado de crédito com fluxo contínuo (para os investimentos e para os consumidores). O mercado de crédito só funciona com fluxo contínuo se existir fluxo de poupança também contínuo (interno ou externo).
A estabilidade monetária impede que a liquidez seja aumentada com a criação irresponsável de moeda acima do potencial de crescimento da economia. Para que exista fluxo contínuo de poupança interna é necessário que o mercado financeiro seja considerado seguro e que as taxas de juros sejam positivas. Taxas de juros negativas fazem com que os agentes fujam da moeda pátria mais juros para o consumo ou ativos que não moeda (moedas estrangeiras, ouro, imóveis, formando bolhas, antecedente de crise).    
O Brasil não tem poupança interna para fazer face aos investimentos necessários ao estágio atual de desenvolvimento. Somos um país importador de poupanças externas. Em 2009 importamos através da conta Capital US$70,5 bi.; em 2010 US$100,1 bi.; em 2011 US$111,8 bi. (poupança externa). Isto permitiu que os empreendedores fizessem seus investimentos e se financiassem com segurança (não existem investimentos sem financiamentos, a média é 30% de capital próprio e 70% de terceiros). No mercado financeiro as taxas de juros de cp são menores do que as de lp (maior o risco maior a taxa) e as captações de cp (2 anos) são mais fáceis de conseguir. As empresas que não conseguem captar a lp ficam renovando captações. Bancos brasileiros fazem captações externas e emprestam internamente (isto movimenta o mercado e faz as taxas internas de juros serem menores). A atuação do governo fixando IOF de 6% sobre captações de 5 anos foi uma agressão às regras do jogo. Rapidamente teve de voltar atrás (felizmente reconheceu o erro).  
Bancos são atividades concedidas (privilégios), portanto o poder concedente tem o direito e a obrigação de estabelecer normas de funcionamento e prudenciais, não devendo se intrometer nas estratégias dos mesmos (isto é pensamento liberal). A cobrança de IOF sobre derivativos é outra agressão às regras do jogo. Se tem poder para fixar limites não precisa de IOF.
Podemos concluir que a atuação do governo dificultou os investimentos e trouxe insegurança e prejuízos ao mercado. Com uma conjuntura mundial instável criaram mais instabilidade.
O pior de tudo é que não conseguiram conter os índices inflacionários (conforme quadro abaixo).
ACUMULADOS 2012: ÍNDICES E META DE INFLAÇÃO
ACUM. ATÉ
METAIPCAIPC 10IPC MIPC DIIGP 10IGP MIGP DIIPA MINCC 10
04/20121,478061,872,2882,292,2881,0891,471,951,052,0027
05/20121,855092,242,812,792,722,112,502,892,242,88
06/20122,22526x3,152,96x2,863,19x2,994,60 
META: 4,5% a.a; 0,367485% a.m; em vermelho acima da meta.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA


A RESPEITO DE POLÍTICA MONETÁRIA (08/2008):

1) Sozinha não resolve problemas microeconômicos, estruturais ou setoriais. A ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA (mas não suficiente) AO DESENVOLVIMENTO E AO CRESCIMENTO ECONÔMICO;
2) A moeda neutra permite que o equilíbrio nas relações tenha como efeito uma taxa de crescimento consistente e sustentável;
3) A emissão de moeda não provoca crescimento sustentado (provoca bolhas e crises);
4) A política monetária deve contribuir para um ambiente de ESTABILIDADE  e de PREVISIBILIDADE, permitindo o alongamento do planejamento e das operações (das famílias e das empresas);
5) A estabilidade e a previsibilidade são condições para redução das taxas de juros reais e conseqüentemente do crescimento do PIB;
6) A TAXA BÁSICA DE JURO É O PRINCIPAL INSTRUMENTO DA POLÍTICA MONETÁRIA (errando nela errou em tudo);
7) A DETERMINAÇÃO DA TAXA BÁSICA IDEAL DEVE OBEDECER A AÇÃO IMPESSOAL DOS MERCADOS (um grande número de agentes, com interesses, gera resultados superiores aos alcançados pelo poder discricionário dos planejamentos centralizados). O PONTO DA CURVA DE JURO DE MERCADO ACIMA DE UM ANO MAIS NEGOCIADO É O MAIS PRÓXIMO DA TAXA NEUTRA (OU DE EQUILÍBRIO);
8) O REGIME DE TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE É NECESSÁRIO PARA QUE A POLÍTICA MONETÁRIA NÃO PROVOQUE DESEQUILÍBRIOS NO BALANÇO DE PAGAMENTOS.  
9) EFEITO EMPOBRECIMENTO - Expectativas negativas, provocadas por desvalorizações de ativos (poupanças, bolsas, imóveis, etc., provoca percepção de empobrecimento), e por taxas de juros reais negativas (queda da renda de poupadores, de fundos de pensões, etc.), provocam insegurança quanto ao futuro e podem induzir a redução de consumo e a queda de preços (paradoxo).
10) DESARMONIA ENTRE AS POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA (incluso a cambial) - Déficits públicos (política fiscal) puxam as taxas de juro de mercado para cima e exigem maior taxa básica por parte da política monetária (um puxa para um lado, o outro, para outro), influenciam negativamente as expectativas.  08/2008.

REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO:
a) A eficácia da política monetária depende em grande medida da sua CREDIBILIDADE;
b) Uma COMUNICAÇÃO  eficaz e o compromisso com a TRANSPARÊNCIA são fundamentais;
c) A coordenação das EXPECTATIVAS exige explicações racionais e consistentes por parte do BC;
d) O BC determina a taxa de juros de curtíssimo prazo (TAXA SELIC), mas a transmissão da política monetária se dá por meio das taxas de mercado em diferentes horizontes, que não são controladas pela autoridade monetária;
e) é possível ocorrer um descasamento entre a taxa selic e as taxas de mercado, se os agentes antecipam mudanças da política monetária, ou em períodos de incerteza ou ainda em períodos em que a política monetária perde CREDIBILIDADE.

MOTIVO: tentar explicar que o crescimento conseguido através de taxa básica expansionista e imprudente não tem sustentação.

1) A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.
2) Uma adequada distribuição de rendas, a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia), a segurança institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação, vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um sistema financeiro compatível que proporcione segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do consumo e dos investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.