sábado, 21 de dezembro de 2013

BANCO CENTRAL DO BRASIL Perspectivas para a Inflação. Carlos Hamilton Araújo. Dezembro de 2013.

BANCO CENTRAL DO BRASIL
Perspectivas para a Inflação. Carlos Hamilton Araújo. Dezembro de 2013.  (resumo da publicação)

Missão do Banco Central
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.

Importância dessa Missão
A experiência internacional e a teoria econômica apontam inflação baixa e estável como
precondição para o crescimento sustentável.

• Inflação elevada:
• Eleva prêmios de risco, diminui confiança, encurta horizonte de planejamento e deprime investimentos;
• Reduz emprego, renda e consumo; e
• Aumenta a concentração de renda, diminui o crescimento da economia e o bem-estar da sociedade.
Retrospectiva - Exterior
Desde a divulgação do último Relatório:
• Riscos para a estabilidade financeira global elevados;
 • Curva de juros permaneceu positiva e fortemente inclinada em importantes economias maduras;
 • Atividade global em ritmo moderado;
 • Certa acomodação dos preços das commodities nos mercados internacionais;
 • Nos mercados de moeda, têm-se observado maior  volatilidade e tendência de apreciação do dólar dos EUA; e
 • De modo geral, política monetária se mantém acomodatícia, nas economias emergentes e maduras.

Retrospectiva - Brasil
 Desde a divulgação do último Relatório:
• Recuo de 0,5% da atividade no terceiro trimestre;
 • No mercado de fatores: utilização da capacidade instalada relativamente estável e estreita margem de ociosidade no  mercado de trabalho;
 • No mercado atacadista, pressões de preços no segmento  agrícola e, especialmente, no industrial;
 • Inflação ao consumidor elevada e ainda mostrando resistência; e
 • Continuidade do ciclo de ajuste das condições monetárias iniciado em abril deste ano.
Cenário Prospectivo – Política Monetária
• O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária. Ao mesmo tempo, o Comitê pondera que a transmissão dos efeitos das ações de política monetária para a inflação ocorre com defasagens.

Perspectivas – Projeções – 2013-2014-2015
 Projeção para o PIB:
 • A taxa estimada para o crescimento do PIB em 2013 foi revisada para 2,3%, ante 2,5% constante no Relatório de setembro; e
• A taxa estimada alcança 2,3% no acumulado em quatro trimestres até o terceiro trimestre de 2014.

Projeções para a inflação:
 • Cenário de referência: 5,8% para 2013; 5,6% para 2014; e 5,4% para 2015; e
• Cenário de mercado: 5,8% para 2013; 5,6% para 2014; e 5,3% para 2015.

Perspectivas – Política Fiscal
• Considerando trajetórias estimadas para o produto efetivo e potencial, admite-se que a política fiscal pode se deslocar para a neutralidade no horizonte relevante para a política monetária.
• A geração de superavits primários em patamares próximos à média dos gerados em anos recentes é necessária para manter a dívida pública em trajetória sustentável;
• Aumentou a diferença entre a taxa real do custo de financiamento do setor público e a taxa real de crescimento do PIB
• Atendida essa condição, o custo de financiamento da dívida pública tenderia a recuar, com repercussões favoráveis sobre o custo de capital de modo geral, o que estimularia o investimento privado no médio e no longo prazo.
Perspectivas – Brasil - 2014-2015
Ritmo de expansão da atividade relativamente estável no próximo ano, em comparação a 2013, com mudança na composição da demanda e da oferta agregadas;
 • Déficit nas transações correntes financiado essencialmente com investimentos estrangeiros diretos;
 • Expansão moderada do crédito (ao consumo em especial);
 • Moderação de ganhos salariais;
 • Correção de preços relativos; e
 • Projeções indicam inflação em doze meses elevada no horizonte relevante, mas com tendência de recuo.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

LFT OU LTN (NTN)?

LFT OU LTN (NTN)?

O TN financia-se no mercado (através dos bancos ou do tesouro direto) vendendo títulos conforme a seguir: 
a) LFT, título corrigido pela taxa básica (Selic); 
b) LTN (i no final) e NTN F (i semestral), títulos corrigidos por taxa fixa de juros; 
c) NTN B (IPCA) e NTN C (IGPM). 

O TN escolhe a forma de correção dos seus títulos de acordo com seus interesses.

BANCO CENTRAL. POLÍTICA MONETÁRIA -   É função da política monetária assegurar o poder de compra da moeda. O Banco Central atua através de:
 1) Administração das taxas de juros (básica x de mercado );
 2) Depósitos compulsórios;
 3) Compra ou venda de títulos públicos;
 4) Compra ou venda de moedas inclusive atuação em mercados futuros;
 5) I. O. F. = Imposto sobre Operações Financeiras.

 A Taxa Básica (Selic) é a principal ferramenta de política monetária.  A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas), principalmente no caso de recessões ou depressões. O efeito da taxa básica deve ser medido em relação à taxa de juro de mercado de lp mais negociada (a taxa mais próxima da neutra ou de equilíbrio). Se fixada acima terá efeito duplo (é um canhão de tiro duplo), motiva imediatamente o aumento das aplicações no BC, retirando moeda do mercado e prorrogando a ânsia de comprar para evitar perdas com a inflação (relação taxa de juros x inflação e expectativas). O aumento dos depósitos compulsórios tem efeito retardado, pois as taxas de juros só subirão em um segundo momento, inclusive as de lp (e os efeitos também). Com o aumento da taxa básica, de imediato as taxas de cp sobem e a seguir as de lp caem (acompanhando as expectativas de queda da inflação).  A seguir com a queda da inflação as taxas de cp também caem e inicia-se o ciclo virtuoso. Explicado isto vamos analisar o motivo do TN vender títulos corrigidos por Selic. O primeiro motivo é que por ser uma taxa básica é a de menor custo e risco (é de sua livre escolha e interesse). Quando o BC e sua política monetária é acreditada o aumento da taxa básica provoca expectativas de queda da inflação e a seguir as taxas de lp caem. Neste caso é mais interessante captar por Selic (pois a mesma cairá quando a expectativa de inflação cair com sustentação). No presente momento a taxa básica está em 9,5% e a taxa DI de 360 dias está em 10,76%, portanto é mais vantagem captar em selic. Como a Selic deverá subir para 10% dando mais credibilidade ao BC a tendência será do DI 360 iniciar um ciclo de queda. Esta será a hora do BC estudar o início da queda da selic (se suas projeções da inflação também forem de queda). 27/11/2013.

ARTIGOS RELACIONADOS:

EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA NA DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA FEDERAL INTERNA (DPMFI). 2001

POLÍTICA MON. FROUXA (a queda artificial da selic provoca inflação): a) AUMENTA AS TAXAS DE JUROS PRÉ DE LONGO PRAZO (a curva de juros de mercado fica positivamente mais inclinada) E O CUSTO DE NOVAS CAPTAÇÕES; b) REDUZ O PRAZO DE NOVAS CAPTAÇÕES; c)  O TN NÃO CONSEGUE FAZER NOVAS CAPTAÇÕES SELIC (só com deságios desaconselháveis); d) O CUSTO DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA CORRIGIDA POR ÍNDICES AUMENTA (o risco de inflação inercial volta).

POLÍTICA MONETÁRIA CORRETA (condição para crescimento sustentado): a) AS TAXAS DE JUROS DE LONGO PRAZO CAEM (a curva reduz a inclinação positiva podendo até ficar negativa, descendente), REDUZINDO O CUSTO DE CAPTAÇÃO E FACILITANDO O ALONGAMENTO DA DÍVIDA; b) O ALONGAMENTO DA DÍVIDA  REDUZ OS VALORES MENSAIS A SEREM REFINANCIADOS (facilitando as captações pelo TN) PERMITINDO REDUÇÃO DE TAXAS; c) OS ÍNDICES DE INFLAÇÃO CAEM (CONSEQÜENTEMENTE A SELIC) REDUZINDO O CUSTO (SUSTENTADO) DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA. 2001 

POLÍTICA MONETÁRIA – EFICÁCIA (INFLAÇÃO E CRESCIMENTO). 01/2007.  

MOTIVO: tentar explicar que o crescimento conseguido através de taxa básica expansionista e imprudente não tem sustentação.

1) A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas (Anatole Murad desenvolveu um estudo interessante sobre o assunto). A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  
   2) Uma adequada distribuição de rendas, a existência de fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, tecnologia), a segurança institucional do capital investido, uma normatização (marco regulatório) adequada que passe segurança e motivação, vantagens ou desvantagens comparativas naturais e artificiais (leis adequadas, judiciário eficaz – rápido e justo - legislativo ou executivo que passem segurança), um sistema financeiro compatível que proporcione segurança para as poupanças e que alimente as necessidades de financiamentos do consumo e dos investimentos, um sistema previdenciário que estimule a formação de poupanças e que não permita privilégios, contas públicas transparentes com publicações de balancetes mensais analíticos, gastos públicos improdutivos (atividades meio) sejam o menor possível, são fatores importantes e que devem ser analisados.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE A UMA MORATÓRIA MODERNA).

AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE A UMA MORATÓRIA MODERNA).

As moedas metálicas tinham o seu valor baseado no seu peso e pureza (ouro, prata).
Os romanos para financiar suas guerras de conquistas reduziam o peso e a pureza do ouro contido nas moedas (era um tipo de inflação ou desvalorização da moeda).
Os governos imperiais e monárquicos achavam-se no direito de falsificar a moeda da mesma maneira que os romanos. Nos tempos mais contemporâneos muitas nações deixaram de honrar o compromisso com sua moeda.

Podemos enumerar os prejuízos (tipo de moratória ou quebra) que deram:

a) a Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na primeira guerra mundial. Após a guerra, em 1925, retornou para a conversibilidade à paridade de antes da guerra. Foi semelhante a um tiro no peito;

b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da Libra esterlina (foi o início do fim da Libra como moeda reserva mundial); 

c) em 1944, na conferência de Bretton Woods, os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos (foi o início do cano);

d) o caso Alemão 1948: Sexta-feira, 18 de junho de 1948. Os alemães (e o mundo) ouviram no rádio: "A primeira lei da reforma do sistema financeiro alemão foi anunciada pelos governos militares do Reino Unido, Estados Unidos e França, a entrar em vigor em 20 de junho de 1948. A moeda alemã válida até hoje será tirada de circulação por essa lei. O novo dinheiro se chamará marco alemão".  As pessoas do mundo inteiro que haviam comprado marco alemão antigo e guardado, confiando na capacidade alemã de soerguer, perderam tudo (foi uma espécie de cano).

e) US$ PADRÃO OURO: em 15/08/1971 os USA abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods (o ouro passa a ser considerado uma mercadoria como as outras). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Em 2002 US$348,00, 2003 US$438,40, em 2012 US$1675,80, em 10/2013 US$ 1323,70. Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA  (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, retorno de capitais investidos no exterior) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.  

f) EURO: nasce como moeda em 01/01/2002 (como moeda escritural em 01/01/1999).

g) A VANTAGEM DE QUEM EMITE A MOEDA RESERVA MUNDIAL: tem as menores taxas de juros do mundo. Quanto mais emite (monetiza) maior é a procura por seus títulos (aversão ao risco dos outros países) e menores as taxas de juros para seus títulos (são os mais seguros). Podem comprar e investir (fatores de produção) à vontade no exterior (a contrapartida são juros e lucros, além do poder da propriedade). Pode suportar déficits em Transações Correntes com o exterior por anos, assim como na política fiscal. O mundo fica a seus pés. marco aurélio garcia, 03/2011.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

EFEITO DO CÂMBIO NO PIB.


EFEITO DO CÂMBIO NO PIB.
Indicadores econômicos  -  Países selecionados – PIB nominal - US$ bilhões
Países 2007 2008 2009 2010 2011 2012 20131/ 20141/
África
  África do Sul  285,8   273,5   285,2   363,2   402,2   384,3   353,9   371,2 
Ásia
  China 3 494,2  4 520,0  4 990,5  5 930,4  7 322,0  8 221,0  8 939,3  9 761,2 
  Coreia do Sul 1 049,2   931,4   834,1  1 014,9  1 114,5  1 129,5  1 197,5  1 271,3 
  Índia 1 238,5  1 223,2  1 365,3  1 711,0  1 872,9  1 841,7  1 758,2  1 750,0 
  Indonésia  432,2   510,8   538,8   709,5   846,2   878,5   867,5   863,2 
  Taiwan  393,1   400,2   377,6   428,2   464,0   474,1   484,7   517,0 
  Tailândia  247,0   272,6   263,7   318,9   345,7   366,0   400,9   422,3 
Europa
  Polônia  425,3   529,4   431,5   469,8   515,7   489,8   513,9   544,0 
  Rússia 1 299,7  1 660,9  1 222,7  1 524,9  1 899,1  2 029,8  2 117,8  2 215,4 
  Turquia  647,1   730,3   614,6   731,1   774,8   788,3   821,8   851,4 
América Latina
  Argentina  260,1   324,4   305,8   367,6   444,6   475,2   484,6   497,2 
  Brasil  1 366,5  1 650,9  1 625,6  2 143,9  2 475,1  2 252,6  2 190,2  2 169,8 
  Chile  173,1   179,5   172,1   217,3   251,0   268,2   281,7   301,9 
  México 1 042,7  1 100,7   894,6  1 046,7  1 160,7  1 177,4  1 327,0  1 395,6 
  Venezuela2/  230,4   315,6   329,4   295,6   316,5   381,3   367,5   377,0 
 Fonte:  Bacen .FMI – Outubro/2013 e IBGE.   - 1 Previsão FMI - 2 Estimativa FMI, inclusive 2011.
Uma política econômica inadequada provoca a desvalorização da moeda pátria e da riqueza da nação. O PIB cai, o per capta acompanha (cai o poder de compra de todos).  Um país que fixa o câmbio oficial superior ao paralelo (valoriza a sua moeda em relação ao dólar), mantém uma conjuntura artificial, insustentável no tempo, que se não revertida a tempo, quebra a nação. O PIB medido pelo câmbio oficial é falso, o verdadeiro seria o de mercado. Casos atuais da Argentina e da Venezuela. Com a globalização está ficando muito maior a percepção da população.

 MAG 10/2013.