domingo, 24 de março de 2013

ALGUNS CONCEITOS ECONÔMICOS (“economês”).

ALGUNS CONCEITOS ECONÔMICOS (“economês”).

1) NAIRU (Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment); TAXA DE DESEMPREGO QUE NÃO ACELERA A INFLAÇÃO.
2) NAICU (Non-Accelerating Inflation Rate of Capacity Utilization); Taxa de utilização da capacidade instalada que não acelera a inflação.
3) NUCI: NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA
4) PIB POTENCIAL, CAPACIDADE DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA.
5) HIATO DO PRODUTO, diferença entre o PIB potencial e o efetivo.
6) HIATO INFLACIONÁRIO demanda agregada maior do que a oferta agregada em situação de pleno emprego dos fatores.
7) HIATO DEFLACIONÁRIO oferta agregada maior do que a demanda agregada em situação de desemprego;
8) Em 1906, Knut Wicksell escreveu: "o problema fundamental da ciência monetária" teria solução teórica e prática, bastando para isso a adequada manipulação da taxa de juro, "reduzindo-a quando os preços estivessem em baixa, e elevando-a quando se mostrassem em alta."
9) MODELOS ECONÔMICOS: modelo é uma representação simplificada da realidade e como tal deve ser entendido. É a expressão matemática de uma teoria econômica. Formulação de um modelo econômico: a) delimitar o fenômeno ou grupos de fenômenos que se deseja estudar; b) localizar as variáveis; c) estabelecer as relações existentes entre as variáveis (equações); d) ter uma ideia definida da finalidade que deverá alcançar.
10) VARIÁVEIS E PARÂMETROS: a) Variáveis endógenas são as que influenciam e são influenciadas pelo conjunto de relações e pelo modelo; b) Variáveis exógenas são as que influenciam o modelo sem serem influenciadas por ele; c) Perturbações aleatórias são as que são introduzidas para recolher o efeito conjunto de múltiplas variáveis, individualmente irrelevantes,  que não figuram no modelo; Parâmetros são magnitudes que expressam a influência de fatores quantitativos e não quantitativos.
11) RELAÇÕES OU EQUAÇÕES: a) Relações de comportamento definem as ações dos agentes econômicos (equação de demanda); b) Relações técnicas expressam as condições nas quais se estudam um processo técnico ou de fabricação (função de produção); c) relações contábeis expressam a identidade quantitativa entre magnitudes econômicas (relações das contas nacionais); d) Relações estruturais são as funcionais que integram e definem um modelo; e) Parâmetros estruturais são os valores concretos que expressam uma determinada estrutura.
12) TIPOS DE MODELOS: a) uniequacionais e multiequacionais; b) lineares e não lineares; c) estáticos e dinâmicos (discretos e contínuos); d) abertos e fechados; e) microeconômicos e macroeconômicos; f) de previsão e de decisão; g) exatos e estocásticos.
13) REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO: a) com capacidade ociosa (com ou sem deflação); b) sem capacidade ociosa (com ou sem inflação).
14) PREÇOS DE PRODUTOS EXPORTADOS: a) Quedas pioram a relação de trocas (redução de renda real pode provocar depreciação cambial); b) Aumentos melhoram a relação de trocas (aumento da renda real pode provocar apreciação cambial).
15) EXPECTATIVAS DE VALORIZAÇÃO CAMBIAL (do real, desvalorização do dólar): pode aumentar a oferta de dólares futuros (swaps) desvalorizando-os mais ainda e por extensão o à vista. O BC pode dificultar e limitar as operações domésticas futuras (mas não alcança operações no exterior). Pode dificultar a entrada de capitais de curto prazo e comprar o excesso de oferta e dólares à vista e futuros (swaps cambiais reversos); 
15.1) EXPECTATIVAS DE DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL (do real, valorização do dólar): pode aumentar a demanda por dólares futuros valorizando-os mais ainda e por extensão o à vista. O BC pode fazer swaps cambiais e vender à vista para atender a demanda.
O  BC tem a obrigação PRUDENCIAL  de normatizar e monitorar as operações futuras e de derivativos dos bancos evitando riscos superiores à capacidade dos mesmos (suportar e honrar perdas).
AS OPERAÇÕES COM  MOEDAS TÊM POR LIMITE A EXISTÊNCIA DAS MESMAS.
AS OPERAÇÕES FUTURAS E DERIVATIVOS DEVEM TER LIMITES FIXADOS PELO BC, POIS SÃO VIRTUAIS E NÃO TÊM LIMITE (evitar jogatinas irresponsáveis e insolvências).
O BC não deve atuar contra a tendência, defendendo posição artificial. 
O BC não deve atuar contra a tendência, defendendo posição artificial. 
16) DEFLAÇÃO E EMPOÇAMENTO DE LIQUIDEZ: quando as bolhas de preços de ativos furam (perda de riqueza com a desvalorização dos ativos e insegurança) é normal ocorrer aversão ao risco e busca de aplicações nos títulos do país que emite a moeda considerada reserva mundial. Isto provoca a redução dos juros dos títulos emitidos por este país. Ao mesmo tempo ocorre uma redução da liquidez para empréstimos ao setor privado (é o que se pode chamar de empoçamento de liquidez). A quantidade de moeda cai (na crise de 30 caiu em um terço). Milton Friedman estudou este fenômeno e aconselhou aos BCs evitar a queda da quantidade de moeda para reduzir os efeitos da crise (sofrimentos). O sofrimento da perda de riqueza (desvalorização de ativos) persiste e provoca redução das atividades. Os USA na crise atual adotou os QE (quantitative easing - comprar títulos em poder do público) para evitar a queda da liquidez e das atividades.
17) PEA: população economicamente ativa (= pessoas da PIA empregadas). PIA: população em idade ativa. TAXA DE DESEMPREGO: pessoas da PIA procurando emprego
18) LIBERALISMO: pensamento que defende a supremacia das leis sobre as autoridades (o poder é da lei e não da autoridade). É a favor de normas que  reduzam o poder discricionário das autoridades e contra as que aumentam. É também contra as normas e os regulamentos que criam dificuldades para oportunizar a venda de facilidades. É a favor da concorrência e do mercado, inúmeros interesses em jogo para definir preços. É obrigação do governo estabelecer as regras do jogo e defender a concorrência e o mais fraco contra o mais forte (evitar monopólios e fiscalizar oligopólios);
19) MONETARISMO: pensamento econômico que afirma que a estabilidade do poder de compra da moeda é necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento sustentado. Recomenda para o controle da inflação:
a) a utilização da taxa básica de juros como a ferramenta mais poderosa para adequar e harmonizar a velocidade de crescimento da oferta e da demanda, controlar a liquidez e o volume de crédito. Fixar acima da taxa neutra ou estrutural, quando ocorre inflação ascendente, abaixo quando a inflação está controlada e a tendência de crescimento não ocorre;
      b) o controle da dívida pública (se alta através de superávits primários);
     c)  o crescimento da liquidez constante (entre 3% e 5% para não causar inseguranças e imprevisibilidades) e em harmonia com o crescimento econômico.
MAG 03/2013.  



2) PNB e PIB - O QUE ENTRA E O QUE NÃO ENTRA NO CÁLCULO.
DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL - OPÇÃO POR REDUÇÃO DO PIB (POBREZA).

 PNB (produto nacional bruto): é o total dos valores adicionados pelos diversos setores da economia ao processo produtivo. Valor Adicionado: conceito que mede a contribuição de cada setor ao processo produtivo (sem duplicações). O PNB mede a capacidade de criação de valor da economia. É a soma de: bens econômicos (tangíveis e intangíveis) produzidos para o mercado + retenção de mercadorias pelos produtores para o consumo + valor do aluguel das casas habitadas pelos proprietários + salários in natura (aluguéis, mercadorias, etc.). PNB = RNB (renda nacional bruta) = total das remunerações pagas aos fatores de produção (salários + juros + lucros + aluguéis). PNB = RNB = DNB (despesa nacional bruta) = valor total das despesas em bens para uso final (mercadorias e serviços para o consumo e investimentos).
Não se inclui no cálculo do PNB: serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida pública,) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando, etc.).
Fazem parte do PIB produtos benéficos (pão, medicamentos) e maléficos (fumo, bebidas, armas), necessários (alimentos) e desnecessários (pirâmides do Egito).
Os liberais e monetaristas condenam os gastos desnecessários como um mal para a economia, os keynesianos defendem os gastos sejam eles quais forem.
PIB (produto interno bruto): é o PNB ajustado para somar os recebimentos procedentes de rendas do exterior e deduzir as remessas ao exterior.
RLFE (renda líquida de fatores do exterior) = recebimentos menos remessas de rendas para o exterior (Rec. - Rem.).
 PNB = PIB + - RLFE = PIB + Rec. – Rem., portanto PIB = PNB – Rec. + Rem.
 PNB = C + I +G + E – M + Rec. – Rem. e PIB = C + I + G + E - M
Pelas definições acima vimos que não entra no cálculo do PNB e do PIB a propriedade de ativos, internos ou externos, entram apenas os bens econômicos produzidos para o mercado. Então não entra no PNB a propriedade de bens intelectuais (os ativos protegidos por registros), o capital de empresas no exterior, o capital emprestado ao exterior, a propriedade de qualquer ativo no exterior. Apesar de não entrar no cálculo do PNB, seus rendimentos (lucros, aluguéis, juros, royalties) entram. Semelhante aos aluguéis das casas residenciais. O ativo casa não entra, mas é representado pelo valor do aluguel que é semelhante a uma renda (renda = produto). Melhores as residências maiores os aluguéis e o PIB. Da mesma maneira a propriedade de ativos no exterior é representada no PNB pelas suas rendas (lucros, juros, royalties, etc.).
EFEITO DA DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA (para privilegiar exportadores): acomoda a necessidade (e a motivação) da busca de melhoria contínua de qualidade e gestão; transfere recursos da parte eficiente (a competitiva) da economia para proteger os incompetentes e privilegiar os competitivos que exportam (a maioria empresas. com capitais estrangeiros); é opção por redução de poder de compra da população, da demanda e do PIB (empregos inclusive); é opção por parque industrial atrasado e não competitivo.   
Outro efeito muito importante e não divulgado da desvalorização cambial é o barateamento dos ativos nacionais (empresas, imóveis, etc.) e sua conseqüente transferência de titularidade para estrangeiros. Os ativos sendo de propriedade de estrangeiros têm como contrapartida a remessa de lucros (o maior saldo negativo da conta transações correntes do balanço de pagamentos brasileiro).
EXCESSO DE RESERVAS PARA EVITAR VALORIZAÇÃO CAMBIAL: se originada de compras feitas pelo BC para dar liquidez ao mercado é correto. Se, porém, é originada de excessos de compras de moedas para evitar valorização cambial é errado. O excesso de reserva se aplicado com rendimento de juros menores do que a inflação é como se estivéssemos fazendo uma doação ao país emissor da moeda reserva mundial (pobres doando para ricos). É pobre financiando rico.
No momento atual o Brasil tem excesso de reserva e aplica em títulos de liquidez mais alta (e juros menores). Como temos necessidade de captar poupança externa em torno de US$65 bi. em 2012, é aceitável e recomendado que o excesso da reserva seja aplicado financiando empresas (e bancos) brasileiras que fazem captação no exterior (através do BNDES e BB que têm expertise em financiamentos).
Se aplicarmos em títulos americanos estaremos financiando o Fed (com juros baixos) a monetizar o mundo, cobrando juros baixos dos bancos, que reemprestam a empresas brasileiras (e ao TN) cobrando juros altos. MAG 01/03/2012. 



sábado, 2 de março de 2013

META DE INFLAÇÃO POSSÍVEL E IDEAL (PROPOSIÇÃO).


META DE INFLAÇÃO POSSÍVEL E IDEAL (PROPOSIÇÃO).
A meta de inflação do Brasil, de responsabilidade do CMN (Conselho Monetário Nacional), tem sido fixada, desde 2005, em 4,5% + ou – 2% (intervalo entre 2,5% e 6,5%). Sabemos que uma meta de inflação de 4,5% não é a adequada para a estabilidade monetária nem para o crescimento sustentado. Se a estabilidade monetária é condição necessária (mas não o suficiente) para o crescimento sustentado, fixar uma meta de inflação de 4,5% por mais de 9 anos é o mesmo que estabelecer uma condição impeditiva para que o mesmo aconteça. Sabemos também que não devemos fixar uma meta de inflação extremamente difícil de ser alcançada e que não consiga credibilidade dos agentes econômicos. A política monetária deve ser transparente e acreditada (facilitar a previsibilidade). Deixamos passar oportunidades de projetar quedas da meta de 4,5% até atingir o objetivo de 3%. O CMN ao fixar a meta em 4,5% por mais de 9 anos passou para os agentes econômicos a mensagem que não tem um forte compromisso com a estabilidade monetária e com o poder de compra da moeda. Deixou a mensagem, demagógica, de que prefere e concorda com mais um pouco de inflação para obter um pouco de crescimento no curto prazo, sem ter que trabalhar a qualidade dos gastos públicos (politicamente desgastante e difícil). As trabalhosas, necessárias e politicamente arriscadas reformas estruturais (trabalhista, justiça do trabalho, previdenciária, tributária), que ocasionaram o mensalão, seriam tocadas sem compromisso e dentro do possível. Somado a isto um governo que deixou mensagens não confortáveis (quase inamistosas) para o capital (investimentos). O resultado é o previsível, piora do ambiente de negócios, queda dos investimentos e do PIB. Isto além de deixar vazar mensagens de que era contra o vitorioso tripé (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário) e a lei de responsabilidade fiscal. Estavam construindo a nova matriz econômica, só entendível por economistas que apelido de turma do pensamento mágico (as viúvas derrotadas do socialismo e da queda do muro, os admiradores de ditadores sanguinários, como Cuba). Chegaram ao cúmulo de pagar a ativistas profissionais para constranger a cubana Yoani Sánches em visita ao Brasil (obtendo efeito contrário). Considerando que a conjuntura construída por esta turma de economistas que dirige o país (de pensamento mágico) é de retorno do processo inflacionário (bem verdade que nos últimos dias temos visto declarações racionais) não seria acreditável fixar uma meta de inflação de 3% no momento. Mas copiando a máxima de administração de que as metas não devem ser tão altas que estimulem o desânimo, nem tão baixas que estimulem a complacência e, que o ideal não deve impedir o possível, considero o momento adequado para o CMN fixar a META POSSÍVEL DE 4,5% (com desvio de + - 1%) E A IDEAL DE 3%. Seria um compromisso do governo com a população de respeito e busca da meta ideal. Para as expectativas seria muito favorável. MAG 03/2013.
METAS DE INFLAÇÃO

ANO
DATA
META
BANDA
IPCA
PIB
SELIC
ORIG.
CORRIG.
DEZ.
DIFER.
1999
30/06/99
8
8
+ - 2
8,94
0,3
19
-6
2000
30/06/99
6
6
+ - 2
5,97
4,3
15,75
-3,25
2001
30/06/99
4
4
+ - 2
7,67
1,3
19
+3,25
2002
28/06/00
3,5
3,5
+ - 2
12,53
2,7
25
+6
2003
28/06/01
3,25
8,5
+ - 2
9,30
1,1
16,5
-8,5
2003
27/06/02
4
8,5
+ - 2,5
9,30
=
16,5
-8,5
2004
27/06/02
3,75
5,5
+ - 2,5
7,60
5,7
17,75
+1
2004
25/06/03
5,5
5,5
+ - 2,5
7,60
=
17,75
+1
2005
25/06/03
4,5
4,5
+ - 2,5
5,69
3,2
18
+0,25
2006
30/06/04
4,5
4,5
+ - 2
3,14
4,0
13,25
-4,75
2007
23/06/05
4,5
4,5
+ - 2
4,46
6,1
11,25
-2,0
2008
29/06/06
4,5
4,5
+ - 2
5,90
5,2
13,75
+2,5
2009
26/06/07
4,5
4,5
+ - 2
4,31
-0,36
8,75
-5,00
2010
01/07/08
4,5
4,5
+ - 2
5,91
7,5
10,75
+2,00
2011
30/06/09
4,5
x
+ -2
6,50
2,7
11,0
0,25
2012
006/2010
4,5
x
+ - 2
5,84
0,9
7,25
-3,75
2013
06/2011
4,5
x
+ - 2
x
x
x
x