domingo, 28 de dezembro de 2014

AS FRASES DE KEYNES QUE LEVARAM AO DESCONTROLE INFLACIONÁRIO E ÀS BOLHAS DE ATIVOS.

AS FRASES DE KEYNES QUE LEVARAM AO DESCONTROLE INFLACIONÁRIO E ÀS BOLHAS DE ATIVOS.

No livro “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” publicado em 1936, Keynes, entre escritos que mudaram o modo de estudar a teoria econômica, podemos dizer que revolucionou os estudos da macroeconomia, também deixou registrado:

“É lícito crer que a manutenção mais ou menos contínua de uma situação de pleno emprego exigirá a baixa acentuada da taxa de juro, salvo se se verificar uma forte modificação na propensão global a consumir (incluindo o estado).”
“Tão logo se alcance o pleno emprego, a unidade de salários e os preços é que subirão na medida exatamente proporcional ao aumento da demanda efetiva.”

“O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.” 

“O antigo Egito tinha o duplo privilégio, que sem dúvida explica a sua riqueza fabulosa, de possuir duas espécies de atividades, a construção de pirâmides e a extração de metais preciosos, cujos frutos, pelos fatos de servirem às necessidades do homem sem ser consumidos, não se aviltavam por serem abundantes. A Idade média edificou catedrais e entoou cânticos.”

RESUMINDO: os seguidores de Keynes (heterodoxos, keynesianos, desenvolvimentistas) entenderam que podiam elevar os gastos públicos sem se preocupar com déficits e ao mesmo tempo abaixar as taxas de juros de mercado através da monetização e que a riqueza aconteceria num passe de mágica, semelhante ao paraíso. Introduziram a aversão ao lucro e as medidas artificiais de tabelamentos dos preços e do câmbio (preços reprimidos), apesar de Keynes ter defendido o câmbio flutuante.
O resultado foi a inflação, a hiperinflação, a estagflação, as bolhas de ativos (seu furo e crises) e a crise cambial (quebras e moratórias).

Adam Smith (1776) em seu livro “A Riqueza das Nações” havia condenado o excesso de gastos improdutivos (consumo ou investimentos) como causa de queda da riqueza das nações (o excesso com os gastos da corte e da armada). Descreveu as relações gastos produtivos e improdutivos.


Knut Wicksell em seu livro “Lições de Economia Política” de 1911 havia descrito a relação entre a taxa de juro de mercado x a taxa de juro natural (evoluído pelos monetaristas atuais para taxa básica de juros x taxa neutra de mercado). MAGECONOMIA 12/2014.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A “NOVA MATRIZ ECONÔMICA” O CÂMBIO E A INFLAÇÃO.


A “NOVA MATRIZ ECONÔMICA” O CÂMBIO E A INFLAÇÃO.

A equipe econômica do governo DR iniciou em  2011 o abandono do tripé (meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante) implantado no país por Armínio Fraga e mantido pelo governo Lula, com sucesso, até 2008. Com o abandono da responsabilidade com o superávit primário, inicia a queda da taxa básica em 10/2011 até que em 10/2012 chega em 7,25%, mesmo com o IPCA atingindo o teto da meta. É uma Selic negativa considerando a redução do IRRF e do IPCA.  Em 04/2013 iniciam aumentos graduais da Selic e operações de Swaps cambiais para tentar controlar a inflação. Isto após o Saldo em Transações Correntes caminhar a passos largos para US$ 80 bi. negativos anuais (insustentável no tempo). O BC coloca US$ 100 bi. das reservas em jogo através de Swaps (despesa da união sem contrapartida material ou de serviços).
Sabemos que uma política monetária e fiscal consideradas insustentáveis ou irresponsáveis (demagógicas) afeta as expectativas e o câmbio antes de afetar os preços (o câmbio antecede os aumentos dos preços). Isto dá a ilusão de que o câmbio é causa e os preços efeito, mas a causa primeira é a política monetária e fiscal inadequada à conjuntura do momento e prospectiva (cenários). O câmbio rapidamente passou de expectativa de valorização para desvalorização (influência das políticas fiscais e monetárias expansionistas).
Podemos definir esta política como heterodoxa (uma coisa diferente do considerado correto pela maioria), nunca como keynesiana, pois Keynes era contra a inflação e a favor de câmbio flutuante.

Em 2012 recebi de um competente jornalista de economia e finanças as correspondências abaixo:

21/05/2012 O pior é que o governo vai insistir nas artificialidades! O MF anuncia em breve mais medidas! O modelo esgotou, mas eles vão forçar a mão no crédito. Em toda a história financeira, sempre que o governo forçou a mão no crédito acabou em desastre!

14/08/2012 O câmbio alto e o juro baixo são uma política de Estado agora! E o governo vai defender isso de todas as formas, não importando as distorções que isso venha causar. Acho ruim, pois o governo faz uma tremenda transferência de renda da população para o setor industrial, que nem sempre responde de forma “justa” a essas benesses do governo.


VC US$
%
IPCA
IGPM
MOVIMENTOS NO CÂMBIO US$
Fluxo
Cambial
Saldo
Trans. Corr.
Swaps US$
Interv.
Cambiais
do BC

2010
-4,30
5,91
11,32
24354
-47518
x
41952
2011
12,57
6,50
5,10
65279
-52612
x
50107
2012
8,94
5,84
7,82
16753
-54246
2065
5686
2013
14,65
5,91
5,51
-12261
-81374
75105
-11520
11/2014
9,28
6,56
3,66
8270
-80030
101409
16786

MAG 12/2014.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

BANCO CENTRAL REDUZ A PREVISÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO PARA 0,2% EM 2014.

BANCO CENTRAL REDUZ A PREVISÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO PARA 0,2% EM 2014.

SERÁ QUE A TURMA DOS ECONOMISTAS DE PENSAMENTO MÁGICO (HETERODOXOS, KEYNESIANOS QUE NÃO ESTUDARAM KEYNES CORRETAMENTE, QUE NÃO SABEM QUE ELE ERA UM CLÁSSICO ANTES DE 1936) APRENDERÁ QUE: a receita gaste à vontade, tanto faz investimento produtivo ou improdutivo, abaixe a taxa básica de juro, mais um pouco de inflação não faz mal (até faz bem) e o crescimento acontecerá em um passe de mágica, ESTÁ ERRADA? Que a austeridade na verdade é responsabilidade fiscal e monetária e o caminho para o CRESCIMENTO SUSTENTADO? Que irresponsabilidade fiscal e monetária levam à estagflação (inflação sem crescimento)? Por incrível que pareça uma grande turma ainda não aprendeu. Uns viraram adeptos da responsabilidade fiscal sem ter a coragem de desdizerem as bobagens e ignorâncias que escreviam antes. A maioria ainda não teve a coragem de escrever que:
  a) o pensamento MONETARISTA está correto, a estabilidade monetária é condição essencial para o crescimento sustentado, apesar de não ser o suficiente. A irresponsabilidade fiscal faz a inflação e os juros de mercado subirem;
  b) a receita keynesiana (heterodoxa, desenvolvimentista) de desenvolvimento econômico é o caminho mais rápido para a hiperinflação e a seguir a estagflação; 
  c) que ser contra o lucro e represar preços desmotiva investimentos;
  d) que tentar controlar câmbio artificialmente é o caminho mais rápido para crise cambial.

Todos devem um mea culpa para sociedade brasileira e para seus alunos e leitores. 
MAG 12/2014. 


http://www.valor.com.br/financas/3834762/bc-reduz-previsao-de-crescimento-do-pib-em-2014-02

domingo, 21 de dezembro de 2014

CAUSAS E EFEITOS (O SABER E A IGNORÂNCIA).


CAUSAS E EFEITOS (O SABER E A IGNORÂNCIA).

Ainda sobre causas e efeitos, o saber e a ignorância. A confusão entre o que é causa e o que é efeito definem o saber e a ignorância em teoria econômica (e em quase todas as ciências). Como a economia é dinâmica, sempre um processo em movimento, acontecem muitas análises que confundem causa com efeito. As causas e os efeitos podem ser definidos em (considerando o objetivo deste estudo):

      a)    Principais e Secundários;
      b)     Controláveis, Influenciáveis e de Mercado;     
      c)    Internas e Externas;
      d)    Naturais.  

Podem também ser definidas em:

     a)    Exógenas. São as que influenciam outras variáveis, mas não são influenciadas por elas. Exemplo: A emissão de moeda e os gastos do governo dependem da ação da autoridade econômica;
     b) Endógenas. São as que influenciam e são influenciadas. Exemplo: consumo, POB, etc.
     c)    Dependentes. Dependem de outras variáveis;
     d)    Independentes. Não dependem de outras variáveis.

Como a economia é um processo em movimento as causa e os efeitos estão sempre acontecendo e influenciando as expectativas, que são ao mesmo tempo efeito da conjuntura passada e presente e causa (variável influenciável) da conjuntura prospectiva. Alarmar os agentes econômicos é mais fácil do que torná-los otimistas e racionais. Expectativas racionais de mercado influenciam possíveis cenários econômicos, previsíveis pela teoria econômica, mas que sofrem influências emocionais. Confiança nas instituições e nas autoridades aumentam a segurança e a previsibilidade facilitando as previsões e influenciando positivamente as expectativas.

A taxa básica de juro (Selic no Brasil) é uma variável controlável e principal. A sua fixação é feita pela autoridade monetária (uma causa) objetivando adequar a inflação à meta estabelecida (também controlável) através da redução (ou aumento) dos meios de pagamentos ampliados (efeito), que influenciam as atividades econômicas (efeito) adequando-as à possibilidade do momento.
A taxa de juro de mercado (as passadas e a atual, a evolução da curva de juro) é uma causa (às vezes a principal) para ajudar a fixar a taxa básica e um efeito (variável influenciável) da fixação da taxa básica passada.

O efeito do aumento da taxa básica (variável interna controlável e principal) se verificará entre outras coisas na curva de juros de mercado (variável interna influenciável), aumentando a parte curta da curva e reduzindo a parte longa, por efeito do controle e da redução das expectativas de inflação. Outro efeito do aumento da taxa básica é a melhoria das contas externas por efeito de redução da demanda doméstica (reduz importações e sobram produtos para exportar). O inverso também acontece: uma taxa básica inadequadamente baixa aumenta as expectativas de inflação, os juros longos de mercado, a demanda, as importações e reduz a motivação para exportar (existe demanda interna excedente). A crise cambial com saldos negativos em transações correntes também é um efeito. No câmbio o efeito de uma taxa básica inadequadamente baixa é a provável redução da entrada de capitais e a desvalorização cambial (com suas influências na inflação e no balanço comercial). Normalmente a insegurança passada ao mercado por uma política monetária expansionista e errada (quase sempre demagogia política) afeta imediatamente o câmbio desvalorizando-o antes de afetar os preços (inflar o processo inflacionário).

Se o BC fizer operações de venda de dólar à vista e swaps (venda futura de dólar x real) para evitar a desvalorização cambial ele estará colocando em risco despesas para o orçamento da união sem nenhuma contrapartida em materiais ou serviços (apenas uma perda em jogo financeiro). Tais operações são aceitas como normais apenas para ajudar a suportar uma redução momentânea da liquidez (algum fluxo anormal ao exterior ou algum problema de liquidez). Um pagamento de uma grande importação, alguma insegurança momentânea sem fundamentação econômica que a suporte, mas nunca para sustentar artificialmente o valor do real (política eleitoral de taxa básica inadequada, atrasar a desvalorização para após a eleição, etc.). O BC tinha US$ 2 bilhões em operações de swaps cambiais em 2012, em 2013 passou para US$ 75,105 bilhões, em 19/12/2014 passou para US$ 108,588 bilhões, tentando segurar a desvalorização do real. Isto é uma política cambial definida para segurar o valor do real, completamente diferente de operações eventuais para suprir a falta momentânea de liquidez. Sustentar uma taxa de câmbio artificial só é possível por um tempo, sempre estoura dando prejuízo ao estado.

Outro aparente erro da política monetária do BC é a comunicação inadequada. Passa a mensagem de que a meta é a redução da taxa básica e não a da inflação.

A política fiscal abandonou o compromisso com o superávit primário e passou insegurança ao mercado com operações que dificultavam e falseavam o entendimento da contabilidade (apelidada de contabilidade criativa ou artificial). MAG 12/2014.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

ESTUDO COMPARADO DOS SISTEMAS ECONÔMICOS. Capitalismo de mercado x Comunismo, Capitalismo de estado.

Capitalismo de mercado x Comunismo, Capitalismo de estado.

Artigo escrito em maio/1996 para explicar que o pensamento liberal nasceu objetivando limitar o poder discricionário das autoridades (monarquia absolutista, uma forma de centralização do poder) através de NORMAS (que é o princípio fundamental do liberalismo). No liberalismo o poder deve ser da norma e não da autoridade.
A definição de pensamento liberal era agredida diariamente nos jornais e por acadêmicos desonestos ou ignorantes (os alunos que estudaram em apostilas aprenderam errado).

Todos os sistemas econômicos são CAPITALISTAS, inclusive o COMUNISMO. A diferença é a propriedade do Capital, no capitalismo ela é privada, no comunismo ela é do estado. 

1) CAPITALISMO: Economia de mercado. O liberalismo é a forma mais evoluída do capitalismo (a menor presença estatal possível, a maior quando necessária). O Capitalismo de estado é uma variante que facilita a corrupção e agrega muito dos pontos negativos do comunismo. Na verdade todos os sistemas econômicos são CAPITALISTAS, inclusive o COMUNISMO. A diferença é a propriedade do Capital, no capitalismo ela é privada, no comunismo ela é do estado.  
O capitalismo é um regime econômico onde são permitidos o Lucro e a Propriedade Privada como forma de estímulo à produção e ao crescimento econômico. Para que a propriedade privada e o lucro aconteçam é necessário que a economia seja livre (para ser livre ela precisa das regras do jogo fixadas antecipadamente). Por isso o Capitalismo é também chamado de economia Liberal ou de Mercado. O liberalismo fundamenta-se na existência de NORMAS que regulem as regras do jogo (um dos princípios) e que limitem o poder discricionário dos governos ou dos mais fortes (governo ou monopólios). O governo intervém para buscar o Bem Comum e evitar desequilíbrios entre os agentes econômicos (através de leis e órgãos reguladores), defendendo os consumidores e a concorrência. A poupança nacional é individual e gerida individualmente. As empresas, para conseguir lucro e a sobrevivência procuram produzir de acordo com as necessidades e os desejos dos consumidores. Os preços são livres. Utiliza os talentos existentes na população para produzir e dirigir. Em tese utiliza todos os cérebros existentes no país. Os proprietários, buscando o lucro, buscam também os melhores dirigentes e ganhos constantes de produtividade (desenvolvimento e melhoria contínua são o caminho da sobrevivência). 

2) COMUNISMO: Economia planificada e com direção centralizada. Por seus princípios básicos o comunismo não permite o liberalismo, seu funcionamento exige um regime totalitário e autoritário (partido único inclusive). Regime econômico onde não são permitidos o Lucro e a Propriedade Privada. Para que isto aconteça é necessário que o governo atue em lugar dos agentes econômicos, planificando e centralizando a direção. Por este motivo, é chamada de Economia Planificada, Centralizada, Dirigida. A poupança nacional é gerida pelo governo. A produção procura ganhos de escala e tem pouco compromisso com as necessidades e vontades dos consumidores. Os preços são controlados. A planificação centralizada da economia induz a um regime político autoritário e com eliminação das liberdades individuais. Utiliza os funcionários públicos para dirigir e planificar. Nem sempre são os melhores talentos (na prática formam uma burocracia elitizada e privilegiada). Não priorizando o lucro, não priorizam ganhos de produtividade.  A produção, sendo planificada e centralizada, não procura atender os desejos dos clientes (consumidores), produzindo-se, em consequência, produtos desatualizados. Os comunistas procuram ganhar em economia de escala e produzir a custos menores, mas, na prática, os custos menores são para produtos de qualidade muito inferior. O comunismo procura melhorar a distribuição da renda, mas o produto não crescendo não há o que distribuir (a pobreza generaliza-se). A prática mostrou acontecer faltas de produtos e filas para compras, além de elite dirigente corrupta.

J. M.  Keynes: "os regimes autoritários contemporâneos parecem resolver o problema do desemprego à custa da eficiência e da liberdade."

QUADROS SINTÉTICOS COM DIFERENÇAS PRINCIPAIS.
VARIÁVEIS ECONÔMICAS
LIBERAIS (economia de mercado) e CONSERVADORES
COMUNISTAS (esquerda, socialistas, economia planificada, centralizada)
LUCRO
SIM
NÃO
PROPRIEDADE
SIM
NÃO
HERANÇA
SIM (tributação mínima)
NÃO (tributação máxima)
PREÇOS
MERCADO
Controlados
PRODUÇÃO
MERCADO
Planificada
COMÉRCIO
LIVRE
Planificado
ESTATAIS
MÍNIMO
MÁXIMO
TRIBUTAÇÃO
MÍNIMA
MÁXIMA
ESTADO: OPERAR E REGULAR
SÓ Regular (funciona sem norma não normatize)
REGULAR E OPERAR

VARIÁVEIS POLÍTICAS
LIBERAIS (direita, economia de mercado) e CONSERVADORES
COMUNISTAS (esquerda, socialistas, economia planificada, centralizada)
DIREITO DE IR E VIR
Sim
Não
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Sim
Não
LIBERDADE DE IMPRENSA
Sim
Não
LIBERDADE POLÍTICA
Sim
Não
PARTIDO POLÍTICO
Livre
Único.


VARIÁVEIS CULTURAIS
(COSTUMES).

CONSERVADORES
LIBERAIS
ESQUERDA
RELIGIÃO COSTUMES
Religiosos tradicionais
Religiosos, Laicos e progressistas. Abertos ao novo
Laicos
ABORTO
Contra e criminaliza
Contra, mas não criminaliza
Contra, mas não criminaliza
INSTITUIÇÕES
Tradicionais, democratas conservadores
Aberto ao novo, defendem a liberdade e democracia
Governo centralizado, ditadura
GOVERNO
Forte e centralizado, mas democrata
Descentralizado, com mais poderes a estados e municípios.
Forte, centralizado




3) CAPITALISMO (características e fundamentos):

Qualidade - De acordo com o mercado e a vontade dos consumidores.
Sobrevivência - A luta pelo mercado e pela sobrevivência induz a um processo de busca de melhoria contínua. O fator de produção evolução tecnológica provoca ganhos de produtividade e o desenvolvimento contínuo.
Preservação - O direito de herança induz à Preservação (poupança).
Problemas - Distribuição de Renda, Monopólios, Oligopólios, Controles de Mercado, Desemprego, Juros.

4) COMUNISMO (características e fundamentos):

Qualidade - De acordo com planejadores (funcionários públicos gestores). Não obedece a vontade dos consumidores. A evolução tecnológica e o desenvolvimento são mais lentos.
Sobrevivência - Determinada pelos gestores públicos. Não se submetem ao julgamento do mercado (consumidores) e do lucro (eficácia). Empresas deficitárias generalizam-se.
Preservação - Não existindo o direito de herança, elimina-se o maior indutor da preservação (poupança), que é o amor pelos filhos.
Problemas – Qualidade, Produtividade, Não crescimento econômico, Autoritarismo e Totalitarismo. Faltas de produtos, filas para compras e corrupção por parte da elite dirigente.

5) PROBLEMAS DO CAPITALISMO

a) Distribuição de Renda - Existe ainda, no capitalismo brasileiro, um segmento da economia onde a gerência não é individual, mas coletiva. É a gerência das poupanças dos trabalhadores destinadas às aposentadorias. São geridas pelos governos (Brasil, Europa, modelo Comunista) ou por fundos de pensão (gerência coletiva, sem fiscalização adequada e sem a utilização das competências e dos interesses individuais), onde o modelo gerencial aproxima-se mais do coletivismo do que do individualismo. Enfim, se os trabalhadores são obrigados a entregar suas poupanças para serem geridas por governos, por sindicatos ou por gerência coletiva, podemos dizer que grupos de interesses menos competentes e atuantes assumem a gerência beneficiando-se em detrimento de outros, que são prejudicados no Falso Sistema Capitalista, sendo obrigados a renunciar ao maior benefício do modelo econômico que é a liberdade de gerenciar suas poupanças. A má gerência dos governos e dos fundos de pensão dilapida a poupança dos trabalhadores (FGTS, FAT, INSS). Não tendo compromisso com os trabalhadores, não procuram a melhor rentabilidade e segurança para aplicar suas poupanças, optando sempre por projetos políticos (de viabilidade duvidosa), que pagam comissões ou vantagens. A consequência é a falta de compromisso com a segurança e a rentabilidade. Não prioriza as aplicações das poupanças para os empreendedores mais eficientes com projetos de melhores  viabilidades (mais  seguros e rentáveis). A poupança não sendo aplicada nos projetos mais rentáveis, não consegue o máximo crescimento econômico (sustentado) e o aumento da renda per capita.

b) Monopólios - Oligopólios - Controles de Mercado

Sendo o Capitalismo o regime econômico de livre mercado, ele traz dentro de si o germe de sua destruição (o excesso de liberdade), que permite a grupos de interesses dominarem segmentos da economia, eliminando a concorrência (não existindo concorrência, não existe livre mercado, nem capitalismo liberal). Estes grupos de interesses são os oligopólios ou monopólios. Existem segmentos da economia que são monopólios ou oligopólios naturais (rede de esgoto, rede elétrica, usinas hidroelétricas, etc.) e outros onde o livre mercado leva à concorrência excessiva ou predatória (os mais fortes eliminam os mais fracos e dominam o mercado). Da mesma maneira que a legislação oficializou a ideia de Bem Comum, hoje aceita por todos, ela deve procurar, permanente e continuadamente, evitar que o livre mercado e a concorrência sejam eliminados através do domínio de segmentos de mercado por grupos de interesses (o preço da liberdade, do livre mercado e da livre concorrência, é a eterna vigilância e a ação corretiva imediata). Para isto, devem ser feitas Leis de Proteção aos Consumidores e à Liberdade de Mercado (Livre Concorrência). Medidas econômicas de proteção à livre concorrência e aos consumidores devem ser tomadas, como facilitar as importações, financiar novos produtores e importadores, ou outras,  até que o equilíbrio volte a acontecer.

c) Emprego - Juros

Os agentes econômicos são os Trabalhadores, os Empresários (investidores) e os Capitalistas (poupadores). Apesar de parceiros no interesse final da economia, seus interesses particulares podem ser contrários. A luta contínua por ganhos de produtividade, pelas empresas, reduz a quantidade de empregos ofertados, reduzindo, em consequência, o Consumo (C) e a  procura (D) pelos produtos  das empresas. Os Trabalhadores por serem o maior contingente da economia, detêm a maior parte da Renda e da Poupança nacional. Os Empresários (investidores) buscam recursos com os Bancos (intermediários entre poupadores e investidores), procurando pagar a menor taxa de juros. Os Poupadores (os trabalhadores detêm a maior parte da Poupança Nacional) buscam a maior taxa de juros para suas Poupanças. Como as taxas de juros altas reduzem o Consumo ( C ), reduzem também o nível de  emprego e os novos Investimentos (I). Para mediar este problema, os governos procuram controlar as taxas de juros através dos Bancos Centrais e de seus Bancos de Desenvolvimento, ofertando recursos para Investimentos a juros baixos. Entretanto, para combater a inflação provocada por déficits do governo (corruptos, fracos, inconsequentes), aumenta-se a taxa de juros a níveis que induzam a redução da procura global (em consequência, ocorre desemprego).

6) PENSAMENTO LIBERAL

Substituir a ordem natural, espontânea e complexa dos mercados (infinitos interesses pessoais) pelas limitações do planejamento centralizado, dirigido por burocratas de governos (totalitários e autocráticos, onde a corrupção é facilitada), é o caminho do empobrecimento.  
O pensamento liberal defende e aceita um poder normativo (mais normas e menos poder discricionário de autoridades) e defensor da concorrência e dos interesses dos consumidores (não existe liberalismo sem concorrência). RESUMINDO: A MENOR PRESENÇA ESTATAL POSSÍVEL, A MAIOR QUANDO NECESSÁRIA. 

7) O Liberalismo é uma doutrina ou corrente de pensamento que defende a liberdade individual (os direitos individuais e civis), a livre iniciativa, o governo democrático (baseado no livre consentimento dos governados e estabelecido com base em eleições livres), a liberdade de expressão, a defesa da concorrência, instituições que obedeçam a lei igual para todos, a transparência, o direito de propriedade. O liberalismo nasceu combatendo o direito divino dos reis (e a hereditariedade), os privilégios da corte, dos militares e o sistema de religião oficial.

AUTORES LIBERAIS (alguns):

Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776);
 Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962);
José Guilherme Merquior, A Natureza do Processo;
Roberto Campos, Lanterna na Popa;
Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia.
maio /1996.  Marco Aurélio Garcia.