sexta-feira, 4 de abril de 2014

A LEITURA DA RELAÇÃO SELIC X DI 360.


A LEITURA DA RELAÇÃO SELIC X DI 360.

A teoria econômica dificilmente aceita projeções baseadas na relação de apenas duas variáveis, apesar do efeito entre elas ser aceito por todos (ser previsível). Exemplifico: um aumento da taxa básica (variável controlável) influencia negativamente os preços, mas se o mesmo (o aumento) for inadequado em relação às expectativas (ou à visão da conjuntura futura, cenário), não surtirá o efeito desejado (se necessário um aumento 4% e for dado um aumento menor o efeito não acontecerá em sua totalidade). Mas podemos afirmar que num cenário de processo inflacionário ascendente, se a taxa básica não for aumentada os preços não serão contidos. Se estivermos com projeções de queda das atividades ou dos preços, uma taxa básica inferior ao DI 360 não provocará inflação (neste caso o DI 360 deverá entrar em queda, para confirmar as expectativas). Se o DI 360 iniciar tendência de alta, a taxa básica deverá acompanhar. O aumento da taxa básica quando consegue influenciar as expectativas dos agentes quanto a reversão do processo inflacionário, faz as taxas de juros futuros caírem (a curva de juros reverte a tendência das taxas acima do DI 360 de ascendente para descendente). Se a taxa básica estiver inadequadamente baixa ela fará o nível geral de preços subir (os aumentos dos preços ocorridos por sazonalidade ou influência climática acontecerão em percentual maior ainda).  

PREÇOS DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS: em 2012 subiram 18,8%, IPCA 6,5%, em 2013 caíram -1,49%, IPCA 5,84%, em jan./2014 caíram -0,89%, em fev./14 -0,61%. Já em março subiram 6,16%. O argumento de que não adianta subir a taxa básica, pois os preços agrícolas subiram por efeito de fenômeno climático, é totalmente errado (uma taxa básica inadequadamente baixa permitiria a contaminação do nível geral dos preços e os agrícolas subiriam mais ainda).   
UM PARADOXO: uma taxa básica positiva e que muda as expectativas dos agentes de um cenário inflacionário ascendente para descendente pode provocar aumento dos preços dos produtos de primeira necessidade (a demanda por outros produtos caem, por efeito da taxa básica alta e das expectativas sobre a queda da inflação, já o consumo dos produtos de primeira necessidade pode subir. Este efeito é passageiro. Semelhante ao paradoxo de Giffen. O paradoxo de Giffen diz que quando o preço do trigo sobe seu consumo aumenta ao invés de cair, por ser o produto mais barato e de maior utilidade e necessidade).   MAG 04/2014


SELIC X DI 360
Mês/Ano
2011
2012
2013
2014
Selic
DI 360
Selic
DI 360
Selic
DI 360
Selic
DI 360
JAN.
11,25
12,44
10,50
9,55
7,25
7,25
10,5
11,77
FEV.
11,25
12,62
10,50
9,41
7,25
7,76
10,75
11,22
MAR.
11,75
12,29
9,75
8,95
7,25
7,92
10,75
11,38
ABR.
12,00
12,52
9,00
8,33
7,50
8,01
11,0

MAI.
12,00
12,45
8,50
7,93
8,0
8,67

JUN.
12,25
12,65
8,50
7,57
8,0
9,39

JUL.
12,50
12,58
8,0
7,46
8,5
9,29

AGO.
12,00
11,22
7,50
7,49
9,0
10,19

SET.
12,00
10,39
7,50
7,48
9,0
10,07

OUT.
11,50
10,30
7,25
7,24
9,5
10,5

NOV.
11,50
9,66
7,25
7,17
10,0
10,60

DEZ.
11,0
10,04
7,25
7,14
10,0
10,57



IPCA - META 4,5% a.a; 0,36748% a.m
Mês/Ano
20111
2012
2013
2014
JAN.
0,83
0,56
0,86
0,55
FEV.
0,80
0,45
0,60
0,69
MAR.
0,79
0,21
0,47

ABR.
0,77
0,64
0,55

MAI.
0,47
0,36
0,37

JUN.
0,15
0,08
0,26

JUL.
0,16
0,43
0,03

AGO.
0,37
0,41
0,24

SET.
0,53
0,57
0,35

OUT.
0,43
0,59
0,57

NOV.
0,52
0,60
0,54

DEZ.
0,50
0,79
0,92

ANO
6,50
5,84
5,91
1,24
OBS: em vermelho acima da meta, em amarelo pontos fora da curva.

IGPM - IPAM - IPCM -
IPA DI até 12/2008. Em 2009 IPA M (Ind. e Agric.)
DATA
IGPM
IPAM
IPCM
IPA
Mês
12
meses
Mês
12
meses
Mês
12
meses
Prod. Ind.
Prod. Agric.
Mês
12 meses
Mês
12
meses
2012/12
0,68
7,82
0,73
8,63
0,73
5,79
0,46
5,03
1,40
18,80
2013/DEZ.
0,60
5,51
0,63
5,12
0,69
5,51
0,58
7,82
0,75
-1,49
JAN./2014
0,48
5,66
0,31
5,33
0,87
5,39
0,76
8,20
-0,89
-1,76
FEV.
0,38
5,76
0,27
5,39
0,70
5,81
0,59
7,95
-0,61
-1,07
MAR.
1,67
7,30
2,20
7,69
0,82
5,91
0,76
8,45
6,16
5,77

Obs: em vermelho acima da meta.