terça-feira, 19 de abril de 2016

COPOM E TAXA BÁSICA

 COPOM E TAXA BÁSICA
O COPOM SE REUNIRÁ NA SEMANA QUE VEM PARA DECIDIR SOBRE A TAXA BÁSICA DE JUROS (NO BRASIL SELIC).
COMENTO: como um economista da linha monetarista sou defensor da taxa básica de juro adequada para que se mantenha o poder de compra da moeda (condição necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento econômico). Quase sempre tenho defendido um aumento da taxa básica, considerando que o processo inflacionário estava ascendente e as taxas de juros negativas (Selic - IRF - IGPM). OS JUROS DE MERCADO E A CURVA DE JUROS ESTAVAM ASCENDENTES. Devido à recessão, queda do dólar e à Selic, os juros de mercado começaram a cair (a curva iniciou um movimento quase descendente). A taxa de juro de mercado de 360 dias - DI 360 - caiu para 13,20% (a selic está em 14,25%), considero que uma queda de 0,25% seja aconselhável (dar um viés para o mercado). Desconsidero uma queda maior pois se a recessão acabar e um leve crescimento voltar corremos risco da volta dos aumentos dos preços.
A CURVA DE JUROS FALA: em vermelho os juros de ontem.


sábado, 16 de abril de 2016

O IMPEACHMENT (para os leitores dos 25 países que mensalmente visitam o blog).


O IMPEACHMENT (para os leitores dos 25 países que mensalmente visitam o blog).

Diferente do que falam, o impeachment é previsto na Constituição Brasileira. O crime de responsabilidade é uma das condições entre várias outras. O pedido de impeachment aprovado pelo presidente da Câmara foi assinado por 3 advogados, sendo um deles um fundador do PT que saiu do partido alegando corrupção. O presidente da Câmara deixou de aceitar 30 outros pedidos de impeachment. Ele tem direito a um único voto entre 513 deputados. Sua atuação como presidente da Câmara é irrepreensível. Ainda não é processado pelo STF, apesar da PGR (procuradoria geral da república) ter indiciado. Seu nome foi citado na operação Lava jato assim como os responsáveis pelo marketing da campanha do PT (estão na cadeia). Várias empresas em delação premiada afirmaram ter entregado dinheiro de corrupção para a campanha da presidente. Todos sabem que quem não tem poder não tem o que vender. O PT está no poder há 13 anos. Quem tem o poder tem também a responsabilidade. São necessários 2/3 (342 votos) de votos para que o pedido seja aceito e encaminhado ao Senado Federal. O crime praticado pela presidente foi gastar acima do aprovado pelo Poder Legislativo em ano de eleição, 2014 (os gastos influenciaram o resultado do pleito). Os gastos continuaram em 2015 e o superávit fiscal primário (saldo antes dos juros) de 3%, reduzido para 1%, foi transformado em déficit primário de quase 1%. A insegurança paralisou os investimentos no país (a previsibilidade foi para zero). A operação LAVA JATO de juizado de 1ª instância não julga políticos e ministros de estados, pois estes têm foro privilegiado, só podem ser julgados pelo STF (honesto, rígido, mas lento). Existem políticos do PT e da base aliada do governo investigados. O presidente da Câmara era da base aliada do governo. A presidente foi Ministra das Minas e Energia, onde ocorreram corrupções absurdas. Foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras e autorizou a compra da refinaria de Pasadena nos USA (vale US$ 150 milhões) cujo custo final foi superior a US$ 1 bilhão. Os roubos já comprovados por delações premiadas são absurdos e incalculáveis. Quem tinha a responsabilidade de evitar roubos, permitiu que acontecessem, como deixar o poder com eles para apurar e punir os culpados.Toda a elite dirigente do PT foi condenada à cadeia no processo Mensalão (roubos anteriores). O tesoureiro e marqueteiro anteriores, além do presidente da Câmara (os do Mensalão) foram condenados (todos do PT). O tesoureiro e o marqueteiro atual foram condenados. O líder do Senado do PT também.  
O PMDB, partido do Vice Michel Temer (advogado e professor constitucionalista, político com grande capacidade de negociação e articulação), apoiou o PT na eleição. Se tivesse apoiado Aécio Neves do PSDB este teria ganhado. MAG 04/2016.

 OS RESPONSÁVEIS  (06/04/2016 VALOR ECONÔMICO, CRISTIANO ROMERO).

Dilma, Mantega, Barbosa e Arno: os nomes da pior crise (os responsáveis).
 A economia brasileira enfrenta, no biênio 2015­ / 2016, aquela que já é considerada a mais longa recessão de sua história. Na verdade, segundo o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getúlio Vargas, a recessão começou no segundo trimestre de 2014, ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,1%. O PIB caminha para encolher 8% nestes dois anos. A renda per capita deve contrair 10%. E a recuperação, mesmo que o atual governo sobreviva ao impeachment e dê uma guinada ortodoxa na política econômica ou que um novo governo, com capital político, assuma e decida fazer tudo certinho, será bem lenta porque a desarrumação na área fiscal é grande. O país deve levar alguns anos para colocar a casa em ordem. A década atual está perdida. Em 25 anos de redemocratização 1985 / ­2010­, o Brasil estabilizou a política e a economia depois de passar por experimentos fracassados de controle de preços, decretar a moratória da dívida externa e tornar­-se um pária no sistema de crédito internacional, confiscar os depósitos e a poupança da população, assistir à falência do Estado e conviver com inflação crônica e hiperinflação. Não resolveu todos os problemas estruturais, mas criou as condições para crescer de forma mais rápida e, assim, começar a combater a pobreza e a diminuir as desigualdades sociais, chagas seculares de sua história. Mas eis que, quando tudo parecia caminhar bem, um governo eleito democraticamente decidiu mudar o rumo das coisas, apenas porque suas convicções não estavam de acordo com uma política que, apesar de bem­ sucedida, considerava "neoliberal". Em apenas quatro anos, a nova administração demoliu a solidez fiscal, âncora do razoável sucesso obtido nos 12 anos anteriores e esteio da confiança de empresários e consumidores na economia. O Brasil não entrou em crise por causa de fatores externos. A ruína, que em grande medida explica a instabilidade política, foi produzida aqui mesmo. Os principais responsáveis por isso são os seguintes cidadãos:
1. DILMA ROUSSEFF: ainda ministra das Minas e Energia, não se conformou com as opções feitas por Lula na economia. De tanto ouvir suas críticas, o chefe lhe pediu um plano alternativo, que nunca apareceu. Em 2005, promovida à chefe da Casa Civil, rejeitou proposta da área econômica para zerar o déficit público. No segundo mandato de Lula (2007 / ­2010), criou um programa (o PAC) para aumentar a participação do Tesouro e das estatais em investimentos públicos. Incentivou o BNDES a adotar a política de campeãs nacionais, que consistia em escolher e financiar grandes empresas, com dinheiro subsidiado, para que elas se tornassem líderes mundiais. Foi a principal artífice da mudança do regime de exploração de petróleo, de concessão para partilha; da decisão que tornou a Petrobras a operadora única do pré-­sal, com presença mínima em 30% do capital dos consórcios; e da política de conteúdo nacional, medidas que, combinadas, quebraram a estatal e paralisaram o setor no país. Em seu primeiro mandato, superindexou o salário mínimo à inflação e ao PIB; suspendeu a autonomia informal do Banco Central; admitiu inflação mais alta; fez intervenção desastrada no setor energético; congelou os preços dos combustíveis e abandonou a disciplina fiscal.
2. GUIDO MANTEGA: ministro da Fazenda mais longevo da história, emitiu os primeiros sinais de mudança em junho de 2007, quando operou para Lula fixar em 4,5% a meta de inflação de 2009, relevando o fato de o IPCA do ano anterior ter ficado em 3,6%, abaixo do alvo oficial. O mercado entendeu que o processo de desinflação terminara ali e que, portanto, não haveria espaço nos anos seguintes para redução dos juros. O ministro trabalhou intensamente nos bastidores para derrubar Henrique Meirelles do comando do BC e aproveitou a crise mundial de 2008 para expandir a oferta de crédito dos bancos estatais e reduzir, na marra, os spreads bancários. No primeiro mandato de Dilma, mesmo perdendo influência para Nelson Barbosa e Arno Augustin, pôs em prática medidas que solaparam de vez a disciplina fiscal, como o fim da exigência de que Estados e municípios cumprissem a meta fiscal e a concessão de desonerações tributárias para estimular o consumo a qualquer preço. Saiu do governo apontado como principal responsável pelo fracasso, a ponto de ser vaiado em locais públicos.
3. NELSON BARBOSA: foi o principal mentor da Nova Matriz Econômica, o conjunto de medidas concebido para relativizar o tripé de política econômica (superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação) e criar um "novo equilíbrio" ­ câmbio desvalorizado e juros baixos, no lugar de câmbio apreciado e juros altos. Crítico mordaz do ajuste realizado no primeiro mandato de Lula e adversário aberto da política monetária conduzida pelo BC, tirou proveito da crise de 2008 para pôr em prática a ideia que lhe é mais cara: a de que a expansão dos gastos públicos, com a consequente redução do superávit primário, faz o setor privado investir e acelerar a taxa de crescimento. Principal assessor de Dilma, esperou Lula deixar o governo para implodir a política "neoliberal". À medida que a Nova Matriz dava errado, sugeria a diminuição do esforço fiscal. Quando o navio começou a emborcar, pulou fora, alegando divergência com o capitão, mas retornou um ano e meio depois. Como ministro do Planejamento, conspirou para tirar Joaquim Levy da Fazenda, o que acabou logrando um ano depois. Antes, entregou-­lhe um corte no orçamento de R$ 69,9 bilhões para não dar R$ 70 bilhões; reduziu a meta de superávit; mandou ao Congresso proposta de orçamento deficitário ­ medidas que fizeram o país perder o selo de bom pagador de dívidas, obtido sete anos antes­; abriu a porteira para os Estados reduzirem o pagamento do que devem à União etc.

4. ARNO AUGUSTIN: passou despercebido no segundo mandato de Lula, mas, próximo de Dilma, assumiu enorme importância depois, ocupando o mesmo cargo (o de secretário do Tesouro). Nas reuniões com empresários e técnicos, defendeu de forma intransigente a fixação de taxas internas de retorno incompatíveis com o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. É responsabilizado pela "contabilidade criativa", manobra adotada para forjar o cumprimento da meta de superávit primário em 2012, e pelas "pedaladas fiscais", a retenção de repasses de programas federais a bancos estatais, que se viram obrigados a bancar o gasto, descumprindo a Constituição, que veda o financiamento do Tesouro pelas estatais o objetivo foi o mesmo: mascarar o esforço fiscal. Cristiano Romero é editor­-executivo do VALOR. 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A CURVA DE JUROS E A INFLAÇÃO.

A CURVA DE JUROS E A INFLAÇÃO. 

CURVA DE JUROS DE 31/03/2016. OS JUROS LONGOS CAEM (PREVISÃO DE QUEDA DE INFLAÇÃO). MOTIVOS: RECESSÃO, QUEDA DO DÓLAR E SELIC.