terça-feira, 29 de novembro de 2016

ANÁLISE RESUMIDA DA CONJUNTURA DO GOVERNO TEMER (12/05/2016 a 31/08/2016 como interino):


ANÁLISE RESUMIDA DA CONJUNTURA DO GOVERNO TEMER (12/05/2016 a 31/08/2016 como interino):

A MELHORIA DA CONFIANÇA não conseguiu acabar com a recessão, mas a reduziu muito (é uma desaceleração menos rápida do que se previa). O país sai de uma recessão superior a 3% em 2016 para um crescimento provável de 1% em 2017 (com tendência ascendente). A impossibilidade de fazer superávit primário está entre uma das causas da recessão. Os gastos improdutivos obrigatórios dos governos são causa importante. Entretanto muito já se conseguiu: 

a) os juros nominais de mercado de LP cederam de 16,8% (12/2015) para abaixo de 12%. A curva de juros nominais de mercado mudou de ascendente para descendente;
b) a inflação caindo e reduzindo a perda de renda dos mais pobres. O IGPM de jul. 0,18%; ago. 0,15%; set. 0,20%; out. 0,16%; nov.  - 0,03% (todos bem abaixo da meta). O IPCA de set. 0,08% e out. 0,26%. O IPP (índice de preços ao produtor) de set. 0,47%; de out. 0,10%; acumulado de 12 meses -1,13%;
c) os juros externos caíram pela metade para o país;
d) a crise externa foi contida com a Selic adequada (apesar do fluxo financeiro ainda negativo). O saldo em Transações Correntes caiu de mais de US$ 100 bi. negativo para US$ 18 bi. negativo (previsto 2016);
e) a transparência retornou às contas públicas;
f) as autoridades da área econômica (inclusive BC) respeitadas pelo mercado (interno e externo). A Petrobras e estatais com gestão muito melhor (as ações subindo e vão subir muito mais);
g) o sistema financeiro sólido, moderno e com capitais nacionais; 
h) pesa contra a instabilidade política, apesar da comprovada capacidade do presidente em suas relações com o poder legislativo. Se a crise conseguir evitar a corrupção daqui para frente o sacrifício terá valido a pena;
i) o M3 e M4 cresceram 11%. O crédito do sistema financeiro a Pessoas Físicas cresceu 3,3%, a PJ caiu 7,7%, com setor público caiu 2%;
j) 2017 deverá crescer acima de 1% com tendência ascendente (o mais importante, apesar de previsões menores), mas será sentido apenas no terceiro trimestre;
k) Nas crises o emprego é o último a cair, mas também o último a retornar;
l) a previsibilidade voltou (condição necessária ao retorno dos investimentos). O Brasil voltou a ser um país acreditado.

MAG 11/2016. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

JUROS E CONJUNTURA.


JUROS E CONJUNTURA.

FATORES QUE PODEM REDUZIR A DEMANDA POR CRÉDITO E AS TAXAS DE JUROS:

      1)    Recessão, estagnação, redução das atividades (desaceleração do crescimento). O aumento das atividades com aumento da demanda por crédito sem adequação da liquidez pode subir a taxa de juro;
      2)    Nível auto de endividamento de empresas e de pessoas pode reduzir a demanda por crédito;
     3)    Insegurança (expectativas negativas) pode reduzir a demanda por crédito;
     4)    Nível auto da capitalização das empresas e das pessoas (preferem compras à vista).  

FATORES QUE PODEM REDUZIR AS TAXAS DE JUROS ARTIFICIALMENTE:

     1)    Aumento da liquidez pelo BC  acima da adequada;
     2)    Taxa básica abaixo da adequada reduz os juros de curto prazo e aumenta os de LP (por causa do aumento das expectativas de inflação);
     3)    BC dar liquidez a juros baixos para títulos de LP (os QE - quantitative easing -  feito pelo Fed, EUA).

COMENTO:
 1) O aumento da liquidez acima da adequada em países que não emitem moeda reserva e meio de pagamento mundial provoca desarmonia entre a velocidade de crescimento da demanda e da oferta e  agrava o processo inflacionário. No processo, no segundo momento acontece hiperinflação, a seguir a estagflação (inflação sem crescimento e até com recessão).

 2) Os EUA através do Fed reduziram a taxa básica para 0,25% (redução de juros de curto prazo) e começaram a fazer as operações de QE - quantitative easing – para reduzir as taxas de LP e não ocorreu aumento da inflação por causa da política de globalização comercial (redução da produção, chão de fábrica, nos EUA, com transferência para países com mão de obra e custo de produção menor)  e importações da Ásia (China e tigres) e países em desenvolvimento. O déficit externo dos EUA por mais de 20 anos não tem sustentação em países que não emitem a moeda reserva. A inflação que não ocorreu internamente nos EUA aconteceu nos preços das commodities mundiais. Por aumento de produção ou furo de bolha os preços das commodities caíram e iniciou uma crise nas nações em desenvolvimento que implementaram política econômica “desenvolvimentista”  para uns, irresponsável para outros. O Brasil ao invés de adequar sua política fiscal e monetária, optou por déficits primários, juro básico abaixo do adequado e controle de preços (inclusive câmbio). Para evitar a crise externa cambial e de crédito subiram a taxa básica para 14,25%  (os juros de LP cederam de 16,8 % para abaixo de 12%), mas o processo recessivo que já acontecia prolongou-se por tempo acima do esperado. A inflação regrediu e deverá ficar na meta em 2017 (isto melhorará o estado da conjuntura). A taxa básica já pode ser reduzida com responsabilidade sem pressionar a inflação e os juros nominais de mercado de LP. MAG 11/2016.