sábado, 14 de janeiro de 2017

GLOBALIZAÇÃO, NACIONALISMO E LIBERALISMO (Brasil, América do Sul e Europa).


GLOBALIZAÇÃO, NACIONALISMO E LIBERALISMO (Brasil, América do Sul e Europa).

A globalização veio para ficar com o avanço das comunicações on line por TV, internet, telefonia instantânea com imagem e dos meios de transportes. Isto trouxe facilidades para o conhecimento, o comércio, as finanças e a difusão dos conhecimentos e costumes.
Entretanto a globalização não significa a morte do sentimento nacional (interesses de comunidades que têm sentimento comum). A América do Sul espanhola apesar de ter uma única língua e religião dividiu-se em várias nações por interesses econômicos e políticos diferentes (as distâncias entre as principais cidades e as dificuldades de comunicação). Nem Simon Bolívar conseguiu unificar os interesses de Venezuelanos, Colombianos, Equatorianos e Peruanos em uma única nação (ou país). Os interesses políticos locais e as dificuldades de comunicação dificultavam e desaconselhavam a unificação administrativa da região. Já a América portuguesa ficou unificada por ter a mesma língua, religião e por alguns anos ter sido a sede central do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. D. João VI mudou a sede do governo de Portugal para o Brasil (Rio de Janeiro) por causa da invasão de Napoleão (Portugal era aliado da Inglaterra). Com o retorno de D. João VI para Portugal o Brasil ficou sendo governado por seu filho D. Pedro I (criado e educado no país, mais um brasileiro do que português). Fez a independência do Brasil e vencendo as regiões revoltosas que preferiam continuar unidas a Portugal unificou o país. O fato das capitais das províncias e principais cidades serem à beira mar facilitava as comunicações. Diferente do que muitos pensam muitas lutas aconteceram. O segundo Imperador brasileiro, D. Pedro II, muito culto e ótimo governo, solidificou a união do país e o sentimento nacional de brasilidade. Por outro lado a Província Cisplatina (Uruguai) que falava o espanhol, apesar de pequena em relação ao Império, conseguiu sua independência através de lutas. Não tinham o sentimento nacional de brasilidade. Portugal conseguiu manter o domínio e a língua unificada no extenso território construindo fortificações em todos os cantos do país e uma forma de governo aceita pela maioria. A população apesar de uma única língua foi enriquecida por migrantes de várias partes do mundo: os africanos (como escravos), espanhóis, italianos, sírio-libaneses, alemães, holandeses, suíços, poloneses, ucranianos e outros. Como prevaleceu a aceitação quase natural da miscigenação e a atração pelo não igual, diferente de quase todas as regiões do mundo? Várias teorias, mas a mais aceita é a distância da Europa, os filhos tidos com as índias no início e depois com as escravas, as poucas opções dos filhos dos imigrantes de namorarem iguais, a educação em escolas unificadas, fez a miscigenação ir acontecendo naturalmente. A segunda geração de imigrantes já não aceitava os rígidos costumes dos pais e abraçavam a cultura em que foram educados. Não aceitavam ter que casar com quem não gostavam. E o sentimento de brasilidade pode ter sido enriquecido com as disputas com a Argentina e com a guerra do Paraguai. Vimos como a América portuguesa se unificou em um só país com um único sentimento nacional e a espanhola se dividiu em várias nações.
A Europa que era dividida em Impérios familiares que uniam povos de línguas e costumes diferentes foi se dividindo em países de acordo com os sentimentos de nacionalidade (geralmente, mesma língua, costumes). As tentativas de confederações e federações só conseguiram guerras (Iugoslávia e URSS). A Iugoslávia se dividiu. A parte da Ucrânia que fala russo luta por sua independência e até preferem a unificação com a Federação Russa como forma de defesa.    
No oriente médio os curdos lutam por sua nacionalidade no Iraque na Turquia e na Síria. Os sunitas e xiitas lutam pelo controle do Iraque e da Síria. Os muçulmanos xiitas não se misturam com os sunitas, os cristãos Maronitas não se misturam com os ortodoxos.
A maioria das nações são multirraciais, poucas miscigenadas. O Brasil é a maior nação miscigenada do mundo. Aqui a miscigenação é natural e aceita sem preconceitos. Na maioria dos países isto não acontece. Os EUA estão passando por um processo bastante rápido de multirracial para miscigenado.  
A Europa tenta uma união através da moeda EURO  e da UE. A abertura para os países com estágio de desenvolvimento muito diferente motivou a Grã Bretanha a votar pela saída da UE (a entrada de imigrantes assustou os ingleses).

GLOBALIZAÇÃO X NACIONALISMO X LIBERALISMO: é possível conviverem? SIM.
Liberalismo não significa portas escancaradas, mas abertura para negociações que preservem interesses locais (nacionais).
A Globalização ocorre em vários segmentos: comunicação, tecnologias, comércio, finanças bancárias. Não significa necessariamente portas escancaradas para migrantes, mas abertas com condições.
O Nacionalismo não significa portas fechadas para a globalização, mas defesa de interesses comuns dos nacionais.
Língua e religião ainda dividem interesses nacionais. O fanatismo religioso vai acabar com o passar dos tempos.
Política fiscal (orçamento e execução), monetária (poder de emitir moeda) e cambial dividem as nações. O EURO (política monetária e cambial) ainda sofre por causa das políticas fiscais independentes.

GLOBALIZAÇÃO NÃO SIGNIFICA A MORTE DAS NACIONALIDADES NEM O NACIONALISMO É INCOMPATÍVEL COM O LIBERALISMO.
MAG 01/2016.   

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