GLOBALIZAÇÃO,
NACIONALISMO E LIBERALISMO (Brasil, América do Sul e Europa).
A globalização veio para
ficar com o avanço das comunicações on line por TV, internet, telefonia instantânea
com imagem e dos meios de transportes. Isto trouxe facilidades para o
conhecimento, o comércio, as finanças e a difusão dos conhecimentos e costumes.
Entretanto a globalização
não significa a morte do sentimento nacional (interesses de comunidades que têm
sentimento comum). A América do Sul espanhola apesar de ter uma única língua e
religião dividiu-se em várias nações por interesses econômicos e políticos diferentes
(as distâncias entre as principais cidades e as dificuldades de comunicação).
Nem Simon Bolívar conseguiu unificar os interesses de Venezuelanos,
Colombianos, Equatorianos e Peruanos em uma única nação (ou país). Os
interesses políticos locais e as dificuldades de comunicação dificultavam e desaconselhavam
a unificação administrativa da região. Já a América portuguesa ficou unificada
por ter a mesma língua, religião e por alguns anos ter sido a sede central do
reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. D. João VI mudou a sede do governo
de Portugal para o Brasil (Rio de Janeiro) por causa da invasão de Napoleão
(Portugal era aliado da Inglaterra). Com o retorno de D. João VI para Portugal
o Brasil ficou sendo governado por seu filho D. Pedro I (criado e educado no
país, mais um brasileiro do que português). Fez a independência do Brasil e vencendo
as regiões revoltosas que preferiam continuar unidas a Portugal unificou o
país. O fato das capitais das províncias e principais cidades serem à beira mar
facilitava as comunicações. Diferente do que muitos pensam muitas lutas
aconteceram. O segundo Imperador brasileiro, D. Pedro II, muito culto e ótimo
governo, solidificou a união do país e o sentimento nacional de brasilidade.
Por outro lado a Província Cisplatina (Uruguai) que falava o espanhol, apesar
de pequena em relação ao Império, conseguiu sua independência através de lutas.
Não tinham o sentimento nacional de brasilidade. Portugal conseguiu manter o
domínio e a língua unificada no extenso território construindo fortificações em
todos os cantos do país e uma forma de governo aceita pela maioria. A população
apesar de uma única língua foi enriquecida por migrantes de várias partes do
mundo: os africanos (como escravos), espanhóis, italianos, sírio-libaneses, alemães,
holandeses, suíços, poloneses, ucranianos e outros. Como prevaleceu a aceitação
quase natural da miscigenação e a atração pelo não igual, diferente de quase
todas as regiões do mundo? Várias teorias, mas a mais aceita é a distância da Europa,
os filhos tidos com as índias no início e depois com as escravas, as poucas
opções dos filhos dos imigrantes de namorarem iguais, a educação em escolas
unificadas, fez a miscigenação ir acontecendo naturalmente. A segunda geração de
imigrantes já não aceitava os rígidos costumes dos pais e abraçavam a cultura
em que foram educados. Não aceitavam ter que casar com quem não gostavam. E o
sentimento de brasilidade pode ter sido enriquecido com as disputas com a
Argentina e com a guerra do Paraguai. Vimos como a América portuguesa se
unificou em um só país com um único sentimento nacional e a espanhola se
dividiu em várias nações.
A Europa que era dividida em
Impérios familiares que uniam povos de línguas e costumes diferentes foi se dividindo
em países de acordo com os sentimentos de nacionalidade (geralmente, mesma
língua, costumes). As tentativas de confederações e federações só conseguiram
guerras (Iugoslávia e URSS). A Iugoslávia se dividiu. A parte da Ucrânia que
fala russo luta por sua independência e até preferem a unificação com a
Federação Russa como forma de defesa.
No oriente médio os curdos lutam
por sua nacionalidade no Iraque na Turquia e na Síria. Os sunitas e xiitas
lutam pelo controle do Iraque e da Síria. Os muçulmanos xiitas não se misturam
com os sunitas, os cristãos Maronitas não se misturam com os ortodoxos.
A maioria das nações são
multirraciais, poucas miscigenadas. O Brasil é a maior nação miscigenada do
mundo. Aqui a miscigenação é natural e aceita sem preconceitos. Na maioria dos
países isto não acontece. Os EUA estão passando por um processo bastante rápido
de multirracial para miscigenado.
A Europa tenta uma união
através da moeda EURO e da UE. A
abertura para os países com estágio de desenvolvimento muito diferente motivou
a Grã Bretanha a votar pela saída da UE (a entrada de imigrantes assustou os
ingleses).
GLOBALIZAÇÃO X NACIONALISMO
X LIBERALISMO: é possível conviverem? SIM.
Liberalismo não significa
portas escancaradas, mas abertura para negociações que preservem interesses locais
(nacionais).
A Globalização ocorre em
vários segmentos: comunicação, tecnologias, comércio, finanças bancárias. Não significa
necessariamente portas escancaradas para migrantes, mas abertas com condições.
O Nacionalismo não significa
portas fechadas para a globalização, mas defesa de interesses comuns dos
nacionais.
Língua e religião ainda
dividem interesses nacionais. O fanatismo religioso vai acabar com o passar dos
tempos.
Política fiscal (orçamento e
execução), monetária (poder de emitir moeda) e cambial dividem as nações. O
EURO (política monetária e cambial) ainda sofre por causa das políticas fiscais
independentes.
GLOBALIZAÇÃO NÃO SIGNIFICA A
MORTE DAS NACIONALIDADES NEM O NACIONALISMO É INCOMPATÍVEL COM O LIBERALISMO.
MAG 01/2016.
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