POLÍTICA
MONETÁRIA. EFEITOS DA TAXA BÁSICA NOS PREÇOS (US$, IGPM, IPCA).
Em 17/08/2020 publiquei no BLOG a postagem (https://mageconomia.blogspot.com/2020/08/a-politica-monetaria-e-sua-relacao-com.html)
que terminou com a frase “ A INFLAÇÃO IRÁ ESTOURAR ANTES DAS ELEIÇÕES SE A
SELIC DEMORAR A SER AUMENTADA E BOLSONARO NÃO SERÁ REELEITO”.
É fato conhecido que os efeitos da taxa básica em país que
não emite moeda reserva mundial ocorrem na ordem: dólar, IGPM (IPA, produtos
agropecuários, industriais, commodities, matérias primas brutas) e a seguir nos
IPCs (IPCA incluído). A tabela abaixo demonstra a evolução dos índices de preços
à medida que a Selic caía. Com a Selic a 2% (início em 07/2020) o dólar subiu em
2020 28,87%; o IGPM 23,14%; o IPCA 4,52%. Em maio/2021 os índices anualizados
estavam em: IGPM 37,04%; IPAM 50,21%; Matérias primas brutas 77,95%; produtos
agropecuários 56,68%; produtos industriais 47,81%; IPCM 7,36%; IPCA 8,06%.
Felizmente o BC-COPOM, tempestivamente, iniciou a correção
da Selic (eu prefiro a política monetária preventiva, tem custo e volatilidade
menores, apesar de ser mais criticada pelos que não conseguem antecipar a visão
de futuro dos preços). Para o TN existe o ganho inflacionário (mas não se faz
política monetária objetivando ganhos para o TN, mas a estabilidade dos preços
e do poder de compra da moeda).
2020
|
2021
|
MÊS
|
Selic
|
IGPM
|
US$%
|
IPCA
|
MÊS
|
Selic
|
IGPM
|
US$%
|
IPCA
|
JAN
|
4,50
|
0,48
|
5,92
|
0,21
|
JAN/21
|
2,00
|
2,58
|
5,37
|
0,25
|
FEV/ 06
|
4,25
|
-0,04
|
5,37
|
0,25
|
FEV.
|
2,00
|
2,53
|
0,99
|
0,86
|
MAR/19
|
3,75
|
1,24
|
15,56
|
0,07
|
MAR/18
|
2,75
|
2,94
|
3,02
|
0,93
|
ABR.
|
3,00
|
0,80
|
4,39
|
-0,31
|
ABR.
|
2,75
|
1,51
|
-5,16
|
0,31
|
MAI/07
|
3,00
|
0,28
|
-1,59
|
-0,38
|
MAI/06
|
3,50
|
4,10
|
-3,17
|
0,83
|
JUN/18
|
2,25
|
1,56
|
0,92
|
0,26
|
JUN/17
|
4,25
|
|
|
|
JUL.
|
2,00
|
2,23
|
-4,98
|
0,36
|
JUL.
|
|
|
|
|
AGO/05
|
2,00
|
2,74
|
5,15
|
0,24
|
AGO.
|
|
|
|
|
SET/17
|
2,00
|
4,34
|
3,10
|
0,64
|
SET.
|
|
|
|
|
OUT/29
|
2,00
|
3,23
|
2,32
|
0,86
|
OUT.
|
|
|
|
|
NOV.
|
2,00
|
3,28
|
-7,63
|
0,89
|
NOV.
|
|
|
|
|
DEZ/09
|
2,00
|
0,96
|
-2,53
|
1,35
|
DEZ.
|
|
|
|
|
TOTAL
|
2,76
|
23,14
|
28,87
|
4,52
|
TOTAL
|
1,11
|
14,39
|
0,68
|
3,22
|
POSTADO EM 17/08/2020
NO BLOG.
A POLÍTICA MONETÁRIA
E SUA RELAÇÃO COM O PIB E A RIB EM PAÍS QUE NÃO EMITE MOEDA RESERVA E MEIO DE
PAGAMENTO MUNDIAL.
O consumo (maior
parte do PIB = C + I) é influenciado pela renda das pessoas físicas =
renda das famílias (a renda das pessoas jurídicas é influenciada pela
das famílias). Sabemos que a RIB (renda interna bruta) = PIB (produto interno
bruto) = renda do trabalho (salários + autônomos) + juros + lucros + aluguéis (S
+ L + J + A). Para o PIB crescer teremos que ter expectativas de
crescimento do consumo que depende das expectativas de renda futura.
Resumindo: o consumo depende da riqueza acumulada e de sua
renda (juros, lucros, dividendos) e da expectativa da renda permanente
do trabalho (empregos, rendas do trabalho e expectativa de conjuntura
ascendente). Os investimentos dependem da expectativa do consumo.
Se o IGPM (índice
geral dos preços do mercado) e o IPAM (índice dos preços no atacado do mercado)
estão quase 5 vezes maiores do que o IPCM e o IPCA podemos entender que estamos
com uma inflação represada (reprimida) que irá ser corrigida se a COVID-19 for
controlada pelas vacinas. Qual a causa dos IGPs estarem tão mais altos do que
os IPCs? SELIC negativa e muito abaixo da adequada (considerando Selic – irf –
ipca ou – igpm) provocou (e está provocando) desvalorização do real
(desvalorizou muito em relação ao dólar) e por consequência da renda das
famílias (redução do poder de compra de todos, famílias e empresas). Os preços
do IGP e do IPA subiram mais do que os preços ao consumo IPC por causa do
aumento do dólar (e o consequente aumento dos insumos dolarizados e produtos
importados). Os preços ao consumo serão afetados quando os efeitos da COVID-19
forem abrandados. As rendas das famílias foram afetadas pela redução dos
empregos e das expectativas de conseguir outro, pela redução da renda das
poupanças dos trabalhadores (assalariados e autônomos) e de seus fundos de
pensão e da insegurança sobre a sobrevivência de muitas empresas (pequenas,
médias e grandes). É a insegurança quanto a expectativa da renda permanente do
trabalho, a eliminação da renda de suas poupanças. Isto retrai o consumo e a
inflação correspondente, mas quando vier virá muito alta. Muitos preços ao
consumo já estão com inflação muito alta. E os títulos do TN de LP já pagam
IPCA + perto de 4%. A INFLAÇÃO IRÁ
ESTOURAR ANTES DAS ELEIÇÕES SE A SELIC DEMORAR A SER AUMENTADA E BOLSONARO NÃO
SERÁ REELEITO. MAG 17/08/2020.