domingo, 29 de setembro de 2013

TAXA DE DESEMPREGO. (Fed, banco central mundial?)

TAXA DE DESEMPREGO. (Fed, banco central mundial?)
Em economia, sabemos, toda análise baseada em uma única variável leva a entendimento embotado (sem deixar de considerar a utilidade do dado como parte de um conjunto). Uma análise preliminar da taxa de desemprego deve levar em consideração a relação da PIA (população em idade Ativa) e a PEA (população economicamente ativa), a tendência do crescimento da população (ascendente, descendente), os investimentos passados (e sua qualidade) entrando em maturação. Os Fatores de Produção: Trabalho (se investimentos em educação no passado estão elevando o nível da qualidade da mão de obra e a sua produtividade); Capital (se investimentos passados estão entrando em maturação, se o NUCI - nível de utilização da capacidade instalada - é baixo); Recursos Naturais; Tecnologia (se a tecnologia está aumentando a produtividade).
É preciso também analisar os conceitos a seguir:
1)    NAIRU (Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment); se a TAXA DE DESEMPREGO QUE NÃO ACELERA A INFLAÇÃO está alta ou baixa.
2)  NAICU (Non-Accelerating Inflation Rate of Capacity Utilization); se a Taxa de utilização da capacidade instalada que não acelera a inflação está alta ou baixa.
3)     NUCI : NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA. Se existe capacidade instalada livre e atualizada tecnologicamente (a depreciação tecnológica ficou muito rápida).
4)     PIB POTENCIAL, CAPACIDADE DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA. Se existe capacidade de crescimento da economia (fatores de produção).
5)     HIATO DO PRODUTO, diferença entre o PIB potencial e o efetivo. Se existe PIB potencial não utilizado.
6)     HIATO INFLACIONÁRIO demanda agregada maior do que a oferta agregada em situação de pleno emprego dos fatores.
7)     HIATO DEFLACIONÁRIO oferta agregada maior do que a demanda agregada em situação de desemprego.

O que faz as atividades econômicas crescerem no curto prazo? Reduzir a taxa básica de juros abaixo da neutra, aumentar a liquidez. Mas para fazer crescimento SUSTENTADO a longo prazo medidas populistas e demagógicas de curto prazo não são aconselháveis, pois as consequências serão inflação e no processo a seguir a estagnação. Para crescimento sustentado a longo prazo é necessário um AMBIENTE (governo) que passe SEGURANÇA. Para isto tem que praticar política econômica responsável (monetária, fiscal e cambial).

USA (Fed, Federal Reserve, BC americano): com a crise de 2008, o Fed, passou a adotar uma política monetária de taxa básica baixa e o aumento da liquidez através do que se denominou QE (quantitative easing), compra de títulos no mercado. Esta política de QE deixou aflorar que o Fed tem uma atuação de Banco Central Mundial (o que todos sabiam ficou escancarado). Como os USA emitem a moeda aceita como meio de pagamento mundial (e reserva de valor), tem uma política livre para movimentos de capitais, sua política monetária afeta o mundo todo (o Brasil com mais intensidade ainda por ter praticado uma política econômica considerada irresponsável - pelo governo DR). O aumento da liquidez reduz as taxas de juros dos títulos americanos (influencia o mundo todo) e não acontece apenas na economia doméstica, através dos bancos e das empresas americanas flui para o mundo todo. Como contrapartida os USA recebem juros, dividendos, aluguéis de equipamentos e de tecnologias, que somam em seu Balanço de Pagamentos. O Brasil recebe capitais através de empréstimos entre empresas, aumentos de capitais, empréstimos de bancos de cp e de lp. Isto pesa positivamente nas atividades do país (aumenta a liquidez interna). Infelizmente, por populismo ou por acreditarem em política econômica errada e ultrapassada, o Brasil não aproveitou adequadamente a conjuntura favorável.  MAG 09/2013



sábado, 21 de setembro de 2013

QUANTIDADE DE MOEDA E ORÇAMENTO PÚBLICO (política monetária x fiscal).


QUANTIDADE DE MOEDA E ORÇAMENTO PÚBLICO (política monetária x fiscal).

ORÇAMENTO PÚBLICO % PIB  (política fiscal) - 5 SITUAÇÕES
Opções
Receita
Despesa
Resultado
Primário
antes juros
Resultado
Nominal
Final
Dívida
Pública
Corrente
Invest.
Soma
Juros
Total
1
100
78
19
97
3
100
3
0
50
2
100
81
17
98
5
103
2
-3
53
3
100
85
15
100
10
110
0
-10
60
4
100
80
20
100
5
105
0
-5
55
5
100
72
25
97
3
100
3
0
50

Na situação 1 os investimentos representam 19% do PIB, os juros 3% e a dívida pública 50%. O crescimento dependerá da qualidade dos fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais, tecnologia), dos investimentos (sua produtividade) e do percentual destes em relação ao PIB. A dívida pública acompanhará o resultado nominal.  O raciocínio é o mesmo para todas as 5 situações.

Na situação 2 o TN pode captar 3% do PIB reduzindo a liquidez do mercado destinada à atividade privada (os im podem subir). O BC pode compensar aumentando a liquidez em 3% do PIB, comprando títulos públicos em poder do mercado (os im equlibram-se). Se o BC comprar mais do que 3% do PIB em títulos públicos em poder do mercado ele estará aumentando a liquidez (este aumento pode e deve acontecer até o percentual de crescimento potencial do PIB). O BC é proibido por lei de financiar o TN, entretanto quando ele aumenta a liquidez e o TN aumenta sua dívida  com o mercado (quase sempre através dos bancos) é como se estivesse financiando-o indiretamente. Quando o BC atua como fornecedor de moeda de última instância, é como se estivesse financiando o TN utilizando os bancos como intermediários. O BC financia os bancos que financiam o TN. 

TÍTULOS PÚBLICOS TN (Carteira do BC e fora do BC).
MÊS/ANO
TOTAL
fora BC
% s/ ano
anterior
Carteira
BC
% s/ ano
anterior
TOTAL Geral
DEZ./2001
624,08
x
x
x
x
DEZ./2002
623,19
-0,14
282,7
x
838,8
DEZ./2003
731,43
17,368
276,9
-2,05
978,1
DEZ./2004
810,26
10,777
302,8
9,35
1099,5
DEZ./2005
979,66
20,906
279,6
-7,66
1252,5
DEZ./2006
1093,5
11,62
297,2
6,29
1390,7
DEZ./2007
1224,87
12,059
359,0
20,79
1583,9
DEZ./2008
1264,82
3,2615
494,3
37,68
1759,1
DEZ./2009
1398,42
10,562
637,8
29,0
2036,2
DEZ./2010
1603,94
14,69
703,2
10,25
2307,1
DEZ./2011
1783,06
11,167
751,8
6,91
2534,9
DEZ./2012
1916,71
7,49
906,6
20,59
2823,3
JUL/2013
1864,31
-2,73
914,7
0,89
2779,0

TÍTULOS PÚBLICOS FORA DO BC: aumento é igual a retirada de moeda do mercado para o TN ou para o BC.
TÍTULOS PÚBLICOS NA CARTEIRA DO BC: aumento é igual a aumento de liquidez (mais moeda no mercado).

MAG 09/2013


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A FORMAÇÃO DE RIQUEZA VIRTUAL (BOLHAS) E SUA DESTRUIÇÃO: EFEITOS NO PIB (empobrecimento).

A FORMAÇÃO DE RIQUEZA VIRTUAL (BOLHAS) E SUA DESTRUIÇÃO:
EFEITOS NO PIB (empobrecimento).

Vou estratificar o mundo econômico em 3 partes:
      a)    os Fatores de Produção (o capital de uma economia):
a1 - capital humano (PIA = população em idade ativa);
a2 - os recursos naturais;
a3 - o capital - resultado do trabalho produzido pelo homem (investimentos em maquinários, infraestrutura, etc.);
a4 -  a tecnologia (conhecimentos acumulados, patentes, etc.).
    b)    a Produção (o PIB = C + I + G + E – M): a produção anual de bens e serviços para consumo (consumo e estoque) e investimentos (para substituir bens depreciados, modernizações e aumentos de Fatores).    
     c)    a Moeda: c1 - a Unidade Medida; c2 - o Meio de Pagamento; c3 - a Reserva de Valor. A moeda é a criação do homem que precifica e serve como meio de pagamento e recebimento para compra e venda dos bens e serviços (Fatores de Produção e produção – PIB), e permite a guarda de poupança (a função de reserva de valor). A QUANTIDADE DE MOEDA SEGUNDO SUA LIQUIDEZ:
M0 = Base Monetária = Moeda corrente + Reservas;
M1 = Meio de Pagamento = Oferta Monetária = Moeda Corrente + Dep. a Vista;
M2 = M1 + Dep. Investimentos + Poupança;
M3 = M2 + Fundos Invest. + Oper. Compromissadas;
M4 = M3 + Títulos Federais Selic.

RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE MOEDA, OS FATORES DE PRODUÇÃO E O PIB:
Pelo exposto podemos verificar que existe uma relação entre os Fatores de Produção, o PIB e a Quantidade de Moeda. Existe também uma relação entre a moeda e a capacidade de produção dos Fatores e o PIB (NUCI – Nível de utilização da capacidade instalada). À capacidade de produção dos Fatores chamamos de PIB potencial.
A MOEDA:
Compete ao BC a administração da Moeda.
Funções Constitucionais:
 a) Emissão de moeda;
 b) Empréstimos a instituições financeiras;
 c) Compra e venda de títulos do TN objetivando regular a oferta da moeda ou a taxa de   juros;
 d) Administrar as disponibilidades de caixa da união.
Missão do BC:
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional através de:
 a) Formulação e gestão das políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do governo federal;
 b) Regulamentação e supervisão do sistema financeiro nacional;
 c) Administração do sistema de pagamentos e do meio circulante.
Política Monetária:
É função da política monetária assegurar o poder de compra da moeda. O Banco Central atua através de:
 1) Administração das taxas de juros ( básica x de mercado );
 2) Depósitos compulsórios;
 3) Compra ou venda de títulos públicos;
 4) Compra ou venda de moedas inclusive atuação em mercados futuros;
 5) IOF. = Imposto sobre Operações Financeiras.

OS PREÇOS: A QUANTIDADE DE MOEDA X FATORES DE PRODUÇÃO (ATIVOS) E PIB (PRODUTOS E SERVIÇOS).
MOEDA (QUANTIDADE)
Meio de Pagamentos mais Aplicações Financeiras de cp e de lp, com liquidez..

FATORES DE PRODUÇÃO:
Capital, Trabalho, Recursos Naturais e Tecnologia.
(ATIVOS DO PAÍS).
Qualidade e produtividade são essenciais.


Agentes: proprietários, empresários e acionistas das empresas.

PIB (PRODUÇÃO)
C + I + G + E - M  
(Produtos e serviços).

RENDA = PIB = S + L + J + A
(salários + lucros + juros + aluguéis).


Agentes: consumidores, investidores, governo, export. e importadores.

Trabalhadores, investidores, poupadores, empresários, proprietários.
ATENÇÃO: Investidores (poupadores) são todos aqueles que têm aplicações financeiras (Cad. de poupança, CDB, ações, etc.), imóveis ou outros ativos.
A Moeda tem uma relação estática com a oferta e a demanda por produtos e serviços. Mas é a relação dinâmica, a velocidade da capacidade de crescimento da oferta x a velocidade de crescimento da demanda que influencia os preços (a quantidade de moeda deve crescer em harmonia com estas duas variáveis para não provocar inflação).  Se a capacidade de crescimento da oferta for de 3% e a quantidade de moeda ficar crescendo em 10%, teremos uma pressão de demanda e ocorrerá inflação. Se a capacidade de crescimento da oferta for de 3% e a moeda crescer abaixo disto teremos insuficiência de demanda e poderá ocorrer deflação. A quantidade de moeda deverá crescer em harmonia com a oferta e a demanda. O BC utiliza a taxa básica de juro para harmonizar a quantidade de moeda (controlar a liquidez) com a oferta e a demanda (evitar inflação superior a 3% a.a). Em um processo contínuo de crescimento da moeda em velocidade superior à capacidade de crescimento da oferta (o BC oferecendo taxa básica abaixo da neutra ou negativa), os agentes (os poupadores) fugirão da moeda mais juros como Reserva de Valor, refugiando-se em outros ativos (ouro, moeda estrangeira, imóveis, etc.), fazendo com que os preços destes subam em velocidade superior aos IPCs, formando as famosas bolhas (forma-se uma riqueza virtual). Baseado nesta riqueza virtual os agentes aumentam o consumo e a coragem para fazer dívidas para investir (a bolha cresce mais). Uma hora fica insustentável sustentar tal irresponsabilidade, e ajustes têm que ser feitos. Os preços dos ativos que subiram aos poucos caem quase que repentinamente (é o furo da bolha). A economia que estava rodando com a quantidade de moeda crescendo (liquidez e poder de compra) perde este poder de expansão acrescido ainda da perda da riqueza virtual (a desvalorização dos ativos que não moeda). Por aversão ao risco o crédito também cai. Os agentes com a desvalorização e a queda do crédito deixam de ter como pagar suas dívidas. A crise se forma e o PIB poderá cair (a recessão). Milton Friedman estudou a crise americana de 29/30 e constatou que a quantidade de moeda caiu em 1/3, agravando ainda mais a crise e seus efeitos. A solução adotada hoje por todos os BCs do mundo civilizado é evitar a queda da moeda (da liquidez, do crédito). O ideal é evitar a formação das bolhas dos ativos, véspera das crises. Como? Com política fiscal responsável e monetária adequada à fiscal. MAG 09/2013.