sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A RIQUEZA DE ADAM SMITH, KEYNES E MILTON FRIEDMAN.


A CIÊNCIA ECONÔMICA de ADAM SMITH à KEYNES e à MOEDA ESCRITURAL: A RIQUEZA REAL, SUAS CAUSAS E A MOEDA, SUA MEDIDA.

Quase todas as leis das ciências inexatas (sociais) são enunciados de tendências. As ciências exatas, das leis simples, aceitam conceitos reducionistas. A Ciência Econômica, uma ciência social inexata, não aceita conceitos reducionistas, suas leis são complexas e dinâmicas, um processo em movimento, motivo de serem sempre enunciados de tendências e exigirem o estudo e a estratificação de várias causas (hipóteses, pressupostos) e efeitos (nas variáveis). Como são enunciados de tendências (um processo em movimento) a ação futura do homem pode modificar a tendência (motivo de sempre virem acompanhadas da frase: e tudo o mais permanecendo constante). Entretanto a ação do homem (autoridade econômica) é limitada às variáveis CONTROLÁVEIS (sobre as quais tem poder de comando), o que simplifica o estudo e a análise econômica.

Podemos dizer, simplificando, que a economia estuda a riqueza (estoque e produção) e a pobreza, suas causas e tendências e as ações do homem relacionadas ao assunto.

Adam Smith, o pai da economia liberal de mercado, em sua obra, “A Riqueza das Nações, Investigação sobre sua Natureza e suas Causas”, descreve a importância do trabalho para a produção da riqueza (é o trabalho que produz e transforma as riquezas naturais em consumíveis). Divide o trabalho em dois tipos: o produtivo e o improdutivo. Descreve com maestria que a riqueza de uma nação depende, além de sua população, da quantidade de trabalhadores em atividades produtivas (as que produzem as utilidades desejadas pelos consumidores), de suas habilidades (qualidade e produção por trabalhadores). Descreve que a riqueza depende mais das habilidades do que da quantidade de trabalhadores úteis (podemos dizer que definiu produtividade). Descreve a importância do capital no aumento da produção: “As forças produtivas do mesmo número de trabalhadores só podem ser aumentadas em decorrência quer de algum acréscimo e aperfeiçoamento das máquinas e instrumentos que facilitam e abreviam o trabalho, quer de uma divisão e distribuição mais apropriada do emprego” (definição de produtividade). Descreve ainda que é através do capital que os empresários terão condições de adquirir melhores e mais produtivos maquinários. 
Descreve a diferença entre os gastos improdutivos de uma pessoa e do governo. Os gastos improdutivos de uma pessoa nunca são causa da pobreza das nações, já a riqueza dependerá da boa relação entre gastos produtivos (consumo ou investimentos) e improdutivos do governo (Keynes defendeu a tese que a riqueza das nações independe da qualidade dos gastos públicos. O importante é o governo gastar para aumentar as atividades e os empregos). 
Adam Smith defendeu a ideia de que se a proporção de gastos improdutivos do governo for muito grande em relação aos produtivos a riqueza das nações cai. Para Adam Smith a causa da riqueza das nações é a habilidade de seus trabalhadores, a modernidade de seus maquinários e de seus métodos de produção (enfim a produtividade do trabalho). A moeda em sua época era o padrão ouro e tinha como função a reserva de valor, a unidade de medida e meio de pagamento.

Foi estudando a crise de 30 que Milton Friedman evoluiu o entendimento da Teoria Quantitativa da Moeda para o monetarismo atual: transparência e crescimento estável e constante da quantidade de moeda, tendo por limite o potencial de crescimento da economia (e de seus fatores). NAICU (Non-Accelerating Inflation Rate of Capacity Utilization).   = Taxa de utilização da capacidade instalada que não acelera a inflação. Outra diferença entre Keynes e Friedman é o Pleno Emprego (Keynes) e a NAIRU (Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment) = Taxa de desemprego que não acelera a inflação (Milton Friedman).

Para Keynes (Teoria Geral) “O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.” Na prática foi a receita de inflação e bolha, estagflação e crise (preços dos ativos subirem em velocidade maior do que os preços do consumo; fuga da moeda mais juros, como reserva de valor, para outros ativos.).
A grande falha da Teoria Geral (keynesiana): é uma teoria que determina taxas de juros baixas priorizando o consumo e os investimentos como solução de crescimento. Não tem solução para a inflação. O processo de crescimento inicial caminha para inflação e estagnação (queda do poder de compra da moeda). O pleno emprego leva à inflação. A taxa natural de desemprego evita a corrida preços x salários, é necessária para evitar a inflação e a estagnação (estagflação). A taxa de juro de equilíbrio (neutra) tem que ser considerada para evitar a deflagração de processo inflacionário (excesso de monetização). 

Para M. Friedman a causa principal da crise de 30 foi a autoridade monetária ter permitido a queda da quantidade de moeda em dois terços. A crise atingiu consequências e sofrimentos desnecessários. Mas as crises que têm por origem a irresponsabilidade fiscal, cambial ou monetária, sempre terão os sofrimentos dos retornos ao padrão possível (o artificialismo da riqueza não se sustenta e um retorno ao estágio anterior possível terá que ser enfrentado.).
MAG 10/2012. 


sábado, 20 de outubro de 2012

RELAÇÕES TAXA BÁSICA X NATURAL X DE MERCADO.


RELAÇÃO CAUSA E EFEITO (in, im, ib).
Tendências das variáveis (efeito) a partir de mudanças na variável controlável taxa básica (ib = selic. Causa.), com a  im (taxa de mercado) igual ou maior do que a in (taxa natural).
imlp = > in
CP
LP
ib  
imcp
imlp
PIB  
C   
 I  
INFL.
Poup.
EXP.
IMP.
 
PIB

ib > imlp = > in
Contração Monetária
CP
+
+
-
-
 -
-
-
+
+
-
Redução atividades
LP
-
-
-
+
+
+
-
+
+
-
Cresc. Sustentado
ib < imlp = > in
Expansão Monetária
CP
+
-
+
+
+
+
+
-
-
+
Cresc. não Sustentado
LP
+
+
+
-
-
-
+
-
-
+
Bolha ativos

SE A im (taxa de mercado) FOR MENOR DO QUE A in (taxa natural).
imlp < in
CP
LP
ib  
imcp
imlp
PIB  
 C   
 I  
INFL.
Poup.
EXP.
IMP.
 
PIB

ib > in > imlp  
Contração Monetária
CP
+
+
-
-
 -
-
-
+
+
-
Redução atividades
LP
-
-
-
+
+
+
-
+
+
-
Cresc. Sustentado
ib < in > imlp
Expansão Monetária
CP
+
-
+
+
+
+
+
-
-
+
Cresc. não Sustentado
LP
+
+
+
-
-
-
+
-
-
+
Bolha ativos
CP = curto prazo; LP = longo prazo; imcp = taxa de juro de mercado de curto prazo; imlp = taxa de juro de mercado de longo prazo; C = consumo; I = investimentos.
Os dois quadros acima são uma análise reducionista (no caso não foram consideradas as expectativas sobre a conjuntura prospectiva, nem as ações futuras da autoridade governamental.).

DADOS MENSAIS ANUALIZADOS
MÊS
SELIC
2001
DI 360
2001
E,
C.
N.
IPCA
2001
IGPM
2001
x
SELIC
2002
DI 360
2002
E,
C.
N.
IPCA
2002
IGPM
2002
x
SELIC
2003
DI 360
2003
E,
C.
N.
IPCA
2003
 IGPM
2003
JAN.
15,25
15,44
N
7,058
7,699
x
19
20,81
E
6,426
4,406
x
25,5
29,13
E
30,06
31,84
FEV.
15,25
16,44
E
5,662
2,795
x
18,75
18,96
N
4,406
0,722
x
26,5
29,24
E
20,55
31,06
MAR.
15,75
19,82
E
4,656
6,931
x
18,5
18,53
N
7,44
1,085
x
26,5
27,14
E
15,8
19,99
ABR.
16,25
21,49
E
7,186
12,68
x
18,5
19,79
E
10,03
6,931
x
26,5
23,96
C
12,28
11,62
MAI.
16,75
22,99
E
5,032
10,82
x
18,5
19,9
E
2,549
10,42
x
26,5
23,53
C
7,571
-3,156
JUN.
18,25
24,03
E
6,422
12,41
x
18,5
26,21
E
5,158
20,12
x
26
21,99
C
1,815
-12,68
JUL.
19
25,65
E
17,18
19,27
x
18
29,01
E
15,25
26,08
x
24,5
21,32
C
2,426
-7,214
AGO.
19
24,56
E
8,731
17,87
x
18
23,42
E
8,085
31,68
x
22
18,99
C
4,157
4,656
SET.
19
25,92
E
3,412
3,784
x
18
29,94
E
8,99
32,92
x
20
18,06
C
9,772
15,12
OUT.
19
24,55
E
10,43
15,11
x
21
29,7
E
16,9
57,72
x
19
17,59
C
3,536
4,656
NOV.
19
22,95
E
8,861
14,03
x
22
30,9
E
42,91
83,52
x
17,5
16,02
C
4,157
6,042
DEZ.
19
20,23
E
8,085
2,672
x
25
29,07
E
28,32
55,54
x
16,5
15,88
C
6,422
7,571

MÊS
SELIC
2008
DI 360
2008
E,
C.
N.
IPCA
2008
 IGPM
2008
x
SELIC
2009
DI 360
2009
E,
C.
N.
IPCA
2009
 IGPM
2009
x
SELIC
2010
DI 360
2010
E,
C.
N.
IPCA
2010
 IGPM
2010
JAN.
11,25
12,08
E
6,676
13,39
x
12,75
11,16
C
5,91
-5,41
x
8,75
10,46
E
9,38
7,83
FEV.
11,25
11,92
E
6,041
6,548
x
12,75
10,62
C
6,80
3,16
x
8,75
10,75
E
9,77
15,12
MAR.
11,25
12,69
E
5,915
9,25
x
11,25
9,79
C
2,42
-9,25
x
8,75
10,85
E
5,91
11,88
ABR.
11,75
13,21
E
6,803
8,602
x
10,25
9,88
C
5,91
-1,81
x
8,75
11,66
E
6,04
9,64
MAI.
11,75
13,75
E
9,9
21,12
x
10,25
9,34
C
5,78
-0,84
x
9,5
11,54
E
5,22
15,25
JUN.
12,25
14,45
E
9,25
26,25
x
9,25
9,23
N
4,40
-1,21
x
10,25
11,86
E
0,0
10,69
JUL.
13
14,58
E
6,549
23,29
x
8,75
9,21
E
2,92
-5,28
x
10,75
11,16
E
0,12
1,815
AGO.
13
14,57
E
3,412
-3,91
x
8,75
9,2
E
1,81
-4,40
x
10,75
11,10
E
0,481
9,641
SET.
13,75
14,43
E
3,165
1,21
x
8,75
9,65
E
2,92
5,15
x
10,75
11,28
E
5,535
14,707
OUT.
13,75
15,34
E
5,535
12,4
x
8,75
9,93
E
3,41
0,60
x
10,75
11,21
E
9,381
12,816
NOV.
13,75
15,34
E
4,406
4,65
x
8,75
10,12
E
5,03
1,21
x
10,75
11,94
E
10,43
18,857
DEZ.
13,75
12,17
C
3,412
-1,57
x
8,75
10,46
E
4,53
-3,16
x
10,75
12,03
E
7,83
8,6015

MÊS
SELIC
2011
DI
360

E,
C.
N.
IPCA

IGPM

SELIC
2012
DI
360

E,
C.
N.
IPCA

IGPM

JAN.
11,25
12,44
E
10,4275
9,9029
x
10,5
9,55
C
6,9309
3,0416
FEV.
11,25
12,62
E
10,0338
12,682

10,5
9,41
C
5,53567
-0,722
MAR.
11,75
12,29
E
9,90295
7,699

9,75
8,96
C
2,5493
5,2838
ABR.
12,00
12,58
E
9,6415
5,5356

9,00
8,33
C
7,9562
10,691
MAI.
12,00
12,45
E
5,7881
5,2838

8,50
7,93
C
4,40657
12,95
JUN.
12,25
12,65
E
1,8149
-2,1815

8,50
7,57
C
0,9642
8,2139
JUL.
12,50
12,58
E
1,93698
-1,449

8,0
7,46
C
5,2838
17,319
AGO.
12,0
11,22
C
4,53147
5,4096

7,50
7,49
C
5,0325
18,576
SET.
12,0
10,39
C
6,54871
8,0850

7,50
7,48
C
7,0585
12,281
OUT.
11,5
10,30
C
5,2838
6,5487






NOV.
11,50
9,66
C
6,42159
6,1678






DEZ.
11,0
10,04
C
6,16778
-1,4495






 SELIC MAIOR DO QUE DI 360 = POL. MONET. CONTRACIONISTA (C).
SELIC MENOR DO QUE DI 360 = POL. MONET. EXPANSIONISTA (E).
SE DI 360 (taxa de juro de mercado de 1 ano) FOR MENOR DO QUE TAXA NATURAL (neutra ou de equilíbrio) = TAXA DE MERCADO EXPANSIONISTA.