TENTANDO EXPLICAR A CONCENTRAÇÃO DE RENDA E DE
CAPITAL.
Marco Aurélio
Garcia. Facebook. 18/01/2016. Belo Horizonte.
Vamos considerar uma sociedade (pode ser uma pequena cidade) com um PIB
(produção anual) de 1.000, 100 Habitantes e um Capital de 5.000 (as fábricas, casas
etc.). Uma empresa estrangeira entra investindo 500 em uma fábrica e produz 500
(a parte de mão de obra custou 200).
No primeiro ano
como é normal a empresa não deu lucro. O capital aumentou a concentração (os
500 investidos pelos empresários. Foi de 5000 para 5500). A renda per capta
aumentou em 200 (salários da nova empresa) indo de 10 (PIB de 1000/100
habitantes = 10) para 12 (novos salários 200/1000 habitantes = 2,00 em novos salários).
A renda per capta aumentou (na prática aumenta a de todos pelo aumento das
atividades). No segundo ano a empresa deu lucro e a renda per capta aumentou novamente,
mas a concentração da mesma também aumentou (parte de salários e de lucros).
RESUMINDO: o
capital produz riqueza (para todos). No capitalismo de mercado a riqueza é
distribuída segundo o mercado (inúmeros interesses), todos ganham (uns mais
outros menos). Parte do lucro vai para os empresários que têm interesse na
sobrevivência e crescimento da empresa. No capitalismo de estado (comunismo,
socialismo) o lucro quase nunca existe (as empresas têm que sobreviver de
subsídios, monopólios com preços altos e qualidade baixa e socorros dos
estados), a riqueza não se multiplica. Foi o motivo do capitalismo de mercado (economia
de mercado) ter enriquecido e sobrevivido e o de estado (socialismo) empobrecido
e derrotado (as últimas ditaduras são Cuba e Coreia do Norte. Sem socorro
passam até fome). E têm propagandistas da esquerda que se utilizam da inveja,
sub-repticiamente, com o argumento da concentração de renda e de capital para
tentar enganar os menos informados (no fim querem é aumentar a renda do estado
para roubarem mais).
A DIFERENÇA DE
CONCENTRAÇÃO: O CAPITAL PODE SER PRIVADO (a luta pela sobrevivência, os lucros
reinvestidos, as melhorias contínuas, as inovações) OU DO ESTADO (controle pela
elite burocrática, sempre corrupta, preços altos ou subsídios insustentáveis, qualidade
baixa e depreciação tecnológica). O CAPITAL É UMA DAS CONDIÇÕES PARA QUE OCORRA
CRESCIMENTO.
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TEXTO
COMPLEMENTAR.
18 /01/ 2020:
COMENTÁRIO SOBRE A CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E DE RENDA NOS REGIMES ECONÔMICOS:
ECONOMIA DE MERCADO (LIBERAL) E DE PLANEJAMENTO CENTRALIZADO (COMUNISTA E
SOCIALISTA).
O AUMENTO DA RENDA
PER CAPTA EXIGE AUMENTO ANTECIPADO DE INVESTIMENTOS E DE LUCROS (NOS DOIS
REGIMES ECONÔMICOS).
NAS ECONOMIAS DE
MERCADO (LIBERAIS) A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA (CONCORRÊNCIA) EXIGE MELHORIA
CONTÍNUA, GANHOS DE PRODUTIVIDADE E INOVAÇÕES. ISTO ACONTECE COM A CONCORRÊNCIA
QUE MOTIVA AS MELHORIAS CONTÍNUAS (a luta pela sobrevivência).
NOS REGIMES DE
PLANEJAMENTO CENTRALIZADO (O PODER FICA COM A BUROCRACIA DOMINANTE E MILITARES,
ONDE A CORRUPÇÃO PREVALECE) A EXPERIÊNCIA PROVOU, SOBEJAMENTE, A DERROCADA DO
MODELO EM RELAÇÃO ÀS ECONOMIAS LIBERAIS DE MERCADO: REDUÇÃO DE CRESCIMENTO, DE
RENDA PER CAPTA, EMPOBRECIMENTO DA POPULAÇÃO, FALTA DE PRODUTOS, PERDA DA
LIBERDADE DE IR E VIR E DE IMPRENSA (como forma de manter a ditadura). A
PROPRIEDADE DA RIQUEZA FICA NAS MÃOS DO ESTADO (DA BUROCRACIA DOMINANTE SEMPRE
CORRUPTA).
É VERDADE QUE NAS
ECONOMIAS DE MERCADO (LIBERAIS) ACONTECE CONCENTRAÇÃO DE RENDA E DE RIQUEZA
(PROPRIEDADE DOS CAPITAIS), MAS SEMPRE VEM ACOMPANHADA DO AUMENTO DA RENDA PER
CAPTA DE TODOS E DE MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA. COMO O AUMENTO DA RENDA PER
CAPTA EXIGE ANTECIPAÇÃO DE INVESTIMENTOS LUCRATIVOS, ACONTECE SIMULTANEAMENTE A
CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA, DE RENDA E TAMBÉM DA RENDA PER CAPTA DE TODOS.
NAS ECONOMIAS
COMUNISTAS COMO A PROPRIEDADE É DO ESTADO (NA VERDADE DA ELITE DIRIGENTE
BUROCRATA), AS ESTATAIS MONOPOLISTAS OU OLIGOPOLISTAS (EM SUA MAIORIA) NÃO
PRECISAM ENFRENTAR A CONCORRÊNCIA E A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA (A BUSCA DO LUCRO
QUE EXIGE MELHORIAS CONTÍNUAS, GANHOS DE PRODUTIVIDADE E INOVAÇÕES), EM SUA MAIORIA
DÃO PREJUÍZOS. NÃO EXISTE CONCENTRAÇÃO DE RENDA NEM DE RIQUEZA POIS ESTÃO
CONCENTRADAS NAS MÃOS DAS MINORIAS QUE DOMINAM O ESTADO E AS ESTATAIS. MAS AS
EXPERIÊNCIAS PROVARAM QUE PRODUZEM POBREZA, LIMITAÇÃO DA LIBERDADE (DE IR E
VIR, DE SE INFORMAR).
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DESMISTIFICANDO
UM MITO. ESPECULADORES E RENTISTAS.
Quem são os especuladores e rentistas? Todas as pessoas que
trabalham, ganham seu dinheiro honestamente, poupam parte para garantir o
futuro (casa própria, aposentadoria etc.) e aplicam na Caderneta de Poupança, em
CDBs, em Bolsa, Ouro, Moedas estrangeiras (é legal, inclusive manter contas no
exterior desde que declaradas), Fundos de Investimentos etc. São também
especuladores e rentistas os fundos de pensão dos trabalhadores (que garantem
aposentadorias e pensões). O mundo em desenvolvimento (falta poupança
doméstica) respeita e atrai os especuladores rentistas para que invistam em
seus países (investimentos diretos, bolsas, empréstimos, títulos do tesouro
etc.). Especuladores e rentistas são um bem ao invés de um mal, como os
demagogos, populistas ou ignorantes propalam. Em época de eleição políticos demagogos
(ou leigos que não são capazes de ler e entender um bom livro de Política Monetária)
falam contra juros altos; não sabem a diferença entre juro básico, neutro (de
equilíbrio), de mercado (de curto, médio e longo prazos). Não sabem ler e
entender uma curva de juros de mercado. Não sabem a relação entre taxa básica,
inflação e juros de mercado de longo prazo. Não entendem a diferença entre
quantidade moeda (M0, M1, M2, M3, M4) e liquidez. A relação entre quantidade de
moeda, liquidez, inflação (ascendente ou descendente) e PIB potencial.
Para completar: a maior parte da renda nacional é oriunda
do trabalho (salários, honorários, serviços gerais), por extensão a maior parte
das poupanças são de trabalhadores. Os bancos são apenas intermediários no
gerenciamento destas poupanças. A renda
nacional é definida assim: RT + L + J + A (renda do trabalho, mais lucros, mais
juros, mais aluguéis). Percentualmente a maior parte é a RT. E renda nacional é
igual a PIB (C + I + G + E – M).
Felizmente a mídia de economia e finanças (inclusive
jornalistas estudiosos, economistas) aprendeu com os BCs de Armínio Fraga (lançou
o sistema de metas de controle da inflação, o tripé, superávit primário, câmbio
flutuante e meta de inflação. Impediu que o Real fracassasse como tantos outros
planos, alguns mirabolantes e de pensamento mágico), Henrique Meirelles, Ilan
Goldfajn e Roberto Campos Neto (destaca-se também o trabalho, não reconhecido
por todos, de Gustavo Loyola), evoluiu no entendimento de política monetária
(verdade que a maioria dos economistas brasileiros tinham entendimento errado
em economia monetária, presos a entendimentos keynesianos, a maioria
desvirtuada).
Em teoria econômica não existe a variável rentista, existem:
RIB = RT + L + J + A (renda interna bruta = renda do trabalho + lucros + juros
+ aluguéis) = PIB = C + I + G + E – M (consumo + investimento + gastos do
governo + exportações - importações). Quem são os agentes econômicos (investidores)
que aplicam suas poupanças (investem)? Trabalhadores, empresários, poupadores
em geral. E qual é a renda das aplicações? Juros e Lucros. Resumo atualizado de texto de
1994.