domingo, 15 de novembro de 2020

O PROCESSO INFLACIONÁRIO ESTÁ RETORNANDO?

 

O PROCESSO INFLACIONÁRIO ESTÁ RETORNANDO?

Os IPCAs de jul., ago., set. e out. foram: 0,36%; 0,24%; 0,64% e 0,86%. ANUALIZANDO OS 4 MESES TEREMOS 6,48% ANO (projeção). ANUALIZANDO APENAS SET. e OUT. TEREMOS 9,38% ANO (projeção). As duas opções podem ser consideradas indício de retorno do processo inflacionário. Considerando os efeitos negativos das paralizações causadas pelo COVID-19 para as atividades econômicas (a favor a correta distribuição de renda, incorreta por ser sem controle), os aumentos absurdos do IGPM (já estando atingindo os IPCs), é um sinal de risco desnecessário (a fase preventiva e a tempestiva da política monetária já ultrapassadas). Todos os indicadores indicam que o crescimento será retomado (as atividades deverão retornar em V após as vacinas).

A taxa básica abaixo da adequada já provocou: a desvalorização da moeda pátria e a consequente queda do poder de compra, da qualidade de vida e aumentos absurdos dos IGPs (já atingindo os IPCs). É uma transferência de renda (artificial) dos fundos de poupanças para complementação de aposentadorias e das poupanças das classes mais baixas para as atividades que têm seus preços dolarizados (commodities), para os exportadores e algumas indústrias. Os importadores e os consumidores de produtos importados (e exportados que sofrem influência em seus preços por causa das exportações) perdem muito. O Balanço Comercial reduz importações e aumenta exportações. No geral o Balanço de Pagamentos melhora, mas o Fluxo Cambial Financeiro fica muito negativo (fuga da moeda pátria para o dólar). O maior risco: A MOEDA PÁTRIA PERDER A FUNÇÃO DE RESERVA DE VALOR (o que já aconteceu com Equador, Argentina e outros) E A SOBERANIA MONETÁRIA FICAR AFETADA. A taxa básica perde efeitos sobre as expectativas de inflação (taxas muito altas passam a ser necessárias). A Argentina já perdeu a função de reserva de valor de sua moeda e a política monetária através de taxa básica exige custo muito alto. A parte da dívida corrigida por Selic abaixo da adequada reduz o custo, mas as taxas de juros de LP aumentam (o custo de refinanciamento aumenta) e o prazo médio da dívida fica mais curto (pode ser muito arriscado). O PIOR DE TUDO: AFASTA INVESTIMENTOS EXTERNOS POR CAUSA DE PERDAS COM VALORIZAÇÕES DE ATIVOS INTERNOS. A PRIMEIRA EXIGÊNCIA DE INVESTIMENTOS FICA SEVERAMENTE AFETADA: A GARANTIA DO CAPITAL INVESTIDO (A DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA NACIONAL AFASTA INVESTIDORES). Mesmo o Brasil sendo um país que cumpre contratos, mas temos um passado de controle de preços e de lucros que ainda é lembrado (afeta a garantia de lucros futuros).

Todo artificialismo em política monetária e fiscal (nossa política fiscal passa insegurança) é negativo e se estendido além do aceitável termina em crise e prejuízo. A Argentina já perdeu a função de reserva de valor de sua moeda.     11/2020.

domingo, 8 de novembro de 2020

BANCO CENTRAL INDEPENDENTE?

 

BANCO CENTRAL INDEPENDENTE?

MILTON FRIEDMAN E O Fed (Banco Central americano).

 Milton Friedman deu entrevista respondendo sobre o que achava da atuação do Fed. Respondeu que podia fechar. Ele foi um crítico rigoroso da atuação do Fed, inclusive responsabilizando-o pela crise de 29/30 (pela atuação errada). Relacionou todos os erros cometidos pelo Fed. Foi de fato um crítico severo (e correto nas críticas). Mas em seu livro “Capitalismo e Liberdade” escreveu: “Convém que usemos o governo para fornecer uma estrutura monetária estável à economia livre – isto é parte da função de propiciar uma estrutura legal estável”.  Rendeu-se à realidade.

ESCREVEU CONTRA A INDEPENDÊNCIA DO BANCO CENTRAL: “É um mau sistema para os que acreditam na liberdade justamente porque dá a poucos homens um poder tão grande sem que seja exercido nenhum controle efetivo pelo corpo político – este é o argumento chave político contra um BC independente.”

COMENTO:
Hoje o BC tem que atender a uma meta de inflação (estabilidade do poder de compra da moeda), com câmbio flutuante, que funcionam como um redutor do poder discricionário. Estas limitações do poder discricionário justificam a independência do BC para evitar as pressões políticas em anos de eleição. 2002.

 ATUALMENTE, CABE AO BC:

 a) garantir o poder de compra da moeda nacional;

b) zelar pela liquidez da economia;

c) manter as reservas internacionais em nível adequado;

d) estimular a formação de poupança;

e) zelar pela estabilidade e promover o aperfeiçoamento do sistema financeiro.

MISSÃO DO BCB - Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional.

 A PROPOSTA APROVADA PELO SENADO DIZ QUE:

a) a meta principal é GARANTIR O PODER DE COMPRA DA MOEDA NACIONAL;

b) sem prejuízo da meta principal, o BC terá também os objetivos de:

b1) “zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro;

b2) suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e;

b3) fomentar o pleno emprego”.

 PERGUNTA e AFIRMAÇÃO:

 a)      a) Solidez do sistema financeiro nacional?

b)       b) Sem câmbio flutuante fica uma liberdade perigosíssima.

c)        c) Sabemos que a preservação do poder de compra da moeda (responsabilidade monetária) é condição necessária, mas não o suficiente para o crescimento econômico sustentado (empregos). Não é um risco e redundância desnecessária colocar outras metas que dependem 100% da primeira?   

MISSÃO DO BCB - Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional. A experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). A política monetária sozinha não provoca, com certeza, o aumento sustentado dos investimentos e empregos, é apenas uma variável necessária. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica. A função da moeda, RESERVA DE VALOR, não deve nunca ser esquecida (bolhas demagógicas de crescimento devem ser evitadas, apenas o empurrão inicial pode ser aceito). A preservação do poder de compra da moeda (responsabilidade monetária) é condição necessária, mas não o suficiente para o crescimento econômico sustentado (e emprego).

 Resumo de textos de 2000/2002.

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A TAXA BÁSICA ESTÁ ABAIXO DA ADEQUADA? EXIGIRÁ AJUSTES FUTUROS ONEROSOS?

 A TAXA BÁSICA ESTÁ ABAIXO DA ADEQUADA? EXIGIRÁ AJUSTES FUTUROS ONEROSOS?

SET. 2020 (12 MESES).

M1 +45,9%; M2 +29,2%; M3 +16,4%; M4 -2,7%.

LIQUIDEZ MUITO ACIMA DA ADEQUADA.

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IGP M 18,2%; (JUL. a OUT. 2,23%; 2,74%; 4,34%; 3,23%); IPA M 25,78%;

PROD. AGROPEC. 41,23%; PROD. INDUSTR. 20,71%; INCC 4,83%;

IPC M 2,77%; IPCA 2,1% (SET. 0,64; OUT. 0,75%); US$ 43,8% (out.).

IGPs pressionarão os IPCs.

A DESVALORIZAÇÃO DO REAL REDUZIU O PIB E O PIB PER CAPTA (em dólar). REDUZIU O PODER DE COMPRA E A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO. 

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SWAPS CAMBIAIS OUT. RESULTADO US$ 69,053 bilhões NEGATIVOS;

FLUXO CAMBIAL FINANCEIRO OUT. US$ 52,342 bilhões NEGATIVOS;

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CRÉDITO SIST. FINANC. 12 MESES SET.

PJ 18,7%; PF 9,3%; GOVERNOS 16,3%; TOTAL 13,1%.

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JUROS COM VENC. EM JAN. 2025 7%; SELIC 2%.

FOCUS DE 11/2019 PREVIA: US$ 4,00 (está em 5,70); SELIC 4,5%; IPCA 3,6%.

É UM CENÁRIO DE INFLAÇÃO ASCENDENTE DESNECESSÁRIO E DE CORREÇÃO MAIS ONEROSA. A POLÍTICA MONETÁRIA TEMPESTIVA JÁ ESTÁ ULTRAPASSADA (A PREVENTIVA ABANDONADA).

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NAS FASES DE RECESSÃO E DEPRESSÃO QUALQUER TAXA DE JURO POR BAIXA QUE SEJA É ALTA DEMAIS. NÃO HÁ COMO FUGIR À CORRELAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS MONETÁRIA, FISCAL, TAXAS DE JUROS E PREÇOS. A TAXA BÁSICA ADEQUADA É SEMPRE A MELHOR PARA A CONJUNTURA PROPECTIVA (evita desequilíbrios entre preços relativos de ativos, de serviços e de produtos).

A FUGA DO REAL PARA O DÓLAR OU OURO NO EXTERIOR PODERÁ ELIMINAR A FUNÇÃO DE RESERVA DE VALOR DA NOSSA MOEDA (IREMOS VIRAR UMA ARGENTINA GRANDE). MAG 11/2020.

ATUALMENTE, CABE AO BC:


a)    garantir o poder de compra da moeda nacional;

b)     zelar pela liquidez da economia;

c)    manter as reservas internacionais em nível adequado;

d)    estimular a formação de poupança;

e)    zelar pela estabilidade e promover o aperfeiçoamento do sistema financeiro.