terça-feira, 27 de dezembro de 2022

OS JUROS BÁSICOS NOVAMENTE?

 

 

 

OS JUROS BÁSICOS NOVAMENTE?


 COMENTÁRIO RÁPIDO SOBRE PARTES:

 1)     DÍVIDA PÚBLICA: a aceitação da dívida pública mobiliária como % do PIB depende da moeda emitida (se é aceita interna e externamente. Algumas não são aceitas nem internamente para poupanças, reserva de valor). Países que emitem moedas reservas mundiais ou com aceitação externa e que não têm histórico de calotes (reais ou através de inflação) podem ter uma relação dívida PIB maior. O valor da dívida mobiliária bruta emitida pelo TN deve ser reduzido das reservas (BC) e do valor em caixa (e bancos) do TN para definição da dívida líquida. O conhecimento aceito pela teoria monetária e pelo mercado é que uma taxa básica abaixo da adequada faz os juros nominais de mercado de longo prazo subirem acompanhando as expectativas de inflação (a curva de juros fica ascendente). Uma taxa básica adequada (os juros de curto prazo a acompanham) faz os juros nominais de mercado de longo prazo cederem (a curva de juros muda de ascendente para descendente). A previsão racional de que Lula venceria e as falas leigas ou demagogas sobre política fiscal e monetária aumentaram a insegurança e a volatilidade (e isto exige taxa básica mais alta). A dívida pública é o resultado de déficits públicos passados. Gastos públicos podem provocar inflação (se improdutivos pior ainda);

                    

2)     A TAXA BÁSICA: é aceito por todo o mundo econômico que a taxa básica é a mais forte e eficaz ferramenta de política monetária para combater um processo inflacionário. Seu efeito (e sua magnitude) dependerá da conjuntura, das expectativas, da credibilidade das autoridades monetárias e do governo. No caso atual os aumentos iniciaram com a taxa básica em 2%, IGPM e IPAM altíssimos prevendo o repasse nos momentos a seguir para os IPCs e o dólar valorizando muito acima do IPCA e empobrecendo a todos os brasileiros. A inflação prevista era de 6%. Uma taxa básica positiva (líquida de IRRF) teria que ser de 8% (menos 20% de IRRF = 6,4%). Acontece que o período dos aumentos da taxa básica de 2% para 8% pelo processo de gradualismo (ao invés de tratamento de choque) demorou, com aumentos de 0,5% a cada reunião do COPOM 540 dias = 12 aumentos de 0,5% x 45 dias. Neste interregno a inflação só iniciou a descendência dos aumentos quando a taxa básica atingiu perto de 6% (neste interregno a previsão da inflação subiu para acima de 6%). O BC (COPOM) para que a inflação retrocedesse optou por aumentar a Selic para 13,75% (a inflação que iria subir para mais de 10% retrocedeu, com a ajuda da redução dos tributos e preços da energia). A máxima, uma taxa básica alta, mas abaixo da adequada não fará a inflação retroceder (entrar no processo descendente), é semelhante a altas doses de antibióticos, mas abaixo da necessária, poderá fazer mais mal do que bem. Com uma inflação prevista de 6% a taxa básica mínima deve ser de 10% (10% menos 20% de IRRF = 8%. Taxa básica positiva em 2%), mas como a meta de inflação é abaixo de 6% o COMPOM elevou-a para 13,75% (pese nisto um novo governo com o presidente falando contra os conhecimentos acumulados aceitos pela maioria dos BCs do mundo civilizado, e pior, ministros da Fazenda e Planejamento leigos em economia e finanças em alto nível (e um histórico de Mensalão, Petrolão e a maior recessão já vivida em tempos normais). Em teoria econômica e monetária não existe a variável rentista, mas poupadores (pessoas com renda mensal acima de R$3.000,00). Os bancos são repassadores (meio de campo) das captações das aplicações financeiras dos poupadores e repassam para empréstimos ao mercado privado e para compras de títulos públicos. Quando o mercado fica inseguro sobre as previsões de LP preferem aplicar em Selic do que em taxa fixa de LP. O TN também prefere captar em Selic do que pagar as altas taxas de LP (prevendo queda da inflação e da Selic). Análises econômicas estáticas são para facilitar o ensino a iniciantes (e amadorismo em análises econômicas). O mercado trabalha com conhecimentos acumulados e análises racionais dinâmicas;

 

3)     GASTOS PRODUTIVOS E IMPRODUTIVOS: sabemos, por bom senso, que os gastos produtivos fazem o PIB crescer com sustentação (no CP e no LP) e que os improdutivos podem fazer crescer no CP (mas seus efeitos no LP, na maioria das vezes por abusos, não têm sustentação).   MAG 27/12/2022

 


sábado, 10 de dezembro de 2022

A ESQUERDA E A DIREITA (repetição necessária).

 

A ESQUERDA E A DIREITA:

A ESQERDA CONTROLA PREÇOS, PRODUÇÃO, COMÉRCIO, PROPRIEDADE, HERANÇA E O LUCRO (origem dos investimentos). O ESTADO REGULA E OPERA (ESTATAIS), A TRIBUTAÇÃO É MÁXIMA. É CONTRA O DIREITO DE IR E VIR, A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE IMPRENSA E POLÍTICA (DITADURAS). AS ESTATAIS SÃO CONTROLADAS PELA ELITE BUROCRÁTICA E MILITAR. SÃO ANTROS DE CORRUPÇÃO E INEFICIÊNCIA. A PRODUTIVIDADE É BAIXA EM RELAÇÃO AS ECONOMIAS LIBERAIS DE MERCADO ONDE A CONCORRÊNCIA (A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA) MOTIVA AS MELHORIAS CONTÍNUAS, OS GANHOS DE PRODUTIVIDADE E AS INOVAÇÕES. AS RELIGIÕES SÃO SUPORTADAS, MAS CONTROLADAS E SEM LIBERDADES.

AS EXPERIÊNCIAS ACONTECIDAS PROVOCARAM PERDA DE QUALIDADE DE VIDA (e liberdades), POBREZA E PRODUÇÃO COM QUALIDADE INFERIOR EM RELAÇÃO ÀS ECONOMIAS LIBERAIS (economias de mercado). A URRS (dissolvida pela pobreza produzida) E OS PAÍSES DA EUROPA ORIENTAL REGREDIRAM EM RELAÇÃO AOS PAÍSES DA EUROPA OCIDENTAL. AS DUAS ALEMANHAS, AS DUAS COREIAS, A CHINA CONTINENTAL X TAIWAN, X JAPÃO, X SINGAPURA X MALÁSIA. A CHINA COMUNISTA X A CHINA CAPITALISTA DE DENG XIAOPING. ALÉM DA POBREZA FORAM REGIMES AUTOCRATAS, CENTRALIZADORES QUE PRATICARAM PERSEGUIÇÕES E ASSASSINATOS (as ditaduras sempre se mantêm limitando as liberdades).   

 

A DIREITA (LIBERALISMO) É A FAVOR DE LIBERDADE DE MERCADO, CONCORRÊNCIA, PREÇOS, PRODUÇÃO E COMÉRCIO LIVRES (MERCADO, A CONCORRÊNCIA CONTROLA). DEFENDE A PROPRIEDADE PRIVADA, O DIREITO DE HERANÇA E O LUCRO. COM A LIBERDADE DE MERCADO (CONCORRÊNCIA) MOTIVA AS MELHORIAS CONTÍNUAS, OS GANHOS DE PRODUTIVIDADE E AS INOVAÇÕES.

O CENTRO: demagogia política, ignorância, indecisão sobre o caminho a seguir.

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ROMA E A TENTATIVA DE GOVERNO SOCIALISTA DE DIOCLECIANO.

PARA OS ECONOMISTAS QUE ACREDITAM NO PENSAMENTO MÁGICO DE QUE GASTOS (MESMO QUE IMPRODUTIVOS) PRODUZ RIQUEZAS (TEM TEMPO DE DURAÇÃO, A SEGUIR, NO PROCESSO, VEM A POBREZA).

Em 276 os exércitos romanos escolheram MARCO AURÉLIO PROBO como Imperador (íntegro e corajoso. Reinou 6 anos). Expulsou os germanos da Gália, os vândalos da Ilíria, construiu uma muralha entre os rios Reno e o Danúbio, amedrontou os persas apenas com a firmeza de suas palavras e implantou a paz no Império. Reduziu os gastos com os exércitos e implantou o reino das leis. Colocou o exército para drenar pântanos, derrubar florestas e trabalhar em obras públicas. Foi assassinado pelo exército (que depois arrependeu-se e ergueu um monumento em sua memória).

Para sucedê-lo o escolhido foi DIOCLECIANO (reinou 21 anos) um Imperador com grande habilidade política. Conseguiu pacificar as correntes políticas e organizar o governo. Estabeleceu a sede do governo em Nicomédia na Ásia Menor (atual Izmir a sudeste de Bizâncio, depois Constantinopla, hoje Istambul). O Senado se reunia em Roma. Organizou um estado com administração centralizada. A ditadura era uma necessidade das guerras. Foi bem-sucedido nas guerras.

Nos anos de paz enfrentou uma CRISE ECONÔMICA (declínio). Para enfrentar a carestia implantou a ECONOMIA DIRIGIDA. Estabeleceu um regime monetário sadio (garantiu a pureza e o peso das moedas que dizem ter perdurado até 1453), mas tabelou preços, distribuiu alimentos pela metade dos preços e empreendeu grandes obras públicas para dar trabalho aos desempregados. Estabeleceu controle estatal sobre vários segmentos de atividades (inclusive estatizou a importação de trigo). Proibiu a exportação de sal, ferro, ouro, vinho, cereais e óleo da Itália e regulou com rigor a importação destes bens. As regulamentações eram minuciosas e entravaram as negociações. As vendas de facilidades e de privilégios (pela burocracia do governo) passaram a ser rotina. Com a desorganização dos mercados que a tentativa de organização centralizada provocou (os mercados substituídos pelo estado e regulamentações minuciosas), a solução foi tabelar preços e culpar os açambarcadores. Foi uma das tentativas de substituir as leis de mercado (oferta e procura) por dirigismo estatal. O fracasso foi total e instantâneo (tipo governos socialistas, os governos militares do Brasil e o plano cruzado e seus tabelamentos de Sarney). A carestia aumentou, mercadorias essenciais deixaram de existir. O Édito (lei socialista) teve de ser afrouxado (Constantino o revogou). O custo da administração dirigida foi uma das fraquezas do regime de Diocleciano. Para sustentar tal burocracia (dizem ter chegado à metade da mão de obra) as taxas foram aumentadas. Para evitar o recebimento de tributos com moeda depreciada começaram a receber com produtos. A fiscalização empregava até tortura. Muitas cidades deixaram de existir pois as populações passaram a buscar refúgio entre os bárbaros. Outros absurdos aconteceram (até a escravidão por dívidas com o estado). Mesmo com este exemplo a humanidade repetiu e ainda tenta repetir os mesmos erros.

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EM 1776 ADAM SMITH ESCREVEU O TEXTO ABAIXO (trecho do capítulo III do livro "A RIQUEZA DAS NAÇÕES").

GASTOS IMPRODUTIVOS NÃO PRODUZEM RIQUEZA E SE ACIMA DE UM PERCENTUAL DA RENDA NACIONAL PRODUZIRÁ QUEDA DO PIB, POBREZA. AS CORPORAÇÕES QUE DEFENDEM PRIVILÉGIOS TÊM QUE ENTENDER QUE GASTOS IMPRODUTIVOS NÃO TÊM SUSTENTAÇÃO, TÊM TEMPO DEDURAÇÃO.

A RIQUEZA DAS NAÇÕES, ADAM SMITH (1776).

Trecho do capítulo III:

As grandes nações nunca empobrecem devido ao esbanjamento ou à imprudência de particulares, embora empobreçam às vezes em consequência do esbanjamento e da imprudência cometidos pela administração pública. Toda ou quase toda renda pública é empregada, na maioria dos países, em manter cidadãos improdutivos. Tais pessoas constituem uma corte numerosa e esplêndida, um grande estabelecimento eclesiástico, grandes esquadras e exércitos, que em tempos de paz nada produzem, e em tempos de guerra nada adquirem que possa compensar os gastos de sua manutenção, mesmo enquanto perdura a guerra. Essas pessoas que nada produzem, são mantidas pela produção do trabalho de terceiros. Quando, portanto, esse contingente è multiplicado além do necessário, em determinado ano ele pode consumir uma parcela tão grande da produção anual, a ponto de não deixar o suficiente para manter os trabalhadores produtivos, que reproduziriam, no ano vindouro, o que foi gasto neste. Em consequência, a produção do ano seguinte será menor do que a do precedente e se a mesma situação confusa continuar, a produção do terceiro ano será ainda inferior à do segundo. Os cidadãos improdutivos, que deveriam ser mantidos apenas por uma parcela da renda economizada pelo povo, podem chegar a consumir parte tão relevante da renda total, e com isso obrigar tão grande número de pessoas a interferir em seu capital, nos fundos destinados à manutenção de mão de obra produtiva, que toda a frugalidade e a boa administração dos indivíduos podem ser incapazes de compensar o desperdício e aviltamento da produção, gerados por essa intromissão violenta e forçada.

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