FLUXO
CAMBIAL CORRENTE E PERSPECTIVAS DE FLUXO, COMMODITIES, PERCEPÇÃO DE RISCOS,
EXPECTATIVAS.
“A formação da taxa de câmbio depende exclusivamente dos
fundamentos da economia. Não existe economia forte com moeda fraca ou
vice-versa.” Nathan Blanche.
“Ao longo dos anos 90, fiquei muito impressionado com a
facilidade com que passamos a influenciar, com a política monetária, a taxa de
juros de longo prazo. Ficou mais fácil cumprir a missão.” Alan Greenspan.
O preço (relação cambial) da mercadoria moeda é função
dos movimentos do mercado (ofertas de compra e de venda). Podemos dizer que é
função das expectativas (= visão de futuro, positivas, negativas, neutras,
racionais, emocionais) dos agentes.16/11/2009.
Os efeitos em economia devem ser analisados nos momentos:
imediato (primeiro) e no a seguir (segundo). Neste texto analisaremos os
efeitos do segundo momento.
A INFLAÇÃO AFETA O CÂMBIO ANTES DE AFETAR OS PREÇOS
INTERNOS (INFLAÇÃO E CÂMBIO SÃO EFEITOS, SÃO GÊMEOS, UM AFETA O OUTRO);
A DESVALORIZAÇÃO DO REAL EMPOBRECE A TODOS E FAZ O PIB
REAL (dólar) CAIR. SELIC ADEQUADA É CUSTO MENOR.
Não há taxa básica de juro, mesmo que negativa (+ i - %
inflação = - i), capaz de fazer CRESCIMENTO SUSTENTADO e reanimar uma economia.
Provoca apenas um crescimento virtual (e um sentimento de riqueza também virtual
e sem sustentação. A correção provoca um sentimento de empobrecimento virtual).
O mal-entendido juro básico e seus efeitos. Uma definição
rápida de ciência é a conexão entre causa e efeito. As Ciências Exatas
pretendem definir a conexão causa e efeito com resultado numérico exato, as
Sociais (entre elas a economia) pretendem definir apenas as Tendências. Como
exemplo podemos citar: quais os efeitos de um aumento na taxa básica de juro? A
resposta dependerá das condições conjunturais e da amplitude do aumento da taxa
básica. As leis econômicas são
dinâmicas, sempre um processo em movimento, são causais e temporais, estudam
fenômenos que se sucedem no tempo (e as antecipações). São também CONDICIONAIS,
como todas as leis científicas (requisitos são condições necessárias). São
complexas, o entendimento exige conhecimentos acumulados, quase sempre tem
exceções. Os efeitos no curto prazo podem ser diferentes do longo prazo (os
juros de cp podem subir e os de lp caírem), no primeiro momento ser diferente
dos seguintes.
A COMPLEXIDADE DA POLÍTICA MONETÁRIA E CAMBIAL.
A relação do câmbio no Brasil com o índice de commodities (o
que importamos e exportamos) e com a expectativa do fluxo cambial futuro (percepção
de risco político nacional e da economia global) é mais alta do que com o fluxo
cambial presente. Os agentes tentam se antecipar a esses movimentos. No mercado
financeiro as expectativas são sempre importantes.
Efeitos da Selic (taxa básica) nas atividades, inflação e
no câmbio:
a a) O
aumento da Selic (taxa básica) influenciando positivamente as expectativas de
inflação futura reduz a desvalorização cambial (em alguns casos valoriza a
moeda pátria aumentando o seu poder de compra e a qualidade de vida);
b b) No
Balanço Comercial e no Câmbio: a taxa básica (ib) acima da taxa neutra (in =
taxa de equilíbrio) diminui as atividades e a demanda interna (inclusive importações)
e motiva as empresas para as exportações (o balanço comercial reduz o saldo
negativo ou aumenta o positivo);
c c) No
primeiro momento influencia as expectativas de queda da inflação futura (o
aumento dos juros de curto prazo influencia a redução dos juros de longo prazo)
podendo valorizar a moeda pátria (as expectativas fazem os agentes se anteciparem).
No segundo momento reduz a inflação e os juros de curto e de longo prazos. O
aumento das exportações e a redução das importações podem fazer a relação
cambial ficar favorável à moeda pátria (aumenta o poder de compra da moeda). Em
contrapartida a redução das atividades como efeito da taxa básica superior à
neutra (ou de equilíbrio) reduz as importações;
d) não há
taxa básica de juro, mesmo que negativa (+ i - % inflação = - i), capaz de
fazer CRESCIMENTO SUSTENTADO e reanimar uma economia. A taxa básica de juro é
apenas a variável mais importante para controlar um processo inflacionário.
Resumo de escritos de 90 e 2000.