A PANDEMIA
COVID-19 A TAXA BÁSICA, A RENDA, A DEMANDA (consumo e investimento), A OFERTA (investimento),
A DIFERENÇA ENTRE A INFLAÇÃO DOS IGPs e do IPCA. O CÂMBIO.
O estudo da ciência econômica iniciou de fato com os
pensadores da análise macro (daí macroeconomia) da demanda (procura global,
macro) e da oferta (também macro). O que interfere na demanda e na oferta?
A Economia estuda as influências e conexões de variáveis e fatores econômicos
(as que interferem entre si e as que não interferem e não sofrem interferências),
da política (o poder).
Definições
foram desenvolvidas para facilitar as análises de conjunturas, passadas,
presente e prospectivas (futuras). A principal foi a definição reduzida de
oferta e demanda global, produto (produção) interno bruto (antes de depreciações)
= C +I (consumo global + investimento global). Neste texto (e em todos os textos
econômicos pensamos em variáveis macros): a massa de salários e não o salário
de uma pessoa, a demanda global e não a demanda de uma pessoa (PIB = C + I).
A definição de PIB (produto interno bruto) mais comum é: C + I + G + E – M
(consumo + investimentos + gastos dos governos + exportações – importações). O
PIB líquido seria o reduzido de depreciações. O PNB (produto nacional
bruto) seria o PIB acrescido de recebimentos do exterior e reduzido de remessas
para o exterior. Outra maneira de demonstrar
e estudar macroeconomia é a definição de RNB (renda nacional bruta) = PIB. RNB
= RT (renda do trabalho) + L (lucros) + J (juros) + A (aluguéis). Aprendemos
que a demanda sofre influência da renda e de expectativas (segurança futura).
Quando falamos em renda entra no estudo a moeda (teoria monetária). Sobre a renda
e sua influência já se estudou e definiu.
RENDA: RELAÇÕES
COM CONSUMO, JUROS E INFLAÇÃO.
1)
KEYNES: para Keynes o consumo subiria de acordo com a renda. Maior a renda
maior o consumo total, mas menor em relação à renda.
2)
IRVING FISHER: para Fisher o consumo dependia da expectativa de renda e de
vida.
3)
MILTON FRIEDMAN: para Friedman o consumo dependia da renda permanente (a renda
que os agentes têm segurança de que receberão).
4)
MODIGLIANI: para Modigliani o consumo é função da riqueza e da renda em relação
à expectativa de vida.
5)
MELHORIA NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: a melhoria na distribuição da renda (redução
da concentração da renda) aumenta o consumo no curto e no médio prazo (ou enquanto
houver espaço para ela ocorrer). O aumento do consumo induz o aumento dos
investimentos (é o crescimento da renda total = PIB).
RESUMINDO:
PIB (C + I) = C + I + G + E – M = RNB = RT + L + J + A.
O
estudo dos EFEITOS DOS JUROS na economia: na renda, no consumo, na oferta,
nos investimentos, nas expectativas.
Quem
recebe e quem paga juros? Recebe juros os poupadores. Quem são os poupadores?
Quem tem renda e gasta apenas uma parte dela (a parte não gasta é a poupança). Poupadores
são os trabalhadores (RT = renda do trabalho), os fundos de pensão (dos
trabalhadores), quem investe em bolsa (lucros e dividendos), quem poupa para aposentadoria,
quem poupa especulativamente (posterga ou antecipa consumo ou investimento
dependendo da relação juros x inflação). Não existe na teoria econômica a
variável rentista (existe poupador, investidor, consumidor). Rentista em
economia e política é demagogia barata ou ignorância.
Vimos
que os juros influenciam na renda e decisões dos agentes econômicos:
trabalhadores, poupadores, aposentados, investidores e empreendedores. Pelo
estudo da teoria monetária aprendemos que existe um juro de equilíbrio (neutro).
Aprendemos que o BC deve tentar equilibrar a demanda com a oferta através da
taxa básica de juro. Para aumentar a demanda ela deve ser fixada abaixo da taxa
de equilíbrio, para reduzir acima. A inflação é a medida. Se ascendente a taxa
básica deve ser aumentada, se descendente deve ser reduzida. A taxa básica acima
da de equilíbrio estimula os agentes a postergarem a demanda, abaixo a antecipar
(evitar a perda com a inflação).
A
pandemia covid-19 trouxe uma novidade: o governo forçado a dar uma renda mensal
(quase sem controle) que estimulou a demanda de produtos essenciais
(alimentação, limpeza, etc.). A taxa básica fixada em 2% (tomando por base as
expectativas de inflação) desvalorizou a moeda pátria, o real. A desvalorização
foi muito alta (40%). Muitos ativos que haviam valorizado desvalorizaram (o furo
da bolha), estão resistindo o dólar, o Euro e o ouro (em primeiro lugar, 60%).
O IGPM subiu em 12 meses 13% (em jul. 2,23%; em ago. 2,74%). O ano passado 7%. O
IPAM 13,435 até ago. e em 12 meses 18%. O IPCM no ano subiu 1,38%, em 12 meses
2,34%. A diferença é muito alta, um risco.
O
que teremos pela frente? O IPCA subirá ou os IGPs cederão? Na minha opinião a inflação
dos IPCs voltará. Quando? Assim que a Pandemia for controlada.
O
TN para captar a prazo médio tem que pagar taxas mais altas (ainda baixas, subirão
mais). O que poderá ajudar? A política monetária dos USA de corrigir a valorização
do dólar (que dificulta exportações).
Estamos
caminhando um caminho que deverá trazer desarmonia entre oferta e demanda (a valorização
do real, se ocorrer, poderá ajudar). A taxa básica terá que subir para evitar o
retorno da inflação. Se ocorrer na época da eleição Bolsonaro não se reelegerá.
MAG 06/09/2020.
https://mageconomia.blogspot.com/2020/02/crescimento-economico-relacoes-com.html