domingo, 31 de março de 2019

TAXA BÁSICA X PIB POTENCIAL X EXPECTATIVAS.



TAXA BÁSICA X PIB POTENCIAL X EXPECTATIVAS.

30/03/2019. COMENTO O TEXTO DE 2015 ABAIXO: o desconhecimento da evolução dos conhecimentos em Política Monetária da maior parte dos economistas brasileiros provocava escritos diários sobre o assunto. A maioria dos nossos economistas foram ensinados a considerar a teoria keynesiana (bem verdade que distorcida por apostilas toscas cópias de outras) uma verdade absoluta (muitos nem sabiam que Keynes era a favor de câmbio flutuante). Outras agressões eram sobre o Pensamento Liberal. Escreviam os maiores absurdos, verdadeiros atestados de ignorância (escreviam o inverso do pensamento como se fossem seus princípios). Felizmente isto acabou. E as repetidas vitórias das Políticas Monetárias feitas pelo BC para corrigir as barbeiragens da turma do pensamento mágico (os nacionais desenvolvimentistas heterodoxos que se diziam keynesianos) parece que apaziguou o assunto.

André Lara Resende um economista da linha liberal que teve participação efetiva nos planos cruzado e principalmente na URV (real), levanta agora uma discussão fora de hora sobre novos conhecimentos sobre Política Monetária (estudos ainda preliminares). Na minha opinião incorre (ele e muitos) no erro de centrar o estudo na função da moeda UNIDADE DE CONTA (unidade de medida), não analisando com a atenção exigida a função RESERVA DE VALOR.

EXPLICO: países desenvolvidos e que têm saldo positivo na conta TRANSAÇÕES CORRENTES do Balanço de Pagamentos, conseguiram após muitas perdas de sua população com BOLHAS (ativos que não a moeda pátria utilizados como reserva de valor: imóveis, ações, títulos titulados em dólar, juros e outras) que passassem a confiar mais em suas moedas do que arriscar-se em outros ativos que perdem liquidez e desvalorizam (optaram pela liquidez e meio de pagamento imediato da moeda pátria). Isto permitiu uma queda na taxa de juro estrutural do país e redução do custo de carregamento da dívida sem provocar inflação, permitindo aumento da dívida interna (e déficits públicos). O Japão é o maior exemplo, mas está estagnado há muitos anos, apesar de manter seu saldo positivo no Balanço Comercial e no de Pagamentos. É bom lembrar que Milton Friedman aconselhou que a quantidade de moeda (entendido como liquidez geral) deve ter um aumento constante e fixo (acompanhar o crescimento do PIB).
Defendem que os países podem manter uma taxa básica de juro nominal menor do que o crescimento potencial nominal do PIB (ou taxa básica real de juros x crescimento real do PIB). Desta maneira a dívida cairá.

Em 1968 já escrevia (publicado no site www.magconsultoria.uaivip.com.br em 1998): o estudo da economia é complexo devido ser uma ciência dinâmica (os efeitos das ações variam no tempo e geograficamente, podendo  ocorrer imediatamente ou após um certo período e ter duração variável), com inúmeras variáveis (quase todas influenciando-se), com reações racionais e psicológicas (emocionais) por parte dos agentes econômicos. Alarmar os agentes econômicos é mais fácil do que torná-los otimistas e racionais. Expectativas racionais de mercado influenciam possíveis cenários econômicos (previsíveis pela teoria econômica, mas sofrem influências emocionais - confiança nas instituições e nas autoridades aumentam a segurança e a previsibilidade facilitando o crescimento). Expectativas do mercado: positivas, negativas, neutras, racionais, emocionais, crise de confiança. 

E os USA? É diferente. Têm a moeda ainda considerada RESERVA MUNDIAL (e unidade de conta e meio de pagamento). A conjuntura que deve ser analisada é a interna dos USA e a mundial que a utiliza como reserva de valor e alguns países que a utilizam até como meio de pagamento interno (não têm moeda nacional). Então a comparação deve ser QUANTIDADE DE DÓLAR (A LIQUIDEZ DOS ATIVOS EM DÓLAR) X PIB dos USA e dos países que utilizam o dólar como reserva de valor. Vemos que um dos lados da equação cresceu permitindo (na verdade exigindo para evitar recessão) que o outro também crescesse (entrada da Rússia e antigas repúblicas da URSS, da China e dos tigres asiáticos, do Japão). Até quando? Até quando o dólar for aceito como reserva de valor mundial.

TEXTO DE 2015.
30/03/2015: TENTANDO EXPLICAR A TAXA BÁSICA DE JURO.

A taxa básica de juro é a ferramenta de política monetária mais eficaz no combate ao processo inflacionário. No Brasil recebeu o nome de SELIC, nos USA Fed Funds. É uma taxa de curto prazo fixada pelo BC.
UMA EXPLICAÇÃO SOBRE O MERCADO FINANCEIRO (DE JUROS): existe no mercado financeiro a taxa de juro de mercado para vários prazos, 30, 60, 90 dias e assim por diante. O gráfico das taxas de todos os prazos chamamos de Curva de Juros de Mercado. O estudo desta curva ao longo dos dias é essencial para o estudo da política monetária a ser adotada. O estudo deve verificar quais os prazos com maior volume negociado (DE CP OU DE LP), a tendência dos juros (ascendente ou descendente), a relação juros de CP e de LP (a parte curta e a longa da curva).
EFEITOS DE AUMENTOS DA TAXA BÁSICA: se o volume negociado de LP é ascendente e os juros descendentes, significa que o aumento da taxa básica (um juro de CP) começou a surtir efeito (os juros de LP caem por melhoria das expectativas de inflação).
RESUMO SOBRE A TAXA BÁSICA, A TAXA DE MERCADO, A EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO E DAS ATIVIDADES (PIB).
Com a inflação em processo ascendente e a taxa básica abaixo da taxa de mercado de equilíbrio (neutra), o BC deve aumentar a taxa básica acima da Neutra para reduzir a liquidez e o excesso de atividades (e melhorar as expectativas inflacionárias).
Com a inflação controlada, em processo descendente ou abaixo da meta, o BC deve cair a taxa básica abaixo da Neutra.
Com a economia com tendência de recessão reduzir a taxa básica pode não ser o suficiente, nestes casos o BC deve entrar comprando títulos públicos e oferecendo liquidez ao mercado. Nos USA, por emitir a moeda considerada RESERVA DE VALOR MUNDIAL, tal processo pode ser mais lento para reativar as atividades, pois a moeda pode esvair-se para o resto do mundo (um excesso de liquidez pode formar-se no resto do mundo, o que chamamos de empoçamento de liquidez. O empoçamento pode ocorrer internamente também). O QE (quantitative easing) feito pelos USA foi isto. Quando o presidente do Fed (BC americano) diz que vai reiniciar o aumento da taxa básica, o mundo se assusta e foge com os recursos dos países considerados de risco para os USA (é o que chamamos de aversão ao risco). Neste momento os USA estão reduzindo o QE e o EURO começando (o EURO desvalorizou em relação ao dólar). MAECONOMIA

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

03/03/2016: A TAXA BÁSICA, A CURVA DE JUROS E A PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ.

Uma elevação da taxa básica (ou de redesconto) tem a finalidade de dar um sinal para o mercado (influenciar expectativas), não pelo aumento do juro, que é insignificante, mas pelo aviso implícito de que a autoridade monetária está vigilante e não permitirá descontrole do processo inflacionário.

Em uma conjuntura com inflação dentro da meta, a curva de juros será ascendente (os juros curtos serão menores do que os longos - é a preferência pela liquidez).

Em uma conjuntura com inflação acima da meta e expectativa de aumentos (inflação ascendente), a curva de juros fica ascendente (além da preferência pela liquidez a expectativa de inflação influencia os juros longos). Um aumento da taxa básica acima da neutra (natural ou de equilíbrio) influencia as expectativas de inflação (queda da inflação futura) e os juros de longo prazo (estes caem). A curva de juros fica descendente na parte longa (é o mercado acreditando na queda da inflação).

É ASSIM QUE O MERCADO AVISA QUE ACREDITA NA QUEDA DA INFLAÇÃO. MAGECONOMIA

quarta-feira, 20 de março de 2019

REVOLUÇÃO DE MARÇO DE 1964, GOLPE DE ESTADO OU CONTRA REVOLUÇÃO?




REVOLUÇÃO DE MARÇO DE 1964, GOLPE DE ESTADO OU CONTRA REVOLUÇÃO?

Segundo alguns analistas foi um golpe de estado para evitar um golpe da esquerda política, apoiada por sindicalistas, os dois demagogos e corruptos. Foi uma DITADURA? Foi uma ditadura de fato, escondida atrás de um legislativo e um judiciário emparedados e amedrontados (livres se fizessem o que o regime queria). Foi um desastre em política econômica. Com o objetivo de evitar o socialismo no país implantaram um CAPITALISMO DE ESTADO completando os absurdos da ditadura Vargas. Até hoje a democracia tenta corrigir os erros da ditadura que impedem o Brasil deixar de ser pobre. 

Na época líderes esquerdistas e sindicalistas, que perderam os privilégios, mordomias e mamatas, enganaram uma pequena parte dos jovens brasileiros e os levaram ao terrorismo, ao roubo, assaltos, sequestros e assassinatos. Muitos foram torturados e mortos.

A democratização veio antecipada pela ANISTIA AMPLA GERAL E IRRESTRITA. Aí se perdoaram todos os tipos de crimes, inclusive os mais canalhas. Mas os líderes populares naturais foram mortos (JK, acidente e Lacerda infarto). 

Deixaram de herança o pior que existia na política e que assumiram o poder: MDB, PSDB e PT. Na economia intervencionismo e estatais corruptas, burocracia e excessos de regulamentos (engessaram a economia). Não corrigiram nada da ditadura de G. Vargas: CLT, Sindicatos, Previdência que quase transforma o Brasil em um regime de castas (mordomias e privilégios dos funcionários públicos, inclusive militares) além de insegurança jurídica nas relações de trabalho e tributária. 

FATO: impediu que o poder fosse tomado por piores do que eles. 



domingo, 17 de março de 2019

A CRISE DA MACROECONOMIA. O DESENVOLVIMENTISMO (HETERODOXIA) APELIDADO DE UM NOVO PARADIGMA MACROECONÔMICO.



A CRISE DA MACROECONOMIA. O DESENVOLVIMENTISMO (HETERODOXIA) APELIDADO DE UM NOVO PARADIGMA MACROECONÔMICO.  

Análise resumida por tópicos de artigo publicado no VALOR: A CRISE DA MACROECONOMIA.
     
      1)    A moeda fiduciária contemporânea é essencialmente uma unidade de conta.  

COMENTO: uma análise sintética deve no mínimo observar as 3 funções essenciais: Unidade de Conta, aceitação como Meio de Pagamento nacional (ou também mundial), e principalmente Reserva de Valor nacional (ou também mundial), se é conversível ou não. Milton Friedman ensinou que nas crises (recessões) os BCs não devem deixar a liquidez cair (ele escreveu quantidade de moeda que influencia a liquidez). É o que o Fed pratica hoje. Qual a novidade? A relação dólar e países que o aceitavam como reserva de valor. A entrada da China e dos países da desfeita URSS modificou a relação QUANTIDADE DE DÓLAR (liquidez e aceitação como meio de pagamento) x TAMANHO DO MERCADO (do PIB, países que passaram a aceitar e poupar em dólar, os que abriram sua economia). Se o tamanho do mercado aumentou, o Fed (USA) teve que aumentar a liquidez, e o fez através dos QE – quantitative easing. A China principalmente, os tigres asiáticos, o Japão e a Europa, com seus superávits comerciais sustentaram a demanda (e déficits) dos USA sem inflação (mas aconteceu uma inflação nas commodities mundiais). Todos poupam suas reservas em dólar (títulos dos USA) e é sabido que nas crises a moeda mais forte se valoriza e a demanda por títulos dos USA  aumenta (por ser o país mais seguro) e os juros longos caem. O inverso acontece com os países que não emitem moedas conversíveis, e pior ainda com os que suas moedas não são utilizadas pelos nacionais como reserva de valor (são utilizadas apenas como meio de pagamento).

     2)    A moeda é endógena, criada e destruída à medida que a atividade econômica e a riqueza financeira se expandem ou se contraem. Sua expansão ou contração é consequência, e não causa, do nível da atividade econômica.

COMENTO: o conceito moderno de moeda é o de liquidez (todos os ativos que podem ser monetizados em no máximo 30 dias). Se as atividades (demanda) caem, cai também a liquidez. As análises de conjuntura devem pesquisar se as atividades caíram por causa da queda da liquidez ou se esta caiu por causa da queda das atividades. Sabemos que as causas sempre são múltiplas e que os efeitos de hoje serão as causas de efeitos futuros. E a experiência ensina que nunca aconteceu um processo inflacionário sem expansão monetária superior ao PIB potencial.    

     3)    Moeda e impostos são indissociáveis. A moeda é um título de dívida do Estado que serve para cancelar dívidas tributárias. Como todos os agentes na economia têm ativos e passivos com o Estado, a moeda se transforma na unidade de contabilização de todos os demais ativos e passivos na economia. A aceitação da moeda decorre do fato de que ela pode ser usada para quitar impostos.

COMENTO: um conceito reduzido, pois a aceitação pode ser a legal (curso legal, lei), o poder do PIB do país emissor e da riqueza acumulada (o capital que produz o PIB) e outras variáveis. A aceitação pode acontecer como meio de pagamento e não acontecer como reserva de valor.

     4)    O governo não tem restrição financeira, mas é obrigado a respeitar a restrição da realidade, sob pena de pressionar a capacidade instalada, provocar desequilíbrios internos e externos e criar pressões inflacionárias.
     
     COMENTO: aí concorda com os monetaristas. A relação velocidade (e capacidade) de crescimento da oferta x velocidade de crescimento demanda. Existindo recursos ou crédito externo pode-se importar.  Após um ciclo de correções (sempre com sacrifícios) de barbeiragens monetárias, cambiais e/ou fiscais, sempre aparece a turma do pensamento mágico para aproveitar-se, prometendo milagres.    

      5)    O terceiro pilar é a constatação de que o Banco Central fixa a taxa de juros básica da economia, que determina o custo da dívida pública.

COMENTO: O BC determina a taxa de juros de curtíssimo prazo (TAXA SELIC), mas a transmissão da política monetária se dá por meio das taxas de mercado em diferentes horizontes (as taxas nominais de juros de longo prazo), que não são controladas pela autoridade monetária. Uma taxa básica abaixo da considerada adequada pelos agentes aumentará a expectativa de inflação e os juros nominais de mercado de longo prazo. É uma demagogia falar que reduzir a taxa básica abaixo da neutra (a adequada, a que não aumenta as expectativas de inflação) reduz o custo da dívida.

     6)    Desde os anos 1990, sabe-se que os bancos centrais não controlam a quantidade de moeda, nenhum dos chamados "agregados monetários", mas sim a taxa de juros. O principal instrumento de que dispõe o Banco Central para o controle da demanda agregada é a taxa básica de juros.

COMENTO: REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO:
a) A eficácia da política monetária depende em grande medida da sua CREDIBILIDADE;
b) Uma COMUNICAÇÃO eficaz e o compromisso com a TRANSPARÊNCIA são fundamentais;
c) A coordenação das EXPECTATIVAS exige explicações racionais e consistentes por parte do BC;
d) O BC determina a taxa de juros de curtíssimo prazo (TAXA SELIC), mas a transmissão da política monetária se dá por meio das taxas de mercado em diferentes horizontes, que não são controladas pela autoridade monetária;
e) é possível ocorrer um descasamento entre a taxa selic e as taxas de mercado, se os agentes antecipam mudanças da política monetária, ou em períodos de incerteza ou ainda em períodos em que a política monetária perde CREDIBILIDADE.


7) O quarto pilar é a constatação de que uma taxa de juros da dívida inferior à taxa de crescimento da economia tem duas implicações importantes. A primeira é que a relação dívida/PIB irá decrescer a partir do momento em que o déficit primário - aquele que exclui os juros da dívida - for eliminado, sem necessidade de qualquer aumento da carga tributária. Portanto, se a taxa de juros, controlada pelo Banco Central, for fixada sempre abaixo da taxa de crescimento, a dívida pública irá decrescer, sem custo fiscal, a partir do momento em que o déficit primário for eliminado. sem necessidade de qualquer aumento da carga tributária. Portanto, se a taxa de juros, controlada pelo Banco Central, for fixada sempre abaixo da taxa de crescimento, a dívida pública irá decrescer, sem custo fiscal, a partir do momento em que o déficit primário for eliminado.

COMENTO: o saldo primário não considera o custo da dívida. Se ele for positivo é sabido que os juros caem (e o custo da dívida). É sabido que países que não têm moeda reserva mundial se fixarem a taxa básica abaixo da adequada (neutra) influenciará negativamente as expectativas. Em 1967 já lia: Alarmar os agentes econômicos é mais fácil do que torná-los otimistas e racionais. Expectativas racionais de mercado influenciam possíveis cenários econômicos (previsíveis pela teoria econômica). Influências emocionais - confiança nas instituições e nas autoridades aumentam a segurança e a previsibilidade facilitando o crescimento (o inverso é verdadeiro). Um economista heterodoxo no BC influenciará negativamente as expectativas e fará as taxas de juros de mercado nominais de LP subirem e provocará fuga para o dólar. Uma taxa básica abaixo da adequada poderá eliminar a harmonia entre velocidade de crescimento da oferta e da demanda e criar uma crise cambial.

8) Ao contrário do que se acreditou por muito tempo, a moeda não provoca inflação. Inflação é essencialmente questão de expectativas, porque expectativas de inflação provocam inflação. As expectativas se formam das maneiras mais diversas, dependem das circunstâncias, e os economistas não têm ideias precisas sobre como são formadas.

COMENTO: Sabe-se que economistas heterodoxos no BC provocam expectativas negativas (o inverso é verdadeiro). E a experiência ensina que nunca aconteceu um processo inflacionário sem expansão monetária superior ao PIB potencial.    

9) A pressão excessiva da demanda agregada sobre a capacidade instalada cria expectativas de inflação, mas não é condição necessária para a existência de expectativas inflacionárias. Alguns preços, como salários, câmbio e taxas de juros, funcionam como sinalizadores para a formação das expectativas. 

COMENTO: velocidade de crescimento da demanda superior à capacidade de acompanhamento pela oferta sempre criou inflação (mais do que apenas expectativas).

10) Se o banco central tiver credibilidade, as metas anunciadas para a inflação também serão um sinalizador importante. Uma vez ancoradas, as expectativas são muito estáveis. A inflação tende a ficar onde sempre esteve. Por isso é tão difícil, como sempre se soube, reduzir uma inflação que está acima da desejada. Depois da grande crise financeira de 2008, ficou claro que é igualmente difícil elevar uma inflação abaixo da desejada.

COMENTO: o inverso é verdadeiro. Um economista heterodoxo retira a credibilidade do BC.

11) Um governo que equilibra o seu orçamento, mas gasta mal e tributa muito, é incomparavelmente mais prejudicial do que um governo deficitário, mas que gasta bem e tributa de forma eficiente e equânime, sobretudo quando a economia está aquém do pleno emprego.

COMENTO: Adam Smith escreveu no livro Riqueza das Nações que se a parcela dos gastos improdutivos do governo superar um % da riqueza fará a mesma cair (queda de PIB).

12) A inflação brasileira tem origem na pressão excessiva sobre a capacidade instalada, durante as três décadas de 1950 a 1980 de esforço desenvolvimentista. Foi agravada pelo choque do petróleo na primeira metade da década de 1970, quando adquiriu uma dinâmica própria, alimentada pela indexação e pelas expectativas desancoradas. Altas taxas de inflação crônica têm uma forte inércia, não podem ser revertidas apenas através do controle da demanda agregada, com objetivo de provocar desemprego e capacidade ociosa.

COMENTO: o plano real conseguiu vencer a inflação inercial.

 13) O déficit do sistema previdenciário, como todo déficit público, não precisa ser eliminado se a taxa de juros for inferior à taxa de crescimento. Como estamos com alto desemprego, significativamente abaixo da plena utilização da capacidade instalada e com expectativas de inflação ancoradas, o objetivo primordial das "reformas" deve ser estimular o investimento e a produtividade.

COMENTO: não faz parte da soma do PIB, aposentadorias e juros da dívida pública (gastos improdutivos). O próprio texto do autor fala em qualidade do gasto público. Nem os novos desenvolvimentistas defendem gastos improdutivos.

14) Compreender que o governo não tem restrição financeira não implica compactuar com um Estado inchado, ineficiente e patrimonialista, que perde de vista os interesses do país. Ao contrário, redobra a responsabilidade e a exigência de mecanismos de controle e avaliação sobre a qualidade, os custos e os benefícios, dos serviços e dos investimentos públicos.

COMENTO: é o inverso do escrito no item 13.

15) Embora a história tenha mostrado que seus defensores, desde Eugênio Gudin, estavam certos sobre os riscos do capitalismo de Estado, do corporativismo, do patrimonialismo e do fechamento da economia à competição, foram derrotados porque adotaram um dogmatismo monetário quantitativista equivocado. Tentaram combater a inflação promovendo um aperto da liquidez. O resultado foi sempre o mesmo: recessão, desemprego e crise bancária.

COMENTO: não é o que nossa experiência recente demonstrou com o tripé, com H. Meirelles e com Ilan Goldfajn.
Receita para fazer expectativas de inflação e juros de mercado nominais de LP subirem, colocar no BC um economista com este argumento.  03/2019


EUGÊNIO GUDIN: SOBRE CÂMBIO E INFLAÇÃO 01/1968.
"Numa conjuntura de depressão generalizada, por exemplo, quando predomina o pessimismo, e os preços continuam a cair, não há taxa de juros, por mais baixa que seja, capaz de reanimar a atividade econômica."
INFLAÇÃO E CÂMBIO: Normalmente a inflação afeta o câmbio antes de afetar os preços internos, mas com as sucessivas repetições acaba-se entendendo que os dois efeitos são gêmeos, e um afeta o outro.

Eugênio Gudin, em 01/1968, no livro "Princípios de Economia Monetária." A citação de um livro antigo foi intencional.
REGRA GERAL: não existe inflação que perdure sem expansão monetária e demanda que a sustente. MAGECONOMIA

sexta-feira, 1 de março de 2019

ATIVIDADES NECESSÁRIAS, MAS IMPRODUTIVAS E SEUS EFEITOS NO PIB.



ATIVIDADES NECESSÁRIAS, MAS IMPRODUTIVAS E SEUS EFEITOS NO PIB.

Não se inclui no cálculo do PNB (PRODUTO NACIONAL BRUTO): serviços domésticos da dona de casa, pagamentos de renda que não resultem de atividades produtivas (aposentadorias, juros da dívida pública) e atividades ilegais (não socialmente úteis, como contrabando, etc.).

AS ATIVIDADES NECESSÁRIAS, MAS IMPRODUTIVAS (funcionalismo público, atividades meio e aposentadorias) SE SUPERIORES A UM LIMITE DA RENDA NACIONAL PROVOCAM QUEDA DO PIB. NO NOSSO CASO JÁ IMPEDEM O CRESCIMENTO ASCENDENTE.

CONSUMO: RELAÇÕES COM RENDA, JUROS E INFLAÇÃO.

1) KEYNES: para Keynes o consumo subiria de acordo com a renda. Maior a renda maior o consumo total, mas menor em relação à renda;

2) IRVING FISHER: para Fisher o consumo dependia da expectativa de renda e de vida;
3) MILTON FRIEDMAN: para Friedman o consumo dependia da renda permanente (a renda que os agentes têm segurança de que receberão);

4) MODIGLIANI: para Modigliani o consumo é função da riqueza e da renda em relação à expectativa de vida.

A MELHORIA NA DISTRIBUIÇÃO DA RENDA (redução da concentração da renda), EFEITO: aumenta o consumo no curto e no médio prazo (ou enquanto houver espaço para ele ocorrer). O aumento do consumo induz o aumento dos investimentos (é o crescimento da renda total = PIB).

A CONCENTRAÇÃO DA RENDA EM ATIVIDADES NECESSÁRIAS (BUROCRACIA GOVERNAMENTAL E APOSENTADORIAS PRIVILEGIADAS), MAS IMPRODUTIVAS, EM VALOR DA RENDA NACIONAL ACIMA DE UM LIMITE (NO CASO BRASILEIRO PROVOCANDO DÉFICITS PRIMÁRIOS) IMPEDE O CRESCIMENTO SUSTENTADO E ROBUSTO DO PIB. É A OPÇÃO PELA POBREZA, SEMELHANTE À CONCENTRAÇÃO DE RENDA DOS REGIMES SOCIALISTAS.

A SOLUÇÃO É A REFORMA DA PREVIDÊNCIA COM A ELIMINAÇÃO DOS ABSURDOS E INSUSTENTÁVEIS PRIVILÉGIOS QUE SÃO A PRINCIPAL CAUSA DA POBREZA DO BRASIL E DOS BRASILEIROS. 01/03/2019