domingo, 23 de dezembro de 2018

KEYNES E AS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL.



KEYNES E AS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL.

MUITOS AFIRMAM QUE AS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL DEVEM SER (EXPANSIONISTAS E CONTRACIONISTAS):

       a)    EXPANSIONISTAS (ANTICÍCLICAS - ciclo negativo, descendente) NAS RECESSÕES (juro básico abaixo do neutro e déficit fiscal);

       b)    CONTRACIONISTAS NOS CICLOS ASCENDENTES COM INFLAÇÃO (juro básico acima do neutro e superávit fiscal).

COMENTO: se o mercado não confiar que as políticas fiscal e monetária (e autoridades) são corretas e consistentes o acima perde valor. O correto é sempre praticar a política monetária e fiscal adequadas à conjuntura presente e prospectiva, que preserve o valor de compra da moeda e mantenha confiança do mercado na capacidade de pagamento do governo para que os investimentos não caiam e ocorra fuga da moeda para outros ativos e aconteça BOLHA E NO PROCESSO O FURO E CRISE.  

KEYNES ESCREVEU:

1) "Dei a minha teoria o nome de teoria geral. Com isto quero dizer que estou preocupado principalmente com o comportamento do sistema econômico como um todo - com a renda global, com o lucro global, com o volume global da produção, com o nível geral do emprego, com o investimento global e com a poupança global, em vez de com a renda, o lucro, o volume da produção, o nível do emprego, o investimento e a poupança de ramos da indústria, firmas ou indivíduos em particular." "A relação de igualdade entre poupança e investimento, que necessariamente se verifica com relação ao sistema como um todo, não se verifica com relação a um indivíduo em particular." " A renda global depende da disposição dos indivíduos em consumir e investir;"

2)  A quantidade da moeda e os preços (prefácio à edição francesa).
"A moeda e a quantidade da moeda não constituem influências diretas a essa altura do processo. Elas já fizeram seu trabalho numa etapa anterior da análise. A quantidade da moeda determina a oferta de recursos líquidos e, consequentemente, a taxa de juros, e, em conjunto com outros fatores (particularmente a confiança), o estímulo a investir, o que por sua vez fixa o nível de equilíbrio da renda, da produção e do emprego e (a cada etapa em conjunto com outros fatores) o nível de preços como um todo através das influências da oferta e da demanda assim estabelecidas;"

3) "A Teoria Quantitativa da Moeda pode ser enunciada como segue:"
“Enquanto houver desemprego, o emprego variará proporcionalmente à quantidade de moeda; e quando o pleno emprego é alcançado, os preços variarão proporcionalmente à quantidade de moeda.”
“A unidade de salários tenderá a subir antes que o pleno emprego seja alcançado.”
“A demanda efetiva não variará em proporção exata à quantidade de moeda.”
“O aumento da quantidade de moeda traduz-se parte pelo aumento do emprego e parte pela alta dos preços.”
“Os preços sobem progressivamente à medida que o emprego aumenta.”
“O efeito primário de uma variação na quantidade de moeda sobre o montante da demanda efetiva resulta da sua influência sobre a taxa de juros;”

4) Relação Poupança, Investimentos (variáveis determinadas) x Juros, Eficiência Marginal do Capital e Propensão a Consumir (variáveis determinantes).
“Poupança e Investimento são as determinadas e não as determinantes. São o produto gêmeo destas, quer dizer, da propensão a consumir, da eficiência marginal do capital e da taxa de juro;”

5) Pleno Emprego x Taxa de Juro.
“É lícito crer que a manutenção mais ou menos contínua de uma situação de pleno emprego exigirá a baixa acentuada da taxa de juro, salvo se se verificar uma forte modificação na propensão global a consumir (incluindo o estado).”
“Tão logo se alcance o pleno emprego, a unidade de salários e os preços é que subirão na medida exatamente proporcional ao aumento da demanda efetiva;”

6) “O remédio para o auge não é, portanto, a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semidepressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.” 
COMENTO: O ERRO DE KEYNES. Receita de inflação e bolha (preços dos ativos subirem em velocidade maior do que os preços do consumo; fuga da moeda mais juros, como reserva de valor, para outros ativos);

7) “Temos de reconhecer que só a experiência pode mostrar até que ponto convém orientar a intensificação do incentivo a investir, e até que ponto convém estimular a propensão média a consumir, sem abandonar o objetivo de privar o capital do seu valor de escassez em uma ou duas gerações. Pode acontecer que a propensão a consumir se fortaleça de tal modo por efeito de uma taxa de juros decrescente que o pleno emprego se alcance com um fluxo de acumulação pouco maior do que o atual;” 

A GRANDE FALHA DA TEORIA GERAL (KEYNESIANA): é uma teoria que determina taxas de juros baixas priorizando o consumo e os investimentos como solução de crescimento. Não tem solução para a inflação. O processo de crescimento inicial caminha para inflação e estagnação (queda do poder de compra da moeda). O pleno emprego leva à inflação. A taxa natural de desemprego evita a corrida preços x salários, é necessária para evitar a inflação e a estagnação (estagflação). A taxa de juro de equilíbrio (neutra) tem que ser considerada para evitar a deflagração de processo inflacionário.   
   
LEIAM:
https://mageconomia.blogspot.com/2011/09/o-enterro-final-do-keynesianismo-2008.html 

https://mageconomia.blogspot.com/2011/09/21-keynes-consumo-investimentos-e.html 

https://mageconomia.blogspot.com/2011/09/politica-monetaria-objetivo-unico.html 

https://mageconomia.blogspot.com/2017/03/a-moeda-politica-monetaria-e-crescimento.html 
1)            


2)            
  

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A DEMOCRACIA BRASILEIRA E SUAS CONQUISTAS NA MACROECONOMIA.



A DEMOCRACIA BRASILEIRA E SUAS CONQUISTAS NA MACROECONOMIA.

A democracia brasileira, mesmo dominada por partidos políticos que se transformaram em organizações criminosas que tinham como foco a conquista do poder para enriquecimento pessoal através de corrupções, e por líderes que não resistiram à tentação dos ganhos fáceis, formando verdadeiras quadrilhas, conseguiu evoluir.

NA MACROECONOMIA:

a) POLÍTICA MONETÁRIA consolidou-se com o correto diagnóstico feito por Armínio Fraga para controlar a inflação e a solução proposta e implantada do tripé macroeconômico, meta de inflação, câmbio flutuante, superávit primário e a adequada utilização da taxa básica de juros. O país tem uma moeda acreditada internamente (os negócios são feitos na moeda nacional);

b) POLÍTICA EXTERNA controlada com a adoção do câmbio flutuante e a eliminação das interferências administrativas artificiais no câmbio;

c) DÍVIDA EXTERNA do governo muito baixa, e reservas internacionais muito altas; 
  
d) DIVIDA PÚBLICA FEDERAL INTERNA no limite superior, efeito dos déficits primários iniciados no segundo governo Lula e agravados no de DR. Os déficits fiscais dos estados agravam mais ainda a situação;

e) SISTEMA FINANCEIRO BANCÁRIO eficiente, ágil e sólido;

f) POLÍTICA FISCAL tornou-se o grande problema da economia brasileira, com os déficits primários (receita menos gastos antes dos juros) ascendentes e insustentáveis (o correto é conseguir superávits primários). A solução exige reformas na previdência (que exige mudanças na CF) e eliminação de gastos improdutivos e desnecessários;

g) SISTEMA PREVIDENCIÁRIO insustentável que privilegia o funcionalismo público, corporação poderosa, causa principal da má distribuição de renda do país. A maioria ainda não entende, mas já se discute e vozes nacionais se levantam contra o injusto e agora insustentável sistema de privilégios;

h) SISTEMA TRIBUTÁRIO complexo, de administração e controle caros, ineficiente e injusto;

i) AMBIENTE DE NEGÓCIOS burocrático, complexo e de difícil entendimento, desmotivador;

j) INFRAESTRUTURA deficiente e governo sem recursos para investir.


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

LIBERAIS X CONSERVADORES X ESQUERDA (ASPECTO ECONÔMICO, POLÍTICO E CULTURAL)




QUADROS SINTÉTICOS COM DIFERENÇAS PRINCIPAIS.

VARIÁVEIS ECONÔMICAS
LIBERAIS (economia de mercado) e CONSERVADORES
COMUNISTAS (esquerda, socialistas, economia planificada, centralizada)
LUCRO
SIM
NÃO
PROPRIEDADE
SIM
NÃO
HERANÇA
SIM (tributação mínima)
NÃO (tributação máxima)
PREÇOS
MERCADO
Controlados
PRODUÇÃO
MERCADO
Planificada
COMÉRCIO
LIVRE
Planificado
ESTATAIS
MÍNIMO
MÁXIMO
TRIBUTAÇÃO
MÍNIMA
MÁXIMA
ESTADO: OPERAR E REGULAR
SÓ Regular (funciona sem norma não normatize)
REGULAR E OPERAR

VARIÁVEIS POLÍTICAS
LIBERAIS (direita, economia de mercado) e CONSERVADORES
COMUNISTAS (esquerda, socialistas, economia planificada, centralizada)
DIREITO DE IR E VIR
Sim
Não
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Sim
Não
LIBERDADE DE IMPRENSA
Sim
Não
LIBERDADE POLÍTICA
Sim
Não
PARTIDO POLÍTICO
Livre
Único.

VARIÁVEIS POLÍTICAS
CONSERVADORES
LIBERAIS
ESQUERDA
INSTITUIÇÕES
Tradicionais, democratas conservadores
Aberto ao novo, liberais democratas
Governo centralizado, ditadura
GOVERNO
Forte e centralizado, mas democrata
Descentralizado, mais poderes para estados e municípios.
Forte, centralizado, ditadura

VARIÁVEIS CULTURAIS
(COSTUMES).

CONSERVADORES
LIBERAIS
ESQUERDA
RELIGIÃO COSTUMES
Religiosos tradicionais
Religiosos, Laicos e progressistas.
Laicos e progressistas
ABORTO
Contra e criminaliza
Contra, mas não criminaliza
Contra, mas não criminaliza

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KEYNESIANOS (heterodoxos, desenvolvimentistas) X MONETARISTAS (ortodoxos) X NOVOS DESENVOLVIMENTISTAS (heterodoxos).
O quadro abaixo é um resumo.
ASSUNTO
KEYN.
MON.
NOVOS DESENV.
1 – Poder discricionário (arbítrio) na condução da política monetária ou meta de inflação como limite.
Arbítrio
Meta
Arbítrio
2 – Regras: a pol. monetária deve ser conduzida por regras?
Não
Sim
Não
3 – Expectativas racionais dos agentes econômicos?
Não
Sim
Não
4 – Transparência obrigatória nas informações da autoridade monetária
Não
Sim
?
5 – Quantidade de moeda: crescimento sem oscilações e constante, tendo como limite o PIB potencial (fatores de produção).
Não
Sim
Não
6 – Causa das crises: oscilações e excessos na oferta monetária
Não
Sim
Não
7 – Taxa natural de desemprego (6%)
Não
Sim
?
8 – Pleno emprego
Sim
Não
?
9 – Câmbio flutuante
Sim
Sim
Não
10 – PIB potencial. Nível de utilização dos fatores de produção. Limite
Não
Sim
?
11 – Taxa básica: em torno da neutra (de equilíbrio)
Não
Sim
Não
12 -  Taxa básica principal ferramenta para reverter processo inflação
Não
Sim
Não
13 – Meta de inflação
Não
Sim
Não
14 – Gastos improdutivos (pirâmides do Egito)
Sim
Não
Não
15 – Déficits públicos e aumento de dívida: causa de crise
Não
Sim
Sim
16 – Aumento da quantidade de moeda acima do PIB potencial causa inflação e após (no processo) a estagflação
Não
Sim
Não
17 – Tabelamentos de preços de produtos e serviços
Sim
Não
Não
18 – Presença do governo limitada à Regular, Monitorar, Julgar e Defender a Concorrência e os Consumidores.
Não
Sim
Não
19 -  Presença do governo o mais ampla (inclusive operacional e na produção)
Sim
Não
Sim
Os Novos Desenvolvimentistas abandonaram a defesa de gastos públicos improdutivos como causa de crescimento, passaram a defender superávits fiscais, mas ainda defendem taxa básica de juros baixa (?) e câmbio competitivo (industrial), administrado.  MAG 10/2015