segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O ALTO RISCO DE SELIC NEGATIVA. VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS - RELAÇOES.

 

O ALTO RISCO DE SELIC NEGATIVA. VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS - RELAÇOES.

RF (renda das famílias);

SP (saldo fiscal primário, antes das despesas financeiras);

SN (saldo nominal, após despesas financeiras);

ib (taxa básica de juros, Selic);

 im (taxa de juros de mercado de cp e de lp);

CÂMBIO, FLUXO CAMBIAL (comercial e financeiro);

SBC (saldo balanço comercial);

STC (saldo em transações correntes).

INFLAÇÃO: a taxa básica (Selic) é a principal ferramenta do BC para controlar a liquidez e a pressão da demanda (harmonizar demanda e oferta). A adequada taxa básica harmoniza a demanda e oferta (sem pressionar preços). Com taxa básica abaixo da adequada os juros de mercado de LP sobem (expectativas). O TN fica com dificuldade de vender títulos de LP. O prazo médio da dívida do TN encurta. O saldo fiscal primário e nominal influenciam a necessidade de mais ou menos taxa básica.

TAXA BÁSICA E CÂMBIO: taxa básica considerada abaixo da adequada faz agentes econômicos (investidores, poupadores, consumidores) refugiarem-se em antecipação de consumo, investimentos em ativos que não moeda pátria, fuga para o dólar. O fluxo cambial fica negativo. O dólar sobe e pressiona os IGPs e a seguir os IPCs. Se o BC adotar câmbio administrado abaixo do adequado o mercado adota o câmbio paralelo que sobe e se distancia do oficial. O pior dos cenários, viver acima das condições (é o caso da Venezuela e Argentina). Uma taxa básica abaixo da adequada com câmbio flutuante desvaloriza a moeda pátria e o poder de compra da população (queda da qualidade de vida), mas as contas externas tendem a ficar positivas (é o caso do Brasil, que não tem dívida pública em dólar). O STC (saldo em transações correntes) reduz o déficit ou produz superávit (é o caso do Brasil).

SALDO FISCAL PRIMÁRIO E NOMINAL: a taxa básica abaixo da adequada aproveitando um momento da conjuntura favorável (queda de atividades com pandemia) reduz o custo financeiro no CP e o negativo do saldo nominal. Mas no momento os preços dos produtos de primeira necessidade subiram muito e a inflação muito alta dos IGPs atinge os IPCs. Não subir a taxa básica é risco desnecessário (e errado).

TAXA BÁSICA NEGATIVA: apenas países que emitem moedas reservas mundial e nas crises são utilizadas como refúgio (segurança) e têm fluxo positivo (atraem capitais) podem arriscar a utilizar (mesmo assim com atenção a efeitos de LP. A moeda deixar de ser considerada reserva mundial). 10/2020

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

LINHAS DE PENSAMENTO ECONÔMICO (1994).

 

RESUMO DE TEXTO DE 1994: LINHAS DE PENSAMENTO ECONÔMICO.  

PUBLICADO HÁ 6 ANOS DO FACE BOOK.

INTRODUÇÃO:

A economia é uma ciência social-política (não exata). Toda sua lógica baseia-se no estudo do equilíbrio (o constante movimento das variáveis) das forças econômicas (agentes, variáveis, tempo = mercado). A noção de equilíbrio presume o desequilíbrio.

A ECONOMIA E AS PREVISÕES: por ser uma ciência social, não exata, e política (depender de decisões futuras de quem mantem o poder) as conclusões de estudos vêm sempre acompanhadas da frase padrão: “e tudo o mais continuando constante”. Isto não desqualifica a ciência, pelo contrário, ela define e antecipa as consequências (efeitos) de ações políticas. Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências.

O EQUILÍBRIO ESTÁTICO (a fotografia de um momento): facilita o estudo dos fenômenos econômicos para os iniciantes.

O EQUILÍBRIO DINÂMICO (o equilíbrio em movimento): procura explicar o processo em que o sistema está caminhando para alcançar o equilíbrio, assim como os momentos sequenciais. A economia em equilíbrio (pouca volatilidade) tem a PREVISIBILIDADE facilitada (facilita o planejamento e encoraja os investimentos, o crescimento é sustentável, a moeda é estável), em desequilíbrio é mais volátil e imprevisível (desencoraja investimentos).

LINHAS DE PENSAMENTOS ECONÔMICOS:

a) LIBERAL (economia de mercado): defende a menor presença estatal possível, regras do jogo preestabelecidas, o poder deve ser da lei e não da autoridade, as normas devem reduzir o poder discricionário, defender a concorrência e o mais fraco contra o mais forte. Defende também que os gastos públicos improdutivos devem ser o menor possível e manter uma relação com os produtivos (inclusive os investimentos produtivos com os improdutivos). É contra o controle dos preços. Os monopólios e os oligopólios naturais devem ser monitorados e fiscalizados por agências governamentais (defesa da qualidade e do consumidor). O câmbio deve ser flutuante.

b) Os liberais defendem a concorrência (sem concorrência não existe livre mercado) e não a livre concorrência. Podemos dizer que o Capitalismo Liberal é o melhor exemplo prático.

AUTORES:

Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776);

Friedrich August Von Hayek, Caminho da Servidão (1944);

Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962);

José Guilherme Merquior, A Natureza do Processo;

Roberto Campos, Lanterna na Popa;

Karl R. Popper, A Sociedade Aberta e seus Inimigos;

Douglas North, Entendendo o Processo de Mudança Econômica; Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia.

b) MONETARISMO: defende a defesa do poder de compra da moeda (estabilidade monetária) como condição necessária, mas não o suficiente, para o desenvolvimento econômico. O princípio básico é o controle da quantidade da moeda (liquidez) e o seu crescimento em harmonia com a capacidade de crescimento do PIB (PIB potencial) para evitar que o processo inflacionário se instale (inflação ascendente, hiperinflação e a seguir a estagflação). Um resumo seria dizer que defende a responsabilidade fiscal e a monetária. A taxa básica de juro demonstrou ser a melhor ferramenta para controlar a liquidez e estabelecer a harmonia entre a velocidade de crescimento da demanda e da oferta. Quando a demanda cresce em velocidade superior à oferta, a motivação para exportar cai e a para importar sobe, evoluindo para crise cambial. Se não abortada com a elevação da taxa básica o crescimento cai e o quadro evoluirá para a moratória e suas consequências negativas para a economia e para o povo. O monetarismo combina com o liberalismo e com câmbio flutuante.

Autores:

BERNARDO DAVANZATI (1582): escreve “Lição da Moeda” onde é esboçada a ideia, talvez inicial, da teoria quantitativa da moeda; DAVID HUME (1752): “Of Money e Of interest” dá forma bem esboçada à ideia da teoria quantitativa da moeda. Separa os efeitos do curto e médio prazo da alteração monetária das do longo prazo (inflação). “Os preços das mercadorias evoluirão sempre proporcionalmente à quantidade de moeda”; 1760 – 1770: tem início a revolução industrial inglesa (inovações);

ADAM SMITH (1776): publica o livro “A Riqueza das Nações”, com as ideias básicas do pensamento econômico liberal. A presença do estado deve ser definida e limitada por leis, o poder é da lei e não da pessoa (limitar o poder discricionário das autoridades). Redução dos gastos improdutivos dos governos. Liberdade dos mercados, concorrência defendida por regras do jogo pré-estabelecidas, a menor presença estatal possível;

GUSTAV KNUT WICKSELL (1911): “Lições de Economia Política”, quase um resumo de suas obras. Introduziu a ideia de taxa de juro de equilíbrio e suas relações com a inflação. Se o juro de mercado é superior ao de equilíbrio a demanda e os preços caem. O monetarismo racional tem suas origens em seus estudos;

IRVING FISHER (1928/1937): desenvolveu os estudos da teoria monetária moderna (tudo passa por ele);

MILTON FRIEDMAN (1962), com a publicação do livro “Capitalismo e Liberdade”, em linguagem acessível a todos, faz o monetarismo renascer, contrapondo-se às conclusões de Keynes, que considerava totalmente erradas (fábrica de estagflação). É o principal autor do liberalismo e monetarismo modernos. Sua principal obra é “A História Monetária dos Estados Unidos”.

UM COMENTÁRIO FEITO HÁ 6 ANOS SOBRE A PUBLICAÇÃO A SEGUIR:

O comunismo (socialismo) controla preços, não tem responsabilidade monetária (emite irresponsavelmente), não tem responsabilidade fiscal, gastam à vontade, nem se lixam para a relação gastos produtivos / improdutivos, e suas moedas não têm valor no mundo (valem zero). É neste sentido que os heterodoxos (keynesianos que não têm competência para ler Keynes) se igualam. A diferença entre o capitalismo de estado que esta turma defende e o comunismo é a propriedade privada (que é pequena no capitalismo de estado, improdutiva e decadente) e o lucro (que eles odeiam e tentam reprimir tabelando preços e dificultando a vida das empresas). Keynes era um socialista envergonhado, meio cor de rosa (a inveja dele era o sucesso dos USA e a decadência da Inglaterra e da Libra). A dos comunistas é a riqueza dos outros (querem sempre mamar sem produzir). O capitalismo de estado fez o Brasil ser pobre e atrasado. As estatais atrasaram a vida do país. A lei de informática atrasou o país em 50 anos. O capitalismo de estado só é menos ruim do que o comunismo (socialismo). O comunismo falhou nas grandes comparações que as experiências práticas deixaram de ensino para o mundo: as duas Alemanhas, as duas Coreias, a China continental x Taiwan x Hong Kong x Cingapura, a Europa ocidental x a oriental. Nikita Krushev enterrou o comunismo ao escrever: que diabo de comunismo bom que é este que temos que construir muros para que não fujam, se fosse bom estaríamos construindo para que não entrassem. Com a derrocada final do comunismo (QUEDA DO MURO E DISSOLUÇÃO DA URSS) as viúvas refugiaram-se na heterodoxia (alguns se dizem keynesianos sem nunca o terem lido, nem têm competência para tanto). É neste sentido que os igualo, tudo farinha do mesmo saco.

c) HETERODOXIA DESENVOLVIMENTISTA (irresponsabilidade fiscal e monetária):

a) defende a maior presença estatal possível, inclusive os monopólios estatais, não condena o poder discricionário das autoridades (defende a política monetária discricionária);

b) defende a taxa básica de juros baixa (não reconhecem a taxa neutra de equilíbrio) como meio de aumentar as atividades;

c) não se importam com déficits fiscais e gastos públicos sem diferenciar os produtivos dos improdutivos;

d) criticam a responsabilidade fiscal e monetária. Apesar da maioria se dizer keynesiana, defendem o câmbio administrado, preços controlados e um pouco mais de inflação como meio de obter o crescimento. Keynes era a favor do câmbio flutuante e contra a inflação (o seu modelo de desenvolvimento é que leva ao processo inflacionário, inflação, hiperinflação e por fim a estagflação);

e) aceitam, mas criticam a economia de mercado e tentam controlá-la tabelando preços (para evitar a inflação) quando o sistema começa a apresentar problemas de sustentação;

f) Exemplos de heterodoxia: Intervencionistas, Capitalismo de Estado, o Socialismo e o Comunismo. 1994.