RESUMO DE TEXTO DE 1994: LINHAS DE PENSAMENTO ECONÔMICO.
PUBLICADO HÁ 6 ANOS DO FACE BOOK.
INTRODUÇÃO:
A economia é uma ciência social-política (não exata). Toda
sua lógica baseia-se no estudo do equilíbrio (o constante movimento das
variáveis) das forças econômicas (agentes, variáveis, tempo = mercado). A noção
de equilíbrio presume o desequilíbrio.
A ECONOMIA E AS PREVISÕES: por ser uma ciência social, não
exata, e política (depender de decisões futuras de quem mantem o poder) as
conclusões de estudos vêm sempre acompanhadas da frase padrão: “e tudo o mais
continuando constante”. Isto não desqualifica a ciência, pelo contrário, ela
define e antecipa as consequências (efeitos) de ações políticas. Leis ou
postulados econômicos são enunciados de tendências.
O EQUILÍBRIO ESTÁTICO (a fotografia de um momento):
facilita o estudo dos fenômenos econômicos para os iniciantes.
O EQUILÍBRIO DINÂMICO (o equilíbrio em movimento): procura
explicar o processo em que o sistema está caminhando para alcançar o
equilíbrio, assim como os momentos sequenciais. A economia em equilíbrio (pouca
volatilidade) tem a PREVISIBILIDADE facilitada (facilita o planejamento e
encoraja os investimentos, o crescimento é sustentável, a moeda é estável), em
desequilíbrio é mais volátil e imprevisível (desencoraja investimentos).
LINHAS DE PENSAMENTOS ECONÔMICOS:
a) LIBERAL (economia de mercado): defende a menor presença
estatal possível, regras do jogo preestabelecidas, o poder deve ser da lei e
não da autoridade, as normas devem reduzir o poder discricionário, defender a
concorrência e o mais fraco contra o mais forte. Defende também que os gastos
públicos improdutivos devem ser o menor possível e manter uma relação com os
produtivos (inclusive os investimentos produtivos com os improdutivos). É
contra o controle dos preços. Os monopólios e os oligopólios naturais devem ser
monitorados e fiscalizados por agências governamentais (defesa da qualidade e
do consumidor). O câmbio deve ser flutuante.
b) Os liberais defendem a concorrência (sem concorrência
não existe livre mercado) e não a livre concorrência. Podemos dizer que o
Capitalismo Liberal é o melhor exemplo prático.
AUTORES:
Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776);
Friedrich August Von Hayek, Caminho da Servidão (1944);
Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962);
José Guilherme Merquior, A Natureza do Processo;
Roberto Campos, Lanterna na Popa;
Karl R. Popper, A Sociedade Aberta e seus Inimigos;
Douglas North, Entendendo o Processo de Mudança Econômica;
Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia.
b) MONETARISMO: defende a defesa do poder de compra da
moeda (estabilidade monetária) como condição necessária, mas não o suficiente,
para o desenvolvimento econômico. O princípio básico é o controle da quantidade
da moeda (liquidez) e o seu crescimento em harmonia com a capacidade de
crescimento do PIB (PIB potencial) para evitar que o processo inflacionário se
instale (inflação ascendente, hiperinflação e a seguir a estagflação). Um
resumo seria dizer que defende a responsabilidade fiscal e a monetária. A taxa
básica de juro demonstrou ser a melhor ferramenta para controlar a liquidez e
estabelecer a harmonia entre a velocidade de crescimento da demanda e da
oferta. Quando a demanda cresce em velocidade superior à oferta, a motivação
para exportar cai e a para importar sobe, evoluindo para crise cambial. Se não
abortada com a elevação da taxa básica o crescimento cai e o quadro evoluirá
para a moratória e suas consequências negativas para a economia e para o povo.
O monetarismo combina com o liberalismo e com câmbio flutuante.
Autores:
BERNARDO DAVANZATI (1582): escreve “Lição da Moeda” onde é
esboçada a ideia, talvez inicial, da teoria quantitativa da moeda; DAVID HUME
(1752): “Of Money e Of interest” dá forma bem esboçada à ideia da teoria
quantitativa da moeda. Separa os efeitos do curto e médio prazo da alteração
monetária das do longo prazo (inflação). “Os preços das mercadorias evoluirão
sempre proporcionalmente à quantidade de moeda”; 1760 – 1770: tem início a
revolução industrial inglesa (inovações);
ADAM SMITH (1776): publica o livro “A Riqueza das Nações”,
com as ideias básicas do pensamento econômico liberal. A presença do estado
deve ser definida e limitada por leis, o poder é da lei e não da pessoa
(limitar o poder discricionário das autoridades). Redução dos gastos
improdutivos dos governos. Liberdade dos mercados, concorrência defendida por
regras do jogo pré-estabelecidas, a menor presença estatal possível;
GUSTAV KNUT WICKSELL (1911): “Lições de Economia Política”,
quase um resumo de suas obras. Introduziu a ideia de taxa de juro de equilíbrio
e suas relações com a inflação. Se o juro de mercado é superior ao de
equilíbrio a demanda e os preços caem. O monetarismo racional tem suas origens
em seus estudos;
IRVING FISHER (1928/1937): desenvolveu os estudos da teoria
monetária moderna (tudo passa por ele);
MILTON FRIEDMAN (1962), com a publicação do livro
“Capitalismo e Liberdade”, em linguagem acessível a todos, faz o monetarismo
renascer, contrapondo-se às conclusões de Keynes, que considerava totalmente
erradas (fábrica de estagflação). É o principal autor do liberalismo e
monetarismo modernos. Sua principal obra é “A História Monetária dos Estados
Unidos”.
UM COMENTÁRIO FEITO HÁ 6 ANOS SOBRE A PUBLICAÇÃO A SEGUIR:
O comunismo (socialismo) controla preços, não tem
responsabilidade monetária (emite irresponsavelmente), não tem responsabilidade
fiscal, gastam à vontade, nem se lixam para a relação gastos produtivos /
improdutivos, e suas moedas não têm valor no mundo (valem zero). É neste
sentido que os heterodoxos (keynesianos que não têm competência para ler
Keynes) se igualam. A diferença entre o capitalismo de estado que esta turma
defende e o comunismo é a propriedade privada (que é pequena no capitalismo de
estado, improdutiva e decadente) e o lucro (que eles odeiam e tentam reprimir
tabelando preços e dificultando a vida das empresas). Keynes era um socialista
envergonhado, meio cor de rosa (a inveja dele era o sucesso dos USA e a
decadência da Inglaterra e da Libra). A dos comunistas é a riqueza dos outros
(querem sempre mamar sem produzir). O capitalismo de estado fez o Brasil ser
pobre e atrasado. As estatais atrasaram a vida do país. A lei de informática atrasou
o país em 50 anos. O capitalismo de estado só é menos ruim do que o comunismo
(socialismo). O comunismo falhou nas grandes comparações que as experiências
práticas deixaram de ensino para o mundo: as duas Alemanhas, as duas Coreias, a
China continental x Taiwan x Hong Kong x Cingapura, a Europa ocidental x a
oriental. Nikita Krushev enterrou o comunismo ao escrever: que diabo de
comunismo bom que é este que temos que construir muros para que não fujam, se
fosse bom estaríamos construindo para que não entrassem. Com a derrocada final
do comunismo (QUEDA DO MURO E DISSOLUÇÃO DA URSS) as viúvas refugiaram-se na
heterodoxia (alguns se dizem keynesianos sem nunca o terem lido, nem têm
competência para tanto). É neste sentido que os igualo, tudo farinha do mesmo
saco.
c) HETERODOXIA DESENVOLVIMENTISTA (irresponsabilidade
fiscal e monetária):
a) defende a maior presença estatal possível, inclusive os
monopólios estatais, não condena o poder discricionário das autoridades
(defende a política monetária discricionária);
b) defende a taxa básica de juros baixa (não reconhecem a
taxa neutra de equilíbrio) como meio de aumentar as atividades;
c) não se importam com déficits fiscais e gastos públicos
sem diferenciar os produtivos dos improdutivos;
d) criticam a responsabilidade fiscal e monetária. Apesar
da maioria se dizer keynesiana, defendem o câmbio administrado, preços
controlados e um pouco mais de inflação como meio de obter o crescimento.
Keynes era a favor do câmbio flutuante e contra a inflação (o seu modelo de
desenvolvimento é que leva ao processo inflacionário, inflação, hiperinflação e
por fim a estagflação);
e) aceitam, mas criticam a economia de mercado e tentam
controlá-la tabelando preços (para evitar a inflação) quando o sistema começa a
apresentar problemas de sustentação;
f) Exemplos de heterodoxia: Intervencionistas, Capitalismo
de Estado, o Socialismo e o Comunismo. 1994.