O ALTO RISCO DE SELIC NEGATIVA. VARIÁVEIS
MACROECONÔMICAS - RELAÇOES.
RF (renda das famílias);
SP (saldo fiscal primário, antes das despesas financeiras);
SN (saldo nominal, após despesas financeiras);
ib (taxa básica de juros, Selic);
im (taxa de juros de
mercado de cp e de lp);
CÂMBIO, FLUXO CAMBIAL (comercial e financeiro);
SBC (saldo balanço comercial);
STC (saldo em transações correntes).
INFLAÇÃO: a taxa básica (Selic) é a principal ferramenta do
BC para controlar a liquidez e a pressão da demanda (harmonizar demanda e
oferta). A adequada taxa básica harmoniza a demanda e oferta (sem pressionar
preços). Com taxa básica abaixo da adequada os juros de mercado de LP sobem
(expectativas). O TN fica com dificuldade de vender títulos de LP. O prazo
médio da dívida do TN encurta. O saldo fiscal primário e nominal influenciam a
necessidade de mais ou menos taxa básica.
TAXA BÁSICA E CÂMBIO: taxa básica considerada abaixo da
adequada faz agentes econômicos (investidores, poupadores, consumidores)
refugiarem-se em antecipação de consumo, investimentos em ativos que não moeda
pátria, fuga para o dólar. O fluxo cambial fica negativo. O dólar sobe e
pressiona os IGPs e a seguir os IPCs. Se o BC adotar câmbio administrado abaixo
do adequado o mercado adota o câmbio paralelo que sobe e se distancia do
oficial. O pior dos cenários, viver acima das condições (é o caso da Venezuela e
Argentina). Uma taxa básica abaixo da adequada com câmbio flutuante desvaloriza
a moeda pátria e o poder de compra da população (queda da qualidade de vida),
mas as contas externas tendem a ficar positivas (é o caso do Brasil, que não
tem dívida pública em dólar). O STC (saldo em transações correntes) reduz o déficit
ou produz superávit (é o caso do Brasil).
SALDO FISCAL PRIMÁRIO E NOMINAL: a taxa básica abaixo da
adequada aproveitando um momento da conjuntura favorável (queda de atividades
com pandemia) reduz o custo financeiro no CP e o negativo do saldo nominal. Mas
no momento os preços dos produtos de primeira necessidade subiram muito e a
inflação muito alta dos IGPs atinge os IPCs. Não subir a taxa básica é risco
desnecessário (e errado).
TAXA BÁSICA NEGATIVA: apenas países que emitem moedas reservas
mundial e nas crises são utilizadas como refúgio (segurança) e têm fluxo
positivo (atraem capitais) podem arriscar a utilizar (mesmo assim com atenção a
efeitos de LP. A moeda deixar de ser considerada reserva mundial). 10/2020
HÁ 6 ANOS. 27/10/2014. Marco Aurélio Garcia. Face Book
ResponderExcluirVOU TENTAR EM TEXTO CURTO EXPLICAR A DIFERENÇA ENTRE OS MODELOS ECONÔMICOS DOS ECONOMISTAS LIBERAIS MONETARISTAS E DOS HETERODOXOS (keynesianos?):
POLÍTICA MONETÁRIA:
1) A preservação do poder de compra da moeda (responsabilidade monetária) é condição necessária, mas não o suficiente para o crescimento econômico. Monetaristas sim, Heterodoxos não;
2) A responsabilidade fiscal é condição necessária para evitar o crescimento da dívida, das taxas de juros e para passar confiança aos investidores (a previsibilidade aumenta). Monetaristas sim. Heterodoxos não;
3) déficits fiscais exigem taxa básica de juros mais altas para evitar o processo inflacionário. Monetaristas sim. Heterodoxos não;
4) a taxa de câmbio deve ser flutuante para evitar crise cambial. Monetaristas sim. Heterodoxos não (utilizam a administrada artificial);
5) Taxa básica de juro inadequada com a política fiscal é causa de crise e de estagflação. Monetaristas sim. Heterodoxos não. 2014.
Há 1 ano. Marco Aurélio Garcia. 27/11/2019.
ResponderExcluirPRESIDENTES ELEITOS COM DISCURSO LIBERAL E PRÁTICA MEDROSA OU DEMAGÓGICA. MACRI.
As experiências demonstraram que a maioria de presidentes eleitos com discurso de esquerda governam na prática com programa liberal (embora mantenham o discurso demagógico de esquerda). Os que não fazem isto levam seus países para crises cambiais e processo inflacionário grave cuja correção exige reformas racionais (responsabilidade em política monetária e fiscal) que farão no início sofrimentos (a perda das benesses artificiais irresponsáveis e sem sustentação). Os países que não conseguem fazer as reformas aumentam a pobreza sendo que alguns perdem até a soberania monetária (param de emitir moeda e adotam o dólar).
O Equador perdeu a soberania monetária (não emite moeda), alguns países da AC também.
A antiga rica Argentina perdeu a função de reserva de valor de sua moeda (são três as funções: meio de pagamento, unidade de medida e de contabilização e reserva de valor). A perda da função de reserva de valor dolarizou as operações com ativos fazendo a política monetária perder a eficácia da principal ferramenta de combate à inflação, que é a taxa básica de juros (a dolarização faz a necessidade de taxa básica muito mais alta do que seria normalmente). Os argentinos perderam a confiança em sua moeda e no poder dos governos cumprirem suas promessas. Isto faz as crises argentinas (monetárias e fiscais) virem sempre acompanhadas de crises cambiais. O não cumprimento de pagamento de dívidas externa limitou a capacidade de obtenção de empréstimos e amedronta investidores externos (insegurança cambial e monetária).
Macri (com discurso liberal) tentou melhorar a credibilidade do governo argentino acertando dívidas externas, liberando câmbio e imposto de exportação sobre produtos agropecuários, bem como promessas de reformas (ajustes) responsáveis na política fiscal e verdade na monetária e cambial. No início conseguiu algum sucesso (fez algumas políticas liberais mais fáceis), mas quando o mercado viu que não conseguiria eliminar subsídios insustentáveis (não reduziu estatização) e fazer reformas que passassem a segurança e a credibilidade necessárias a um ambiente de negócios sustentável, a imprevisibilidade iniciou (as críticas recebidas e eleições reduziram o ânimo reformista). A pior das crises iniciou, a cambial. Conseguiu um financiamento com o FMI, mas já era tarde.
A LIÇÃO QUE FICA: candidato com discurso liberal (ou pró mercado = Macron) e prática medrosa (ou demagógica) enfrentará crises e não conseguirá se reeleger. A economia de mercado (liberal) exige segurança e credibilidade nos governos. Não aceita demagogias eleitorais. A prática tem que ser semelhante ao discurso para não perder a credibilidade, essencial às economias de mercado. Nem o apoio americano e do FMI conseguiu salvar Macri.
PIOR AINDA: os governos com discurso de esquerda e prática de esquerda, certeza de aumento da pobreza e perda de liberdade.
O candidato argentino de oposição deverá fazer um governo pró mercado (é uma pessoa com pensamento racional). 27/11/2019.