A FORMAÇÃO DE RIQUEZA VIRTUAL (BOLHAS) E SUA DESTRUIÇÃO:
EFEITOS NO PIB (empobrecimento).
Vou estratificar o mundo econômico em 3
partes:
a)
os Fatores de Produção (o capital de uma economia):
a1 - capital humano (PIA = população em idade ativa);
a2 - os recursos naturais;
a3 - o capital - resultado do trabalho produzido pelo homem
(investimentos em maquinários, infraestrutura, etc.);
a4 - a tecnologia (conhecimentos
acumulados, patentes, etc.).
b)
a Produção (o PIB = C + I + G + E – M): a produção anual de bens e serviços para consumo (consumo e
estoque) e investimentos (para substituir bens depreciados, modernizações e
aumentos de Fatores).
c) a Moeda: c1 - a Unidade Medida; c2 - o Meio de Pagamento; c3 - a
Reserva de Valor. A moeda é a criação do homem que precifica e serve como meio
de pagamento e recebimento para compra e venda dos bens e serviços (Fatores de
Produção e produção – PIB), e permite a guarda de poupança (a função de reserva
de valor). A QUANTIDADE DE MOEDA SEGUNDO SUA LIQUIDEZ:
M0 = Base Monetária = Moeda corrente +
Reservas;
M1 = Meio de Pagamento = Oferta
Monetária = Moeda Corrente + Dep. a Vista;
M2 = M1 + Dep. Investimentos +
Poupança;
M3 = M2 + Fundos Invest. + Oper.
Compromissadas;
M4 = M3 + Títulos Federais Selic.
RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE MOEDA, OS FATORES DE PRODUÇÃO E O PIB:
Pelo exposto podemos verificar que existe uma relação entre os Fatores de Produção, o PIB e a Quantidade
de Moeda. Existe também uma relação entre a moeda e a capacidade de produção dos Fatores e o PIB (NUCI – Nível de utilização
da capacidade instalada). À capacidade de produção dos Fatores chamamos de PIB potencial.
A MOEDA:
Compete ao BC a administração da Moeda.
Funções Constitucionais:
a) Emissão de moeda;
b) Empréstimos a
instituições financeiras;
c) Compra e venda de
títulos do TN objetivando regular a oferta da moeda ou a taxa de juros;
d) Administrar as
disponibilidades de caixa da união.
Missão do BC:
Assegurar a estabilidade
do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional através
de:
a) Formulação e
gestão das políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do
governo federal;
b) Regulamentação e
supervisão do sistema financeiro nacional;
c) Administração do sistema de pagamentos e do
meio circulante.
Política Monetária:
É função da política
monetária assegurar o poder de compra da moeda. O Banco Central atua através
de:
1) Administração das
taxas de juros ( básica x de mercado );
2) Depósitos
compulsórios;
3) Compra ou venda
de títulos públicos;
4) Compra ou venda
de moedas inclusive atuação em mercados futuros;
5) IOF. = Imposto
sobre Operações Financeiras.
OS PREÇOS: A QUANTIDADE DE MOEDA X FATORES DE PRODUÇÃO (ATIVOS) E PIB
(PRODUTOS E SERVIÇOS).
MOEDA (QUANTIDADE)
Meio
de Pagamentos mais Aplicações Financeiras de cp e de lp, com liquidez..
|
FATORES DE PRODUÇÃO:
Capital, Trabalho, Recursos Naturais
e Tecnologia.
(ATIVOS DO PAÍS).
Qualidade e produtividade são essenciais. |
Agentes: proprietários, empresários e acionistas
das empresas.
|
PIB (PRODUÇÃO)
C + I + G + E - M
(Produtos
e serviços).
RENDA = PIB = S + L + J + A
(salários
+ lucros + juros + aluguéis).
|
Agentes: consumidores, investidores, governo,
export. e importadores.
Trabalhadores, investidores, poupadores, empresários,
proprietários.
|
ATENÇÃO: Investidores (poupadores) são todos
aqueles que têm aplicações financeiras (Cad. de poupança, CDB, ações, etc.),
imóveis ou outros ativos.
A Moeda tem uma relação
estática com a oferta e a demanda por produtos e serviços. Mas é a relação
dinâmica, a velocidade da capacidade de crescimento da oferta x a velocidade de
crescimento da demanda que influencia os preços (a quantidade de moeda deve
crescer em harmonia com estas duas variáveis para não provocar inflação). Se a capacidade de crescimento da oferta for
de 3% e a quantidade de moeda ficar crescendo em 10%, teremos uma pressão de
demanda e ocorrerá inflação. Se a capacidade de crescimento da oferta for de 3%
e a moeda crescer abaixo disto teremos insuficiência de demanda e poderá
ocorrer deflação. A quantidade de moeda deverá crescer em harmonia com a oferta
e a demanda. O BC utiliza a taxa básica de juro para harmonizar a quantidade de
moeda (controlar a liquidez) com a oferta e a demanda (evitar inflação superior
a 3% a.a). Em um processo contínuo de crescimento da moeda em velocidade
superior à capacidade de crescimento da oferta (o BC oferecendo taxa básica
abaixo da neutra ou negativa), os agentes (os poupadores) fugirão da moeda mais
juros como Reserva de Valor, refugiando-se em outros ativos (ouro, moeda
estrangeira, imóveis, etc.), fazendo com que os preços destes subam em
velocidade superior aos IPCs, formando as famosas bolhas (forma-se uma riqueza
virtual). Baseado nesta riqueza virtual os agentes aumentam o consumo e a
coragem para fazer dívidas para investir (a bolha cresce mais). Uma hora fica
insustentável sustentar tal irresponsabilidade, e ajustes têm que ser feitos.
Os preços dos ativos que subiram aos poucos caem quase que repentinamente (é o
furo da bolha). A economia que estava rodando com a quantidade de moeda
crescendo (liquidez e poder de compra) perde este poder de expansão acrescido
ainda da perda da riqueza virtual (a desvalorização dos ativos que não moeda). Por aversão ao risco o crédito também cai.
Os agentes com a desvalorização e a queda do crédito deixam de ter como pagar
suas dívidas. A crise se forma e o PIB poderá cair (a recessão). Milton
Friedman estudou a crise americana de 29/30 e constatou que a quantidade de
moeda caiu em 1/3, agravando ainda mais a crise e seus efeitos. A solução
adotada hoje por todos os BCs do mundo civilizado é evitar a queda da moeda (da
liquidez, do crédito). O ideal é evitar a formação das bolhas dos ativos,
véspera das crises. Como? Com política fiscal responsável e monetária adequada
à fiscal. MAG 09/2013.
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