RELAÇÃO ENTRE
POLÍTICA MONETÁRIA, FISCAL, CAMBIAL e TQM.
A
Política Monetária (executada pelo BC) deve ser harmônica com a Política Fiscal
(executada pelo executivo), pois uma complementa a outra (são indissociáveis):
a)
estando a economia em DEPRESSÃO (queda de preços e redução das atividades
econômicas) é recomendável que o executivo aumente os Gastos Públicos e o BC
reduza a Taxa Básica de Juro (um pouco abaixo da de equilíbrio) e não permita
que a liquidez caia (CONCEITO AMPLO);
b) estando
a economia com INFLAÇÃO é recomendável que o BC aumente a Taxa Básica de Juro
para um nível um pouco acima da taxa de equilíbrio (a menor taxa possível).
Neste caso as taxas de juros de mercado de longo prazo (a curva de juros) devem
reverter a tendência de ascendentes para descendentes, reduzindo o custo de
captação do TN (é o inverso do que muitos escrevem). Uma taxa básica alta, mas
não a adequada é semelhante a uma dose alta de antibiótico, mas insuficiente (faz
mais mal do que bem);
c)
países em desenvolvimento, onde a infraestrutura e os serviços básicos são
ainda deficientes, é aceitável, como medida benéfica, que antecipa o bem estar
da população, um déficit público até o nível do crescimento do PIB;
d)
Câmbio: em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente a conversibilidade do
dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade
fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando
de vez o sistema de Bretton Woods. A partir desta data o sistema de câmbio
flutuante passa a ser o racional.
REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO (CREDIBILIDADE, COMUNICAÇÃO, TRANSPARÊNCIA, EXPECTATIVAS):
a) A
eficácia da política monetária depende em grande medida da sua CREDIBILIDADE (das autoridades monetárias);
b) Uma COMUNICAÇÃO eficaz e o compromisso com a TRANSPARÊNCIA são fundamentais;
c) A coordenação das EXPECTATIVAS exige
explicações racionais e consistentes por parte do BC;
d) O BC determina a taxa de juros de curtíssimo prazo (TAXA SELIC), mas a transmissão da
política monetária se dá por meio DAS TAXAS DE MERCADO EM DIFERENTES
HORIZONTES, que não são controladas pela autoridade monetária;
e) é possível ocorrer um descasamento entre a taxa selic e as taxas de
mercado, se os agentes antecipam mudanças da política monetária, ou em períodos
de incerteza ou ainda em períodos em que a política monetária perde CREDIBILIDADE;
f) o
sistema cambial deve ser o flutuante.
LIQUIDEZ E TQM (teoria quantitativa da moeda):
A Moeda (uma das maiores criações da
humanidade) tem como Funções:
a) Meio de Pagamento;
b) Unidade de Medida;
c) Reserva de Valor.
Para cumprir suas Funções ela precisa
ser estável, não ter inflação nem deflação que a invalide como Unidade Medida e
Reserva de Valor. Como utilizar um metro que está sempre mudando o seu
comprimento, ou um peso que sempre muda? A moeda é semelhante.
CARACTERÍSTICA ESSENCIAL da moeda:
ACEITAÇÃO (natural e curso forçado).
A aceitação define uma moeda como de
curso mundial (aceitação como meio de pagamento e reserva) ou apenas doméstico.
Os ativos (estoque de riqueza de um
país) e a produção (PIB) são medidos em unidades de moeda. É a unidade de
medida que permite registrar (Contabilidade Nacional, PIB, PNB) quantidades
(peso, metros) diferentes e apresentar balancetes e balanços únicos em valores.
A moeda permite a escrituração única de quilos de ouro, de aço e de trigo (as estatísticas
quantitativas complementam).
TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA E EQUAÇÕES QUANTITATIVAS: as equações
quantitativas são expressões matemáticas da teoria. Como todo modelo econômico
é uma REPRESENTAÇÃO SIMPLIFICADA da realidade e como tal deve ser entendido. É
um REDUCIONISMO. A teoria quantitativa é ampla e desenvolveu-se (e
desenvolve-se) no tempo, não tendo as limitações das equações
quantitativas. A quantidade de moeda deve ser medida da maneira mais ampla
e comparada com o AMBIENTE (a conjuntura):
M0 = Base Monetária = Moeda corrente +
Reservas;
M1 = Meio de Pagamento = Oferta
Monetária = Moeda Corrente + Dep. a Vista;
M2 = M1 + dep. investimentos +
poupança;
M3 = M2 + fundos investimentos +
operações compromissadas;
M4 = M3 + títulos federais Selic.
A teoria absorveu o estudo de inúmeras
variáveis e seus efeitos no cp e no lp, no primeiro momento e nos sequenciais
(o processo econômico, a evolução dinâmica). CONCEITOS COMO A CURVA DE JUROS E
SUA EVOLUÇÃO NO TEMPO, a taxa básica e seus efeitos na parte curta e na longa
da curva, no primeiro e no segundo momentos, nos preços de consumo e nos dos
ativos financeiros e reais. A criação de moeda fiduciária, a quase moeda, as
crises (bolhas e seus furos), as expectativas (positivas, negativas), o Banco
Central, a liquidez, a política monetária, etc.
A LIQUIDEZ (semelhante à quantidade de moeda): a TQM deve ser entendida
considerando a LIQUIDEZ e seus movimentos como a quantidade de moeda. Em um
sistema financeiro moderno e complexo a simples medida das quantidades de moeda
passaram a ser informações necessárias, mas não suficientes para análises racionais
e consistentes.
A liquidez de ativos que não moeda deve
ser considerada como quantidade de moeda na análise de conjunturas
inflacionárias e recessivas.
A LIQUIDEZ POR ORDEM:
1) MOEDA PÁTRIA;
1.1) Moeda corrente; 1.2 ) Dep. a
vista;
2) APLICAÇÕES COM LIQUIDEZ
IMEDIATA (que rendem juros);
2.1) aplicações financeiras com
cláusulas de recompra; 2.2) Cad. de poupanças e títulos vincendos de cp e de lp
com menos de 30 dias); 2.3) aplicações financeiras de médio e lp, com
facilidade de negociação no mercado;
3) ATIVOS
QUE NÃO A MOEDA PÁTRIA (com alta liquidez no mercado, venda abaixo de 30 dias).
NOVA ÓTICA;
3.1)
moedas reservas mundiais; 3.2) Ações da Bovespa e Ouro; 3.3) Imóveis
residenciais, comerciais e industriais (maquinários); 3.4) Quadros, joias;
4) O
CRÉDITO facilitado ou reprimido.
O AMBIENTE (A CONJUNTURA): muitos ainda estão
sem entender o motivo pelo qual o aumento da quantidade de moeda no mundo (o dólar)
não provocou inflação. No início por causa da crise. O furo da bolha reduziu a
riqueza artificial (ativos que não moeda com alta liquidez) semelhante a
liquidez (sensação de perda de riqueza, de empobrecimento). A seguir a
aceitação do dólar (com avidez) por parte de quem perdeu com outros ativos (o
efeito aversão favoreceu o dólar). O AMBIENTE acrescido de novos mercados
(China e asiáticos, a extinta URSS e
antigos satélites) todos ávidos por poupar em dólar. Os limites expandiram-se, mas tem limite e ele
chegará.
MAG: resumo
ampliado de publicações da década de 90 e de 2000 a 2010.
POLÍTICA MONETÁRIA E CRESCIMENTO.
ResponderExcluirA experiência demonstrou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação (claro que a parceria com a política cambial e fiscal adequadas torna-a mais eficaz ainda) do que (sozinha) para motivar e conseguir crescimentos (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades. A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.
MAG. Resumo de escritos da década de 90
Em um processo inflacionário (inflação ascendente) a velocidade de crescimento da demanda fica sempre à frente à da oferta. A taxa básica harmoniza (equilibra) a oferta e a demanda (adequando as atividades ao possível).
ResponderExcluirA prática também demonstrou ser impossível conviver com déficits fiscais, juros baixos e câmbio valorizado artificialmente. A crise cambial explode.
A POLÍTICA MONETÁRIA exige que as autoridades responsáveis tenham credibilidade e passem confiança ao mercado além de uma correta comunicação. Economistas ou profissionais que não sejam considerados competentes e responsáveis fazem com que as taxas de juros de mercado aumentem (e exija taxa básica mais alta). É o inverso do que os leigos pensam: economistas heterodoxos ou incompetentes fazem subir as taxas de juros.
AS ESTATAIS E AS CORRUPÇÕES.
ResponderExcluirA função do estado moderno (democracias liberais) é regular (diferente do que escrevem) e não operar. A Lava Jato e as Delações Premiadas escancararam aquilo que já sabíamos: a corrupção. A novidade foi a institucionalização e os volumes roubados (virou a casa da mãe Joana). A máxima do pensamento liberal "a menor presença estatal possível, a maior quando necessária" ainda é o caminho a perseguir. Como o estado poderá cumprir sua missão se tem falta de recursos e ainda gasta no que não é sua função? A CONTA A SEGUIR DEVE SER FEITA PELA TURMA QUE DEFENDE A ESTATIZAÇÃO: Dividendos, IR e Contribuição Social sobre o Lucro Recebido com a empresa estatal x aumento do IR e Contribuição Social com a privatização (o lucro sobe) mais os Juros sobre o Capital da venda da empresa.
AS CRISES ECONÔMICAS TÊM ORIGEM EM ERROS (INCOMPETÊNCIAS E/OU IRRESPONSABILIDADES FISCAIS, MONETÁRIAS E/OU CAMBIAIS, FRUTO DE DEMAGOGIAS POPULISTAS ELEITORAIS OU IDEOLÓGICAS). AS CRISES SEGUEM, QUASE SEMPRE, SEQUENCIALMENTE O CAMINHO: INFLAÇÃO, HIPERINFLAÇÃO, ESTAGFLAÇÃO, BOLHAS DE ATIVOS, UMA RIQUEZA VIRTUAL (fuga da moeda como reserva de valor para outros ativos), FURO DA BOLHA, PERDA DAS RIQUEZAS VIRTUAIS, SENSAÇÃO DE EMPOBRECIMENTO, QUEDA DE DEMANDA, RECESSÃO, DEPRESSÃO E DEFLAÇÃO (a fase final que mais sofrimentos provoca e mais difícil de ser debelada). OS AJUSTES, NA VERDADE SÃO CORREÇÕES DOS ERROS E IRRESPONSABILIDADES ANTERIORES, QUE PROVOCARAM UMA ILUSÓRIA SENSAÇÃO DE BEM ESTAR (ATIVIDADES EM NÍVEL SUSTENTADO POR DÉFICITS EXTERNOS, INSUSTENTÁVEL NO TEMPO). AS CORREÇÕES (AJUSTES) QUANDO TOMADAS NA FASE INICIAL DO INÍCIO DO AGRAVAMENTO DO PROCESSO INFLACIONÁRIO SÃO MAIS FÁCEIS E PROVOCAM MENORES SOFRIMENTOS, MAS ALGUNS SEMPRE OCORRERÃO, POIS O NÍVEL DE ATIVIDADES TERÁ QUE SER ADEQUADO AO POSSÍVEL.
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