ROMA E A TENTATIVA DE
GOVERNO SOCIALISTA DE DIOCLECIANO.
Em 276 os
exércitos romanos escolheram PROBO como Imperador (íntegro e corajoso).
Expulsou os germanos da Gália, os vândalos da Ilíria, construiu uma muralha
entre os rios Reno e o Danúbio, amedrontou os Persas apenas com a firmeza de
suas palavras e implantou a paz no Império. Reduziu os gastos com os exércitos
e implantou o reino das leis. Colocou o exército para drenar pântanos, derrubar
florestas e trabalhar em obras públicas. Foi
assassinado pelo exército (que depois arrependeu-se e ergueu um monumento em
sua memória).
Para sucedê-lo o escolhido foi DIOCLECIANO um Imperador com
grande habilidade política. Conseguiu pacificar as correntes políticas e
organizar o governo. Estabeleceu a sede do governo em Nicomédia na Ásia Menor
(ao sul de Bizâncio). O Senado se reunia em Roma. Organizou um estado com
administração centralizada. A ditadura era uma necessidade das guerras. Foi bem-sucedido
nas guerras. Nos anos de paz enfrentou uma crise econômica (declínio). Para
enfrentar a carestia implantou a ECONOMIA DIRIGIDA. Estabeleceu um regime
monetário sadio (garantiu a pureza e o peso das moedas que dizem ter perdurado
até 1453), mas tabelou preços, distribuiu alimentos pela metade dos preços e
empreendeu grandes obras públicas para dar trabalho aos desempregados.
Estabeleceu controle estatal sobre vários segmentos de atividades (inclusive
estatizou a importação de trigo). Proibiu a exportação de sal, ferro, ouro,
vinho, cereais e óleo da Itália e regulou com rigor a importação destes bens.
As regulamentações eram minuciosas e entravaram as negociações. As vendas de
facilidades e de privilégios passaram a ser rotina. Com a desorganização dos
mercados que a tentativa de organização centralizada provocou (os mercados substituídos
pelo estado e regulamentações), a solução foi tabelar preços e culpar os
açambarcadores. Foi uma das tentativas de substituir as leis de mercado (oferta
e procura) por dirigismo estatal. O fracasso foi total e instantâneo (tipo
plano cruzado e seus tabelamentos). A carestia aumentou, mercadorias essenciais
deixaram de existir. O Édito teve de ser afrouxado (Constantino o revogou). O
custo da administração dirigida foi uma das fraquezas do regime de Diocleciano.
Para sustentar tal burocracia (dizem ter chegado à metade da mão de obra) as
taxas foram aumentadas. Para evitar o recebimento de tributos com moeda
depreciada começaram a receber com produtos. A fiscalização empregava até
tortura. Muitas cidades deixaram de existir pois as populações passaram a
buscar refúgio entre os bárbaros. Outros absurdos aconteceram (até a escravidão
por dívidas com o estado). Mesmo com este exemplo a humanidade repetiu e ainda
tenta repetir os mesmos erros.
A LENTA DECADÊNCIA DO IMPÉRIO (REPÚBLICA)
ROMANO E SUA MOEDA.
A escassez dos metais preciosos das minas de ouro da Trácia
e de prata da Espanha e o abandono e a perda da Dácia e seu ouro por Aureliano
(e o crescimento do consumo para joias e artes ornamentais) foi enfrentada
pelos imperadores com a redução da qualidade da liga das moedas. A quantidade
de ouro e de prata das moedas foi reduzindo com o tempo. Sob Nero os metais de
liga eram de 10%, Cômodo (filho de Maro Aurélio) aumentou para 30%, Septimo
Severo para 50%. Nos anos 260 a quantidade de prata no Antoniannus (moeda de
Caracala que no início tinha 50% de prata) caiu para 5%. Chegaram ao absurdo de
obrigarem a aceitação da moeda sem valor metálico, mas exigiam que as taxas
fossem pagas em ouro. Os preços aumentavam rapidamente, na Palestina subiram
1000% entre os séculos l e lll. No Egito a medida de trigo subiu de 8 Dracmas
para 120.000. Em quase todo o Império (províncias) a inflação empobreceu a
classe média e reduziu os investimentos (capital).
A INFLAÇÃO DE D. PEDRO I:
Portugal para
vingar-se de Napoleão invadiu o Uruguai (partindo do Brasil) e tomou-o da
Espanha (governada por um irmão de Napoleão) ajudado pela Inglaterra. D. Pedro
herdou uma província habitada por espanhóis sem lei e sem ordem (assaltos às
fazendas para roubo de gado). Com a independência o Brasil ficou quebrado (as
guerras, diferente do que muitos escrevem, para tomar as províncias de Portugal
e impedir a divisão do Império foram muito caras). Uruguaios e argentinos aproveitaram o enfraquecimento do
Império e iniciaram a guerra para anexação da província à Argentina. D. Pedro
gastou pedindo empréstimos para manter a guerra (a verdade é que fomos
derrotados) e quebrou o tesouro que já estava à míngua. Com a ajuda dos
ingleses exigiu a independência do Uruguai para fazer a paz (um estado tampão).
A guerra teve efeitos na economia e na disciplina militar (mais
da metade do orçamento chegou a ser gasto com o exército e a marinha).
O Império foi obrigado a EMITIR. A INFLAÇÃO DISPAROU. O deságio
do papel moeda (para as moedas de metais) chegou a 40%. Ninguém acreditava no
dinheiro papel brasileiro.
ESTA HISTÓRIA SE REPETE DESDE ENTÃO. ALGUNS APRENDERAM (SÃO OS
MONETARISTAS, OU RESPONSÁVEIS) OUTROS CONTINUAM ACREDITANDO QUE SE PODE GASTAR
À VONTADE (SÃO OS IRRESPONSÁVEIS, QUE SE APELIDARAM DE DESENVOLVIMENTISTAS. NA
VERDADE CRIADORES DE RECESSÕES E DE CRISES CAMBIAIS) .
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