sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

HIATO DO PRODUTO E EXAUSTÃO TECNOLÓGICA. FLUXO CAMBIAL FINANCEIRO NEGATIVO, CAUSAS PRINCIPAIS.


HIATO DO PRODUTO E EXAUSTÃO TECNOLÓGICA. FLUXO CAMBIAL FINANCEIRO NEGATIVO, CAUSAS PRINCIPAIS.

HIATO DO PRODUTO é a diferença entre o PIB potencial (capacidade instalada de produção) e o efetivo (utilização da capacidade instalada).

Com a redução do tempo de depreciação de máquinas e instalações (hardware) que já foi de 20 anos, passou para 10 e hoje em média 5 anos, sendo que na área de informática e computação 3 anos, a qualidade e a capacidade produtiva concorrencial da capacidade instalada não utilizada sofre exaustão tenológica que a torna com menor poder efetivo que antigamente. Da área de serviços (software) a exaustão tecnológica pode ser imediata, basta que uma tecnologia nova torne a existente sem condições de concorrer (qualidade, custos ou eficácia).

O Brasil devido aos anos de estagnação e de recessão teve uma taxa de investimentos muito baixa (formação bruta de capital fixo), e atraso tecnológico concorrencial ainda não mensurável. Não conhecemos a capacidade concorrencial do hiato do produto que acreditamos existir, mas sabemos ser com atraso tecnológico. Qual o efeito na economia pode-se concluir se esta hipótese for verdadeira (e deve ser)? O efeito da taxa básica de juro se dará com mais rapidez do que se possa pensar no processo inflacionário (começa sempre pelo câmbio). A taxa básica de equilíbrio será menor do que se calcula.

Os investimentos não aconteceram por causa da insegurança (imprevisibilidade nas expectativas acima do aceitável. Lucro x riscos) passada pela política econômica do governo DR. São muitos anos de investimentos baixos (os anos de estagnação e os de recessão), apesar do BC ter oferecido swaps cambiais (suaviza, mas não é uma solução efetiva). O comportamento da inflação e do PIB (demanda) irão influenciando as expectativas dos agentes econômicos internos e externos.  

O FLUXO CAMBIAL FINANCEIRO tem sido negativo acima do aceitável. Motivos:

a) a maioria acredita ser por causa do carry trade (diferença entre taxa de juro em dólar e a interna menos desvalorização ou mais valorização cambial), mas isto explica apenas uma parte menor do fenômeno;

b) causa mais significativa é a insegurança do investidor externo com possíveis perdas cambiais nos valores internalizados (as perdas podem ser repentinas e em valores não recuperáveis). Os empresários postergam investimentos por medo de perdas grandes e irrecuperáveis. Existe também a fuga de investidores nacionais. Isto é mais visível na Argentina e Venezuela.

Qual a principal e original causa destes fenômenos?
a) Carry trade: taxa básica x inflação x variação cambial;
b) Investimentos externos: riscos de perdas cambiais;
c) Fuga de nacionais da moeda pátria mais juros: taxa básica líquida de IRF e de IPCA negativa. 
d) Valorização de ativos que não moeda (e melhoria de liquidez) com a possível formação de bolhas.

Os meses irão clareando os possíveis cenários, mas sabemos que termina sempre com aumento da taxa básica (quanto mais cedo menores as perdas). 
Redação adaptada (sem mudança no pensamento) 02/02/2020. Original 17/01/2020.  

Um comentário:

  1. Quando a desvalorização cambial ocorre com fluxo cambial financeiro negativo (ou positivo) e total positivo, o BC pode utilizar swaps cambiais (e utiliza corretamente, mas tem limites), se o sistema bancário não conseguir atender o mercado.
    Quando a desvalorização ocorre com fluxo cambial total negativo (a pressão é no câmbio à vista) o BC deve oferecer moeda e swaps se o sistema bancário não conseguir atender.

    ResponderExcluir