quarta-feira, 1 de abril de 2020

A TURMA DO PENSAMENTO MÁGICO TENTA REAPARECER.


A TURMA DO PENSAMENTO MÁGICO TENTA REAPARECER.

Após produzirem o retorno do processo inflacionário (conseguirem provocar motivos legais e políticos para o impeachment de DR), a maior recessão dos últimos anos (quase 10%), quase criarem uma crise cambial de difícil solução (a Argentina conseguiu quebrar duas vezes quase seguidas), e terem silenciado após o modelo liberal conseguir com racionalidade e responsabilidade:

1) controlar o processo inflacionário;
2) reduzir as taxas de juros de mercado e a seguir a taxa básica (sem artificialismo);
3) corrigir as barbeiragens (artificialismo) da política cambial e as contas externas;
4) corrigir os preços reprimidos do setor energia;
5) eliminar a corrupção generalizada em empresas e bancos públicos;
6) salvar a Petrobras;
7) aprovar a reforma da previdência;
8) encaminhar a solução das outras reformas (administrativa, tributária) com possibilidade de serem aprovadas;
9) enfim, praticarem uma política monetária, fiscal e cambial racional e responsável.

Aconteceu a crise do Coronavírus (COVID-19) com paralisação de indústrias, comércios, serviços, esportes e transportes, todos os segmentos perdendo receitas e condições de cumprirem com pagamentos, várias pessoas perdendo emprego (o seguro desemprego cobre) e a turma das atividades informais (inclusive trabalhadores sem registros) e autônomos em situação de vulnerabilidade social em razão da pandemia virótica que afeta pulmões e respiração, ocasionando uma anomalia econômica e social.

Os liberais sempre foram defensores da responsabilidade monetária, fiscal e cambial, mas também da Assistência Social aos mais necessitados (um dos princípios do liberalismo racional). Em situações anômalas (imprevisíveis), acima das perturbações aleatórias (previsto nos modelos macroeconômicos), é defendido pela política monetária, após Milton Friedman, não permitir que a liquidez caia e por extensão os gastos públicos, muito diferente do defendido por Keynes (1936) que é gastar (gastos produtivos ou improdutivos) contestando Adam Smith (1776) que defendeu que se a relação gastos improdutivos / produtivos subisse acima do aceitável (o aceitável dependeria da relação gastos públicos / PIB) os efeitos sobre a renda (PIB) seria negativo (reduziria a renda). É quando a maioria consome, mas não produz, desarmonizando a relação oferta e demanda.
A receita que está sendo adotada neste momento é a liberal monetarista na política monetária: impedir a queda da liquidez e dos empréstimos (evitar o empoçamento da liquidez); e na política fiscal: prover assistência social para quem perdeu renda, portanto nada da irresponsabilidade dos gastadores irresponsáveis, provocadores de hiperinflação e de recessão (apelidados de keynesianos). 31/03/2020.


2 comentários:

  1. Marco, ótimo artigo, como sempre. Acompanho seu blog há anos, sempre muito inteligente e informativo. Li um artigo hoje que me deixou com dúvidas. Gostaria de saber se você poderia fazer um post comentando e apresentando sua opinião? O artigo é este: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,covid-19-e-o-banco-central,70003261272

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  2. O Claudio Adilson Gonçalvez é um competente economista.
    Minha previsão é para queda do PIB de 5% ou mais dependendo do andar dos dias (ele escreveu em 06/04/2020 quando pensava-se que a crise Coronavírus seria por prazo menor).
    A grande diferença dos liberais monetaristas (não confundir com escola austríaca ou libertários) para os keynesianos (não considero keynesiano quem não sabe que Keynes era a favor de câmbio flutuante e não diferencia os escritos do período anterior ao Teoria Geral, em que era um economista clássico em sua definição ao dos após), é: Keynes aconselhou a queda dos juros mesmo após a economia atingir o ápice (os liberais monetaristas afirmam que isto é causa de processo inflacionário), os monetaristas aceitam os conceitos de juros natural, básico e de mercado de cp e de lp e o gerenciamento da taxa básica tomando por base o juro neutro (natural ou de equilíbrio) e a conjuntura e inflação prospectiva (ascendente ou descendente). Keynes era a favor de gastos públicos produtivos ou improdutivos como forma de provocar crescimento, os liberais (Adam Smith) acreditam que se os gastos improdutivos superarem em um % os produtivos, acontecerá recessão. Defino os economistas em racionais responsáveis (acreditam em limites que os agentes também acreditam) e irresponsáveis (a turma do pensamento mágico), gaste e emita à vontade que nada acontecerá.
    Mas os liberais monetaristas fazem uma relação entre liquidez (tudo que possa ser tornado líquido em menos de 30 dias) e PIB potencial (capacidade de crescimento do PIB sem causar inflação). Nas crises Milton Friedman ensinou que a liquidez cai. A experiência ensinou que o conceito de liquidez é elástico (todos os ativos com liquidez menor que 30 dias) e que nas crises os ativos que não moeda pátria desvalorizam e perdem liquidez (a queda da liquidez é maior do que a M1 a M4). A autoridade monetária não pode deixar a liquidez cair e (os monetaristas aconselham que a liquidez monetária deve crescer de 3% a 5% ao ano) nem empoçar (os bancos não emprestarem por medo do risco). Muito diferente de recitar a mesma receita para períodos normais (não se receita antibióticos sem infecção). Os detalhes de como fazer isto muda com o tempo e com a turma que dirige os BCs (o importante é fornecer liquidez e não permitir o empoçamento da mesma. A conjuntura aconselhará os detalhes.

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