domingo, 5 de novembro de 2017

UMA TENTATIVA DE EXPLICAR AS CONTAS DO TN E DA PREVIDÊNCIA.



UMA TENTATIVA DE EXPLICAR AS CONTAS DO TN E DA PREVIDÊNCIA.

As contas do TN abrangem o INSS e o RPPS (da união). A lei da previdência é genérica para INSS e para o RPPS (previdência dos funcionários públicos da União, estados e municípios). O TN administra as despesas obrigatórias (salários, previdência, transferências constitucionais, as fixadas em percentual das receitas) e as discricionárias. Abaixo um resumo das contas sem despesas financeiras e pagamentos de dívidas (o que chamam de resultado primário). A dívida da União (o estoque) garante os fundos de pensão (de empresas públicas e privadas), os fundos de investimentos de pessoas (físicas e jurídicas) administrados pelos bancos, os fundos das seguradoras (que garantem as indenizações) e as sobras de caixa dos bancos. Se a União deixar de pagar acontece o caos na economia: uma quebradeira geral, uma depressão (muito pior do que recessão). 

É sabido por todos que o INSS paga aposentadorias baixas e o RPPS altas, algumas abaixo do teto do INSS (R$ 5.531,31), a maioria abaixo do teto do RPPS (R$33.700,00) e muitas acima do teto do RPPS (é o que chamo de corrupção legalizada pelo judiciário).

As receitas do INSS e do RPPS não garantem os pagamentos das aposentadorias e pensões (os dois sistemas são deficitários). Além das receitas do INSS e do RPPS a União (estados e municípios não) arrecada a COFINS  e o PIS que devem ser gastos com a Seguridade Social (saúde, educação, assistência social e previdência). Estas receitas sustentam os déficits da União com a previdência (mas são retiradas da saúde e da educação). Os estados e municípios não têm estas receitas.

Uma análise contábil e financeira considera a evolução do passado (a tendência), o presente e as projeções (o futuro). Verão na tabela abaixo que a união tem déficit crescente na previdência e no saldo geral (o resultado primário). Isto sem considerar pagamentos de juros e das dívidas.

Existem dois sistemas de previdência: CAPITALIZAÇÃO E REPARTIÇÃO. O  sistema de capitalização no Brasil ficou inviável por causa do estoque da dívida (aposentadorias, pensões e contribuintes com expectativas de direitos).  O sistema que o governo gerencia é o de repartição: as contribuições dos trabalhadores ativos devem pagar as aposentadorias de cada mês. Existe uma conta simples que explica até para leigos o sistema: se existir 1 aposentado e 1 contribuinte, este deverá pagar o salário do aposentado. No Brasil estamos em torno de mais ou menos 2,5 contribuintes para cada aposentado. Uma conta grossa indica que as contribuições devem ser de 100 / 2,5 = 40% (isto se a média dos salários dos contribuintes for igual à média das aposentadorias e pensões). Está provado que o sistema é insustentável e vergonhosamente privilegia minorias (MPF, LEGISLATIVO, IR, JUDICIÁRIO E OUTROS). Não se deixe enganar, não seja massa de manobra.

A reforma da previdência irá igualar direitos do INSS e do RPPS (eliminar privilégios). Tentam através de análises interesseiras (políticos que defendem o quanto pior melhor e a turma privilegiada com aposentadorias insustentáveis) demonstrar através de contas sem a mínima sustentação que seus privilégios podem ser mantidos (e a massa de manobra do INSS que sempre foi roubada e sustenta os privilégios ainda apoia).

Vejam os saldos de 2016 e de 2017 (até ago).

RESULTADO PRIMÁRIO DO GOVERNO CENTRAL (conceito acima da linha). R$ bilhões.


ANO
RECEITAS
Transf.
REC.
Líquida
 
DESPESAS
RESULTADO Gov. Fed.
RESULT.
BC
RESULT.
Gov. Central
PREVID.
TN + BC
Total
Previd.
TN + BC
Total
TN
PREVID.
TOTAL
2010
211,96
706,56
918,53
134,69
783,84
254,86
450,21
750,07
122,18
-42,89
79,29
-0,520
78,77
2011
245,89
742,38
988,27
163,04
825,23
281,44
450,27
731,71
129,62
-35,55
94,07
-0,552
93,52
2012
275,76
784,12
1059,89
171,39
888,50
316,59
496,04
812,63
129,84
-40,83
89,01
-0,752
88,26
2013
307,15
871,84
1178,98
183,39
995,59
357,00
561,59
918,59
128,16
-49,86
78,31
-1,318
76,99
2014
337,50
883,97
1221,47
199,96
1021,51
394,20
644,52
1038,72
39,60
-56,70
-17,10
-0,115
-17,21
2015
350,27
897,52
1247,79
204,68
1043,10
436,09
722,61
1158,70
-28,22
-85,82
-114,04
-0,699
-114,74
2016
358,14
956,82
1314,95
226,84
1088,12
507,87
734,50
1242,37
-3,55
-140,73
-153,28
-0,972
-154,25
JAN.
27,11
114,08
141,20
17,17
124,03
35,57
73,62
109,19
23,45
-8,46
14,99
-0,160
14,835
FEV.
28,01
61,59
89,61
22,15
67,46
38,28
54,18
92,46
-14,72
-10,26
-24,98
-0,017
-25,00
MAR.
28,52
69,66
98,19
13,37
84,82
38,78
53,92
92,71
2,43
-10,26
-7,82
-0,071
-7,89
ABR.
30,43
88,99
119,42
15,74
103,68
38,94
54,92
93,86
18,33
-8,51
9,82
0,005
9,82
MAI.
28,25
68,25
96,50
20,21
76,29
40,49
51,28
91,77
-3,12
-12,24
-15,36
-0,116
-15,479
JUN.
28,49
71,83
100,32
16,58
83,74
39,20
53,33
92,53
1,97
-10,71
-8,74
-0,044
-8785
JUL.
27,47
80,42
107,89
16,06
91,82
39,29
71,10
110,39
-6,82
-11,82
-18,64
0,072
-15,57
AGO.
28,53
62,79
91,32
16,33
74,98
43,84
51,49
95,33
-4,88
-15,31
-20,19
-0,152
-20,346
SET.
27,69
65,96
93,65
12,89
80,76
52,76
53,29
106,05
-0,247
-25,07
-25,32
0,031
-25,29
OUT.
28,26
119,62
147,88
15,88
132,00
39,50
51,68
91,18
52,28
-11,24
41,04
-0,222
40,81
NOV.
28,56
71,75
100,31
25,77
74,54
47,53
65,36
112,89
-19,17
-18,97
-38,13
-0223
-38,357
DEZ.
46,81
81,84
128,65
34,74
93,92
53,68
100,36
154,04
-53,18
-6,87
-60,05
0,076
-60,124
2017
295,01
812,90
1107,92
185,49
922,43
450,23
575,44
1025,67
52,59
-155,22
-102,63
-0,615
-103,24
JAN.
26,9
110,57
137,4
18,58
118,85
40,3
59,54
99,8
32,5
-13,37
19,18
-0,14
19,04
FEV.
28,4
65,69
94,1
24,96
69,96
41,95
53,46
95,41
-12,8
-13,59
-26,35
0,07
-26,28
MAR.
29,1
73,90
102,9
15,34
87,57
42,1
56,45
98,55
2,1
-13,1
-110,1
0,03
-10,98
ABR.
31,1
94,97
126,1
18,1
108,1
43,1
52,37
95,55
24,78
-11,99
12,79
-0,22
12,57
MAI. 29,55 69,84 99,39 21,62 77,76 47,57 59,56 107,13 -11,23 -18,02 -29,22 -0,117 -29,37
JUN. 29,78 75,04 104,82 18,14 86,68 42,62 63,86 106,48 -6,93 -12,84 -19,77 -0,028 -19,80
JUL. 29,64 78,93 108,57 19,43 89,13 43,15 66,13 109,28 -6,56 -13,52 -20,07 -0,077 -20,23
AGO. 30,30 79,84 110,13 18,10 92,04 47,19 54,45 101,63 7,38 -16,89 -951 -0,086 -9,60
SET. 30,12 73,997 104,12 14,22 89,9 58,27 54,27 112,54 5,61 -28,14 -22,54 -0,102 -22,64
OUT. 30,187 90,239 120,43 17,18 103,25 43,99 54,07 58,06 18,95 -13,80 5,15 0,039 5,19

FONTE BC E TN.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

INTRODUÇÃO E ALERTA


INTRODUÇÃO E ALERTA:

A  ECONOMIA é uma CIÊNCIA SOCIAL-POLÍTICA (não exata). Toda sua lógica baseia-se no estudo do equilíbrio (movimento das variáveis e influências de umas nas outras) das forças econômicas (agentes, variáveis, tempo = mercado). A ideia de equilíbrio presume o desequilíbrio. As leis econômicas são dinâmicas, sempre um processo em movimento, são CAUSAIS E TEMPORAIS, estudam fenômenos que se sucedem no tempo (e as antecipações). São também CONDICIONAIS, como todas as leis científicas (requisitos são condições necessárias). São complexas, o entendimento exige conhecimentos acumulados, quase sempre tem exceções. Os efeitos no curto prazo podem ser diferentes do longo prazo (os juros de cp podem subir e os de lp caírem), no primeiro momento ser diferente dos seguintes.

Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências. As previsões econômicas são dependentes de ações políticas futuras (ou imprevisibilidades), motivo de sempre virem acompanhadas da máxima, "tudo o mais permanecendo constante."

O EQUILÍBRIO ESTÁTICO (a fotografia de um momento): facilita o estudo dos fenômenos econômicos para os iniciantes.

O EQUILÍBRIO DINÂMICO (o equilíbrio em movimento): procura explicar o processo em que o sistema está caminhando para alcançar o equilíbrio, assim como os momentos sequenciais. A economia em equilíbrio (pouca volatilidade) tem a PREVISIBILIDADE  facilitada (facilita o planejamento e encoraja os investimentos, o crescimento é sustentável, a moeda é estável), em desequilíbrio é mais volátil e imprevisível (desencoraja investimentos). O estudo econômico deve sempre analisar: CAUSAS, EFEITOS (positivos e negativos), TEMPO, EXPECTATIVAS, ÓTICAS DOS INTERESSADOS.   

A LEITURA DAS POSTAGENS DO BLOG DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO AS DATAS EM QUE FORAM ESCRITAS. 


terça-feira, 17 de outubro de 2017

AS DITADURAS POLÍTICAS NÃO COMUNISTAS SÃO LIBERAIS?


AS DITADURAS POLÍTICAS NÃO COMUNISTAS SÃO LIBERAIS?

As ditaduras políticas não comunistas são liberais? Não. Se adotarem o liberalismo não conseguirão se manter no poder. Nos quadros abaixo as diferenças. A confusão acontece por causa de ditaduras da AS (como a do Chile de Pinochet) terem procurado adotar modelo econômico de fundo liberal (a ditadura brasileira – de fato, não de direito – adotou o regime econômico nacional-desenvolvimentista, com aumento da presença do estado). Em geral, quase todas, adotaram o modelo econômico nacional-desenvolvimentista (com aumento da presença do estado na economia) que não é liberal.  

VARIÁVEIS POLÍTICAS
LIBERAIS (direita, economia de mercado).
DITADURAS
COMUNISTAS (esquerda, socialistas, economia planificada, centralizada)
DIREITO DE IR E VIR
SIM
SIM
NÃO
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
SIM
NÃO
NÃO
LIBERDADE DE IMPRENSA
SIM
NÃO
NÃO
LIBERDADE POLÍTICA
SIM
NÃO
NÃO
PARTIDO POLÍTICO
LIVRE
Controlados
Único.
LEGISLATIVO
SIM E LIVRE
Controlado
Controlado
JUDICIÁRIO
SIM E LIVRE
Controlado
Controlado


VARIÁVEIS ECONÔMICAS
LIBERAIS
(economia de mercado)
DITADURAS
COMUNISTAS (esquerda, socialistas, economia planificada, centralizada)
LUCRO
SIM
SIM
NÃO
PROPRIEDADE
SIM
SIM
NÃO
HERANÇA
SIM
SIM
NÃO
PREÇOS
MERCADO
Controlam
Controlados
PRODUÇÃO
MERCADO
Muitas estatais
Planificada
COMÉRCIO
LIVRE
LIVRE
Planificado