Pelo sistema
padronizado de contas nacionais originado em Keynes (Teoria Geral), iniciado e
organizado por Simon Kusnetz e aperfeiçoado por Richard Stone temos que (a ideia
de equilíbrio presume o desequilíbrio):
PIB = C + I + G + E – M, onde C = consumo; I = investimentos; G = gastos
do governo; E = exportações e M = importações.
PNB = PIB + Rec. – Rem. = RNB = S + L + J + A, onde S = rendimento do trabalho; L = lucros; J = juros e A = aluguéis. Rec. = recebimentos do exterior; Rem. =
remessas para o exterior.
Identidade
básica entre Produto, Renda e Despesa. PNB = RNB = DNB.
OBS: Não
são incluídos no cálculo do PNB os pagamentos de transferências e de
rendas que não resultem das atividades produtivas, como aposentadorias, pensões
e juros da dívida pública.
Se as taxas de juros de mercado caem por expectativas negativas e
insegurança (imprevisibilidade) quanto a lucros futuros, claro que teremos
queda de crescimento do PIB (ou até redução). Duas variáveis importantes da
renda nacional caem, L e J,
influenciando a queda das outras, S e A. Apenas a queda dos juros de mercado
conseguida com políticas monetária e fiscal adequadas é que influenciam
positivamente o crescimento econômico sustentado. Demagogias,
irresponsabilidades, pensamentos mágicos e artificialismo não fazem crescimento
econômico sustentado. Fazem é sofrimento.
Por bom senso e racionalidade podemos afirmar que os investidores só
aplicarão seus recursos em ambientes que proporcionem segurança para o capital
investido (boas instituições, judiciário, legislativo e executivo), previsibilidade
e expectativas de lucros superiores às taxas de juros do mercado. Claro que um
executivo e autoridades econômicas que passem instabilidade e insegurança são
fatores negativos para o crescimento econômico.
Em ambientes onde
existam fatores de produção (trabalho, capital e recursos naturais), estando a
capacidade de produção toda ocupada, necessários novos investimentos para
aumento da oferta para que não ocorra inflação (claro que inexistindo poupança
interna, necessário utilização de poupança externa, idem recursos naturais e
tecnologias, através de importações). As economias desenvolvidas importam até
mão de obra (trabalho).
POUPANÇA INTERNA: Para que exista é necessário um
Banco Central que pratique políticas monetária e cambial racionais e
consistentes, sem demagogias, passando confiança para os agentes econômicos
(previsibilidade). Não existem poupanças em ambientes inseguros.
Previsibilidade é necessária (para isto acontecer é necessário que a equipe
econômica e o governo passem credibilidade e segurança).
POUPADORES: Agentes econômicos da sociedade (trabalhadores, empresários,
capitalistas). O sistema previdenciário deveria ser o maior poupador de toda a sociedade.
Na China a falta de um sistema previdenciário, estimulou o povo a poupar (40%).
No Brasil o sistema previdenciário do INSS dilapidou as poupanças. O sistema de
aposentadorias dos funcionários públicos garante (ou garantiu) PRIVILÉGIOS de
APOSENTADORIAS INTEGRAIS, com correções acima da inflação, sem teto máximo. O
estoque de aposentadorias inviabiliza a geração atual e algumas futuras. Poucos
sabem que o pagamento de uma aposentadoria pressupõe a existência de uma
poupança. Não existindo poupança gasta-se a renda atual, impedindo-se a
formação de poupanças para o futuro (é
como se existisse uma poupança virtual).
Gastos (G) do governo
com proporção grande em relação ao PIB e percentual de gastos improdutivos
inadequados em relação aos produtivos, investimentos do governo de má qualidade
ou insuficientes, e privilégios previdenciários insustentáveis (para minorias)
são os principais fatores de pobreza das nações (e de seu povo). A política
monetária inadequada é também um fator que influencia a pobreza das nações. A
adequada, que mantém o poder de compra da moeda, é apenas necessária, mas
insuficiente para o crescimento e a riqueza.
Se um país não tem
tecnologia tem que facilitar as importações. Se não tem poupança interna
suficiente tem que utilizar a externa (importações de maquinários,
tecnologias).
Privilegiar minorias
através de financiamentos e capitalizações (duvidosos) do BNDES é receita velha
e negativa para o crescimento econômico. Privilegiar um parque industrial não
competitivo com desvalorização cambial (reduzir o poder de compras de todos =
reduzir demanda, para proteger minorias) é inconcebível para uma democracia
liberal.
POPULAÇÃO, PRODUTIVIDADE
E CRESCIMENTO: as populações dos países crescem por nascimentos superiores a
mortes e através de imigração. Isto é um fator que quase sempre provoca um
crescimento natural. A migração da população de atividades rurais para outras
mais produtivas ou que produzam maior riqueza é também um fator de crescimento.
Mas o fator que provoca crescimento sem aumento de população é a melhoria
contínua da produtividade e as inovações.
Considerando que o
número de filhos por casal no Brasil eram 10, passando para 5 em uma geração
apenas, a seguir para 3 e hoje abaixo de 2, teremos o crescimento econômico originado
pelo aumento da população não mais acontecendo. O que fará (e fez) o
crescimento continuar acontecendo é a melhoria contínua da produtividade
(melhoria da produção com a mesma quantidade de trabalhadores). A disputa entre
a economia de mercado (capitalismo e liberal democracia) e a economia com
planejamento centralizado (comunismo e socialismo) teve um desfecho fortemente
favorável ao primeiro. O principal motivo da vitória das economias que adotaram
o capitalismo-liberal (defesa da concorrência, regras do jogo estabelecidas e
normas para limitar o poder discricionário de autoridades) é a luta pela
sobrevivência e pelo lucro. A busca do lucro faz com que o atendimento dos
desejos dos consumidores (as inovações criam novos desejos) motive a melhoria
contínua. A qualidade de vida e a riqueza aumentam. Neste sentido, proteger
empresas que não têm condições de competitividade, e nunca terão, pois
sobrevivem através de privilégios, não pela luta para a sobrevivência é impedir
o crescimento e a melhoria da qualidade de vida. O mercado deve ser conquistado pela melhor qualidade e preço, atender e conquistar a vontade dos consumidores.
MAG 12/2012.
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