KRUGMAN
E O DÉFICIT FISCAL DOS USA
Krugman
em seu artigo “Críticas sobre o déficit fiscal norte-americano não passam de
falácias,” aconselha a continuidade da política de déficit público enquanto
perdurar o risco de recessão. Refuta os argumentos de risco de perda de crédito,
de fuga dos títulos americanos com o consequente aumento das taxas de juros. Para
ele isto só ocorre com países com dívida denominada em moeda estrangeira. Como a
dívida americana é denominada em dólar o risco de não pagamento é nulo. Sobre o
risco de emissões gerar inflação afirma que isto não acontecerá enquanto a
economia estiver em recessão. Sobre a possível desvalorização do dólar afirma
que será benéfica para o país, pois as empresa e famílias ficarão
desencorajadas de ficar entesourando moeda, optando por gastos, e os preços dos
produtos para exportar ficariam mais competitivos. Resumindo, não acredita em
crise de crédito, nem para venda dos títulos do tesouro americano (significa
que o mercado não acredita neste tipo de crise), aconselhando a continuidade do
déficit público enquanto perdurar o risco de recessão. Critica o partido
republicano por defender a eliminação do déficit.
COMENTO: o artigo só analisa uma
parte dos argumentos, os pontos positivos, calando-se sobre os pontos
negativos, evitando o contraditório, que relacionaremos a seguir. De fato o
país emissor de moeda reserva mundial tem muitas facilidades, desde que aja com
responsabilidade e o mercado acredite (neste sentido é a responsabilidade do
partido republicano que dá crédito ao país.). Não especifica também que tipo de
gasto público deve ser feito, produtivo, improdutivo, constante ou temporário.
Para Adam Smith uma relação inadequada entre gastos produtivos e improdutivos
provoca queda da riqueza (do produto). A
desvalorização da moeda trará como consequência perda do poder de compra de
todos os americanos em relação ao resto do mundo (traduzindo, isto é empobrecimento).
O aumento dos custos das matérias primas importadas será um contraponto à
desvalorização da moeda.
Os
poupadores procurarão ativos que não moeda para refugiar-se e estes subirão
acima da inflação formando as famosas bolhas (no momento o ouro está sendo o
preferido). No longo prazo o juro nominal subirá e a seguir o i real. A taxa
básica terá que subir para evitar o retorno do processo inflacionário e neste momento
as bolhas estouram provocando perdas de riqueza e a crise retorna.
DÉFICITS PÚBLICOS -
EFEITOS
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POSITIVOS
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NEGATIVOS
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Desvaloriza a moeda e aumenta a competitividade
das exportações
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Aumenta custos de matérias primas
(commodities) importadas e custos de produção
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Desvaloriza a dívida pública
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A longo prazo os juros subirão
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Reduz
poder de compra da moeda (empobrece a todos os americanos)
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