sexta-feira, 26 de setembro de 2014

LINHAS DE PENSAMENTOS ECONÔMICOS – DIFERENÇAS.



LINHAS DE PENSAMENTOS ECONÔMICOS – DIFERENÇAS.


O estudo teórico da economia, na prática e resumidamente, podemos dividir em:

a)    Política Fiscal (orçamento, execução orçamentária, receitas e gastos);

b)    Política Monetária (a moeda e suas funções, unidade de medida, meio de pagamento e reserva de valor, o controle da liquidez e da inflação. Juro básico e de mercado);

c)  Política Cambial (o controle da liquidez, da volatilidade) e política externa (comercial, mercadorias, serviços, rendas, capitais e financeira).


A teoria, resumidamente, podemos dividir em:

a) Contabilidade Nacional e sua análise. Sistema padronizado de contas nacionais originado em Keynes (Teoria Geral), iniciado e organizado por Simon Kusnetz, aperfeiçoado por Richard Stone (padrão aceito mundialmente);

b)    Macroeconomia (teoria quantificada, justificada e modelos);

c)    Economia Monetária (moeda e bancos), base teórica das políticas monetárias;

d)  Econometria (a fusão da matemática, estatística e da economia). Ajuda   estudantes sem a cultura acumulada adequada e com base matemática a entenderem análise econômica;

e)    Microeconomia.

A  economia é uma ciência social-política (não exata). Toda sua lógica baseia-se no estudo do equilíbrio (o constante movimento das variáveis) das forças econômicas (agentes, variáveis, tempo = mercado). 

A economia e as previsões: por ser uma ciência não exata e política (depender de decisões futuras) as conclusões de estudos vêm sempre acompanhadas da frase padrão: “e tudo o mais continuando constante”. Isto não desqualifica a ciência, pelo contrário, ela define e antecipa as consequências (efeitos) de ações políticas. Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências.

O EQUILÍBRIO ESTÁTICO (a fotografia de um momento): facilita o estudo dos fenômenos econômicos para os iniciantes.

O EQUILÍBRIO DINÂMICO (o equilíbrio em movimento): procura explicar o processo em que o sistema está caminhando para alcançar o equilíbrio, assim como os momentos sequenciais. A economia em equilíbrio (pouca volatilidade) tem a PREVISIBILIDADE facilitada (facilita o planejamento e encoraja os investimentos, o crescimento é sustentável, a moeda é estável), em desequilíbrio é mais volátil e imprevisível (desencoraja investimentos).


LINHAS DE PENSAMENTOS ECONÔMICOS:


a)  LIBERAL: defende a menor presença estatal possível, regras do jogo preestabelecidas, o poder deve ser da lei e não da autoridade, as normas devem reduzir o poder discricionário, defender a concorrência e o mais fraco contra o mais forte. Defende também que os gastos públicos improdutivos devem ser o menor possível e manter uma relação com os produtivos (inclusive os investimentos produtivos com os improdutivos). É contra o controle dos preços. Os monopólios e os oligopólios naturais devem ser monitorados e fiscalizados por agências governamentais (defesa da qualidade e do consumidor). O câmbio deve ser flutuante. Podemos dizer que o Capitalismo Liberal é o melhor exemplo prático. Autores: Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776); Friedrich August Von Hayek, Caminho da Servidão (1944); Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962); José Guilherme Merquior, A Natureza do Processo; Roberto Campos, Lanterna na Popa; Karl R. Popper, A Sociedade Aberta e seus Inimigos; Douglas North, Entendendo o Processo de Mudança Econômica; Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia.


b) MONETARISMO: defende a defesa do poder de compra da moeda como condição necessária, mas não o suficiente, para o desenvolvimento econômico. O princípio básico é o controle da quantidade da moeda (por extensão do crédito) e o seu crescimento em harmonia com a capacidade de crescimento do PIB (PIB potencial) para evitar que o processo inflacionário se instale (inflação ascendente, hiperinflação e a seguir a estagflação). Um resumo seria dizer que defende a responsabilidade fiscal e a monetária. A taxa básica de juro demonstrou ser a melhor ferramenta para controlar a liquidez e estabelecer a harmonia entre a velocidade de crescimento da demanda e da oferta. Quando a demanda cresce em velocidade superior à oferta, a motivação para exportar cai e a para importar sobe, evoluindo para crise cambial. Se não abortada com a elevação da taxa básica o crescimento cai e o quadro evoluirá para a moratória e suas consequências negativas para a economia e para o povo. O monetarismo combina com o liberalismo e com câmbio flutuante. 
    Autores: 
BERNARDO DAVANZATI (1582): escreve “Lição da Moeda” onde é esboçada a ideia, talvez inicial, da teoria quantitativa da moeda; 
DAVID HUME (1752): “Of Money e Of interest” dá forma bem esboçada à ideia da teoria quantitativa da moeda. Separa os efeitos do curto e médio prazo da alteração monetária das do longo prazo (inflação). “Os preços das mercadorias evoluirão sempre proporcionalmente à quantidade de moeda”; 
1760 – 1770: tem início a revolução industrial inglesa (inovações); 
ADAM SMITH (1776): publica o livro “A Riqueza das Nações”, com as ideias básicas do pensamento econômico liberal. A presença do estado deve ser definida e limitada por leis, o poder é da lei e não da pessoa (limitar o poder discricionário das autoridades). Redução dos gastos improdutivos dos governos. Liberdade dos mercados, concorrência defendida por regras do jogo pré-estabelecidas, a menor presença estatal possível; 
GUSTAV KNUT WICKSELL (1911): “Lições de Economia Política”, quase um resumo de suas obras. Introduziu a ideia de taxa de juro de equilíbrio e suas relações com a inflação. Se o juro de mercado é superior ao de equilíbrio a demanda e os preços caem. O monetarismo racional tem suas origens em seus estudos; 
IRVING FISHER (1928/1937): desenvolveu os estudos da teoria monetária moderna (tudo passa por ele); 
MILTON FRIEDMAN (1962), com a publicação do livro “Capitalismo e Liberdade”, em linguagem acessível a todos, faz o monetarismo renascer, contrapondo-se às conclusões de Keynes, que considerava totalmente erradas (fábrica de estagflação). É o principal autor do liberalismo e monetarismo modernos. Sua principal obra é “A História Monetária dos Estados Unidos”.


c) HETERODOXIA DESENVOLVIMENTISTA: defende a maior presença estatal possível, inclusive os monopólios estatais, não condena o poder discricionário das autoridades (defende a política monetária discricionária). Defende a taxa básica de juros baixa como meio de aumentar as atividades, déficits fiscais e gastos públicos sem diferenciar os produtivos dos improdutivos. Criticam a responsabilidade fiscal e monetária. Apesar da maioria se dizer keynesiana, defendem o câmbio administrado, preços controlados e um pouco mais de inflação como meio de obter o crescimento. Keynes era a favor do câmbio flutuante e contra a inflação (o seu modelo de desenvolvimento é que leva ao processo inflacionário, inflação, hiperinflação e por fim a estagflação).  Exemplos de heterodoxia: Capitalismo de Estado, o Socialismo e o Comunismo. MAG 26/09/2014.

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A PRÁTICA COMPROVOU A TEORIA:

a)    MELHORIA CONTÍNUA OS GANHOS DE PRODUTIVIDADE E AS INOVAÇÕES ACONTECEM EM AMBIENTES ONDE EXISTE CONCORRÊNCIA. A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA, PELO LUCRO, SÃO OS GRANDES MOTIVADORES;

b)    A FALTA DE LIBERDADE DE INFORMAÇÃO (imprensa livre, propaganda, comunicação, telefonia, internet, livros) E DO DIREITO DE IR E VIR DIFICULTAM O DESENVOLVIMENTO;

c)    ECONOMIAS (PAÍSES) DOMINADAS POR CORPORAÇÕES (empresas e grupos protegidos e privilegiados) E PROTECIONISMOS (segmentos que só sobrevivem protegidos por leis ou subsídios) TÊM MENOR RENDA PER CAPTA E PIOR QUALIDADE DE VIDA.
                          MAG 2011


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