LINHAS
DE PENSAMENTOS ECONÔMICOS – DIFERENÇAS.
O estudo teórico da
economia, na prática e resumidamente, podemos dividir em:
a) Política Fiscal (orçamento, execução orçamentária, receitas e gastos);
b) Política Monetária (a moeda e suas funções, unidade de medida, meio de pagamento e
reserva de valor, o controle da liquidez e da inflação. Juro básico e de
mercado);
c) Política Cambial (o controle da liquidez, da volatilidade) e política externa (comercial, mercadorias, serviços, rendas, capitais e financeira).
A teoria, resumidamente,
podemos dividir em:
a) Contabilidade
Nacional e sua análise. Sistema padronizado de contas nacionais
originado em Keynes (Teoria Geral), iniciado e organizado por Simon Kusnetz,
aperfeiçoado por Richard Stone (padrão aceito mundialmente);
b) Macroeconomia (teoria quantificada, justificada e modelos);
c) Economia Monetária (moeda e bancos), base teórica das políticas monetárias;
d) Econometria (a fusão da matemática, estatística e da economia). Ajuda estudantes sem a cultura acumulada adequada e
com base matemática a entenderem análise econômica;
e) Microeconomia.
A economia é uma ciência
social-política (não exata). Toda sua lógica baseia-se no estudo do equilíbrio
(o constante movimento das variáveis) das forças econômicas (agentes,
variáveis, tempo = mercado).
A economia e as previsões: por ser uma ciência não
exata e política (depender de decisões futuras) as conclusões de estudos vêm
sempre acompanhadas da frase padrão: “e tudo o mais continuando constante”.
Isto não desqualifica a ciência, pelo contrário, ela define e antecipa as
consequências (efeitos) de ações políticas. Leis ou postulados econômicos são
enunciados de tendências.
O EQUILÍBRIO ESTÁTICO (a
fotografia de um momento): facilita o estudo dos fenômenos econômicos para os
iniciantes.
O EQUILÍBRIO DINÂMICO (o
equilíbrio em movimento): procura explicar o processo em que o sistema está
caminhando para alcançar o equilíbrio, assim como os momentos sequenciais. A
economia em equilíbrio (pouca volatilidade) tem a PREVISIBILIDADE facilitada
(facilita o planejamento e encoraja os investimentos, o crescimento é
sustentável, a moeda é estável), em desequilíbrio é mais volátil e imprevisível
(desencoraja investimentos).
LINHAS DE PENSAMENTOS
ECONÔMICOS:
a) LIBERAL: defende a menor presença estatal possível, regras do jogo
preestabelecidas, o poder deve ser da lei e não da autoridade, as normas devem
reduzir o poder discricionário, defender a concorrência e o mais fraco contra o
mais forte. Defende também que os gastos públicos improdutivos devem ser o
menor possível e manter uma relação com os produtivos (inclusive os
investimentos produtivos com os improdutivos). É contra o controle dos preços. Os
monopólios e os oligopólios naturais devem ser monitorados e fiscalizados por
agências governamentais (defesa da qualidade e do consumidor). O câmbio deve
ser flutuante. Podemos dizer que o Capitalismo Liberal é o melhor exemplo
prático. Autores: Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776); Friedrich August Von
Hayek, Caminho da Servidão (1944); Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade
(1962); José Guilherme Merquior, A Natureza do Processo; Roberto Campos,
Lanterna na Popa; Karl R. Popper, A Sociedade Aberta e seus Inimigos; Douglas
North, Entendendo o Processo de Mudança Econômica; Norberto Bobbio, Liberalismo
e Democracia.
b) MONETARISMO: defende a defesa do poder de compra da moeda como condição
necessária, mas não o suficiente, para o desenvolvimento econômico. O princípio
básico é o controle da quantidade da moeda (por extensão do crédito) e o seu
crescimento em harmonia com a capacidade de crescimento do PIB (PIB potencial)
para evitar que o processo inflacionário se instale (inflação ascendente, hiperinflação
e a seguir a estagflação). Um resumo seria dizer que defende a responsabilidade
fiscal e a monetária. A taxa básica de juro demonstrou ser a melhor ferramenta
para controlar a liquidez e estabelecer a harmonia entre a velocidade de
crescimento da demanda e da oferta. Quando a demanda cresce em velocidade
superior à oferta, a motivação para exportar cai e a para importar sobe,
evoluindo para crise cambial. Se não abortada com a elevação da taxa básica o
crescimento cai e o quadro evoluirá para a moratória e suas consequências
negativas para a economia e para o povo. O monetarismo combina com o
liberalismo e com câmbio flutuante.
Autores:
BERNARDO DAVANZATI (1582): escreve “Lição da
Moeda” onde é esboçada a ideia, talvez inicial, da teoria quantitativa da
moeda;
DAVID HUME (1752): “Of Money e Of
interest” dá forma bem esboçada à ideia da teoria quantitativa da moeda. Separa
os efeitos do curto e médio prazo da alteração monetária das do longo prazo
(inflação). “Os preços das mercadorias evoluirão sempre proporcionalmente à
quantidade de moeda”;
1760 – 1770: tem início a revolução
industrial inglesa (inovações);
ADAM SMITH (1776): publica o
livro “A Riqueza das Nações”, com as ideias básicas do pensamento econômico
liberal. A presença do estado deve ser definida e limitada por leis, o poder é
da lei e não da pessoa (limitar o poder discricionário das autoridades).
Redução dos gastos improdutivos dos governos. Liberdade dos mercados,
concorrência defendida por regras do jogo pré-estabelecidas, a menor presença
estatal possível;
GUSTAV KNUT WICKSELL (1911): “Lições de
Economia Política”, quase um resumo de suas obras. Introduziu a ideia de taxa
de juro de equilíbrio e suas relações com a inflação. Se o juro de mercado é
superior ao de equilíbrio a demanda e os preços caem. O monetarismo racional
tem suas origens em seus estudos;
IRVING FISHER (1928/1937):
desenvolveu os estudos da teoria monetária moderna (tudo passa por ele);
MILTON FRIEDMAN (1962), com a
publicação do livro “Capitalismo e Liberdade”, em linguagem acessível a todos,
faz o monetarismo renascer, contrapondo-se às conclusões de Keynes, que
considerava totalmente erradas (fábrica de estagflação). É o principal autor do
liberalismo e monetarismo modernos. Sua principal obra é “A História Monetária
dos Estados Unidos”.
c) HETERODOXIA
DESENVOLVIMENTISTA: defende a maior presença estatal possível, inclusive os
monopólios estatais, não condena o poder discricionário das autoridades
(defende a política monetária discricionária). Defende a taxa básica de juros
baixa como meio de aumentar as atividades, déficits fiscais e gastos públicos
sem diferenciar os produtivos dos improdutivos. Criticam a responsabilidade
fiscal e monetária. Apesar da maioria se dizer keynesiana, defendem o câmbio
administrado, preços controlados e um pouco mais de inflação como meio de obter
o crescimento. Keynes era a favor do câmbio flutuante e contra a inflação (o
seu modelo de desenvolvimento é que leva ao processo inflacionário, inflação,
hiperinflação e por fim a estagflação). Exemplos de heterodoxia:
Capitalismo de Estado, o Socialismo e o Comunismo.
MAG 26/09/2014.
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A PRÁTICA COMPROVOU A TEORIA:
a) MELHORIA CONTÍNUA OS
GANHOS DE PRODUTIVIDADE E AS INOVAÇÕES ACONTECEM EM AMBIENTES ONDE EXISTE
CONCORRÊNCIA. A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA, PELO LUCRO, SÃO OS GRANDES MOTIVADORES;
b) A FALTA DE LIBERDADE DE
INFORMAÇÃO (imprensa livre, propaganda, comunicação, telefonia, internet,
livros) E DO DIREITO DE IR E VIR DIFICULTAM O DESENVOLVIMENTO;
c) ECONOMIAS (PAÍSES) DOMINADAS
POR CORPORAÇÕES (empresas e grupos protegidos e privilegiados) E PROTECIONISMOS
(segmentos que só sobrevivem protegidos por leis ou subsídios) TÊM MENOR RENDA
PER CAPTA E PIOR QUALIDADE DE VIDA.
MAG
2011
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