sábado, 7 de novembro de 2015

AS CAUSAS DA RECESSÃO ATUAL.

AS CAUSAS DA RECESSÃO ATUAL.

Definir a causa primeira e principal de um fenômeno (acontecimento, conjuntura passada, presente, futura) econômico é essencial. Sabemos que todo fenômeno econômico é complexo e tem várias causas. Todo efeito passa a ser uma causa de acontecimentos futuros, mas confundir causa e efeito é imperdoável em análise econômica. A recessão atual já foi considerada pelo BCB (em declarações) e pelo governo (ao convidar Levy) como efeito de erro da política apelidada “nova matriz econômica”. Em 1998 publiquei o resumo abaixo em que explicava o ambiente econômico onde o crescimento e o desenvolvimento econômico ocorrem melhor. Este texto é uma tentativa de resumir as principais causas da atual recessão econômica.
Um bom resumo seria: a aversão ao lucro e a desconfiança passada pela equipe econômica e presidente na estabilidade das regras do jogo amedrontou investimentos.

Se a correta política monetária e fiscal são condições necessárias, mas não o suficiente, para o crescimento econômico, podemos responsabilizá-las como causas principais. Pela máxima, errando na taxa básica errou em tudo, podemos também defini-la como uma das causas principais. A análise errada do BCB da conjuntura prospectiva ao fixar a Selic abaixo da correta por tempo elevado, cedendo à pressão política de “desenvolvimentistas” que dominavam o governo também.  
A qualidade (eficiência e eficácia) dos gastos públicos é fundamental para o crescimento econômico (contestado por Keynes que advogava furar e tampar buracos).

A manifesta rejeição à vitoriosa política econômica implantada por Armínio Fraga (governo FHC) denominada de tripé, superávit primário, meta de inflação e câmbio flutuante, também passou insegurança a novos investimentos. A inflação segura através de preços reprimidos, inclusive câmbio (através de operações mensais continuadas e crescentes de swaps cambiais), passou um ambiente de insegurança. É sabido por todos (pragmáticos e economistas racionais) que câmbio administrado se controla apenas por um período, não tem sustentação no tempo.

A falsa riqueza (uma bolha) passada através do câmbio administrado, preços reprimidos, juros básico abaixo do adequado, liquidez crescendo há mais de  10 anos acima do PIB potencial real, colocou a economia rodando em um nível superior ao sustentável no tempo. A demanda crescia em velocidade superior à oferta, ocasionando déficits nas contas externas, Comercial, Serviços, Transações Correntes, insustentáveis no tempo.
Se a economia rodava em um nível superior ao sustentável (a bolha), claro que o ajuste ocasionaria a queda do PIB (recessão, furo da bolha). A riqueza virtual acabou, a bolha furou. Era quebrar ou adequar-se ao sustentável, à realidade. Os erros de política econômica (ou eleitoral) foram imensos e os custos (e sofrimentos) também o serão.

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO  ECONÔMICO  (AMBIENTES). 10/1998.

O crescimento e o desenvolvimento econômico ocorrem melhor  em AMBIENTES onde:
a) POUPANÇAS E OS INVESTIMENTOS são respeitados e estimulados;  
b) TAXA DE JURO (BÁSICA) seja a menor possível, sem desestabilizar a MOEDA e preservando sua função de RESERVA DE VALOR;
c) GASTOS IMPRODUTIVOS DO GOVERNO são o menor possível (privilegiar as atividades fins em relação às  atividades meio);
d) JUDICIÁRIO é eficiente  (tem credibilidade por parte dos agentes econômicos) e eficaz (ágil e correto);
e) SISTEMA DE  ENSINO atende a toda a população;
f) SISTEMA PREVIDENCIÁRIO estimula a formação de poupança e não permite privilégios;
g) CONTAS PÚBLICAS - exista transparência com publicações de balancetes mensais analíticos;
h) LEGISLATIVO seja eleito democraticamente;
i) EMPREENDEDORES sejam estimulados;
j) A RELAÇÃO CAPITAL X TRABALHO coexista em ambiente de respeito a direitos pactuados;
k) A PRODUTIVIDADE é  estimulada;
l) FATOR DE PRODUÇÃO TECNOLOGIA - existam estímulos para os investimentos que objetivem ganhos  de  PRODUTIVIDADE E INOVAÇÃO;  
m)  DISTRIBUIÇÃO DE RENDA  - exista legislação que promova e proteja uma justa DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.
Um bom resumo seria: o respeito à propriedade privada; aos contratos juridicamente perfeitos; à estabilidade das regras do jogo (que devem ser o mais simples possível).
10/1998.





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