quarta-feira, 28 de outubro de 2015

INFLAÇÃO COM RECESSÃO E TAXA BÁSICA ALTA? NO BRASIL SIM.

INFLAÇÃO COM RECESSÃO E TAXA BÁSICA ALTA? NO BRASIL SIM.

O estudo da conjuntura deve considerar várias informações como: saldos fiscais (primário e nominal), receita (percentual do PIB), dívida líquida e bruta (% do PIB), crescimento da quantidade de moeda, preços reprimidos, inclusive câmbio, nível de renda da população, demanda reprimida (subconsumo), saldos externos, etc.
A atual conjuntura (herança do primeiro governo DR) acumulou os problemas:
1) déficits fiscais altos, primário e nominal;
2) percentual alto da relação receita x PIB;
3) dívida financiada com altos juros de mercado;
4) quantidade de moeda crescendo acima do PIB potencial acontecendo há vários anos;
5) infraestrutura deficiente (gastos improdutivos altos em relação aos produtivos);
6) preços básicos da economia reprimidos, inclusive câmbio;
7) demanda reprimida por renda baixa da população e endividamento alto;
8) saldo do balanço comercial, rendas, serviços e transações correntes com negativos insustentáveis (iriam quebrar o país).
Outras variáveis poderiam também ser consideradas.
A relação recessão com deflação é mais difícil de reverter do que inflação com recessão. Se a carga tributária fosse menor em relação ao PIB a solução seria mais fácil, bastaria aumentar tributos (a relação receita PIB). Como a solução dos problemas tem que passar pela correção dos artificialismos adotados pelo governo como preços e câmbio reprimidos (inflação) o BC tem que manter uma taxa básica alta para impedir a contaminação do nível geral dos preços (e o retorno generalizado da indexação). Sabemos que os efeitos da taxa básica afetam os juros das aplicações financeiras (daí o nome taxa básica) e os ao consumo e investimentos.
Wicksell disse que um processo inflacionário se constata quando a taxa natural de juros (neutra, de equilíbrio) inicia uma tendência de alta. A causa dos processos inflacionários são os juros de mercado baixos em relação ao natural (neutro ou de equilíbrio).
Fisher complementa o raciocínio introduzindo o conceito de comparação entre os juros de mercado (nominal, ex-ante, fruto das expectativas de inflação, efetivamente planejado.), com o juro acontecido (real, ex-post, efetivamente realizado.). Se as expectativas de inflação são maiores do que os juros de mercado é o pior dos mundos para o processo inflacionário. Para ele a inflação alimenta a expectativa de que os preços continuarão a subir.
Se os juros reais ex-post (acontecidos) são negativos e menores do que os ex-ante (previstos) acontece a perda de poder de compra da moeda mais juros (as poupanças passam a ter renda negativa). A taxa de juro perde o poder de ancorar as expectativas inflacionárias.
A taxa básica adequada melhora as expectativas de inflação, portanto podemos afirmar que reduz as taxas de juros de mercado de longo prazo (reduz o custo de captação).
Como a estabilidade do poder de compra da moeda é condição necessária, mas não o suficiente, para o crescimento econômico sustentado, podemos afirmar que taxa básica inadequadamente baixa reduz o crescimento sustentado do PIB (até zero ou recessão).
RENDIMENTOS CDI – IRF – IPCA e - IGPM
TÍTULOS
2012
2013
2014
01/15
02/15
03/15
04/15
05/15
06/15
07/15
08/15
09/15
2015
IPCA
5,84
5,91
6,41
1,24
1,22
1,32
0,71
0,74
0,79
0,62
0,22
0,54
7,64
CDI - 20% IRF - IPCA
0,88
0,538
2,235
-0,496
-0,564
-0,488
0,05
0,044
0,066
0,324
0,668
-0,108
0,008
IGPM
7,82
5,51
3,69
0,76
0,27
0,98
1,17
0,54
0,67
0,69
0,28
0,95
6,34
CDI - 20% IRF - IGPM
-1,10
0,938
4,955
-0,016
0,386
-0,148
-0,41
0,044
0,186
0,254
0,608
-0,062
1,308

A SOLUÇÃO: CORTAR GASTOS DOA A QUEM DOER.
MAG 10/2015.


Nenhum comentário:

Postar um comentário