INFLAÇÃO
COM RECESSÃO E TAXA BÁSICA ALTA? NO BRASIL SIM.
O estudo da conjuntura deve
considerar várias informações como: saldos fiscais (primário e nominal), receita
(percentual do PIB), dívida líquida e bruta (% do PIB), crescimento da
quantidade de moeda, preços reprimidos, inclusive câmbio, nível de renda da
população, demanda reprimida (subconsumo), saldos externos, etc.
A
atual conjuntura (herança do primeiro governo DR) acumulou os problemas:
1)
déficits fiscais altos, primário e nominal;
2)
percentual alto da relação receita x PIB;
3)
dívida financiada com altos juros de mercado;
4)
quantidade de moeda crescendo acima do PIB potencial acontecendo há vários anos;
5)
infraestrutura deficiente (gastos improdutivos altos em relação aos
produtivos);
6)
preços básicos da economia reprimidos, inclusive câmbio;
7)
demanda reprimida por renda baixa da população e endividamento alto;
8)
saldo do balanço comercial, rendas, serviços e transações correntes com
negativos insustentáveis (iriam quebrar o país).
Outras variáveis poderiam também
ser consideradas.
A relação recessão com
deflação é mais difícil de reverter do que inflação com recessão. Se a carga
tributária fosse menor em relação ao PIB a solução seria mais fácil, bastaria
aumentar tributos (a relação receita PIB). Como a solução dos problemas tem que
passar pela correção dos artificialismos adotados pelo governo como preços e
câmbio reprimidos (inflação) o BC tem que manter uma taxa básica alta para
impedir a contaminação do nível geral dos preços (e o retorno generalizado da
indexação). Sabemos que os efeitos da taxa básica afetam os juros das aplicações
financeiras (daí o nome taxa básica) e os ao consumo e investimentos.
Wicksell disse que um processo inflacionário se
constata quando a taxa natural de juros (neutra, de equilíbrio) inicia uma
tendência de alta. A causa dos processos inflacionários são os juros de mercado
baixos em relação ao natural (neutro ou de equilíbrio).
Fisher complementa o raciocínio introduzindo o
conceito de comparação entre os juros de mercado (nominal, ex-ante, fruto das
expectativas de inflação, efetivamente planejado.), com o juro acontecido
(real, ex-post, efetivamente realizado.). Se as expectativas de inflação são
maiores do que os juros de mercado é o pior dos mundos para o processo
inflacionário. Para ele a inflação alimenta a expectativa de que os preços
continuarão a subir.
Se os juros reais ex-post
(acontecidos) são negativos e menores do que os ex-ante (previstos) acontece a
perda de poder de compra da moeda mais juros (as poupanças passam a ter renda
negativa). A taxa de juro perde o poder de ancorar as expectativas inflacionárias.
A taxa básica adequada
melhora as expectativas de inflação, portanto podemos afirmar que reduz as taxas
de juros de mercado de longo prazo (reduz o custo de captação).
Como a estabilidade do poder
de compra da moeda é condição necessária, mas não o suficiente, para o
crescimento econômico sustentado, podemos afirmar que taxa básica inadequadamente
baixa reduz o crescimento sustentado do PIB (até zero ou recessão).
RENDIMENTOS CDI – IRF – IPCA e -
IGPM
|
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TÍTULOS
|
2012
|
2013
|
2014
|
01/15
|
02/15
|
03/15
|
04/15
|
05/15
|
06/15
|
07/15
|
08/15
|
09/15
|
2015
|
IPCA
|
5,84
|
5,91
|
6,41
|
1,24
|
1,22
|
1,32
|
0,71
|
0,74
|
0,79
|
0,62
|
0,22
|
0,54
|
7,64
|
CDI - 20%
IRF - IPCA
|
0,88
|
0,538
|
2,235
|
-0,496
|
-0,564
|
-0,488
|
0,05
|
0,044
|
0,066
|
0,324
|
0,668
|
-0,108
|
0,008
|
IGPM
|
7,82
|
5,51
|
3,69
|
0,76
|
0,27
|
0,98
|
1,17
|
0,54
|
0,67
|
0,69
|
0,28
|
0,95
|
6,34
|
CDI - 20%
IRF - IGPM
|
-1,10
|
0,938
|
4,955
|
-0,016
|
0,386
|
-0,148
|
-0,41
|
0,044
|
0,186
|
0,254
|
0,608
|
-0,062
|
1,308
|
A SOLUÇÃO: CORTAR GASTOS DOA
A QUEM DOER.
MAG 10/2015.
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