A
CONTAMINAÇÃO DOS PREÇOS PELO CÂMBIO SE COMBATE COM JURO BÁSICO? ESTAMOS SOB O
EFEITO DA DOMINÂNCIA FISCAL?
O BC havia conseguido
reverter o processo inflacionário (IPCA) de ascendente para descendente com a
subida da taxa básica (efeito dos aumentos). A curva de juro de mercado estava
com sua parte longa (os juros de lp) também na descendente. Era uma vitória já
contabilizada contra a inflação. Mas economia (principalmente a monetária) sofre
os efeitos de fatos novos. No caso a queda do superávit primário orçado, na verdade
a reversão de positivo para negativo, a insegurança passada por declarações dos
ministros da área econômica de que sem a aprovação de aumentos de novos
impostos, inclusive da CPMF, seria impossível equilibrar o orçamento. Isto e a
instabilidade política, a possibilidade de impeachment, as notícias diárias de
cada vez mais corrupções e corruptos, o descrédito do PT e a prisão de seus líderes,
a fuga da base aliada, a desconfiança de que a presidente e o PT ainda
acreditavam em solução “desenvolvimentista”, levaram a agência de crédito
Moodys a rebaixar a nota do país, retirando o grau de investimento.
GRAU DE INVESTIMENTO: a Moodys é a agência de crédito
mais conceituada do mundo (a mais rigorosa). A resistência por parte do
legislativo (do setor produtivo, dos sindicatos e da imprensa, cada um só olhando
para seus interesses imediatos) à redução de gastos públicos improdutivos e
insustentáveis assusta qualquer analista pragmático. Poucos enxergam que
sendo ruim para o país o é também para eles.
De imediato os juros externos para o país subiram, o fluxo financeiro
passaria a ser cada vez mais negativo, as linhas de crédito ficariam cada vez
mais difíceis. O efeito imediato foi a desvalorização do real (por aversão ao
risco cambial procuraram refúgio no dólar). A desvalorização do real veio mais
rápida do que o BC e os mais pessimistas pensaram. O processo inflacionário que
já estava sendo controlado (o IPCA caiu para 0,22%, o IGPM para 0,28%) passou a
sofrer os efeitos da mudança no câmbio. De início o IGPM (que tem um peso de
60% dos preços no atacado) subiu para 0,95% (os preços no atacado em um segundo
momento se transferem para os preços aos consumidores).
O RISCO: o retorno do
processo inflacionário ascendente através da contaminação do índice geral dos
preços. A DÚVIDA: a Selic deve ou não ser aumentada? Adianta subir a Selic? Está
ocorrendo DOMINÂNCIA FISCAL (o aumento da Selic aumenta o déficit nominal)?
MINHA OPINIÃO:
a) para que os aumentos dos preços por efeito do câmbio não se generalizem, contaminem o índice geral e reverta o processo inflacionário para ascendente a Selic deve subir. Para que ela não suba os índices de preços têm que vir dentro da meta (0,36748% a.m), o que não deverá acontecer apesar da recessão ainda não ter produzido todos os efeitos;
b) dominância Fiscal: não estamos sob os efeitos da dominância fiscal, o BC tem razão neste ponto. A maior parte da dívida pública é corrigida por taxas fixas pré e pré corrigidas por IPCA ou IGPM. A parte corrigida por Selic está em torno de 20% do total. A dominância fiscal ocorreria se a dívida fosse toda, ou a maior parte em Selic. Como o aumento adequado da Selic reduz as expectativas de inflação e as taxas de juros de mercado de longo prazo, reduz também o custo da dívida pública. MAG 06/10/2015.
a) para que os aumentos dos preços por efeito do câmbio não se generalizem, contaminem o índice geral e reverta o processo inflacionário para ascendente a Selic deve subir. Para que ela não suba os índices de preços têm que vir dentro da meta (0,36748% a.m), o que não deverá acontecer apesar da recessão ainda não ter produzido todos os efeitos;
b) dominância Fiscal: não estamos sob os efeitos da dominância fiscal, o BC tem razão neste ponto. A maior parte da dívida pública é corrigida por taxas fixas pré e pré corrigidas por IPCA ou IGPM. A parte corrigida por Selic está em torno de 20% do total. A dominância fiscal ocorreria se a dívida fosse toda, ou a maior parte em Selic. Como o aumento adequado da Selic reduz as expectativas de inflação e as taxas de juros de mercado de longo prazo, reduz também o custo da dívida pública. MAG 06/10/2015.
SOBRE DOMINÂNCIA FISCAL LEIAM:
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