POLÍTICAS CAMBIAIS.
RESPONDENDO
A QUEM DEFENDE QUE OS BCs DEVEM TENTAR MANTER A MOEDA PÁTRIA DESVALORIZADA PARA
AJUDAR A INDÚSTRIA (e à agropecuária) EXPORTADORA (e dificultar importações).
Recorro a
partes de textos já publicados.
Em
10/1998 publiquei em meu site (http://www.magconsultoria.uaivip.com.br/) um
texto meio genérico sobre economia onde escrevi:
1)
MOEDA - REGIMES CAMBIAIS - INFLAÇÃO - DESENVOLVIMENTO - 10/1998:
1)
PADRÕES MONETÁRIOS:
1.1) METÁLICO:
Ouro, prata.
1.2) PAPEL
MOEDA: CONVERSÍVEL - Moedas mundialmente aceitas como reserva de valor (poupança). NÃO CONVERSÍVEL - Moedas
legais dos países.
1.3) ESCRITURAL:
todas as formas de moeda, inclusive depósitos (cada uma em seu ambiente).
FUNÇÕES
DA MOEDA:
A
política monetária (gerenciamento da
moeda) deve ter como missão respeitar as
funções da moeda:
a) RESERVA
DE VALOR: permite formação de
mercados de poupanças, empréstimos e
investimentos (a longo prazo), em consequência o desenvolvimento sustentado.
b) UNIDADE
DE MEDIDA: permite ao mercado precificar o valor dos bens e serviços,
facilitando negócios e o desenvolvimento.
c) MEIO
DE PAGAMENTO (instrumento de troca): facilita negociações permitindo que se
formem mercados e em consequência ocorra o desenvolvimento.
2)
REGIMES CAMBIAIS – TIPOS DE TAXAS DE CÂMBIO:
2.1) FIXA:
Valor fixo pelo qual o Banco Central compromete-se a comprar ou vender moedas
conversíveis.
.2.2) VARIÁVEL
(FLUTUANTE): O Banco Central permite que a taxa de câmbio oscile de acordo
com as forças de mercado, só comprando e vendendo moeda por necessidade (dar ou
retirar liquidez, evitar movimentos artificiais).
2.3) CONTROLADA:
O Banco Central deixa a taxa de câmbio flutuar de acordo com seu objetivo e as forças do mercado intervindo
quando necessário (dando suporte a objetivos).
2.4) MÚLTIPLA
(MISTA): O Banco Central fixa várias taxas de câmbio. Uma para compra de
petróleo, outra para negócios financeiros, outra para importações e
exportações, etc. É utilizada apenas para ocasiões muito específicas e
especiais, devendo durar o mínimo tempo possível.
Parte do
texto publicado no site em 03/2011
A MOEDA - RESUMO HISTÓRICO:
http://www.magconsultoria.uaivip.com.br/artigos.htm#23)_
10. c) em
1944, na conferência de Bretton Woods os USA comprometeram-se a garantir a
conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968
os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos
centrais, outro livre para outros agentes econômicos;
d) em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente
a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países
industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas
flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods; e)
em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário
regional (o EURO). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para
US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem
alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Na primeira década do
século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos
USA (na verdade os USA passam a viver de
emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível
em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda
escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana
(a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O
capital (direitos de receber dividendos, juros, de retorno de capitais) de
residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.
ANÁLISE:
incompreensível defender que o BC compre dólar artificialmente acima do valor
de mercado (vale 10, mas o BC comprar por 15). O BC não deve intervir no câmbio
para desvalorizar ou para valorizar artificialmente. Quem pagaria? Tributos?
Inflação? E o mundo vendo e o BC compra o dólar por valor acima do que o
mercado precifica, faria o fluxo cambial financeiro ficar absurdamente
positivo. Entradas de dólar que o BC teria que comprar monetizando a economia e
depois esterilizando comprando-os através da emissão de títulos do TN (se não
esterilizar o processo inflacionário se agrava). Além de ser uma transferência
de recursos inaceitável, o povo pagando através de perda de poder de compra, de
qualidade de vida, ainda teremos uma redução da capacidade de compra - do
mercado interno. É empobrecer a todos para proteger empresas sem capacidade de
concorrer.
É
INACEITÁVEL DEFENDER DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL ARTIFICIAL PARA PROTEGER
INEFICIÊNCIAS E INCOMPETÊNCIAS. 07/2016
O BC e o
MF podem dificultar as entradas de capitais de curto prazo: prazo mínimo para
retorno ou IOF de x%. As operações de Swaps Cambiais, diretos ou reversos, só
devem ser feitas se o BC observar movimentos artificiais (mesmo assim por curto
prazo). NÃO DEVE OPERAR CONTRA TENDÊNCIAS NATURAIS, NEM PARA EVITAR PREJUÍZOS
DO MERCADO (BANCOS OU EMPRESAS).
PENSAMENTO
LIBERAL E LIBERDADE (democracias liberais).
Texto de
04/01/2014.
CÂMBIO
E LIBERDADE. MOVIMENTO DE CAPITAIS:
Existindo
mercado (demanda) e um ambiente seguro e amistoso, o afluxo de capitais e os
investimentos sempre ocorrerão. MAG
A
qualidade de vida é sempre melhor nas economias abertas a muitos fornecedores
(concorrência). MAG
Desvalorizar
a moeda pátria, reduzindo o poder de compra de toda uma sociedade, para
proteger lucros e privilegiar segmentos empresariais não competitivos, é
arbitrariedade que só poderia ser tomada com o consentimento dos prejudicados.
MAG
Valorizar
artificialmente a moeda pátria é o caminho mais curto para crise cambial. MAG
Competitividade,
ganhos de produtividade, melhoria contínua, só com concorrência. MAG
Governo
considerado incompetente ou inamistoso com o mercado e lucros (capitais,
investimentos), passa insegurança, afugenta empreendedores e investidores,
paralisa investimentos, desvaloriza a moeda pátria acima do que seria normal
(empobrece a todos e piora a qualidade de vida). O inverso é verdadeiro:
governo amistoso ao mercado atrai empreendedores e investimentos, a moeda
pátria valoriza, o poder de compra aumenta (a qualidade de vida melhora com o
desenvolvimento).
MAG 03/07/2016.
ITEM 10 COMPLETO;
10) AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE A UMA MORATÓRIA MODERNA).
10) AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE A UMA MORATÓRIA MODERNA).
As moedas metálicas tinham o seu valor baseado no seu peso
e pureza (ouro, prata).
Os romanos para
financiar suas guerras de conquistas reduziam o peso e a pureza do ouro contido
nas moedas (era um tipo de inflação ou desvalorização da moeda).
Os governos
imperiais e monárquicos achavam-se no direito de falsificar a moeda da
mesma maneira que os romanos.
Nos tempos mais contemporâneos muitas nações deixaram de
honrar o compromisso com sua moeda.
Podemos enumerar os prejuízos (tipo de moratória ou quebra)
que deram:
a) a
Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da
Libra esterlina em ouro na primeira guerra mundial. Após a guerra, em 1925,
retornou para a conversibilidade à paridade de antes da guerra. Foi semelhante
a um tiro no peito;
b) em
1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva
em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da
Libra esterlina (foi o início do fim da Libra como moeda reserva
mundial);
c) em
1944, na conferência de Bretton Woods, os USA comprometeram-se
a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por
onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro,
um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes
econômicos (foi o início do cano);
d) o
caso Alemão 1948: Sexta-feira, 18 de junho de 1948. Os alemães
(e o mundo) ouviram no rádio: "A primeira lei da reforma do sistema
financeiro alemão foi anunciada pelos governos militares do Reino Unido,
Estados Unidos e França, a entrar em vigor em 20 de junho de 1948. A moeda
alemã válida até hoje será tirada de circulação por essa lei. O novo dinheiro
se chamará marco alemão". As
pessoas do mundo inteiro que haviam comprado marco alemão antigo e guardado,
confiando na capacidade alemã de soerguer, perderam tudo (foi uma espécie de
cano).
e) US$ PADRÃO OURO: em 15/08/1971 os USA abandonam
totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países
industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas
flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods (o
ouro passa a ser considerado uma mercadoria como as outras).
f) O EURO: em 1979 os principais
países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). Nasce
como moeda em 01/01/2002 (como moeda escritural em 01/01/1999). O ouro chegou a
valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações
ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação
imprevisível). Em 2002 US$348,00, 2003 US$438,40, em 2012 US$1675,80, em
10/2013 US$ 1323,70. Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter
circulação muito maior do que a economia dos USA (na verdade os USA
passam a viver de emitir moeda);
g) O
FIM DO CÂMBIO FIXO: o
regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a
uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural,
seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade
dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos
de receber dividendos, juros, retorno de capitais investidos no exterior) de
residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.
h) A
VANTAGEM DE QUEM EMITE A MOEDA RESERVA MUNDIAL: tem
as menores taxas de juros do mundo. Quanto mais emite (monetiza) maior é a
procura por seus títulos (aversão ao risco dos outros países) e menores as
taxas de juros para seus títulos (são os mais seguros). Podem comprar e
investir (fatores de produção) à vontade no exterior (a contrapartida são juros
e lucros, além do poder da propriedade). Pode suportar déficits em Transações
Correntes com o exterior por anos, assim como na política fiscal. O mundo fica
a seus pés. marco aurélio garcia, 03/2011.
ADENDO SOBRE O MONETARISMO: pensamento econômico que afirma que a
estabilidade do poder de compra da moeda é condição necessária, mas não o
suficiente, para que ocorra o crescimento sustentado.
Recomenda para o controle da
inflação:
a) a utilização da taxa
básica de juros como a ferramenta mais poderosa para adequar e harmonizar a
velocidade de crescimento da oferta e da demanda, controlar a liquidez e o volume
de crédito. Fixar acima da taxa neutra ou estrutural, quando ocorre inflação
ascendente, abaixo quando a inflação está controlada e a tendência de
crescimento não ocorre;
b) o controle da dívida
pública (se alta através de superávits primários);
c) o crescimento da
liquidez constante (entre 3% e 5% para não causar inseguranças e
imprevisibilidades) e em harmonia com o crescimento econômico.
marco aurélio garcia, 03/2011.
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