POLÍTICA MONETÁRIA: FERRAMENTAS X EFEITOS
(inflação e empregos).
A
política monetária tem como principal e mais potente ferramenta a taxa de juro (básica
e de redesconto). É o estudo da relação entre quantidade de moeda (conceito estendido
para liquidez = ativos possíveis de se tornarem líquidos em até 30 dias) de um
lado e do outro o PIB (e o PNB) e os seus efeitos (no início no nível de
preços, hoje sabemos que em mais variáveis). A taxa básica atua retirando moeda do mercado para o BC (reduz liquidez).
Como
se transmite a política monetária praticada através das taxas de juros (básica
e de redesconto)? Ela se transmite (com política cambial flutuante) através das
variáveis:
a)
CONSUMO
(pode antecipar ou postecipar decisões dos agentes econômicos);
b)
INVESTIMENTOS
(idem);
c)
CRÉDITO
(pode aumentar a procura por crédito);
d)
PREÇOS
DOS ATIVOS QUE NÃO A MOEDA pátria. Podem subir os preços dos ativos que não
moeda pátria (inclusive do dólar, moeda reserva mundial) acima do nível geral dos preços formando bolhas (se a taxa básica for fixada abaixo da taxa neutra ou da adequada). Pode fabricar uma sensação
de riqueza (virtual) durante os aumentos dos preços e da liquidez dos ativos (isto
funciona como um aumento da sensação de liquidez, mas é virtual). Quando os
aumentos cessam inicia-se o que aprendemos ser o furo da bolha dos preços dos
ativos (caem os preços e a liquidez, numa velocidade muito maior do que
ocorreram os aumentos). A sensação de riqueza virtual se transforma em sensação
de perda, de pobreza. É a crise que pode ser uma recessão menor, se corretamente
combatida, ou se transformar em uma depressão se combatida erradamente;
e) EXPECTATIVAS
DE INFLAÇÃO (PREÇOS CORRENTES) ascendente ou descendente, dependendo da taxa
básica de juro adotada: se acima da taxa neutra de juro (a que possibilita o crescimento do PIB sem provocar inflação) as
expectativas de inflação serão descendentes, e os efeitos se farão sentir nos
juros de mercado de LP que terão tendência de queda (a parte longa da curva de
juros começa a ficar descendente, negativa). O inverso é semelhante: uma taxa
básica abaixo da neutra deverá aumentar as expectativas de inflação e os juros
de mercado de LP (a parte longa da curva de juros fica ascendente, positiva);
f)
CÂMBIO:
a taxa básica de juro pode influenciar o câmbio através da atração da entrada
de capitais para investimentos produtivos ou financeiros (bolsa, títulos
financeiros públicos e privados emitidos em moeda pátria). Pode também atuar desestimulando
investimentos produtivos e financeiros. O risco cambial amedronta a entrada de
capitais e estimula a saída. Como
investir com moeda conversível e correr o risco de uma moeda inconversível que
se desvaloriza todo dia? A queda dos investimentos externos significa também
menos empregos de qualidade;
g)
EMPREGOS
e PIB. A missão dos BCs é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda
e a solidez do sistema financeiro. O crescimento do PIB e dos empregos têm como
condição necessária, mas não o suficiente, um BC que consiga cumprir sua missão
e passar segurança para o mercado e investidores. O crescimento do PIB e empregos depende também
da qualidade da política fiscal: relação gastos públicos improdutivos /
produtivos pequena (boa qualidade dos gastos públicos).
MAGECONOMIA
11 / 2019 (resumo de publicações anteriores).
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