quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

EXPLICANDO PARA ECONOMISTAS (keynesianos) QUE AINDA NÃO ENTENDEM AS RELAÇÕES ENTRE POLÍTICA FISCAL (SALDO PRIMÁRIO E NOMINAL) X POLÍTICA MONETÁRIA (SELIC) X TAXA DE JUROS NOMINAIS DE MERCADO DE LONGO PRAZO X CÂMBIO X CUSTO DE CAPTAÇÕES DO TN (DÍVIDA PÚBLICA).

 

EXPLICANDO PARA ECONOMISTAS (keynesianos) QUE AINDA NÃO ENTENDEM AS RELAÇÕES ENTRE POLÍTICA FISCAL (SALDO PRIMÁRIO E NOMINAL) X POLÍTICA MONETÁRIA (SELIC) X TAXA DE JUROS NOMINAIS DE MERCADO DE LONGO PRAZO X CÂMBIO X CUSTO DE CAPTAÇÕES DO TN (DÍVIDA PÚBLICA).

SELIC. A taxa básica fixada pelo BC (COPOM) tem como objetivo harmonizar a velocidade de crescimento da demanda à oferta, evitar agravamento do processo inflacionário (inflação ascendente), a desvalorização da moeda pátria e os aumentos das taxas nominais de juros de mercado de longo prazo (no segundo momento as taxas de longo prazo caem, a curva de juro passa a ser descendente na parte longa).

POLÍTICA FISCAL. O saldo primário (receita - gastos públicos antes dos juros) deve ser positivo se a dívida pública estiver em valor considerado alto em relação à capacidade de arrecadação do TN. Saldo nominal (saldo após juros) pode ser negativo, mas não deve ser maior que a inflação. Existe uma relação entre o saldo primário,  a dívida pública e a taxa básica necessária.  

RELAÇÃO TAXA BÁSICA X SALDO PRIMÁRIO X TAXAS DE JUROS NOMINAIS DE MERCADO DE LONGO PRAZO X  CÂMBIO. Se for fixada uma taxa básica abaixo da adequada o processo inflacionário se agravará e ficará ascendente (as expectativas de inflação ficarão altas), as taxas de juros nominais de mercado de longo prazo ficarão ascendentes (a curva de juros) e a moeda pátria se desvalorizará.

RELAÇÃO TAXA BÁSICA X CAPTAÇÕES DO TN: se a taxa básica for fixada abaixo da adequada os juros de longo prazo subirão (e os custos de captação do TN). Para o TN captar em taxa Selic terá que vender seus títulos com deságio sobre o valor de face ( = taxa de juros maior que Selic). Então ao contrário do que leigos pensam taxa básica abaixo da adequada não reduz o custo de carregamento da dívida (ficará cada vez mais ascendente). Não existe mágica. Se o governo mantiver um saldo primário positivo em uns 3%, as expectativas de inflação não agravarão (se conseguir credibilidade sobre a manutenção da política fiscal), as taxas de juros cairão e a moeda pátria não terá desvalorização.

INFLAÇÃO ATUAL: velocidade de crescimento da demanda superior à da oferta e ao PIB potencial. Insegurança passada ao mercado (oferta x demanda, compradores e vendedores) percebido pelas falas do presidente contra taxa básica (política monetária) e responsabilidade fiscal (política fiscal).

 INFLAÇÃO E CUSTO DE CORREÇÃO PODERÃO SER MENORES SE O MERCADO PERCEBER COMPROMISSO DO PRESIDENTE (BOA COMUNICAÇÃO).   

TAXA BÁSICA, EXPECTATIVAS DE INFLAÇÃO, CÂMBIO, PREÇOS REPRIMIDOS, POLÍTICA FISCAL E DEFLAÇÃO.

Taxa básica abaixo da adequada tem como efeito desarmonizar a velocidade de crescimento da oferta com a demanda. A demanda supera a oferta e as expectativas de inflação e os juros nominais de mercado de longo prazo sobem (a curva passa a ser ascendente). A moeda pátria desvaloriza e pressiona a inflação. Se existir preços reprimidos por tabelamentos e ou demanda insuficiente, a pressão inflacionária é maior ainda. Os preços se equilibram em um nível mais alto com taxa básica adequada (evitar deflação). E o que é pior que inflação? Deflação. A solução é ajustar a política fiscal em um nível sustentável (que evite pressão inflacionária e deflação).

PNB (produto nacional bruto) = RNB (renda nacional bruta) = RENDA DO TRABALHO (assalariado com e sem carteira, autônomos e MEI) + LUCROS + JUROS + ALUGUÉIS.

A RENDA (PIB) E SUA INFLUÊNCIA NA ECONOMIA:

A DEMANDA D = C + I + G + E = PIB + M =  OFERTA.

O CONSUMO = D - (I + G + E) = OF – (I + G + E) = PIB + M – (I + G + E) = PIB - (I + G + E - M)

Conforme o sistema padronizado de contas nacionais originado em Keynes (Teoria Geral), iniciado e organizado por Simon Kusnetz, aperfeiçoado por Richard Stone. A ideia de equilíbrio presume o desequilíbrio). 

Sabemos que: o consumo é função da riqueza acumulada e da garantia de renda futura em relação à expectativa de vida.

Se os agentes econômicos (todas as pessoas) perderem a confiança   na garantia do poder de compra de suas Poupanças (parte da renda não consumida) devido aos juros recebidos serem menores do que a inflação teremos os possíveis efeitos:

a) parte dos agentes (todos os poupadores inclusive os trabalhadores) fazerem aplicações de suas poupanças em ativos que não a moeda pátria. A fuga poderá acontecer para o dólar, o EURO, ações, imóveis ou outros ativos. Tais ativos poderão ter uma valorização acima da que seria natural. Uma valorização virtual que dará um sentimento de riqueza também virtual. Quando o juro básico (no Brasil Selic) subir as valorizações virtuais revertem e muitos agentes perderão o sentimento de riqueza (que também era virtual). O sentimento de perda, se elevado, poderá levar a um sentimento de pobreza, motivo dos BCs subirem os juros gradualmente (evitam tratamento de choque);

b) os juros dos títulos (do TN ou dos bancos), no primeiro momento, sobem, tendo como efeito imediato a desvalorização do valor presente dos títulos antigos emitidos com taxas menores (uma forma um sentimento de perda). No segundo momento com a queda das expectativas da inflação (a reversão do processo inflacionário) os juros de médio e de longo prazos caem;

d) em teoria econômica não existe a palavra rentista (político ou economista que utiliza o termo é ignorante ou faz demagogia). A palavra que existe para definir o agente econômico é Poupador, e a variável econômica é Poupança;

e) então concluímos que uma taxa básica fixada abaixo da adequada dará causa, no segundo momento, a um mau maior do que o bem virtual e sem sustentação que foi causa no primeiro momento (os juros nominais de longo prazo e o câmbio sobem);

f) a economia sustentável deve sempre rodar com harmonia entre a oferta (potencial) e a demanda. A taxa básica de juro é a ferramenta mais potente (não a única) que a autoridade monetária tem para equilibrar a Política Monetária com a Fiscal e efeitos externos. 

MAG 29/01/2022.

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