O DESENVOLVIMENTO DO PODER E DOS GOVERNO. 12 / 2015.
Na idade moderna, período compreendido entre 1493 (queda de
Constantinopla) e 1789 (revolução francesa) que durou 296 anos, época em que
aconteceram o renascimento (1300 a 1600, 300 anos) e o iluminismo (idade da
razão, 1680 A 1784, 104 anos), os governos no início acumulavam (confundiam-se)
os poderes: religião, justiça e executivo (os impérios da idade antiga). Na idade
moderna a Europa tinha o poder dividido por regiões (uma cidade principal e a
periferia) e governadas pelos nobres com várias denominações (Barões, Bispos
etc.). Os reis eram escolhidos pelos nobres e representavam uma região com
interesses homogêneos, quase sempre a mesma língua ou economia interdependente,
mas tinham o poder limitado (alguns nobres eram mais poderosos que o rei). A
justiça era feita pelos nobres localmente e pelos reis (interesses gerais). Os
bispos eram escolhidos entre os membros da nobreza (foi a época da Igreja
Católica ter misturado política com religião, dos Papas mais políticos que
religiosos). A atual Espanha e Portugal para aumentar o poder dos reis, aceitou
entregar a justiça para a Igreja (A Santa Inquisição) para reduzir o poder
regional dos nobres (perderam o poder de julgar). O poder real aumentou e a Espanha
e Portugal se formaram como nações. O Brasil recebeu os efeitos da justiça
feita pela Santa Inquisição. A corrupção com o tempo passou a predominar. Os
julgados pela Inquisição (que deixou de ser santa) perdiam o patrimônio para a
Igreja e para protegidos ou poderosos. Prevaleceu a máxima: poder total,
corrupção total, até a Igreja se corrompeu. Com o tempo os reis retiraram o
poder de justiça da Igreja.
A revolução liberal inglesa (1688/1689), onde podemos dizer nasce o
parlamento moderno, implanta o poder das leis e não do monarca. A lei passa a
ser superior à vontade do monarca e dos julgadores. John Locke (1632 / 1704) e
Montesquieu (1689 / 1755) desenvolveram estudos a respeito, evoluindo o
pensamento de Aristóteles e Platão. A implantação das ideias da República e
Monarquia modernas nasceram na Inglaterra e na França: os três poderes
independentes e harmônicos, Legislativo, Executivo e Judiciário, na ordem.
O poder Legislativo autoriza e regulamenta através das leis, o Executivo
faz o que as leis autorizam e o Judiciário julga de acordo com as leis.
Autores sobre a linha de pensamento liberal (política e econômica): o liberalismo
possui diversos autores (políticos e econômicos), pensadores que contribuíram
para a evolução. Alguns pensadores liberais:
John Locke: "Dois
Tratados sobre o Governo" (governo baseado no consentimento dos governados).
Adam Smith: principal pensador da economia liberal. "A Riqueza das
Nações", defendeu a economia de mercado como o sistema mais eficiente para
gerar riqueza e bem-estar.
John Stuart Mill: Filósofo e economista, defendeu a liberdade individual, a importância e necessidade
de um governo representativo.
Jean Bodin (1576):
lança as bases teóricas do estado de direito.
BERNARDO DAVANZATI (1582):
escreve “Lição da Moeda” onde é esboçada a ideia, talvez inicial, da teoria
quantitativa da moeda.
DAVID HUME (1752):
“Of Money e Of interest” dá forma bem esboçada à ideia da teoria quantitativa
da moeda. Separa os efeitos do curto e médio prazo da alteração monetária das
do longo prazo (inflação). “Os preços das mercadorias evoluirão sempre
proporcionalmente à quantidade de moeda.”
1760 – 1770: tem
início a revolução industrial inglesa (inovações).
ADAM SMITH (1776):
publica o livro “A Riqueza das Nações”, com as ideias básicas do pensamento
econômico liberal. A presença do estado deve ser definida e limitada por leis,
o poder é da lei e não da pessoa (limitar o poder discricionário das
autoridades). Redução dos gastos improdutivos dos governos. Liberdade dos
mercados, concorrência defendida por regras do jogo pré-estabelecidas, a menor
presença estatal possível.
GUSTAV KNUT WICKSELL (1911):
“Lições de Economia Política”, quase um resumo de suas obras. Introduziu a
ideia de taxa de juro de equilíbrio e suas relações com a inflação. Se o juro
de mercado é superior ao de equilíbrio a demanda e os preços caem. O
monetarismo racional tem suas origens em seus estudos.
IRVING FISHER (1928/1937):
desenvolveu os estudos da teoria monetária moderna (tudo passa por ele).
JOHN MAYNARD KEYNES (1936):
“Teoria Geral do Trabalho, do Juro e da Moeda”, pode-se dizer que a
macroeconomia moderna se baseou toda ela em seus estudos, foi o tiro inicial
que motivou o aprofundamento das pesquisas e o desenvolvimento da matéria
(apesar de suas conclusões terem sido influenciadas negativamente pela
depressão de 29/30).
FRIEDRICH AUGUST
VON HAYEK (1944), publica o livro “Caminho da
Servidão” adequou com brilhantismo o pensamento liberal à sua época.
MILTON FRIEDMAN (1962),
com a publicação do livro “Capitalismo e Liberdade”, em linguagem acessível a
todos, faz o monetarismo renascer, contrapondo-se às conclusões de Keynes, que
considerava totalmente erradas (fábrica de estagflação). É o principal autor do
liberalismo e monetarismo modernos. Sua principal obra é “A História Monetária
dos Estados Unidos”.
Outros: autores:
Karl R. Popper, A Sociedade Aberta
e seus Inimigos;
Douglass North, Entendendo o
Processo de Mudança Econômica;
Norberto
Bobbio, Liberalismo e
Democracia.
Friedrich August von Hayek: crítico das ideias
keynesianas, do socialismo e do planejamento centralizado. Defendeu a economia de mercado como superior na produção de
riqueza, qualidade de vida e geração de conhecimento (incontáveis agentes
econômicos com a dinâmica da descentralização). O Caminho da Servidão,
1944. Individualismo e Ordem Econômica, 1948. A
Constituição da Liberdade, 1960. Direito, Legislação e Liberdade (3 volumes) Volume
I. Normas e Ordem, 1973. Volume II. A Miragem da
Justiça Social, 1976. Volume III. A Ordem Política de um
Povo Livre, 1979.
Nenhum comentário:
Postar um comentário