sábado, 21 de setembro de 2013

QUANTIDADE DE MOEDA E ORÇAMENTO PÚBLICO (política monetária x fiscal).


QUANTIDADE DE MOEDA E ORÇAMENTO PÚBLICO (política monetária x fiscal).

ORÇAMENTO PÚBLICO % PIB  (política fiscal) - 5 SITUAÇÕES
Opções
Receita
Despesa
Resultado
Primário
antes juros
Resultado
Nominal
Final
Dívida
Pública
Corrente
Invest.
Soma
Juros
Total
1
100
78
19
97
3
100
3
0
50
2
100
81
17
98
5
103
2
-3
53
3
100
85
15
100
10
110
0
-10
60
4
100
80
20
100
5
105
0
-5
55
5
100
72
25
97
3
100
3
0
50

Na situação 1 os investimentos representam 19% do PIB, os juros 3% e a dívida pública 50%. O crescimento dependerá da qualidade dos fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais, tecnologia), dos investimentos (sua produtividade) e do percentual destes em relação ao PIB. A dívida pública acompanhará o resultado nominal.  O raciocínio é o mesmo para todas as 5 situações.

Na situação 2 o TN pode captar 3% do PIB reduzindo a liquidez do mercado destinada à atividade privada (os im podem subir). O BC pode compensar aumentando a liquidez em 3% do PIB, comprando títulos públicos em poder do mercado (os im equlibram-se). Se o BC comprar mais do que 3% do PIB em títulos públicos em poder do mercado ele estará aumentando a liquidez (este aumento pode e deve acontecer até o percentual de crescimento potencial do PIB). O BC é proibido por lei de financiar o TN, entretanto quando ele aumenta a liquidez e o TN aumenta sua dívida  com o mercado (quase sempre através dos bancos) é como se estivesse financiando-o indiretamente. Quando o BC atua como fornecedor de moeda de última instância, é como se estivesse financiando o TN utilizando os bancos como intermediários. O BC financia os bancos que financiam o TN. 

TÍTULOS PÚBLICOS TN (Carteira do BC e fora do BC).
MÊS/ANO
TOTAL
fora BC
% s/ ano
anterior
Carteira
BC
% s/ ano
anterior
TOTAL Geral
DEZ./2001
624,08
x
x
x
x
DEZ./2002
623,19
-0,14
282,7
x
838,8
DEZ./2003
731,43
17,368
276,9
-2,05
978,1
DEZ./2004
810,26
10,777
302,8
9,35
1099,5
DEZ./2005
979,66
20,906
279,6
-7,66
1252,5
DEZ./2006
1093,5
11,62
297,2
6,29
1390,7
DEZ./2007
1224,87
12,059
359,0
20,79
1583,9
DEZ./2008
1264,82
3,2615
494,3
37,68
1759,1
DEZ./2009
1398,42
10,562
637,8
29,0
2036,2
DEZ./2010
1603,94
14,69
703,2
10,25
2307,1
DEZ./2011
1783,06
11,167
751,8
6,91
2534,9
DEZ./2012
1916,71
7,49
906,6
20,59
2823,3
JUL/2013
1864,31
-2,73
914,7
0,89
2779,0

TÍTULOS PÚBLICOS FORA DO BC: aumento é igual a retirada de moeda do mercado para o TN ou para o BC.
TÍTULOS PÚBLICOS NA CARTEIRA DO BC: aumento é igual a aumento de liquidez (mais moeda no mercado).

MAG 09/2013


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A FORMAÇÃO DE RIQUEZA VIRTUAL (BOLHAS) E SUA DESTRUIÇÃO: EFEITOS NO PIB (empobrecimento).

A FORMAÇÃO DE RIQUEZA VIRTUAL (BOLHAS) E SUA DESTRUIÇÃO:
EFEITOS NO PIB (empobrecimento).

Vou estratificar o mundo econômico em 3 partes:
      a)    os Fatores de Produção (o capital de uma economia):
a1 - capital humano (PIA = população em idade ativa);
a2 - os recursos naturais;
a3 - o capital - resultado do trabalho produzido pelo homem (investimentos em maquinários, infraestrutura, etc.);
a4 -  a tecnologia (conhecimentos acumulados, patentes, etc.).
    b)    a Produção (o PIB = C + I + G + E – M): a produção anual de bens e serviços para consumo (consumo e estoque) e investimentos (para substituir bens depreciados, modernizações e aumentos de Fatores).    
     c)    a Moeda: c1 - a Unidade Medida; c2 - o Meio de Pagamento; c3 - a Reserva de Valor. A moeda é a criação do homem que precifica e serve como meio de pagamento e recebimento para compra e venda dos bens e serviços (Fatores de Produção e produção – PIB), e permite a guarda de poupança (a função de reserva de valor). A QUANTIDADE DE MOEDA SEGUNDO SUA LIQUIDEZ:
M0 = Base Monetária = Moeda corrente + Reservas;
M1 = Meio de Pagamento = Oferta Monetária = Moeda Corrente + Dep. a Vista;
M2 = M1 + Dep. Investimentos + Poupança;
M3 = M2 + Fundos Invest. + Oper. Compromissadas;
M4 = M3 + Títulos Federais Selic.

RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE MOEDA, OS FATORES DE PRODUÇÃO E O PIB:
Pelo exposto podemos verificar que existe uma relação entre os Fatores de Produção, o PIB e a Quantidade de Moeda. Existe também uma relação entre a moeda e a capacidade de produção dos Fatores e o PIB (NUCI – Nível de utilização da capacidade instalada). À capacidade de produção dos Fatores chamamos de PIB potencial.
A MOEDA:
Compete ao BC a administração da Moeda.
Funções Constitucionais:
 a) Emissão de moeda;
 b) Empréstimos a instituições financeiras;
 c) Compra e venda de títulos do TN objetivando regular a oferta da moeda ou a taxa de   juros;
 d) Administrar as disponibilidades de caixa da união.
Missão do BC:
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional através de:
 a) Formulação e gestão das políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do governo federal;
 b) Regulamentação e supervisão do sistema financeiro nacional;
 c) Administração do sistema de pagamentos e do meio circulante.
Política Monetária:
É função da política monetária assegurar o poder de compra da moeda. O Banco Central atua através de:
 1) Administração das taxas de juros ( básica x de mercado );
 2) Depósitos compulsórios;
 3) Compra ou venda de títulos públicos;
 4) Compra ou venda de moedas inclusive atuação em mercados futuros;
 5) IOF. = Imposto sobre Operações Financeiras.

OS PREÇOS: A QUANTIDADE DE MOEDA X FATORES DE PRODUÇÃO (ATIVOS) E PIB (PRODUTOS E SERVIÇOS).
MOEDA (QUANTIDADE)
Meio de Pagamentos mais Aplicações Financeiras de cp e de lp, com liquidez..

FATORES DE PRODUÇÃO:
Capital, Trabalho, Recursos Naturais e Tecnologia.
(ATIVOS DO PAÍS).
Qualidade e produtividade são essenciais.


Agentes: proprietários, empresários e acionistas das empresas.

PIB (PRODUÇÃO)
C + I + G + E - M  
(Produtos e serviços).

RENDA = PIB = S + L + J + A
(salários + lucros + juros + aluguéis).


Agentes: consumidores, investidores, governo, export. e importadores.

Trabalhadores, investidores, poupadores, empresários, proprietários.
ATENÇÃO: Investidores (poupadores) são todos aqueles que têm aplicações financeiras (Cad. de poupança, CDB, ações, etc.), imóveis ou outros ativos.
A Moeda tem uma relação estática com a oferta e a demanda por produtos e serviços. Mas é a relação dinâmica, a velocidade da capacidade de crescimento da oferta x a velocidade de crescimento da demanda que influencia os preços (a quantidade de moeda deve crescer em harmonia com estas duas variáveis para não provocar inflação).  Se a capacidade de crescimento da oferta for de 3% e a quantidade de moeda ficar crescendo em 10%, teremos uma pressão de demanda e ocorrerá inflação. Se a capacidade de crescimento da oferta for de 3% e a moeda crescer abaixo disto teremos insuficiência de demanda e poderá ocorrer deflação. A quantidade de moeda deverá crescer em harmonia com a oferta e a demanda. O BC utiliza a taxa básica de juro para harmonizar a quantidade de moeda (controlar a liquidez) com a oferta e a demanda (evitar inflação superior a 3% a.a). Em um processo contínuo de crescimento da moeda em velocidade superior à capacidade de crescimento da oferta (o BC oferecendo taxa básica abaixo da neutra ou negativa), os agentes (os poupadores) fugirão da moeda mais juros como Reserva de Valor, refugiando-se em outros ativos (ouro, moeda estrangeira, imóveis, etc.), fazendo com que os preços destes subam em velocidade superior aos IPCs, formando as famosas bolhas (forma-se uma riqueza virtual). Baseado nesta riqueza virtual os agentes aumentam o consumo e a coragem para fazer dívidas para investir (a bolha cresce mais). Uma hora fica insustentável sustentar tal irresponsabilidade, e ajustes têm que ser feitos. Os preços dos ativos que subiram aos poucos caem quase que repentinamente (é o furo da bolha). A economia que estava rodando com a quantidade de moeda crescendo (liquidez e poder de compra) perde este poder de expansão acrescido ainda da perda da riqueza virtual (a desvalorização dos ativos que não moeda). Por aversão ao risco o crédito também cai. Os agentes com a desvalorização e a queda do crédito deixam de ter como pagar suas dívidas. A crise se forma e o PIB poderá cair (a recessão). Milton Friedman estudou a crise americana de 29/30 e constatou que a quantidade de moeda caiu em 1/3, agravando ainda mais a crise e seus efeitos. A solução adotada hoje por todos os BCs do mundo civilizado é evitar a queda da moeda (da liquidez, do crédito). O ideal é evitar a formação das bolhas dos ativos, véspera das crises. Como? Com política fiscal responsável e monetária adequada à fiscal. MAG 09/2013.