quinta-feira, 8 de outubro de 2015

SELIC ABAIXO DA ADEQUADA E SEUS EFEITOS.


SELIC ABAIXO DA ADEQUADA E SEUS EFEITOS.

Em maio/2012 o BC iniciou as quedas da Selic acreditando que os efeitos nos preços aos consumidores (IPCA) seriam anulados pela valorização do real frente ao dólar. O problema era a valorização do real frente ao dólar. O correto teria sido ter deixado a Selic em 9% e monitorar até que a inflação caísse para 4,5% (ainda alta para se manter por muitos anos). Era possível. O câmbio deveria ter continuado flutuante com o BC apenas ofertando liquidez. Os juros de mercado tenderiam a ceder e a Selic poderia acompanhar com sustentação (claro que a política fiscal teria que ser acompanhada). A queda da Selic para 7,25% e a manutenção por tempo excessivo impediram que a meta de inflação de 4,5% fosse atingida. Isto trouxe insegurança ao mercado. Se não conseguem atingir a meta com tudo a favor o que acontecerá no futuro? Em 2012 de julho a dezembro o IPCA ficou acima da meta. Em 2013 ficou acima até maio. Apesar da onda baixista dos preços entre junho e setembro em 2013 o IPCA ficou acima da meta. Aí o BC verificou que havia perdido a batalha contra a inflação. Teria que atuar imediatamente e o fez a partir de abril/13, iniciando o processo de aumentos da Selic, inicialmente para 7,50%, apesar dos IPCAs abaixo da meta nos meses de junho, julho, agosto e setembro/2013. Mas iniciou também as operações de vendas de Swaps cambiais (junho 2013) para impedir a desvalorização do real, uma reversão total da política cambial. Inicialmente abandonaram a política flutuante para impedir a valorização do real e a seguir, com os Swaps, a desvalorização (e ajudar no combate à inflação). Foram operações mensais crescentes que juntamente com os preços reprimidos dos derivados do petróleo, energia elétrica (a desestruturação do setor) para compensar os aumentos insuficientes da Selic, ajudaram a segurar a inflação na faixa superior da meta. Foi uma escolha errada: segurar câmbio, Selic e reprimir preços. Uma bomba de retardo armada intencionalmente. EXPLODIU EM 2015. SÓ NOS SWAPS AS PERDAS FORAM SUPERIORES A R$ 100 bilhões. O saldo do balanço comercial caiu de US$ 30 bi. positivos para US$ 6 bi. negativos. O saldo em transações correntes atingiu US$ 104 bilhões negativos. O fluxo financeiro passou de positivo para negativo. Conseguiram transformar uma economia acreditada em desacreditada. O PIOR: desvalorizaram os ativos do país, reduziram o poder de compra do povo, empobreceram os brasileiros.

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SELIC ANUAL-  (IPCA meta 4,5% a.a; 0,36748% a.m)
Mês/Ano 2011 2012 2013 2014 2015    
JAN.
11,25 10,50 7,25 10,5 12,25
FEV.
11,25 10,50 7,25 10,75 12,25
MAR.
11,75 9,75 7,25 10,75 12,75
ABR.
12,00 9,00
7,50
11,0
13,25
MAI.
12,00 8,50 8,0 11,0 13,25
JUN.
12,25 8,50 8,0 11,0 13,75
JUL.
12,50 8,0 8,5 11,0 14,25
AGO.
12,00 7,50 9,0 11,0 14,25
SET.
12,00 7,50 9,0 11,0 14,25
OUT.
11,50 7,25 9,5 11,25
NOV. 11,50 7,25 10,0 11,25
DEZ. 11,0 7,25 10,0 11,75

IPCA - META 4,5% a.a; 0,36748% a.m
Mês/Ano 2012 2013 2014 2015
JAN. 0,56 0,86 0,55 1,24
FEV. 0,45 0,60 0,69 1,22
MAR. 0,21 0,47 0,92 1,32
ABR. 0,64
0,55
0,67
0,71
MAI. 0,36 0,37 0,46 0,74
JUN. 0,08 0,26 0,40 0,79
JUL. 0,43 0,03 0,01 0,62
AGO. 0,41 0,24 0,25 0,22
SET. 0,57 0,35 0,57 0,54
OUT. 0,59 0,57 0,42
NOV. 0,60 0,54 0,51
DEZ. 0,79 0,92 0,78
ANO
5,84
5,91
6,41 9,49
OBS: em vermelho acima da meta.
 
               DÓLAR X REAL      
MÊS 2012 2013
R$ X US$ % MÊS  % ANO R$ X US$ % MÊS  % ANO
JAN. 1,7391 -7,289 -7,28756 1,9883 -2,70125 -2,70125
FEV. 1,7092 -1,7192 -8,8815 1,9754 -0,64879 -3,33252
MAR. 1,8221 6,61 -2,86 2,0138 1,9439 -1,4748
ABR. 1,8918 3,8252 0,8529 2,0017 -0,6008 -2,0455
MAI. 2,0223 6,8982 7,81000 2,1319 6,50 4,33
JUN. 2,0213 -0,04944 7,75669 2,2156 3,92607 8,4218
JUL. 2,0499 1,4149 9,28137 2,2903 3,3715 12,0773
AGO. 2,0372 -0,61954 8,6043 2,3725 3,5890 16,09
SET. 2,0306 -0,3250 8,25248 2,2300 -6,006 9,12649
OUT. 2,0313 0,03447 8,28979 2,2026 -1,22869 7,78566
NOV. 2,1074 3,74636 12,3467 2,3249 5,5525 13,7705
DEZ. 2,0435 -3,03217 8,94018 2,3426 0,7613 14,6366


DADOS EXTERNOS
TÍTULOS
2011
2012
2013 2014 2015
1) BAL. COMERCIAL
29796
19431
2561 -6248 10246
2) BAL. SERV. E RENDAS
-85225
-76523
-87325 -100623 -54036
3) TRANS. CORRENTES
-52612
-54246
-81374 -104835 -46148
4) FLUXO CAMB. Total
65279
16753
-12261 -9287 11165
5) Fluxo Comercial
43950
8373
11136 4137 17408
6) Fluxo Financeiro
21329
8380
-23396 -13424 -6243
7) BC Swaps R$
-3016
4204
175422 284759 406629


TÍTULOS
2012 01/13 02/13 03/13 04/13 05/13 06/13 07/13 08/13 09/13 10/13 11/13 12/13 2013
1) BC Swaps R$
4204 0 0 0 0 0 40435 60961 102708 116986 140817 158425 175422 175422
1 .1) Resultado (caixa) R$
1098
x x x x x
-33
-1722 -2379 5941 4677 -7986 -49 -1315
2) SWAPS (em US$) 2065 9489
0
0
0
0 17960 26605 43033 53475 62975 68105 75105 75105
3) POS. CÂMB Bancos
V6069 V8577 V8521 V8317 V5113 C5408 3063 C1675 V4190 V6511 V12289 V9577 V18124 V18124
4) VAR. CAMB. US$
8,94 -2,70 -0,649 1,943 -0,60 6,50 3,92 3,37 3,58 -6,00 -1,23 5,55 0,76 14,636
5) SELIC 7,25 7,25 7,25 7,25 7,50 8,0 8,0 8,5 9,0 9,0 9,5 10,0 10,0

TÍTULOS
01/14 02/14 03/14 04/14 05/14 06/14 07/14 08/14 09/14 10/14 11/14 12/14 2014
1) BC Swaps R$
192110 194223 197618 198701 203800 198483 211483 209068 236828 253547 276079 284959 284759
1 .1) Resultado (caixa) R$ -3920 8336 6206 3964 2202 3387 -2583 2479 -18393 6762 -8724 -17045 -17329
2) SWAPS (em US$) 79805 90666 87405 88785 90725 89873 92763 94156  97486 102009 101409 109588 109588
3) POS. CÂMB Bancos
V16593 V18597 V16254 V13578 V14342 V13746 V15642 V18826 V17163 V10189 V13985 V28261 V28261
4) VAR. CAMB. US$
3,57 -3,83 -3017 -1,19 0,13 -1,63 -2,95 -1,23 9,44 -0,28 4,74 3,75 13,39
5) SELIC 10,5 10,75 10,75 11,0 11,0 11,0 11,0 11,0 11,0 11,25 11,25 11,75

TÍTULOS
01/15 02/15 03/15 04/15 05/15 06/15 07/15 08/15 09/15 2015
1) BC Swaps R$
304108 320003 358225 342371 356600 336938 369068 380057 406629 406629
1 .1) Resultado (caixa) R$ 10781 -27292 -34512 31829 -22065 8125 -23906 -17226 -38599 -103763
2) SWAPS (em US$) 118125 112756 114918 112825 112870 3,75 108182 103917 108110 108110
3) POS. CÂMB Bancos
V24424 V25868 V23830 V10528 V12846 V17464 V21689 V17595 V17833 V17833
4) VAR. CAMB. US$
0,23 8,11 11,46 -6,68 6,19 2,40 9,39 7,45 8,95 49,57
5) SELIC 12,25 12,25 12,75 13,25 13,25 13,75 14,25 14,25 14,25

MAG 10/2015. 

http://mageconomia.blogspot.com.br/2013/01/intervencionismo-e-populismo-perda-de.html 

http://www.magconsultoria.uaivip.com.br/SETOREXTERNO.htm 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A CONTAMINAÇÃO DOS PREÇOS PELO CÂMBIO SE COMBATE COM JURO BÁSICO? ESTAMOS SOB O EFEITO DA DOMINÂNCIA FISCAL?


A CONTAMINAÇÃO DOS PREÇOS PELO CÂMBIO SE COMBATE COM JURO BÁSICO? ESTAMOS SOB O EFEITO DA DOMINÂNCIA FISCAL?

O BC havia conseguido reverter o processo inflacionário (IPCA) de ascendente para descendente com a subida da taxa básica (efeito dos aumentos). A curva de juro de mercado estava com sua parte longa (os juros de lp) também na descendente. Era uma vitória já contabilizada contra a inflação. Mas economia (principalmente a monetária) sofre os efeitos de fatos novos. No caso a queda do superávit primário orçado, na verdade a reversão de positivo para negativo, a insegurança passada por declarações dos ministros da área econômica de que sem a aprovação de aumentos de novos impostos, inclusive da CPMF, seria impossível equilibrar o orçamento. Isto e a instabilidade política, a possibilidade de impeachment, as notícias diárias de cada vez mais corrupções e corruptos, o descrédito do PT e a prisão de seus líderes, a fuga da base aliada, a desconfiança de que a presidente e o PT ainda acreditavam em solução “desenvolvimentista”, levaram a agência de crédito Moodys a rebaixar a nota do país, retirando o grau de investimento.

GRAU DE INVESTIMENTO: a Moodys é a agência de crédito mais conceituada do  mundo (a mais rigorosa). A resistência por parte do legislativo (do setor produtivo, dos sindicatos e da imprensa, cada um só olhando para seus interesses imediatos) à redução de gastos públicos improdutivos e insustentáveis assusta qualquer analista pragmático.  Poucos enxergam que sendo ruim para o país o é também para eles.

De imediato os juros externos para o país subiram, o fluxo financeiro passaria a ser cada vez mais negativo, as linhas de crédito ficariam cada vez mais difíceis. O efeito imediato foi a desvalorização do real (por aversão ao risco cambial procuraram refúgio no dólar). A desvalorização do real veio mais rápida do que o BC e os mais pessimistas pensaram. O processo inflacionário que já estava sendo controlado (o IPCA caiu para 0,22%, o IGPM para 0,28%) passou a sofrer os efeitos da mudança no câmbio. De início o IGPM (que tem um peso de 60% dos preços no atacado) subiu para 0,95% (os preços no atacado em um segundo momento se transferem para os preços aos consumidores). 

O RISCO: o retorno do processo inflacionário ascendente através da contaminação do índice geral dos preços. A DÚVIDA: a Selic deve ou não ser aumentada? Adianta subir a Selic? Está ocorrendo DOMINÂNCIA FISCAL (o aumento da Selic aumenta o déficit nominal)?

MINHA OPINIÃO: 
a) para que os aumentos dos preços por efeito do câmbio não se generalizem, contaminem o índice geral e reverta o processo inflacionário para ascendente a Selic deve subir. Para que ela não suba os índices de preços têm que vir dentro da meta (0,36748% a.m), o que não deverá acontecer apesar da recessão ainda não ter produzido todos os efeitos; 

b) dominância Fiscal: não estamos sob os efeitos da dominância fiscal, o BC tem razão neste ponto. A maior parte da dívida pública é corrigida por taxas fixas pré e pré corrigidas por IPCA ou IGPM. A parte corrigida por Selic está em torno de 20% do total. A dominância fiscal ocorreria se a dívida fosse toda, ou a maior parte em Selic. Como o aumento adequado da Selic reduz as expectativas de inflação e as taxas de juros de mercado de longo prazo, reduz também o custo da dívida pública.   MAG 06/10/2015.


SOBRE DOMINÂNCIA FISCAL LEIAM: 

sábado, 3 de outubro de 2015

A NME – NOVA MATRIZ ECONÔMICA, POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO DILMA ROUSSEF E SEUS EFEITOS.

A NME – NOVA MATRIZ ECONÔMICA, POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO DILMA ROUSSEF E SEUS EFEITOS.

A NME – Nova Matriz Econômica, ações e efeitos:  
   1)  Política fiscal expansionista, inclusive com gastos acima do orçamento aprovado pelo  legislativo. EFEITOS: crime de responsabilidade, recrudescimento do processo   inflacionário, aumento do déficit nominal e da dívida pública, necessidade de aumentar a Selic muito acima do que seria necessário;
   2)  Preços reprimidos nos derivados do petróleo, na energia elétrica e em outros segmentos. Aversão declarada aos lucros. EFEITOS: com a roubalheira quase quebrou a Petrobras, passaram insegurança ao setor elétrico e aos investidores, medo de aversão aos lucros;
   3) Banco Central fixando taxa básica (Selic) abaixo da adequada com a meta inflacionária e com a política fiscal adotada. EFEITOS: o processo inflacionário recrudesceu passando para ascendente, com risco do retorno da inércia. Desarmonizou os preços relativos;
   4) Expansão do crédito subsidiado pelos bancos estatais, priorizando protegidos. EFEITOS: alto custo para o TN;
   5)  Banco Central abandonando a política de câmbio flutuante através da adoção de operações de swaps cambiais a partir de 06/2013 de maneira ascendente (mensalmente). EFEITOS: atrasou a desvalorização do real e a inflação que aconteceriam aos poucos, acumulando uma bomba de retardo muito pior. Prejuízo nas operações de swaps de R$ 120 bilhões em 12 meses, balanço comercial invertendo de positivo para negativo, aumento absurdo nos déficits no balanço de serviços, de rendas e no saldo em transações correntes. Fuga de capitais do país. Queda da nota de crédito do país de bom pagador para risco de perda. Aumentos dos juros, dificuldade de crédito, perda de investimentos, desvalorizações dos ativos do país.

OUTROS FATOS: Corrupção generalizada (repetição do mensalão), Lava Jato, Petrolão, Refinarias no Pernambuco, no RJ e até nos USA, navios sondas e outros. Fundos de Pensão, Eletrobras, Eletronuclear, Cef (compra de banco quebrado), BB (diretor condenado). EFEITOS: desmoralizou o Brasil no mundo, quebrou a Petrobras (de fato), recessão no país por uns dois a três anos.        

E AINDA TEM DEFENSORES DE MAIS DO MESMO. MAIS IRRESPONSABILIDADE FISCAL, MAIS POLÍTICA MONETÁRIA POPULISTA. MAIS CORRUPÇÃO (AÍ NÃO DIZEM).

MAG 10/2015.