domingo, 15 de julho de 2018

PLANEJAMENTO EMPRESARIAL: ESTRATÉGICO - ORGANIZACIONAL - ORÇAMENTÁRIO.


PLANEJAMENTO EMPRESARIAL: ESTRATÉGICO - ORGANIZACIONAL - ORÇAMENTÁRIO


PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
É um processo de estudo que antecipa as Estratégias, a Estrutura Organizacional e Orçamentária, definindo Diretrizes e Agentes Responsáveis por Decisões e Ações, bem como os recursos necessários a sua consecução.

PREVISÃO
É um estudo que procura prever o futuro, mas o agente responsável pela previsão não tenta influenciá-lo.

CONTROLE
É o sistema através do qual os gerentes verificam se a organização seguirá os planos (as políticas, normas e procedimentos) e os processos estabelecidos (ítens de verificação, ítens de controle).

PLANEJAMENTO  -  PRINCÍPIOS
1 - CONHECIMENTO DO PASSADO, DO PRESENTE E VISÃO DO FUTURO.
2 - PERMANENTE E CONTÍNUO (Revisões)
3 - RACIONALIDADE - (Análises de custos e benefícios, pontos positivos e      negativos, conhecer técnicas).
4 - RESPONSABILIDADES - (Agentes e funções definidas com clareza).
5 - RECURSOS - TEMPO  -  FATORES DE PRODUÇÃO
6 - AGENTES (Conhecer - estudar)
     Externos - Clientes, Fornecedores, Sindicatos, Concorrentes, Governo, Mercado
      de Capitais, Mercado Financeiro, Cenários.
     Internos - Trabalho (Direção, Gerência, Operações), Clientes Internos, Acionistas.
7 - NOVO (OLHOS ABERTOS PARA AS TENDÊNCIAS DO MERCADO) - Novidades
     tecnológicas, vontade dos consumidores, evolução dos princípios morais da
     Sociedade.                               
8 - DIRETRIZES - Conjunto de instruções (regras e normas) do Planejamento
     Estratégico, a direcionarem as ações e os relacionamentos corporativos,
     societários e gerenciais (Indicações, Alinhamento).
     8.1 - Diretrizes Corporativas - Visão, Missão, Crenças e Valores, Àreas de
     Negócios, Objetivos Estratégicos, Diretrizes Estratégicas Internas, Ações
     Estratégicas.
     8.2 - Diretrizes Societárias - Estatuto, Acordo de Acionistas, Norma de Conduta,
     Código de Ética, etc.
     8.3 - Diretrizes Gerenciais - Financeiras, Marketing, Recursos Humanos,
     Administrativas, Operacionais, etc.
9 - HIERARQUIA DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

I - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.

1 - VISÃO  (Comunicação Interna e Externa)
2 - MISSÃO  (Comunicação Interna e Externa)
3 - CRENÇAS E VALORES (FILOSOFIA).  (Comunicação Interna e Externa)
4 - ÁREAS DE NEGÓCIOS (Comunicação Interna)
5 - OBJETIVOS ESTRATÉGICOS  (Comunicação Interna)
6 - DIRETRIZES ESTRATÉGICAS  (Comunicação Interna)
7 - AÇÕES ESTRATÉGICAS  (Comunicação Interna)


 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO - ROTEIRO
   a) - Visão Geral do Mercado;
   b) - Objetivos Quanto ao Mercado;
   c) - VISÃO
   d) - MISSÃO
   e) - CRENÇAS E VALORES
   f) - ÁREAS DE NEGÓCIOS;
   g) - Fatores Chaves de Sucesso;
   h) - Variáveis Ambientais Críticas (Externas - internas);
   i) - Oportunidades e Ameaças;
   j) - Pontos Fortes - Pontos Fracos (Cia. e concorrentes);               
   h) - OBJETIVOS ESTRATÉGICOS;
   i) - DIRETRIZES ESTRATÉGICAS;
   j) - AÇÕES ESTRATÉGICAS.

OBS.:
1) - Participação de todos os níveis hierárquicos (Aproveitar todas as inteligências).
2) - Cenários econômicos, financeiros e políticos (Pode ser adquirido de consultoria e
      adaptado). Igualar conhecimentos de todos.

   Definição de Agentes - Roteiro
   a) - Clientes Externos (Mercado);
   b) - Trabalhadores (Sindicatos, etc,);
   c) - Fornecedores (Materiais, Serviços, Bancários, Seguros, etc.);
   d) - Concorrentes (Potencial, Comportamento);
   e) - Governo (Estabilidade, Segurança, Motivação);
   f) - Entidades de Classe (Comportamento);
   g) - Acionistas (Rentabilidade, Problemas Societários, Sucessórios).
   h) - Tendências (Evoluções): Tecnologia, Ideologias.

ROTEIRO SUMÁRIO DE ELABORAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

VISÃO

SÃO GERALDO
“Tornar-se, no decorrer desta década, uma transportadora rodoviária
referencial de qualidade.”

GM
“Tornar-se a melhor companhia automobilística do mundo”.

GLOBO
“Captar e divulgar informações, com alta qualidade e aprimoramento constante, explorando, a partir do jornal impresso, as diversas tecnologias disponíveis para sua difusão. A empresa, em seu desenvolvimento, busca a liderança nos mercados em que atua e tem como horizonte o país inteiro”.

MISSÃO

SÃO GERALDO
‘‘Fornecer serviços de transporte rodoviário com qualidade, que  assegurem satisfação e orgulho aos clientes, fornecedores, funcionários e acionistas, além de uma convivência organizacional motivadora e adequado retorno do investimento, respeitando a comunidade e a sociedade.”

MAC DONALD’S
“Servir alimentos de qualidade com rapidez e simpatia num ambiente limpo e agradável”.

FIAT
“Produzir automóveis que as pessoas desejam comprar e tenham orgulho de possuir”.


CRENÇAS E VALORES

SÃO GERALDO
- Direcionar a qualidade de modo a satisfazer o cliente e o mercado;
- Valorizar as pessoas e o seu desenvolvimento;
- Administrar, de forma participativa e inovadora, comprometendo-se com a melhoria contínua;
- Ter conduta ética;
- Direcionar-se para resultados;
- Buscar o fortalecimento das instituições que possibilitem a construção de uma sociedade harmoniosa.

MAC DONALD’S
“Qualidade; Serviço; Limpeza e Valor”.

FIAT
“Integridade; Parceria; Entusiasmo; Valorização das Pessoas”.

ÁREAS DE NEGÓCIOS

Área Principal - Transporte rodoviário interestadual de passageiros e bens.
Áreas Complementares - Serviços de turismo, de retífica de motores, recauchutagem de pneus, de retífica de componentes mecânicos.
Pontos de Paradas Rodoviários.
Áreas de Oportunidade - Comércio de veículos, peças e acessórios.


FATORES CHAVES DE SUCESSO

1) - Satisfação dos Clientes. Conforto, Segurança, Cortesia, Pontualidade.
       Índices de Mensuração da Qualidade - Atrasos, reclamações, elogios,
      acidentes.
2) - Resultado Econômico-Financeiro
       Retorno sobre o Investimento.
       Índices de Mensuração - L.L / P.L.; L.L. / Receita.

3) - Satisfação dos Empregados
       Motivação.
       Índices de Mensuração da Qualidade.
       “Turn-over”, ações trabalhistas, pontualidade e assiduidade, reclamações,
       sugestões.


VARIÁVEIS AMBIENTAIS CRÍTICAS

Externas
Ação sindical, taxas de juros, renda “per capita”, política de preços e tarifas do governo, comportamento da concorrência, evolução tecnológica, política de legislação do transporte.

Internas
Qualificação e motivação dos recursos humanos, política salarial, estratégia de investimentos, sistema de controle e informações gerenciais, desenvolvimento de gerentes.

Oportunidades
Mercado para comercialização de veículos usados, peças e retíficas, etc.
Ampliação de participação no mercado (concorrências, compras).
Ameaças
Aumento de custos não repassáveis às tarifas.
Taxas de Juros superior à taxa de retorno do investimento, recessão.
Desregulamentação.

Objetivos Estratégicos
Devem ser claros entendidos por todos e com prazo de realização.
Exemplos:
Construção da garagem X :  Tempo,  X anos. 
Implantação do Plano Diretor de Informática: Tempo X anos .
Resultado (Lucro):  X % do Investimento ou X % da Receita.

Diretrizes Estratégicas
Princípios (normas) que devem ser obedecidos na busca da realização dos objetivos estratégicos. Exemplos:
Investir apenas em áreas de negócios onde o grupo detenha conhecimentos básicos necessários. Privilegiar a consolidação sobre a expansão ou novos negócios. Não operar nas áreas de transporte de cargas perigosas ou mudanças. Privilegiar a segurança sobre a rentabilidade nas aplicações financeiras.
Privilegiar sempre a segurança nos serviços de transportes.
Investimentos deverão ser feitos somente com estudo de viabilidade econômica, financeira, etc.

Ações Estratégicas:
Devem procurar viabilizar os Objetivos Estratégicos obedecendo as Diretrizes Estratégicas. Exemplos: Prever recursos de forma adequada para investimentos programados e em consolidação. Efetuar projetos de viabilidade (Custo  X  Benefício) com cronograma físico - financeiro das novas garagens. Desenvolver e implementar o Plano Diretor de Informática buscando um sistema de informações que atenda às necessidades gerenciais e operacionais, etc. (Priorizar as Ações Estratégicas em ordem de importância).

DIRETRIZES - CÓDIGO DE ÉTICA  OU DE COMPORTAMENTO (DIRETORIA E GERÊNCIAS)

Princípios que deverão ser observados, objetivando criar um ambiente de confiança.

1) - ATIVIDADES INCOMPATÍVEIS
       Não poderão ser exercidas atividades incompatíveis que, direta ou indiretamente, gerem conflitos de interesse com a Cia.

2) - UTILIZAÇÃO INFRA ESTRUTURA
      2.1 - De Rec. Humanos: só poderão ser utilizadas para serviços particulares em situações explícitas e autorizadas.
      2.2 - De Rec. Materiais: Idem.

3) - DESPESAS DE VIAGEM.
       Viagens de interesse comercial comum entre Cia. e Empresas de funcionários (diretores, gerentes), deverão ser evitadas e só feitas se aprovadas em reunião de Diretoria. (Despesas envolvendo familiares deverão ser antecipadamente autorizadas).

4) - TRANSAÇÕES COMERCIAIS
       Não poderão ser feitas entre Cia. e Empresas de interesse de Diretores, Conselheiros e Acionistas (Excluídos os serviços oferecidos ao público, com preços tabelados). As eventuais, de interesse da Cia., deverão ser aprovadas em reunião de Diretoria.

5) - OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
     Oportunidades de negócios conhecidos por Diretores através da Cia. ou do cargo, deverão ser propostas primeiro à Cia., em reunião de Diretoria.

6) - HIERARQUIA
       Respeito à autoridade e hierarquia do Presidente e demais Diretores.
       (Não expressar opiniões negativas dos colegas de Diretoria junto a funcionários e público externo. Evite boatos).

7) - REPRESENTAÇÃO EXTERNA
       Respeito hierárquico (Observar).
       Buscar equilíbrio entre grupos societários.
       Observar o limite de competência de cada Diretoria nos contatos com autoridades e
       em entrevistas à imprensa.

8) - POLÍTICA SALARIAL
       Unicidade de negociação e de informações. Não criar expectativas. Ter em mente que o aumento de salário individual estimula reivindicações e aumento geral da folha. Quando não concedido, gera descontentamento e suas consequências.

II - PLANEJAMENTO ORGANIZACIONAL

1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
     (Linear - Funcional - Adaptativa).


PRINCIPAIS FUNÇÕES GERENCIAIS DAS ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS

     a) - Função Técnica / Produção
           Tecnologia e Logística de Produção (Desenvolvimento)

     b) - Função Comercial / Marketing
           Logística de Vendas, de Pós-Vendas e de Marketing, Direitos do
          Consumidor, Cadastro de Clientes, Negociações, Promoções.

     c) - Função de Suprimentos
           Logística de Estoques de Distribuição, de Compras. Relações com
           Fornecedores. Contrato de Fornecimento de Longo Prazo. Qualidade e
           Padronização.

     d) - Função Financeira
           Caixa, Bancos, Contas a Receber, Contas a Pagar, Aplicações Finan-
           ceiras, Financiamentos, Seguros, Relações com Bancos, Fluxo de
           Caixa.

     e) - Função de Controladoria
           Contabilidade, Orçamento, Custos, Tributos, Controles, Informações
           Gerenciais, Controle Patrimonial.

     f) - Função de Recursos Humanos
           Recrutamento, Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Avaliação de 
           Desempenho, Cargos, Salários e Benefícios, Motivação do Pessoal,
           Relações Sindicais, Movimentação e Registros (Ponto, Folha,
           Demissão, Mudanças de Cargos).

     g) - Função Administrativa
           Sistemas, Organização e Métodos, Informática, Segurança, Serviços
            Auxiliares.

     h) - Auditoria
           Operacional, Financeira, Tributária.

      i) - Jurídica
           Defesa dos direitos da Cia. (Preventiva e Reativa). Contratos, Juízes,
           Tribunais, etc.

     j) - Desenvolvimento de Produtos
           Tecnologia - Evolução dos produtos e criação de novos produtos.

     k) - Presidência
           Estratégias, Políticas, Motivação Gerencial, Representação Externa,
           Presidência Comitê Executivo, Relações com Acionistas e Conselho.

     l) - Função Societária
           Assembleia de Acionistas, Conselheiros, Sucessão.


2) - ORGANIZACIONAIS ADMINISTRATIVOS
     a) - Departamentos com Atividades Fins
           Departamentos com Atividades Meio;
     b) - Objetivos dos Departamentos (macrofunções):
            Definir em Prioridades (Alta/Média/ Baixa);
     c) - Definir Objetivos (Funções) que Agregam Valor ao Produto e que não
            Agregam;
     d) - Definir os Clientes dos Objetivos (Funções).
     e) - Definir Informações, Relatórios e Clientes (Fiscal, Operacional,
           Gerencial).

III - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO (FÍSICO E FINANCEIRO)

1 - CONCEITO
      Orçamento é um processo de "Planejamento" que fundamenta-se no
      Planejamento Estratégico (Diretrizes e Objetivos),  para determinar as
      "Atividades e os Recursos" necessários a sua consecução.

2 - CENTROS DE RESPONSABILIDADE
     O Orçamento, fixando centros de responsabilidade (separando-se os
      custos controláveis), permite expor os objetivos da Cia., em termos de
      pessoas responsáveis por sua execução, definindo com clareza, os
      gerentes responsáveis por contas de receitas e custos.

3 - METAS ORÇAMENTÁRIAS
      Devem ser razoavelmente atingíveis, não tão elevadas que causem
       frustrações, nem tão baixas que estimulem a complacência.

4 - CONCEITO DE COMPROMISSO (OBJETIVOS - DIRETRIZES)
      O Orçamento deve ser encarado como uma espécie de contrato ou
      compromisso recíproco entre a Administração, os Gerentes e os
      Supervisores.

5 -  ORÇAMENTO COMO UM DISPOSITIVO DE COMUNICAÇÃO
      Os planos e objetivos de uma administração não serão alcançados, a
       menos que a organização os entenda e participe de sua execução.

6 - ORÇAMENTO COMO UM PADRÃO
      Se bem preparado, é o melhor padrão possível para medir o real desempenho dos CENTROS DE RESPONSABILIDADE  e da organização.

7 - ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
      O plano orçamentário não elimina a Administração, nem lhe toma o lugar,
      apenas indica os objetivos a serem atingidos.

8 - ORÇAMENTO IMPLANTAÇÃO
      A implantação é morosa e leva tempo. A Administração não deve esperar
grandes resultados cedo demais. O plano orçamentário deve ser vendido aos responsáveis, e, estes devem ser motivados, guiados e treinados nos passos, métodos e propósitos fundamentais do SISTEMA ORÇAMENTÁRIO.

9 - PLANO DE CONTAS
O Orçamento deve obedecer o Plano de Contas utilizado pela Cia. para facilidade de entendimento, confrontação entre o orçado e o real, e apresentação gráfica uniforme.

ESTRUTURA DE UM SISTEMA ORÇAMENTÁRIO


ORÇAMENTO
ORÇAMENTO FINANCEIRO
FLUXO DE CAIXA
BALANÇO
 ORÇAMENTO DE OPERA-ÇÕES (PRODUÇÃO, ETC.)
.....................................................
-----
 ORÇAMENTO DE RECEITAS
VENDAS  A VISTA  +  RECEB. DE VENDAS A PRAZO
RECEITAS
 ORÇAMENTO DE PESSOAL
PAGAMENTO DE PESSOAL
DESPESA PESSOAL
 ORÇAMENTO DE DESPE- 
     SAS GERAIS
PAGAMENTO DE DESPESAS
        GERAIS
DESPESAS GERAIS
 ORÇAMENTO DE DESP.
      TRIBUTÁRIAS
PAGAMENTO DE TRIBUTOS
DESPESAS TRIBUTÁRIAS
ORÇAMENTO DE CONSUMO
    (Físico / Monetário)
......................................................
DESPESAS MATERIAIS
 ORÇAMENTO DE COMPRAS
      (Físico / Monetário)
PAGAMENTO DE
  FORNECEDORES
ATIVO - ALMOXARIFADO
PASSIVO- FORNECEDORES
ORÇAMENTO DE
 INVESTIMENTOS
PAGAMENTOS DE   FINANCIAMENTOS  + INVESTI-
      MENTOS NÃO FINANCIADOS
ATIVO - IMOBILIZADO
PASSIVO - EXIGÍVEL
ORÇAMENTO NECESS. 
      EMPRÉSTIMOS
 PAGAMENTO DE    
 EMPRÉSTIMOS
PASSIVO - EXIGÍVEL



NÍVEIS DE RESPONSABILIDADE

1 - CONSELHO ADMINISTRATIVO

2 - COMITÊ EXECUTIVO

3 - PRESIDENTE  +  1  DIRETOR

4 - 2 DIRETORES

5 - DIRETOR  +  GERENTE


OBS.: TODOS OS PROCESSOS E DOCUMENTOS, COMPROVANTES DE
            AUTORIZAÇÃO DE VERBAS E PAGAMENTOS DEVERÃO NASCER E
            CONTER VISTOS DA UNIDADE BÁSICA RESPONSÁVEL.


 Baseado no livro Gerente Total, Suma Econômica, 1996.











PUBLICAÇÕES - RESUMOS: PENSAMENTO LIBERAL, TRABALHO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO , INVESTIMENTO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO, CAPITALISMO X COMUNISMO. EXPERIÊNCIAS OCORRIDAS:



PENSAMENTO LIBERAL

      1)   LIBERAIS DEFENDEM QUE O PODER É DA LEI E NÃO DA AUTORIDADE (as normas devem limitar o poder discricionário das autoridades);

      2)   LIBERAIS DEFENDEM BC E O MONOPÓLIO NA EMISSÃO DA MOEDA (ECONOMIA MONETÁRIA). LIBERTÁRIOS SÃO CONTRA;

     3)      LIBERAIS DEFENDEM REGULAMENTOS PARA LIMITAR O PODER DISCRICIONÁRIO. OS LIBERTÁRIOS CONDENAM OS REGULAMENTOS;

     4)   OS LIBERAIS DEFENDEM A CONCORRÊNCIA (e normas para defende-la). OS LIBERTÁRIOS DEFENDEM A LIVRE CONCORRÊNCIA;

     5)      LIBERAIS: A CONCORRÊNCIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA  AO CRESCIMENTO SUSTENTADO E À MELHORIA CONTÍNUA;

     6)      LIBERAIS MONETARISTAS: O PODER AQUISITIVO DA MOEDA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA, MAS NÃO O SUFICIENTE, PARA O CRESCIMENTO SUSTENTADO;

     7)      LIBERAIS: OS GASTOS IMPRODUTIVOS DEVEM SE LIMITAR AOS NECESSÁRIOS E SER O MENOR POSSÍVEL;

     8)      LIBERAIS: A REGULAMENTAÇÃO DEVE DEFENDER A CONCORRÊNCIA E LIMITAR O PODER DISCRICIONÁRIO DAS AUTORIDADES;

     9)      CRIAR DIFICULDADES PARA VENDER FACILIDADES. LIBERAIS: FUNCIONA SEM REGULAMENTO? NÃO REGULAMENTE.

3 - TRABALHO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO 

3.1) Trabalho Necessário (Produtivo): É o que atende às necessidades ou desejos dos consumidores.
Divide-se, segundo o seu produto, em:
Bens Materiais
a) Benéficos - Alimentos, remédios, roupas, automóveis, etc.
b) Não Benéficos - Fumo, bebidas, drogas, armas, etc.
Não Materiais - Educação, saúde, diversão, informação, tecnologia, polícia, justiça, forças armadas, etc.
3.2) Trabalho não Necessário (Improdutivo):
Não atende desejos e necessidades dos consumidores.
Ex.: Excessos de funcionalismo público, de forças armadas, de burocracias nas empresas, etc.
Grande Mal - Ficando com o tempo livre, adquire força como grupo de pressão e de influência (formando corporações poderosas), confundindo-se com os trabalhadores necessários. Recebendo renda, aumentam o consumo (procura), não produzindo bens (oferta) que atendam às necessidades ou desejos dos consumidores, são INFLACIONÁRIOS.

4) INVESTIMENTO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO:
INVESTIMENTO PRODUTIVO: fábricas, estradas, portos, energia, etc.
INVESTIMENTO IMPRODUTIVO (não significa que é desnecessário): estádios, casas residenciais, etc.

 CAPITALISMO (ECONOMIAS DE MERCADO) X CAPITALISMO DE ESTADO, COMUNISMO (ECONOMIAS DE PLANEJAMENTO CENTRALIZADO). EXPERIÊNCIAS OCORRIDAS:

a) Alemanhas - A Capitalista reergueu-se da guerra como uma das mais ricas economias do mundo. A Comunista não conseguiu aproveitar a competência dos alemães. Produzia produtos desatualizados, ecologicamente desaconselháveis, enfim foi engolida pela Alemanha Capitalista como os parentes pobres;


b) Coreias - A Capitalista tornou-se uma economia dinâmica, com produtos exportados para todo o mundo. Enfim um PIB muitas vezes maior do que o da Coréia Comunista (pobre);


c) Chinas - Hong Kong e Formosa cresceram muito mais do que a China Continental Comunista, que acabou optando por uma economia de mercado como solução para amenizar a pobreza de seu povo;


d) Cuba - Enquanto recebia ajuda da URSS conseguiu sobreviver. Mas é impressionante a má relação ajuda externa e benefícios conseguidos. A ajuda anual da URSS era de aproximadamente 50% do PIB de Cuba. Uma experiência fracassada e frustrante, apesar da propaganda em contrário;


e) Europa Oriental - A comparação da Europa ocidental com a Europa oriental (desenvolvimento econômico, qualidade dos produtos, nível de vida, poluição, etc.) foi fatal para o regime econômico comunista. Continuar com o Comunismo seria a opção pela pobreza e falta de liberdade;


f) URSS- O período das ditaduras comunistas (cortina de ferro) escondeu a pobreza do povo soviético, mas o avanço dos meios de comunicação (transporte, turismo, televisão, etc.) mostrou a realidade (a URSS apesar das riquezas naturais não conseguiu elevar o nível de vida de sua população). No início do abandono do comunismo praticou um capitalismo selvagem (está se adequando rapidamente a uma aceitável economia de mercado).
Kruschev liquidou o comunismo quando escreveu: "QUE DROGA DE COMUNISMO BOM QUE É ESTE QUE PRATICAMOS SE TODOS QUEREM FUGIR DELE. SE FOSSE BOM TODOS ESTARIAM QUERENDO FUGIR PARA CÁ." FOI A SENTENÇA DE MORTE DO COMUNISMO.


quarta-feira, 4 de julho de 2018

A MOEDA - RESUMO HISTÓRICO



A MOEDA - RESUMO HISTÓRICO (atualização. Original em 03/2011).

1) NO INÍCIO AS TROCAS DIRETAS (ESCAMBO): as sociedades e economias rudimentares utilizavam as trocas diretas como meio de circulação dos produtos. Com o desenvolvimento das relações comerciais e a divisão do trabalho algumas mercadorias passaram a ser utilizadas como moeda.

 2) MERCADORIA MOEDA: mercadorias mais comercializáveis, mais fáceis de estocar e de transportar, passaram a ser utilizadas como moeda de troca (o sal, o trigo, o gado etc.). Como eram ao mesmo tempo um bem de consumo e de troca, ficavam comprometidas como reserva de valor e instrumento de troca. Produtos com mais durabilidade e facilidade de transporte passaram a ser os preferidos como instrumento de trocas e de reserva (os metais).

3) MOEDA METÁLICA: o ouro e a prata passaram a ser os metais preferidos por suas qualidades atenderem as funções de reserva de valor e de instrumento de trocas. Comerciantes mais ricos e que adquiriram CONFIANÇA do mercado, passaram a emitir certificados de depósitos de ouro ou de prata, para evitar o risco e a dificuldade do transporte. Daí nasceram as casas de Custódia, que armazenavam o ouro ou a prata e emitiam os Certificados de Depósitos, mais cômodos e seguros. Estes certificados passaram a circular no lugar dos metais. O poder de compra da moeda metálica, ouro ou prata, variava diretamente com o valor de mercado dos metais. As descobertas de novas minas influenciavam o valor dos metais no mercado (e o poder de compra das moedas).

3.1) BIMETALISMO E MONOMETALISMO: quando os governos passaram a fixar o poder de compra das moedas, ouro e prata, obedecendo a uma relação fixa (Inglaterra em 1717, USA 1787) independente do valor dos metais no mercado, a moeda cujo metal valorizava em relação ao outro sumia de circulação (todos só pagavam com a moeda cujo metal estava desvalorizado em relação ao outro). Principalmente por este motivo, em 1816 a Inglaterra adotou o padrão ouro, e os USA em 1873 (formal em 1879). Milton Friedman argumentou que a adoção do monometalismo (ouro) nos USA, devido à valorização e à escassez do ouro em relação à prata foi um crime contra a economia. Seu argumento era de que se a prata não tivesse sido abandonada a quantidade de moeda em circulação teria crescido muito mais do que com o padrão ouro (mais escasso). O descasamento do ritmo de crescimento econômico com a quantidade ofertada de moeda padrão ouro fez ocorrer deflação, o que gerava insatisfação (ao que denominou de ilusão monetária = a atenção é maior para os preços nominais do que para os reais). A deflação desagradava mais aos produtores (era mais visível nos poucos produtos que vendia), do que agradava aos consumidores (a atenção era dispersa em vários produtos). Já a inflação moderada (o aumento dos preços agrada aos vendedores e por ser disperso e pequeno desagrada pouco aos consumidores) provoca a sensação de bem-estar, e a deflação, mesmo que moderada, causa uma sensação de desagrado. 

4) MOEDA-PAPEL: os certificados emitidos pelas casas de custódia passaram a ser considerados como uma moeda-papel. Os donos das casas de custódia, com o tempo, verificaram que um saldo do estoque de moedas (ouro e prata) sempre ficava ocioso (apesar da movimentação de novos depósitos e saques).

5) PAPEL MOEDA, MOEDA FIDUCIÁRIA: os depósitos de ouro que ficavam ociosos em estoque nas Casas de Custódia permitiram que estas emitissem certificados não lastreados ou parcialmente lastreados, sendo que sua circulação e aceitação dependiam da CONFIANÇA da casa emissora do certificado, dando início ao que seria no futuro o papel moeda com emissão monopolizada pelos governos. Como vemos os primeiros certificados eram 100% lastreados em metal.

6) PAPEL MOEDA MONOPÓLIO DOS GOVERNOS; com o tempo os governos se viram obrigados a controlar e fiscalizar as casas de custódia (primeiros bancos).  O monopólio de emissão de moedas pelos governos foi uma evolução natural. A evolução na tecnologia na fabricação do papel moeda (início do século XIX), evitando falsificações, foi fator importante e preponderante no abandono da moeda metálica ouro para o papel moeda padrão ouro. No início as moedas emitidas pelos governos eram parcialmente conversíveis. A última moeda importante parcialmente conversível foi o dólar americano, que abandonou o padrão ouro em 1971.

7) MOEDA ESCRITURAL, CONTÁBIL OU BANCÁRIA: com a evolução e o desenvolvimento do sistema financeiro, do crescimento dos depósitos e dos empréstimos, foi sendo aumentada a circulação e a quantidade da moeda escritural, movimentada por meio de cheques e de ordens de pagamentos (hoje transações eletrônicas). Verificou-se que os depósitos criam condições de empréstimos, que criam depósitos, que criam empréstimos, sucessivamente. Os governos verificaram a necessidade de regulamentar o sistema bancário, com normas prudenciais, limites de criação de moeda escritural (capital x empréstimos) e a atividade passou a ser concedida ou autorizada e regulamentada pelos governos.

8) O BANCO CENTRAL (A AUTORIDADE MONETÁRIA); o monopólio da emissão de moeda, a necessidade de controle e fiscalização dos bancos e do meio circulante fez surgir, como evolução natural, o que hoje entendemos por Banco Central (século XIX). Podemos considerar o Banco da Inglaterra como o primeiro banco central do mundo. Foi uma evolução natural, depositário das reservas do sistema bancário, compensação das operações dos outros bancos, emprestador de última instância (redesconto). Na América Latina, o Banco do Uruguai, foi o que podemos considerar como primeiro Banco Central da região (1896). A separação do Banco Central com a execução orçamentária de receita e despesa dos governos (orçamento fiscal) é uma conquista que veio aos poucos e está ainda em implantação em muitos países. A autonomia ou independência do BC é assunto que ainda provoca contraditórios, mas é uma necessidade e evolução natural. As funções modernas dos bancos centrais são:

a) emissão de moeda e controle do meio circulante;

b) redesconto (empréstimos a instituições financeiras);

c) regular a oferta da moeda através da taxa básica de juros (compra de títulos do governo) e do compulsório (medida também prudencial);

d) banco do governo (caixa do tesouro nacional) e dos bancos;

e) regulamentar, supervisionar e fiscalizar o sistema financeiro nacional, inclusive conceder autorização para o funcionamento de bancos;

f) administrar o sistema de pagamentos e o meio circulante;

g) administrar as reservas (em moedas, títulos e ouro);

h) executar a política cambial, incluindo o movimento de capitais.

Resumindo, podemos definir a missão do Banco Central como: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro.     

9) O BANCO CENTRAL DO BRASIL: foi criado pela lei 4.595 de 31/12/1964 (governo revolucionário), denominada lei da reforma bancária (em substituição à SUMOC, criada em 1945), juntamente com o CMN (Conselho Monetário Nacional). O Banco Central do Brasil exerce a função de banqueiro do governo (conta única do Tesouro Nacional). A política monetária, atualmente, obedece ao sistema de Metas para a Inflação (SMPI). A meta é estabelecida pelo CMN como objetivo a ser alcançado pelo BC e pelo COPOM, Comitê de Política Monetária do BC, que buscam influenciar as expectativas dos agentes econômicos, utilizando como ferramentas, a taxa básica de juros (acima ou abaixo da taxa neutra, conforme a conjuntura), depósito compulsório, IOF, normas, atas, relatórios e comunicados.

NOVA REDAÇÃO DO ITEM 10. 

10) AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE A UMA MORATÓRIA MODERNA).

As moedas metálicas tinham o seu valor baseado no seu peso e pureza (ouro, prata).

Os romanos para financiar suas guerras de conquistas reduziam o peso e a pureza do ouro contido nas moedas (era um tipo de inflação ou desvalorização da moeda).

Os governos imperiais e monárquicos achavam-se no direito de falsificar a moeda da mesma maneira que os romanos.

Nos tempos mais contemporâneos muitas nações deixaram de honrar o compromisso com sua moeda.

Podemos enumerar os prejuízos (tipo de moratória ou quebra) que deram:

a) a Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na primeira guerra mundial. Após a guerra, em 1925, retornou para a conversibilidade à paridade de antes da guerra. Foi semelhante a um tiro no peito;

b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da Libra esterlina (foi o início do fim da Libra como moeda reserva mundial); 

c) em 1944, na conferência de Bretton Woods, os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos (foi o início do cano);

d) o caso Alemão 1948: Sexta-feira, 18 de junho de 1948. Os alemães (e o mundo) ouviram no rádio: "A primeira lei da reforma do sistema financeiro alemão foi anunciada pelos governos militares do Reino Unido, Estados Unidos e França, a entrar em vigor em 20 de junho de 1948. A moeda alemã válida até hoje será tirada de circulação por essa lei. O novo dinheiro se chamará marco alemão".  As pessoas do mundo inteiro que haviam comprado marco alemão antigo e guardado, confiando na capacidade alemã de soerguer, perderam tudo (foi uma espécie de cano).

e) US$ PADRÃO OURO: em 15/08/1971 os USA abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods (o ouro passa a ser considerado uma mercadoria como as outras).

f) O EURO: em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). Nasce como moeda em 01/01/2002 (como moeda escritural em 01/01/1999). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Em 2002 US$348,00, 2003 US$438,40, em 2012 US$1675,80, em 10/2013 US$ 1323,70. Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda);

g) O FIM DO CÂMBIO FIXO: o regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros, retorno de capitais investidos no exterior) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.  

h) A VANTAGEM DE QUEM EMITE A MOEDA RESERVA MUNDIAL: tem as menores taxas de juros do mundo. Quanto mais emite (monetiza) maior é a procura por seus títulos (aversão ao risco dos outros países) e menores as taxas de juros para seus títulos (são os mais seguros). Podem comprar e investir (fatores de produção) à vontade no exterior (a contrapartida são juros e lucros, além do poder da propriedade). Pode suportar déficits em Transações Correntes com o exterior por anos, assim como na política fiscal. O mundo fica a seus pés. marco aurélio garcia, 03/2011.

ADENDO SOBRE O MONETARISMO: pensamento econômico que afirma que a estabilidade do poder de compra da moeda é condição necessária, mas não o suficiente, para que ocorra o crescimento sustentado.

Recomenda para o controle da inflação:

a) a utilização da taxa básica de juros como a ferramenta mais poderosa para adequar e harmonizar a velocidade de crescimento da oferta e da demanda, controlar a liquidez e o volume de crédito. Fixar acima da taxa neutra ou estrutural, quando ocorre inflação ascendente, abaixo quando a inflação está controlada e a tendência de crescimento não ocorre;

b) o controle da dívida pública (se alta através de superávits primários);

c)  o crescimento da liquidez constante (entre 3% e 5% para não causar inseguranças e imprevisibilidades) e em harmonia com o crescimento econômico.

marco aurélio garcia, 03/2011.

A REFORMA MONETÁRIA FEITA PELOS ALIADOS (EUA, RU e FRANÇA) NA ALEMANHA.

20/06/1948: EUA, RU e França uniram suas zonas de ocupação e decidiram implantar uma reforma monetária e criar um estado provisório sob seu controle. Um mês depois, cada cidadão alemão pôde trocar 40 Reichsmark (a moeda antiga de 1924) por 40 unidades da nova moeda introduzida pelos aliados: o marco alemão (Deutsche Mark, ou DM). Para empresários e autônomos, a relação de troca era mais favorável. Em 18/06/1948, sexta feira, RU, EUA e França anunciaram a lei da reforma do sistema financeiro alemão que entraria em vigor em 20/06/1948. O novo dinheiro foi distribuído nos guichês (10 bilhões, 701 milhões e 720 mil marcos alemães - Deutsche Mark), onde as pessoas apanhavam as senhas para adquirir alimentos. Cada cidadão alemão recebeu 40 marcos, e 20 marcos um mês depois. Todos eram igualmente ricos ou pobres. O plano foi um sucesso. As mercadorias apareceram e os preços foram sendo estabelecidos pelo mercado. As exportações subiram, pois, a moeda era desvalorizada em relação a outras. Muitas indústrias não haviam sido destruídas e foram reativadas. O PIB subiu rapidamente.

O Milagre econômico. O milagre econômico gerado pela reforma monetária se deveu às potências aliadas de ocupação, mas também a Ludwig Erhard, diretor de economia. Declarou a invalidez da senha de racionamento simultaneamente à reforma monetária. Enquanto a escassez na Europa era administrada com economia planificada, Erhard apostava nas forças do livre mercado. Em meio à escassez, os preços deveriam estimular a produção para garantir o abastecimento de mercadorias. Os críticos prognosticaram o fracasso da política de Erhard, que mais tarde foi ministro da Economia e tornou-se o segundo chanceler federal alemão do pós-guerra. Sua estratégia funcionou. A economia alemã cresceu de 10% a 12% por trimestre, com taxas moderadas de inflação e produção crescente. Isso dava margem para aumento de salários e novo poder aquisitivo. No final dos anos 60, já havia emprego pleno na Alemanha. Entre as explicações para o milagre da abundância: as empresas produziram muito para o "dia D", mas retiveram suas mercadorias, a fim de não receber a velha moeda sem valor algum e sim a nova. Todos os estrangeiros (inclusive os alemães orientais que apostavam na moeda antiga) perderam tudo (inclusive brasileiros, imigrantes que confiavam na recuperação alemã). Foi mais ou menos um cano.