quarta-feira, 3 de agosto de 2022

POLÍTICA MONETÁRIA: RELAÇÕES ENTRE A TAXA BÁSICA E A TAXA DE MERCADO. 01/2007 (baseado em texto de 1998, atualizado com gráficos posteriores que confirmam a tese).

 

POLÍTICA MONETÁRIA: RELAÇÕES ENTRE A TAXA BÁSICA E A TAXA DE MERCADO. 01/2007 (baseado em texto de 1998, atualizado com gráficos posteriores que confirmam a tese).

 MOTIVO: artigos escritos (inclusive por economistas) explicando erradamente os efeitos da taxa básica.

INTRÓITO - estamos considerando uma economia aberta e modelos dinâmicos. O tempo influenciando nas variáveis (endógenas, as que influenciam e são influenciadas pelo modelo e, exógenas, as que influenciam mas não são influenciadas). A variável controlável é a SELIC (as taxas de juros de mercado não são controláveis). INTERDEPENDÊNCIA: A mudança em variável controlável afeta diversas outras pelo efeito da contaminação (os efeitos acontecem sucessivamente, em momentos sequenciais). Os efeitos no curto prazo podem ser diferentes do longo prazo (os juros de cp podem subir e os de lp caírem), no primeiro momento ser diferente dos seguintes. As leis econômicas são dinâmicas, sempre um processo em movimento. Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências.

1) CONCEITOS BÁSICOS.

Taxa Básica de juro (é uma taxa de curto prazo fixada pela autoridade monetária) = ib = Selic (Brasil) = Fed. Funds. (USA).

Taxa de juro de mercado de longo prazo = imlp.

a) TAXA DE JURO DE MERCADO DE LONGO PRAZO (imlp):

É a estabelecida pelo livre mercado (oferta e demanda). São as diversas taxas que em um dado momento e para vários prazos formam a curva da taxa de juro. Em um ambiente econômico-financeiro de livre mercado, sem crise de confiança (principalmente com expectativas positivas, neutras e ou racionais), a taxa de longo prazo é a melhor medida (diretriz) para definir-se a taxa de equilíbrio (estamos falando em conceitos dinâmicos). A taxa de equilíbrio (neutra) é o ponto mais negociado da taxa de longo prazo (imlp). A taxa de juro de longo prazo é a variável pela qual os agentes que têm valores em jogo precificam a inflação futura e a remuneração pelo capital financeiro (é o preço aceito pelos dois lados). Com inflação estável e abaixo de 3% a curva de juro fica ascendente sem excessos (os juros mais longos ficam maiores do que os mais curtos, mas sem excessos, é a preferência pela liquidez). É importante estudar a tendência da curva da imlp (se ascendente ou descendente) e a sua evolução no tempo (se ascendente ou descendente). A inclinação da curva de juros de mercado mais vertical indica taxa básica baixa (expansionista). Quanto menos vertical a curva (juros longos caindo), tendendo para plana (mas não plana), indica que a taxa básica está próxima do correto. A imlp é a base para a tomada de decisão na fixação da ib. A imlp é maior em países com déficit nominal e má qualidade na gestão dos gastos públicos (poupança e investimentos públicos pequenos em relação ao PIB). A credibilidade e confiança passadas pela autoridade monetária (e governo) também influencia a curva de juros. Uma oposição política forte e com propostas demagógicas influencia negativamente a curva de juros de mercado. Maior as expectativas de inflação maior a inclinação ascendente da curva de juros. 

b) TAXA BÁSICA (ib):

É a taxa (de curto prazo) pela qual a autoridade monetária (Banco Central) remunera as sobras de moedas no mercado (através dos bancos), estimulando ou desestimulando a monetização da economia. Teoricamente a taxa básica de juro (de curto prazo) deveria oscilar em torno da taxa de equilíbrio (+ - 0,25%). Evidentemente, se houver ameaça inflacionária, o BC coloca, temporariamente, a taxa básica acima desse nível de equilíbrio para fazer com que essa ameaça seja debelada. O inverso vale quando há ameaça de deflação e de recessão (ou desaceleração indesejada).

c) PONTO NEUTRO OU DE EQUILÍBRIO:

A definição prática mais aceitável para o ponto de equilíbrio (ou neutro) é a taxa de juro mais negociada acima de 360 dias (no Brasil o DI 360, nos USA o T-Note de 2 ou de 5 anos). A taxa de juro de equilíbrio de longo prazo depende de vários fatores, entre os quais a situação fiscal (mais ou menos déficit) e o endividamento público, a credibilidade do BC (segurança), a taxa de investimento, o grau de abertura da economia, a eficiência do sistema financeiro etc. É a taxa onde as forças da oferta e da demanda se encontram e se equilibram, atingindo o máximo produto e utilização dos fatores de produção (inclusive o trabalho) sem provocar inflação (nas crises, o efeito manada, distorce a taxa). Essa taxa, teoricamente, é aquela em que a economia atinge a sua mínima taxa de desemprego sem inflação.

 2) POLÍTICA MONETÁRIA:

A política monetária pode classificar-se como:

 a) EXPANSIONISTA quando a taxa básica fica abaixo da de equilíbrio (os agentes econômicos não têm motivação para aplicar suas poupanças no BC, dirigindo-as para o mercado, não acontece retirada moeda do mercado);

 b) CONTRACIONISTA quando a taxa básica fica acima da taxa de equilíbrio (estando a taxa básica acima da de mercado, os agentes econômicos ficam motivados a aplicar suas poupanças no BC, retirando moeda do mercado.);

 c) NEUTRA quando a taxa básica é fixada igual à taxa de equilíbrio.

 Pode também ser classificada como:

 a) CAUTELOSA E TEMPESTIVA;

 b) CAUTELOSA E QUE SE ANTECIPA (PREVENTIVA);

 c) PRUDENTE;

 d) IMPRUDENTE (frouxa).

 A política monetária expansionista apesar de ser atraente (defendida pelos economistas mágicos ou autodenominados desenvolvimentistas), pois provoca um crescimento artificial no início (maior quantidade de moeda no mercado), que agrada a todos (não é sustentável nem consistente no tempo, pois forma bolhas, aumentos de preços dos ativos maior do que a inflação), causa males profundos e que exigem ações corretivas sempre radicais e que causam grandes sofrimentos. Além da inflação, do desequilíbrio dos preços relativos, da redução do poder de compra dos salários, do aumento dos juros reais, pode valorizar alguns ativos artificialmente (quando a correção vem pode provocar quebras, crise de crédito, de liquidez e de solvência). O crescimento da demanda ocorre em velocidade maior que o da oferta. A política monetária neutra ou contracionista, menos atraente no início, por ser mais realista, tem como grande atrativo o crescimento consistente e sustentável, sem inflação, com preços relativos equilibrados, as valorizações dos ativos não são artificiais (são reais), o poder de compra dos salários não diminui, até aumenta. Com os ganhos de produtividade os preços podem cair e os salários aumentar (relativos). A velocidade do crescimento da demanda e da oferta são equilibradas. A distância da taxa básica para a de equilíbrio é que motiva mais ou menos os agentes econômicos a aplicarem suas poupanças com o BC (retira moeda do mercado).

Relação déficit público x taxa de juro básica x taxa de juro de mercado: o déficit público influencia as taxas de juro de mercado através da demanda por crédito pelo estado ou da monetização da economia, por extensão a taxa básica.

 2.1) MOEDA X OUTROS ATIVOS (FORMAÇÃO DE BOLHAS): A escolha dos agentes econômicos (consumidores, investidores e poupadores) entre a Moeda e outros Ativos financeiros ou não é fundamental (isto é aceito por todos, keynesianos e clássicos).  Se a Moeda pátria não é aceita como Reserva de Valor (Moeda mais Juros) a turma foge para outros ativos (bolsa, imóveis, moedas estrangeiras etc.), podendo formar bolhas (véspera da crise). Não existe nada pior para uma economia do que a desmoralização de sua moeda (bom senso). A combinação taxa básica expansionista e negativa (menor do que a inflação) é a receita para formação de bolhas (é o que podemos definir como política monetária expansionista e imprudente, o pior dos mundos).

 2.2) WICKSELL - FISHER: 

Wicksell disse que um processo inflacionário se constata quando a taxa natural de juros (neutra, de equilíbrio) inicia uma tendência de alta. A causa dos processos inflacionários são os juros de mercado baixos em relação ao natural (neutro ou de equilíbrio).

Fisher complementa o raciocínio introduzindo o conceito de comparação entre os juros de mercado (nominal, ex-ante, fruto das expectativas de inflação, efetivamente planejado.), com o juro acontecido (real, ex-post, efetivamente realizado.). Se as expectativas de inflação são maiores do que os juros de mercado é o pior dos mundos para o processo inflacionário. Para ele a inflação alimenta a expectativa de que os preços continuarão a subir.

 2.3) JURO FIXO X SELIC X ÍNDICES: o detentor de poupança ao fazer uma aplicação financeira tem de escolher entre: a) juro fixo nominal; b) juro nominal mais um índice de correção; c) um percentual do CDI ou da Selic diária. Ao fazer a escolha o poupador (consciente ou inconscientemente) está comparando o juro obtido (efetivamente pactuado) com a inflação prevista (planejada) e com a evolução das taxas de juros. Um título corrigido por CDI, Selic ou índice, é como comprar um seguro contra a inflação futura e movimentos (evolução) das taxas de juros. Um título com taxa pré-fixa corre o risco das taxas de mercado subirem, neste caso o valor de mercado do mesmo ficará abaixo do nominal - de face - (o inverso é verdadeiro, queda nas taxas fixas fazem o valor de mercado do título ficar acima do de face, o nominal).   

 A ESCOLHA DOS POUPADORES: MOEDA PÁTRIA X OUTROS ATIVOS

 ATIVO

RISCOS

RENDA DOS POUPADORES

DESTINO, FINALIDADE

MOEDA (preferência pela liquidez)

Guarda

Evita perda com deflação,

desvalorizações de títulos e insolvências.

Entesourar moeda (reduz a liquidez).

APLIC. FINANC. Renda Fixa Pré

Inflação, Juros subirem (cai valor títulos)

Juros (- Inflação - IRF).

Financiamentos (empresas e pessoas).

APLIC. FINANC. CM, Índices

A parte de juros subir (cai valor títulos)

Juros + CM - IRF

Financiamentos (empresas e pessoas).

BOLSA

Desvalorizações

Dividendos. + - Variações no valor

Aumento de Capital, Transferências.

IMÓVEIS, TERRENOS, AMPLIAÇÕES

Liquidez, desvalorizações

Alugueis + ou -  Variações no Valor

Locatários (empresas e pessoas).

ESTOQUES, MAQUINÁRIOS

Depreciações tecnológicas (inovações)

Valorizações

Consumo futuro.

OUTRAS MOEDAS

Desvalorizações

Juros + - Variações Cambiais

Câmbio.

OURO

Desvalorizações

Valorizações

Entesourar

 

 O FLUXO DE CRIAÇÃO DA MOEDA

 

EMISSÃO DE MOEDA

100

CRIA DEPÓSITO

97

CRIA EMPRÉSTIMO

90

CRIA DEPÓSITO

87

CRIA EMPRESTIMO

80

CRIA DEPÓSITO

77

E ASSIM SUCESSIVAMENTE. PARA CADA 100 DE EMISSÃO DE MOEDA SÃO CRIADAS MAIS, DE 700 A 1100 NOVAS MOEDAS (CHAMADAS FIDUCIÁRIAS OU BANCÁRIAS).

 MATRIZ RESUMIDA DAS TENDÊNCIAS DE VARIÁVEIS A PARTIR DE MUDANÇAS NA TAXA BÁSICA (SELIC).

 

ib e imlp

CP/LP

ib

imcp

imlp

PIB

Cons.

Invest.

INFL.

Poup.

EXP.

IMP.

PIB

ib >  imlp

Contração  Monetária

CP

+

+

-

-

-

-

-

+

+

-

Redução atividades

ib >  imlp

Contração  Monetária

LP

-

-

-

+

+

+

-

+

+

-

Cresc. Sustentado

ib <  imlp

Expansão Monetária

CP

+

-

+

+

+

+

+

-

.

+

Cresc. Não Sust.

ib <  imlp

Expansão Monetária

LP

+

+

+

-

-

-

+

-

.

+

Bolha


CP (curto prazo) = primeiro momento; LP (longo prazo) = segundo momento; imlp = juro de mercado de equilíbrio de lp; imcp = juro de mercado de curto prazo.

 CURVAS DE JUROS ASCENDENTES E DESCENDENTES.

SELIC 14,25% (curva descendente). O TN consegue captar a prazos longos com juros menores.

 


 Selic 8,5% (curva ascendente). Os juros longos maiores que Selic. Se a Selic fosse tabelada em 9,5% os juros longos poderiam ceder.

SELIC 14,25% AINDA SEM CONSEGUIR FAZER EFEITOS. Curva ascendente, juros longos maiores que Selic

 


a) COM A ECONOMIA EM EXPANSÃO (conjuntura prospectiva de crescimento, expansionista): a taxa básica fixada acima da taxa neutra tem efeito contracionista; fixada abaixo da taxa neutra provoca inflação e bolha (preços dos ativos sobem acima dos IPCs) ao invés de mais crescimento. Com os preços subindo acima da meta o BC deve fixar a taxa básica acima da de equilíbrio (ou neutra). Os agentes fazem aplicações no BC (através dos bancos) = retirada de moeda do mercado (contração monetária, retração de empréstimos). Se o BC, ao contrário, fixar a taxa básica abaixo da neutra o efeito expansionista será imediato e absurdo provocando inflação e bolha (preços dos ativos sobem acima dos IPCs). Retirando moeda do mercado ele reduz os depósitos bancários, reduzindo por consequência os empréstimos e assim sucessivamente, desestimulando as atividades (a demanda e a inflação).

Aplicações em títulos do TN = a moeda continua no mercado (o gasto acontece através do TN). Apenas se acontecer Superávit Público Nominal e o TN depositar o valor no BC é que é = a retirada de moeda do mercado. Se o Superávit for utilizado para pagar dívida do TN a moeda continua no mercado (o efeito imediato é a redução das taxas de juros de mercado, por extensão da taxa básica). A redução da demanda do estado (G) é compensada pelo aumento de recursos com a iniciativa privada. Os juros caem pela redução das captações pelo estado.

b) COM A ECONOMIA EM CONTRAÇÃO (ou conjuntura prospectiva contracionista): Neste caso o BC deve fixar a taxa básica abaixo da neutra. O efeito expansionista da taxa básica apesar de nulo para conseguir crescimento, evita mais contração. Os agentes continuam com suas aplicações no mercado (não acontece contração monetária), mas como a conjuntura já está recessiva continua da mesma maneira (mas com menos força). Estando a conjuntura em transição, saindo da recessão, com os preços aos consumidores subindo acima da meta e os dos ativos que não moeda evoluindo acima destes, a taxa básica sendo fixada abaixo do ponto neutro agravará o cenário. A história monetária e a prática têm demonstrado que o efeito expansionista da taxa básica (o efeito expansionista da moeda) atua mais nos preços dos Ativos que Não Moeda (financeiros ou não), formando Bolhas, do que no crescimento real da economia (acontece inflação ao invés de crescimento econômico). Estando a conjuntura em recessão os efeitos acontecem nos preços dos ativos (acima dos efeitos nos preços dos bens de consumo). A conjuntura recessiva continua, agravada pelo desequilíbrio nos preços relativos e pela redução nos salários reais. A correção da economia em desequilíbrio (preços relativos e bolhas) apenas atrasa. Para evitar contração a receita é aumento dos gastos públicos (déficit público de 3%, com máximo de 5% do PIB, até que as atividades e expectativas revertam para retorno da normalidade) e fixar a taxa básica abaixo da neutra.

 VARIÁVEIS A ANALISAR PARA FIXAÇÃO DA SELIC:

1) se a taxa Básica menos IRF está acima ou abaixo da inflação e da taxa de juro de equilíbrio (ponto mais negociado da curva de juro de LP.). Se a taxa básica (líquida de IRF) está positiva ou negativa frente a inflação (3 últimos meses e projeção);

2) a tendência e a evolução da curva de taxa de juros (se o ponto mais negociado está acima de 1 ano; se o maior volume negociado está acima de 1 ano);

3) a evolução dos índices dos preços (inclusive estratificação) aos consumidores, no atacado, dos ativos que não moeda (financeiros ou não);

4) o percentual de utilização dos fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais; tecnologia), inclusive estratificação (tendência da utilização da capacidade instalada, PIB potencial). O nível de utilização (e a tendência) da capacidade instalada (NUCI);

5) os estoques;

6) o fluxo cambial (inclusive o Bal. de Pagamentos), o câmbio (evolução e tendência), os preços das commodities;

7) a conjuntura: PIB negativo com tendência descendente = economia em recessão (expectativas dos agentes negativas e pessimistas) ou com tendência ascendente (saindo da recessão). PIB positivo com tendência ascendente = economia em expansão (expectativas dos agentes positivas e otimistas), ou com tendência descendente = economia desacelerando. A Volatilidade e a Previsibilidade;

8) contas públicas deficitárias ou superavitárias;

9) dívida pública e seu perfil.

 2.4) PARA REDUZIR A INFLAÇÃO: Fazer ib maior que imlp (contração monetária) - a redução da quantidade de moedas no mercado reduz as atividades econômicas, reduz a propensão a consumir (o consumo interno), reduzindo por extensão a demanda interna (consumo e investimentos) e a pressão sobre os preços (inflação), aumentando por outro lado a propensão a poupar. As taxas de juros pré fixos de lp caem acompanhando as expectativas da inflação. Uma taxa básica menor do que a neutra fará as expectativas de inflação e os juros de mercado de lp subirem.

Medidas complementares no combate à inflação: Depósitos compulsórios; Compra ou venda de títulos públicos; Compra ou venda de moedas inclusive atuação em mercados futuros; I. O. F. = Imposto sobre Operações Financeiras; reduzir prazos de financiamentos através de normas prudenciais.

 2.5) COM RECESSÃO E DEFLAÇÃO:

Fazer ib menor que imlp (expansão monetária) - pode aumentar a propensão a consumir, as atividades econômicas, a demanda interna (consumo e investimentos). A médio ou longo prazo aumenta a pressão sobre os preços (inflação), criando uma bolha de crescimento (não sustentável no tempo). Complementar com política fiscal (aumentar gastos públicos com investimentos e até correntes desde que temporários).

 2.6) DISTÂNCIA ENTRE a ib, a TAXA DE EQUILÍBRIO e a externa - É o AMBIENTE ECONÔMICO e a inflação desejada que definem em quanto a taxa básica deve ser fixada acima da taxa de equilíbrio. O GRAU DE CONFIANÇA E DE CREDIBILIDADE (AMBIENTE INTERNO) passado pelas autoridades (monetárias, governamentais, enfim pelas instituições), os números do país (reservas, saldos do balanço comercial, fiscal e em transações correntes, dívidas externa e interna) e a conjuntura (interna e externa), que definem a taxa de juro de equilíbrio interna, a de financiamentos externos para o Brasil (juros mais o risco Brasil) e a distância entre elas. No Brasil a taxa interna de equilíbrio é superior à externa (para o país), já no Japão e na Suíça acontece o inverso. A maior ou menor prudência reflete-se na distância entre a ib e a imlp. 

2.7) EFEITOS DA TAXA BÁSICA (SELIC) –

a) NO BALANÇO COMERCIAL E NO CÂMBIO - A taxa básica muito acima da de equilíbrio diminui a demanda interna, motiva as empresas para as exportações (demanda externa) e reduz as importações. O aumento das exportações e a redução das importações podem fazer a relação cambial ficar favorável à moeda pátria, que se valoriza. Nos países com demandas não satisfeitas ou reprimidas, principalmente os em desenvolvimento, a taxa básica pode ser fixada acima da taxa de equilíbrio em um patamar que provoque o aumento das exportações, mantém a inflação em um nível considerado aceitável e aumenta as importações (é o caso do Brasil no momento). A taxa básica fixada abaixo da de equilíbrio aumenta o consumo interno e reduz a motivação para as exportações (aumenta as importações).

b) NA TAXA DE JURO LONGO PRAZO – Se a autoridade monetária fixar uma taxa básica que passe insegurança, fará com que os agentes econômicos fiquem inseguros quanto ao futuro e subam a taxa de juro de longo prazo (prevendo aumento da inflação). Neste sentido a fixação de uma taxa básica muito baixa provoca efeito reverso (sobe a taxa de juro de longo prazo). A fixação correta da taxa básica (quando objetiva-se a redução da inflação) faz a taxa de juro de longo prazo cair. A curva dos DI 360, ao longo dos dias ficará descendente (a curva, do dia, dos juros de mercado de lp, reduzirá a tendência ascendente, podendo até ficar descendente).

“Ao longo dos anos 90, fiquei muito impressionado com a facilidade com que passamos a influenciar, com a política monetária, a taxa de juros de longo prazo. Ficou mais fácil cumprir a missão.” Alan Greenspan.

 

RELAÇÕES TAXA BÁSICA X CURVA DA TAXA DE JUROS (TAXA DE 1 DIA; TAXA DE 1 ANO; PONTO MAIS NEGOCIADO; TAXA MAIS LONGA; VOLUMES NEGOCIADOS.).

 VARIÁVEIS IMPORTANTES NO ESTUDO DA FIXAÇÃO DA TAXA BÁSICA: a) taxa de juros de 1 dia; b) taxa de juros de 1 ano; c) ponto mais negociado da curva de juros; d) taxa mais longa; e) maiores volumes negociados; f) inflação ascendente ou descendente; g) juros longos da curva ascendentes ou descendentes; h) percentual de itens de preços pesquisados subindo (se maior do que 45%, é o início do processo inflacionário). Estes pontos da curva da taxa de juros de mercado são variáveis importantes da conjuntura presente e prospectiva (expectativas). É a visão que os agentes do mercado que colocam valores em jogo têm do presente e do futuro (suas expectativas). São avisos importantíssimos para o analista econômico-financeiro. Quem não entende isto não entende de política monetária.   

PONTO MAIS NEGOCIADO: se abaixo de 1 ano significa que a taxa básica está muito baixa. O ponto mais negociado deve estar sempre acima de 1 ano.

VOLUMES NEGOCIADOS: Se o maior volume estiver abaixo de 1 ano significa que a taxa básica está muito baixa. O maior volume deve estar sempre acima de 1 ano. Se os volumes negociados da curva de juros estiverem migrando de prazos longos para curtos, significa que os agentes estão com expectativas inflacionárias ascendentes e considerando a política monetária inadequada (frouxa).

A TAXA BÁSICA (taxa que o BC paga para reduzir a monetização da economia) pode ser fixada nos intervalos:

a) Menor do que a taxa de 1 dia: neste caso a atuação do BC fica inócua, pois sendo menor do que a taxa de mercado de 1 dia, os agentes não aplicarão com o BC, portanto não acontecerá contração monetária;

b) Maior do que a taxa de 1 dia, mas menor do que a taxa de 1 ano e que o ponto mais negociado da curva: neste caso a atuação do BC será inócua (com a liquidez nas negociações dos títulos do TN, o mercado paga mais). Somente se o BC tiver credibilidade e demonstrar que o viés da taxa básica será de alta (ou as expectativas forem de baixa na inflação) é que conseguirá os primeiros efeitos positivos;

c) Maior do que a taxa de 1 ano, mas menor do que o ponto mais negociado. Se o BC tiver credibilidade e o mercado acreditar que a taxa básica irá subir (ou que a inflação irá cair) os primeiros efeitos acontecerão;

d) Acima do ponto mais negociado. Neste caso a taxa básica terá um efeito contracionista e a inflação será contida.

PIB POTENCIAL: curva da inflação ascendente significa que o PIB POTENCIAL já foi ultrapassado.

 3) GRÁFICO 1 – RELAÇÃO SELIC (taxa básica = ib) X TAXA DE MERCADO de lp (imlp).   

O eixo das ordenadas (vertical) mede a taxa de juro Selic. O eixo das abscissas (horizontal) mede a taxa de mercado (imlp). No ponto ibn = 5, encontro das duas curvas, dar-se-ia o ponto de equilíbrio (ponto neutro). Fazendo ib1 = 1, menor do que ibn = 5, teremos im1 = 9, maior do que ib1 = 1. A taxa básica menor do que o ponto neutro = 5, faz a taxa de longo prazo subir (expectativas de inflação). Fazendo ib2 = 9, maior do que ibn = 5, teremos im2 = 1, menor do que ib2 = 9. A taxa básica maior do que o ponto neutro = 5, faz a taxa de longo prazo cair. Quanto maior a Selic, menor a imlp; quanto menor maior a imlp.

 


 4) GRÁFICO 2: RELAÇÃO TAXA DE JURO (i) X POUPANÇA (S) E INVESTIMENTO (I). Sabemos que em um dado momento (na fotografia, em um mercado fechado) poupança e investimentos são sempre iguais (a curva I e a curva S são iguais, formam a curva IS). Se Y = C + I (produto = renda = consumo + investimentos), temos que I = Y - C (investimentos = renda - consumo). Se S = Y - C (poupança = renda - consumo) temos que I = S (poupança = investimentos). Fazendo in = 5 (ponto neutro), teremos poupanças e investimentos iguais a 5 (equilíbrio). Fazendo im1 = 1, menor do que in = 5, teremos S 1 = 1, menor do que  I 1 = 9 (investimentos maior do que poupanças). Fazendo im2 = 9, maior do que in = 5, teremos S 1 = 9, maior do que I 2 = 1 (investimentos menor do que poupanças). Quanto maior a taxa de juro maior o estímulo a poupar (no primeiro momento) e menor o a investir; quanto menor a taxa de juro menor o estímulo a poupar e maior o a investir (a falta de poupança interna é coberta por importadas, o excesso é exportado). Na prática a taxa de juro de mercado deve ser um pouco menor do que as expectativas da relação lucros/investimentos, mas positivos para evitar desequilíbrio entre demanda e oferta.

 


 5) GRÁFICO 3 – RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE JURO NATURAL (in) X E A TAXA DE JURO MERCADO (im).

A correlação acima, taxa básica x taxas de mercado de lp, fundamenta-se no estudo da correlação entre a taxa de juro natural (a taxa de equilíbrio ideal, virtual, mas não real) e a taxa de juro de mercado (real, formada pelo mercado, expectativas, oferta e procura), conforme gráfico abaixo.

Se in é maior do que im, teremos: expansão monetária, expansão de crédito, elevação de demanda, de preços e inflação (sucessiva e cumulativamente). OBS: se o BC coloca a ib igual ou maior do que a in ele inverte os efeitos, pois teremos uma taxa de juro real (a básica) influenciando as tendências e produzindo efeitos contrários (no lugar da natural, que é apenas a taxa ideal de equilíbrio, mas apenas virtual). 

Se in é menor do que im, teremos: contração monetária (maior oferta de crédito e menor procura), redução de demanda e de preços (deflação). OBS: raciocínio inverso acontecerá se a básica for fixada no lugar da natural (é o BC colocando uma taxa real no lugar da ideal, mas virtual).   

 


 

6) GRÁFICO 4 - RELAÇÃO TAXA BÁSICA (ib) X TAXA DE MERCADO (im).

Se ib menor que im, teremos: expansão monetária, expansão de crédito, elevação de demanda, de preços e inflação (sucessiva e cumulativamente). OBS: raciocínio inverso ao da relação in x im.

Se ib maior que im, teremos: contração monetária (maior oferta de crédito e menor procura), redução de demanda e de preços (deflação). OBS: raciocínio inverso ao da relação in x im.

 


 

 7) QUADRO RESUMO DAS RELAÇÕES in x im e ib x im. 

A in é uma taxa de juro de equilíbrio ideal, mas VIRTUAL. A im é uma de juro real. O BC, para equilibrar o mercado, entra fixando a taxa básica (ib) o mais próximo possível da natural (in). A melhor medida para a taxa básica é a im de lp mais negociada acima de 360 dias. É o ponto definido pelas forças do mercado como o mais aceito pelos agentes econômicos. No Brasil considera-se o DI 360 ou a mais negociada acima deste ponto. Nos USA o T-Note de 2 anos, ou o ponto mais negociado acima deste ponto. Como os títulos americanos são considerados (ainda) refúgio para as reservas mundiais (inclusive privadas), deve-se analisar as taxas LIBOR e a Prime (a distância para os T-Note).

 

RELAÇÃO TAXA NATURAL (in) X TAXA DE MERCADO (im):

im é menor do que in, teremos: expansão monetária e inflação.

im é maior do que in, teremos: contração monetária e redução da inflação. 

RELAÇÃO TAXA BÁSICA (ib) X TAXA DE MERCADO:

ib é maior do que im, teremos: contração monetária e redução da inflação. 

ib é menor do que im, teremos: expansão monetária e inflação.

 

im < in : - Poupança; + C; + Lucros; + I; + Salários; + NUFP; + INFLAÇÃO.

im > in : + Poupança; - C; - Lucros; - I; - Salários; - NUFP; - INFLAÇÃO.

 

NUFP (nível de utilização dos fatores de produção).

Este texto baseou-se na teoria do juro e da moeda de Wicksell (Johan Gustaf Knut Wicksell, 1851, 1926), a mais bela construção teórica em economia monetária, pela simplicidade e bom senso (todos, após ele, nadaram em seus estudos).  01/2007.

Marco Aurélio Garcia; 01/2007.


A RESPEITO DE POLÍTICA MONETÁRIA:

1) Sozinha não resolve problemas microeconômicos, estruturais ou setoriais. A ESTABILIDADE MONETÁRIA É CONDIÇÃO NECESSÁRIA (mas não suficiente) AO DESENVOLVIMENTO E AO CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO;

2) A moeda neutra permite que o equilíbrio nas relações tenha como efeito uma taxa de crescimento consistente e sustentável;

3) A emissão de moeda superior ao PIB potencial não provoca crescimento sustentado (provoca bolhas e crises);

4) A política monetária deve contribuir para um ambiente de ESTABILIDADE e de PREVISIBILIDADE, permitindo o alongamento do planejamento e das operações (das famílias e das empresas);

5) A estabilidade e a previsibilidade são condições para redução das taxas de juros reais e consequentemente do crescimento do PIB;

6) A TAXA BÁSICA DE JURO É O PRINCIPAL INSTRUMENTO DA POLÍTICA MONETÁRIA (errando nela errou em tudo);

7) A DETERMINAÇÃO DA TAXA BÁSICA IDEAL DEVE OBEDECER A AÇÃO IMPESSOAL DOS MERCADOS (um grande número de agentes, com interesses, gera resultados superiores aos alcançados pelo poder discricionário dos planejamentos centralizados). O PONTO DA CURVA DE JURO DE MERCADO MAIS NEGOCIADO É O MAIS PRÓXIMO DA TAXA NEUTRA (OU DE EQUILÍBRIO);

8) O REGIME DE TAXA DE CÂMBIO FLUTUANTE É NECESSÁRIO PARA QUE A POLÍTICA MONETÁRIA NÃO PROVOQUE DESEQUILÍBRIOS NO BALANÇO DE PAGAMENTOS.  08/2008.

 REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO:

a) A eficácia da política monetária depende em grande medida da sua CREDIBILIDADE;

b) Uma COMUNICAÇÃO eficaz e o compromisso com a TRANSPARÊNCIA são fundamentais;

c) A coordenação das EXPECTATIVAS exige explicações racionais e consistentes por parte do BC;

d) O BC determina a taxa de juros de curtíssimo prazo (TAXA SELIC), mas a transmissão da política monetária se dá por meio das taxas de mercado em diferentes horizontes, que não são controladas pela autoridade monetária;

e) é possível ocorrer um descasamento entre a taxa Selic e as taxas de mercado, se os agentes antecipam mudanças da política monetária, ou em períodos de incerteza ou ainda em períodos em que a política monetária perde CREDIBILIDADE.

 

 


sexta-feira, 29 de julho de 2022

(1º artigo publicado na internet): MOEDA - REGIMES CAMBIAIS - INFLAÇÃO - DESENVOLVIMENTO - 10/1998.

 

(1º artigo publicado na internet): MOEDA - REGIMES CAMBIAIS - INFLAÇÃO - DESENVOLVIMENTO - 10/1998.


1) PADRÕES MONETÁRIOS:

1.1) METÁLICO: Ouro, prata. 

1.2) PAPEL MOEDA: CONVERSÍVEL - Moedas mundialmente aceitas como reserva de valor (poupança). NÃO CONVERSÍVEL - Moedas legais dos países.

1.3) ESCRITURAL: todas as formas de moeda, inclusive depósitos.

FUNÇÕES DA MOEDA:  

A política monetária (gerenciamento da moeda) deve ter como missão respeitar as funções da moeda:

a) RESERVA DE VALOR:  permite formação de mercados de poupanças, empréstimos e investimentos (a longo prazo), em consequência o desenvolvimento sustentado.

b) UNIDADE DE MEDIDA: permite ao mercado precificar o valor dos bens e serviços, facilitando negócios e o desenvolvimento.  

c) MEIO DE PAGAMENTO (instrumento de troca): facilita negociações permitindo que se formem mercados e em consequência ocorra o desenvolvimento.

 

2) REGIMES CAMBIAIS – TIPOS DE TAXAS DE CÂMBIO

2.1) FIXA: Valor fixo pelo qual o Banco Central compromete-se a comprar ou vender moedas conversíveis.

2.2) VARIÁVEL (FLUTUANTE): O Banco Central permite que a taxa de câmbio oscile de acordo com as forças de mercado, só comprando e vendendo moeda por necessidade (dar ou retirar liquidez).

2.3) CONTROLADA: O Banco Central deixa a taxa de câmbio flutuar de acordo com as forças de mercado intervindo quando necessário ou dando suporte a objetivos.

2.4) MÚLTIPLA (MISTA): O Banco Central fixa várias taxas de câmbio. Uma para compra de petróleo, outra para negócios financeiros, outra para importações e exportações etc. É utilizada apenas para ocasiões muito específicas e especiais, devendo durar o mínimo tempo possível.

 

3)  VARIÁVEIS ECONÔMICAS - AGENTES ECONÔMICOS - TEMPO DE REAÇÃO DO MERCADO - EXPECTATIVAS 

O estudo da economia é complexo devido ser uma ciência dinâmica (os efeitos das ações variam no tempo e geograficamente, podendo ocorrer imediatamente ou após um certo período e ter duração variável), com inúmeras variáveis (quase todas influenciando-se), com reações racionais e psicológicas (emocionais) por parte dos agentes econômicos. Alarmar os agentes econômicos é mais fácil do que torná-los otimistas e racionais. Expectativas racionais de mercado influenciam possíveis cenários econômicos (previsíveis pela teoria econômica, mas sofrem influências emocionais - confiança nas instituições e nas autoridades aumentam a segurança e a previsibilidade facilitando o crescimento).

Expectativas do mercado: positivas, negativas, neutras, racionais, emocionais, crise de confiança. 

 

VARIÁVEIS ECONÔMICAS (algumas):

MOEDA, FATORES DE PRODUÇÃO (ATIVOS), PRODUTO (PIB), RENDA (S + L + J + A), AGENTES, Juros = i, Rec. Naturais, C = Consumo, Salários (renda. do trabalho), Trabalhadores, autônomos, Poupança = S, Capital acumulado, I = Investimento, Lucros,

Empresários, Inflação, Trabalho (PIA e PEA), E = Exportação, Juros, Poupadores, investidores.

Deflação, Tecnologia, M = Importação, Alugueis, Capitalistas, Câmbio, Rec. = Recebimentos do exterior, M (quantidade de moeda), Rem. = Remessas para o exterior.

 

3.1) O = Oferta global de produtos e serviços. D = Demanda global idem. 

3.1.A) OMC = Oferta de moeda conversível; DMC = Demanda de moeda conversível;

3.2) E = Exportações;

3.3) M = Importações;

3.4) CI = Consumo Interno;

3.5) CE = Consumo Externo (demanda interna de outros países, resto do mundo);

3.6) II = Investimento Interno oriundo de poupança interna;

3.7) IIE = Investimento Interno oriundo de poupança externa, resto do mundo;

3.8) Rex = Remessa (Rem.) ou Recebimento (Rec.) de Divisas para ou do Exterior;

3.9) S = Massa de Salários (rendimentos do trabalho, de trabalhadores, de funcionários públicos e de autônomos);

3.10) L = Massa de Lucros (rendimentos dos empreendedores, indústrias, comércio, serviços, bancos etc.);

3.11) J = Massa de Juros (rendimentos do capital, pessoas físicas, pessoas jurídicas, bancos etc.);

3.12) A = Massa de Aluguéis (rendimentos do capital);

3.13) GC = Gastos do Governo com consumo (produtivos, improdutivos, atividades meias, atividades fim, custeio);

3.14) GI = Gastos do Governo com investimentos;

3.15) PIB = Produto Interno Bruto = Y = C + I + G + E - M, onde C = CI, I = II + IIE e G = GC + GI;

3.16) PNB = Produto Nacional Bruto = C + I + G + E - M + Rec. - Rem.;

OBS: Não são incluídos no cálculo do PNB os pagamentos de transferências e de rendas que não resultem das atividades produtivas, como aposentadorias, pensões e juros da dívida pública.  

3.17) RNB = Renda Nacional Bruta = S + L + J + A;

3.17A) DNB = Despesa Nacional Bruta = Valor total das despesas para uso final (vendas diretas aos consumidores).

3.17B) Identidade básica entre Produto, Renda e Despesa. PNB = RNB = DNB.

3.18) INF = Inflação;

3.19) NGP = Nível Geral de Preços (uma das medidas da inflação);

3.20) BP = Balanço de Pagamentos;

3.21 SBC = Saldo do Balanço Comercial (E – M);

3.22) SBS = Saldo do Balanço de Serviços (juros, lucros, seguros, viagens, transportes etc.);

3.23) TU = Transferências Unilaterais (recebimentos ou remessas de divisas sem contrapartida);

3.24) STC = Saldo em Transações Correntes = SBC + - SBS + - TU;

3.25) CC = Conta de Capital (Investimentos diretos, empréstimos e financiamentos, inclusive de exportações e importações, amortizações, movimento de capitais de curto prazo etc.);

3.26) SBP = Saldo do Balanço de Pagamentos = STC + -   CC;

3.27) RES = Reservas (moedas conversíveis, ouro, créditos externos etc.);

3.28) NGE = Nível Geral de Empregos;

3.29) EAE = EXPECTATIVAS DOS AGENTES ECONÔMICOS: positivas, negativas, neutras, racionais, emocionais, crise de confiança. As expectativas são influenciadas pela qualidade das informações e credibilidade das autoridades monetárias e políticas. 

3.30) TRAE = TEMPO DE REAÇÃO DOS AGENTES ECONÔMICOS (varia no tempo e geograficamente);

3.31) i = TAXA DE JURO: (nominal, real, natural, de equilíbrio, neutra, de mercado, interna, básica, redesconto, externa, para consumo de produtos duráveis e para não duráveis, para investimentos, para aplicadores, para tomadores). EM AMBIENTES QUE TRANSMITAM SEGURANÇA (CONFIANÇA) AS TAXAS DE JUROS SÃO MAIS BAIXAS (OS POUPADORES E OS INVESTIDORES PREFEREM ESTES AMBIENTES). A taxa de juro deve ser a menor possível, mas sem afetar a estabilidade monetária, preservando a função de RESERVA DE VALOR da moeda.

3.32) FUNDAMENTOS ECONÔMICOS = Pensamentos econômicos expressos através de teorias ou modelos econômicos (estuda influências entre as variáveis econômicas). Diz-se que os fundamentos econômicos estão corretos quando estão de acordo com as teorias econômicas aceitas (passam segurança para os agentes).

GASTOS PÚBLICOS - G -

Considerando um acréscimo G1 no PIB, teremos: PIB = C + I + G + G1 + E - M, onde G1 pode ser destinado a:

a) despesas de custeio ou investimentos com emissão de moeda;

b) despesas de custeio ou investimentos com emissão de títulos públicos;

c) investimentos com emissão de títulos públicos;

d) investimentos com emissão de moedas.

Os reflexos na economia serão diferentes em cada caso, inclusive condicionados à existência ou não de capacidade instalada ociosa, fatores de produção não utilizados ou evolução tecnológica que permita ganhos de produtividade. 

A boa ou má QUALIDADE do GASTO PÚBLICO - G - (necessários, desnecessários, produtivos, improdutivos, meio ou fim, benéficos, maléficos, honestos ou desonestos), é fator condicionante do crescimento e do desenvolvimento econômico e social (qualidade de vida). Neste sentido podemos afirmar que o subdesenvolvimento (a pobreza) é consequência da má qualidade da gestão dos gastos públicos.

3.33) FATORES DE PRODUÇÃO - Recursos naturais, Trabalho, Capital, Tecnologia.

Agentes econômicos (alguns):

1)  Consumidores (tomadores de empréstimos).

2)  Investidores (tomadores de empréstimos).

3)  Poupadores internos e externos (aplicadores de moedas).

4)  Trabalhadores: serviços públicos (federal, estadual e municipal), iniciativa privada, autônomos, domésticos, especializados etc.

5)  Empreendedores em atividades produtivas de materiais e serviços e Bancos (empresários ou indivíduos).

6)  Locadores (capitalistas).

7)  Exportadores.

8)  Importadores.

9)  Externos (consumidores, investidores, fornecedores, capitalistas etc.).

10)  AGENTES DE INFLUÊNCIA INDIRETA NA ECONOMIA:

JUDICIÁRIO (ação e credibilidade influenciam expectativas e crescimento econômico).

LEGISLATIVO (ação e credibilidade influenciam expectativas e crescimento econômico).

IMPRENSA (ação influencia expectativas).

EXECUTIVO - FUNC. PÚBLICOS (qualidade operacional da máquina pública influencia na credibilidade e no tempo de reação dos agentes econômicos).

11)  Contribuintes.

 

4) SUPERÁVITS OU DÉFICITS NO SALDO DE TRANSAÇÕES CORRENTES (STC) DO BALANÇO DE PAGAMENTOS:

4.1) MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA DÉFICITS:

a)  Desvalorização cambial (TEM COMO EFEITO A REDUÇÃO DO PODER DE COMPRA E DA QUALIDADE DE VIDA DOS NACIONAIS);

b)  Redução do consumo interno (aumento da taxa básica de juro, de tributos, de depósitos compulsórios etc.);

c)  Barreiras tarifárias;

d)  Subsídios às exportações;

e)  Atração de capital externo com aumento da taxa interna de juro;

f)  Controle de saída de divisas para o exterior (lucros, investimentos, remessas etc.).

4.2) SUPERÁVITS - Aumentam reservas permitindo investimentos no exterior.

4.3) SUPERÁVIT ARTIFICIAL- Se conseguido através de barreiras às importações, com taxa de câmbio artificialmente valorizada, provoca preços internos artificiais e valorização dos ativos (neste sentido valoriza empresas do estado a serem vendidas). Se conseguido através de aumento da taxa básica de juro provoca redução de consumo interno, de investimentos e do PIB (deve ser medida transitória).

4.4) DÉFICITS - Tem por limite as reservas ou crédito do país no exterior.

4.5) DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL (EFEITOS) -

a)  Desvaloriza ativos do país (desvaloriza empresas a serem vendidas);

b)  Provoca aumentos dos preços, internamente, dos produtos e insumos importados e exportados. Reduz poder de compra e qualidade de vida do povo, privilegia empresas exportadoras. As competitivas com mais lucros, as não competitivas com sobrevivência artificial (quando expostas à concorrência não sobrevivem);

c)  Aumenta exportações;

d)  Se eliminado o déficit fiscal interno, permite redução de taxas de juros sem provocar inflação.

5) TAXA DE CÂMBIO IDEAL (FLUTUANTE)-

É a que permite o superávit necessário (o menor possível).

É a que permite o déficit necessário (o menor possível).

5.1) O EFEITO DAS IMPORTAÇÕES NO PIB.

Se PIB = C + I + G + E – M, teremos: PIB = (C = 40 + I = 20 + G = 35 + E = 10 – M = 0) = 105.

ACRESCENTANDO IMPORTAÇÕES M = 7, TEREMOS (no caso faremos M = Bens de Consumo = 2; Bens de Capital = 5): PIB = C passa de 40 para 42; o I passa de 20 para 25; G e E permanecem inalterados, portanto, PIB = 42 + 25 + 35 + 10 - 7 = 105.  Como queríamos demonstrar (cqd).

Escrevo mais ainda: parte das importações são matérias primas que farão parte de produtos exportados (exemplo, automóveis).  Os Bens de Capital importados farão a produção aumentar e melhorar a produtividade, portanto, podemos concluir que as importações de Bens de Capital aumentam o PIB.

6) FUNDAMENTOS ECONÔMICOS (Teorias Econômicas) -

Devem ser estudados sob as óticas:

a)  De países desenvolvidos (exportadores de capitais);

b)  De países em desenvolvimento (importadores de capitais);

c)  De país emissor de moeda conversível (USA etc.);

d)  De país não emissor de moeda conversível;

e)  De todos os agentes econômicos.

 

6.1) TAXAS DE JUROS (país não emissor de moeda reserva ou conversível):

Uma taxa de juro muito baixa ou negativa pode provocar fuga das poupanças internas para moedas conversíveis, mais confiáveis, tendo como efeito desvalorização da moeda pátria (redução do poder de compra) e mais inflação.  A taxa de juro muito alta pode provocar atração de poupanças (capitais) externas, valorizando a moeda pátria (aumenta o poder de compra), aumentando importações (apesar da redução da demanda) reduzindo preços dos produtos influenciados e consequentemente a inflação (além da redução da demanda).  A longo prazo compromete o Balanço de Pagamentos. A Taxa de Juro Básica (influencia a taxa de mercado de lp) deve ser o mais próxima possível da Taxa de Juro Natural (ou de equilíbrio), procurando o equilíbrio da economia. Taxas de juros reais negativas podem provocar expectativas negativas e inseguranças quanto ao futuro (ocorre fuga da moeda para outros ativos que não moeda e bolhas podem se formar). O Banco Central tem poder sobre a taxa básica (variável controlável), influencia as taxas de mercado, mas não consegue fixá-las.

 

7)  INFLAÇÃO – Ocorre inflação quando acontece aumento generalizado e contínuo dos preços dos bens e serviços (o nível geral dos preços). INFLAÇÃO É EXPANSÃO MONETÁRIA SUPERIOR À CAPACIDADE DE CRESCIMENTO (PIB potencial) que provoca o efeito de alta generalizada dos preços. 

INÉRCIA INFLACIONÁRIA - A inflação presente e futura é efeito (função) da causa indexação passada. Aumentos dos preços provocados por contratos com cláusulas de correção por índices de preços, por decisões judiciais, por memória inflacionária e por aumentos de salários (consumidores consideram normal os aumentos dos preços). A correção monetária (indexação) alimenta a inflação indefinidamente (vira uma espiral inflacionária). 

CONTAMINAÇÃO, PREÇOS RELATIVOS - Aumento do preço de um produto com influência sobre os custos de outras mercadorias e serviços (petróleo, insumos, produtos oligopolizados), podem CONTAMINAR o nível geral de preços (ao invés de apenas os preços relativos) se a política monetária não for eficaz (expectativa dos agentes econômicos formadores de preços).

AMBIENTES - A eficiência ou deficiência estrutural (física, legislação, judiciário) pode fazer os preços serem maiores em um ambiente do que em outro.

7.1) CAUSAS:

a)  Aumento dos meios de pagamentos e das atividades econômicas sem contrapartida de aumento da produção, PIB (demanda sobe em desarmonia com oferta).  Existindo capacidade instalada ociosa, estoques, fatores de produção não utilizados ou evolução tecnológica que permita aumento de produção (produtividade), o aumento dos meios de pagamentos pode provocar aumento do PIB sem ocorrer inflação. Os monetaristas (e liberais) aconselham que a moeda deve ter um crescimento conhecido e ter por limite o crescimento do PIB.

b)  A melhoria da distribuição da renda aumenta o consumo (nível de atividades) e pode causar inflação (se não ocorrer aumento de produção).

c)  Taxas de juros de mercado menor que a natural, ou taxa básica menor do que a de equilíbrio, ou neutra (eleva a demanda e os preços).

d)  Emissão de moedas para fazer face a gastos improdutivos e desnecessários (aumenta meios de pagamento e demanda).

e)  Entrada de divisas estrangeiras com conversão para moeda local.

f)  Aumento da procura global sem aumento da oferta global.

g)  Necessidade de aumentar as exportações para fazer face a pagamentos de dívidas externas (reduz oferta).

h)  Desvalorização da moeda para aumentar as exportações (aumenta, internamente, os preços de produtos e de insumos importados e exportados).

i) FATORES DE PRODUÇÃO (pleno emprego) - Não existindo pleno emprego dos fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais, tecnologia), o aumento dos gastos do governo (G) e dos meios de pagamentos, direcionados a investimentos eficazes e de maturação de médio prazo, não provocam inflação, podendo ser uma medida benéfica e de estímulo à economia (estimula a procura global, os investimentos e a produção). 

j) EFEITO ENRIQUECIMENTO - Expectativas positivas e segurança quanto ao futuro podem aumentar o consumo provocando aumentos de preços, caso inexista aumento de produção (a percepção de aumento de renda pessoal, provocada por valorizações de ativos etc., provoca sensação de segurança e aumento de consumo).

k) EFEITO EMPOBRECIMENTO - Expectativas negativas, provocadas por desvalorizações de ativos (poupanças, bolsas, imóveis etc., provoca percepção de empobrecimento), e por taxas de juros reais negativas (queda da renda de poupadores, de fundos de pensões etc.), provocam insegurança quanto ao futuro e podem induzir a redução de consumo e a queda de preços (paradoxo).

l) DESARMONIA ENTRE AS POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA (incluso a cambial) - Déficits públicos (política fiscal) puxam as taxas de juro de mercado para cima e exigem maior taxa básica por parte da política monetária (um puxa para um lado, o outro, para outro), influenciam negativamente as expectativas. 

7.2) CONSEQÜÊNCIAS:

a) Transferência de renda entre agentes econômicos (normalmente ganham as atividades meio e as com melhores informações). Perdem os salários e poupadores menos informados.

b) Desequilíbrios nos preços relativos.

e) Aumento da corrupção (orçamentos e auditorias ficam quase impossíveis, preços desconhecidos etc.).

f) Qualidade dos gastos do governo cai, provocando mais inflação.

g) Aumenta renda das atividades improdutivas (consomem, mas não produzem), provocando mais inflação.

h) Fuga de capitais para o exterior.

7.3) EQUILÍBRIO ECONÔMICO:

Oferta e procura agregadas em um mesmo nível.

a)  Procura maior que oferta - Medidas para buscar o equilíbrio:

a.1) Reduzir a demanda interna através do aumento de impostos e da taxa básica de juros (principal e necessária medida).

a.2) Dificultar empréstimos para forçar desova de estoques. Aumentar depósito compulsório dos bancos.

a.3) Reduzir gastos do governo.

a.4) Reduzir exportações. Aumentar importações.

a.5) Aumentar produção interna estimulando a utilização da capacidade instalada e dos fatores de produção existentes.

 

b)  Oferta maior que procura - Medidas para buscar o equilíbrio (expansão dos mercados, crescimento):

b.1) Aumentar o consumo através da redução da taxa básica de juro. Fazer a taxa BÁSICA menor do que a taxa neutra, por um breve período. 

b.2) Facilitar empréstimos para aumentar o consumo e investimentos.

b.3) Aumentar gastos do governo em atividades produtivas.

b.4) Aumentar exportações - Reduzir importações.

b.5) Reduzir impostos para consumidores e depósitos compulsórios dos bancos.

b.6) Melhorar distribuição da renda através de aumentos das aposentadorias e dos salários de menores valores.

b.7) A taxa de juro real para os poupadores (natural x de mercado) não deve trazer intranquilidade quanto a preservação (reserva de valor), garantia quanto ao futuro (aposentadorias), pois isso induzirá ao medo de gastar (efeito empobrecimento).  

 

8) CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (AMBIENTES)-

O crescimento e o desenvolvimento econômico ocorrem melhor em AMBIENTES onde:

a) POUPANÇAS E OS INVESTIMENTOS - são respeitados e estimulados;  

b) TAXA DE JURO (BÁSICA) - seja a menor possível, sem desestabilizar a MOEDA e preservando sua função de RESERVA DE VALOR;

c) GASTOS IMPRODUTIVOS DO GOVERNO - são o menor possível (privilegiar as atividades fins em relação às atividades meio);

d) JUDICIÁRIO - é eficiente (tem credibilidade por parte dos agentes econômicos) e eficaz (ágil e correto);

e) SISTEMA DE ENSINO - atende a toda a população;

f) SISTEMA PREVIDENCIÁRIO - estimula a formação de poupança e não permite privilégios;

g) CONTAS PÚBLICAS - exista transparência com publicações de balancetes mensais analíticos;

h) LEGISLATIVO - seja eleito democraticamente;

i) EMPREENDEDORES - sejam estimulados;

j) CAPITAL X TRABALHO - (relação) - coexista em ambiente de respeito a direitos pactuados;

k) PRODUTIVIDADE - é estimulada;

l) FATOR DE PRODUÇÃO TECNOLOGIA - existam estímulos para os investimentos que objetivem ganhos de PRODUTIVIDADE E INOVAÇÃO;  

m)  DISTRIBUIÇÃO DE RENDA - exista legislação que promova e proteja uma justa DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.

Um bom resumo seria: o respeito à propriedade privada; aos contratos juridicamente perfeitos; à estabilidade das regras do jogo (que devem ser o mais simples possível.).

 

9) RELAÇÃO ENTRE POLÍTICA MONETÁRIA E POLÍTICA FISCAL: A Política Monetária (executada pelo BC) deve ser harmônica com a Política Fiscal (executada pelo executivo), pois uma complementa a outra.  

a) estando a economia em depressão (queda de preços e redução das atividades econômicas) é recomendável que o executivo aumente os Gastos Públicos e o BC reduza a Taxa Básica de Juro (um pouco abaixo da de equilíbrio) e não permita que a liquidez caia;

b) estando a economia com inflação é recomendável que o BC aumente a Taxa Básica de Juro para um nível um pouco acima da taxa de equilíbrio (a menor taxa possível);

c) países em desenvolvimento, onde a infraestrutura e os serviços básicos são ainda deficientes, é aceitável, como medida benéfica, que antecipa o bem-estar da população, um déficit público até o nível do crescimento do PIB.  

Marco Aurélio garcia - 10/98.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

OS PREÇOS INTERNOS DE DERIVADOS DE PETRÓLEO (PETROBRAS E IMPORTADORAS).

 

OS PREÇOS INTERNOS DE DERIVADOS DE PETRÓLEO (PETROBRAS E IMPORTADORAS).

A PETROBRAS QUE FOI ROUBADA (PETROLÃO) E ESTAVA QUEBRADA NOS GOVERNOS DO PT (LULA E DILMA), AGORA COM ADMINSTRAÇÕES EFICAZES PASSOU A DAR LUCRO (ela desenvolveu uma governança corporativa e de preços robusta, sólida e preventiva contra demagogias políticas).  ISTO É POSITIVO. ALÉM DA BOA GESTÃO AFETOU O LUCRO A PRODUÇÃO CRESCENTE DOS POÇOS DE PETRÓLEO E EXPORTAÇÕES (os preços internacionais subiram muito).

SOBRE OS PREÇOS INTERNOS DE DERIVADOS DE PETRÓLEO: IMPORTAMOS PETRÓLEO ADEQUADOS ÀS NOSSAS REFINARIAS. IMPORTAMOS DERIVADOS POIS NOSSA PRODUÇÃO INTERNA AINDA É INSUFICIENTE (inadequação de nossas refinarias ao petróleo produzido no Brasil). AS IMPORTAÇÕES SÃO LIVRES, PORTANTO, UM TETO PARA OS PREÇOS DA PETROBRAS. NOSSOS PREÇOS INTERNOS SÃO INFLADOS POR ICMS MUITO ALTO. TAXA BÁSICA (SELIC) ABAIXO DA ADEQUADA FAZ O DÓLAR SUBIR (e isto influencia os preços das importações). SE A PETROBRAS VENDER COM PREÇOS INTERNOS ABAIXO DOS EXTERNOS AS EMPRESAS QUE IMPORTAM PARARÃO DE IMPORTAR E FALTARÁ PRODUTOS (será semelhante ao que a Argentina fez). NO LONGO PRAZO TEREMOS UMA GRAVE CRISE POIS FALTARÁ INVESTIMENTOS E O SEGMENTO EXIGE INVESTIMENTOS CONTÍNUOS. 

O RESTO É DEMAGOGIA. ABAIXEM O ICMS (coloquem um teto).

ADEQUAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA DOS USA E INFLUÊNCIA NO BRASIL.

 

ADEQUAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA DOS USA E INFLUÊNCIA NO BRASIL.

UMA DIFERENÇA ENTRE A POLÍTICA MONETÁRIA DE PAÍS EMISSOR DE MOEDA CONVERSÍVEL (e aceita como reserva mundial) E MOEDAS DE PAÍSES NÃO EMISSORES DE MOEDAS CONVERSÍVEIS.

Quando a taxa básica de um país não emissor de moeda conversível (nem aceita como reserva mundial) fica abaixo da adequada ela se desvaloriza em relação a moeda reserva mundial (real x dólar e euro) e isto aumenta a inflação que já estava ocorrendo. Quando o país corrige a taxa básica a sua moeda se valoriza em relação ao dólar e ajuda a reduzir a inflação e aumenta os preços para os importadores de seus produtos. O inverso acontece quando os USA aumenta a sua taxa básica, o dólar se valoriza em relação às moedas de países não emissores de moeda conversível e isto reduz os preços de muitos produtos importados. Outro fato que acontece é: se os USA fixa sua taxa básica abaixo da adequada e, por exemplo, o Brasil sobe sua taxa básica para adequada, ocorre um aumento do fluxo cambial para o Brasil. Se os USA aumenta sua taxa básica o inverso pode ocorrer. Outra observação que favorece os países emissores de moedas aceitas como reserva mundial, é aversão ao risco. Sempre que acontece uma crise os agentes procuram refúgio nas moedas reservas mundiais e títulos destes países (motivo de suas taxas de juros caírem nas crises, o inverso do que acontece para os países não emissores de moedas reservas). E acontece fuga de capitais e aumento de juros para os países não emissores de moedas plenamente conversíveis.      

REGRA GERAL DE POLÍTICA MONETÁRIA: Quando se adequa a taxa básica para harmonizar a velocidade de crescimento da demanda à capacidade de crescimento da oferta não se está precipitando uma recessão, mas harmonizando a demanda e a oferta ao possível. 09/05/2022. 


 

sábado, 16 de abril de 2022

RACIONALIDADE (métodos racionais para potencializar o pensamento. O entendimento das coisas).

 

RACIONALIDADE (métodos racionais para potencializar o pensamento. O entendimento das coisas).

RACIONALIDADE: estudo para entender e explicar a razão das coisas. Deve ser baseado em dados e fatos, na busca das causas dos efeitos de um acontecimento e dos efeitos das causas. Deve-se utilizar um dos métodos existentes de análise. Dividir o assunto a ser analisado em partes lógicas é um deles. Estratificar os pontos importantes.  

 

MÉTODOS DE ANÁLISE RACIONAL:

1) - ASSUNTOS CONTRADITÓRIOS

       Siga o roteiro de estudo e análise:

       1) TESE; 2) ANTÍTESE; 3) SÍNTESE; 4) CONCLUSÃO (JULGAMENTO).                                   

            Conclusão (Julgamento) - É a atividade superior do pensamento (inteligência).  

2) - ÓTICA DOS INTERESSADOS

       Escute, estude e analise sob a ótica de todos os interessados (no mínimo 4 óticas). Quem não escuta o argumento dos outros, não analisa (raciocina) com clareza.

3) - DIVIDA EM PARTES (MÓDULOS)

      Divida os assuntos em tantas partes quantas conseguir titular. Inicie pelas partes mais simples.

4) - PONTOS POSITIVOS - PONTOS NEGATIVOS - CONCLUSÃO

      Estude o assunto relacionando os pontos positivos e os negativos. Analise, julgue e conclua.

5) - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (EFEITOS)

       Ao estudar um acontecimento (efeito), procure suas causas (materiais, sociais, psicológicas, organizacionais, recursos humanos, meio ambiente etc.).

6) - COMPARAÇÃO

       O método de análise através da comparação exige que se defina e se fixe uma BASE. As variáveis são comparadas com a base fixada (Índices, divisores e multiplicadores são ferramentas do método da comparação).

7) - REDAÇÃO CLARA - RACIOCÍNIO CLARO

       Para conseguir uma redação clara, é necessário um raciocínio claro. Defina para quem está escrevendo.     Portanto, treine redigir com clareza e síntese (utilize o método de dividir em partes titulando e raciocinando sob a ótica de todos os possíveis leitores). Quem não escreve com clareza, não raciocina com clareza.

8) - ARQUIVO SINTÉTICO SISTEMATIZADO DE CONHECIMENTOS BIBLIOGRÁFICOS.

       O ensino superior nada mais é do que o ensino do conhecimento bibliográfico. Portanto, arquive tudo que poderá precisar no futuro, utilizando índices, resumos, livros marcados etc.

9) - CONCEITOS

       9.1 - Gerenciar - Capacidade de bem julgar, decidir e agir ou provocar ação no tempo correto.

       9.2 - Informação - Dado organizado logicamente.

       9.3 - Dado, Informação, Raciocínio (processamento), Julgamento, Decisão, Ação.

       9.4 - Ação - No tempo correto é a atividade gerencial superior.

       9.5 - Ação, Omissão de Ação - Estude antecipadamente as consequências

               e os efeitos das Ações ou Omissão de Ações (reações).

10) 5 W 2 H. Lista de identificação de dados importantes e necessários para uma análise.

What (o que), Who (quem), Where (onde), When (quando), Why (por que), How (como), How Much (quanto custa).

11) DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS. Divide em partes tituladas.

12) GRÁFICO DE PARETO (gráfico de análise). Divide em partes (estratifica um problema) titulando e quantificando. Permite evidenciar os problemas por ordem (quantidade e valor. Importância). É um dos métodos mais potentes de análise.    

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AÇÃO (CAUSA) E EFEITOS: ANÁLISE.

A ANÁLISE DOS EFEITOS DE UMA AÇÃO (CAUSA) DEVE BASEAR-SE EM ESTUDO DE DADOS, FATOS E CONHECIMENTOS ACUMULADOS.
OS EFEITOS DEVEM SER ESTRATIFICADOS EM:
a) PROVÁVEIS;
b) POSSÍVEIS;
c) IMPROVÁVEIS;
d)TEMPO DE INÍCIO (interregno entre a ação e o início dos efeitos);
e) TEMPO PROVÁVEL DE DURAÇÃO.

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