sexta-feira, 12 de abril de 2013

SELIC - IPCA (demagogia ou erro?).


 SELIC - IPCA
Mês
2011
SELIC
2012
SELIC
2013
SELIC
Jan.
0,83
11,25
0,56
10,50
0,86
7,25
Fev.
0,80
11,25
0,45
10,50
0,60
7,25
Mar.
0,79
11,75
0,21
9,75
0,47
7,25
Abr.
0,77
12,0
0,64
9,0


Mai.
0,47
12,0
0,36
8,50


Jun.
0,15
12,25
0,08
8,50


Jul.
0,16
12,50
0,43
8,0


Ago.
0,37
12,0
0,41
7,5


Set.
0,53
12,0
0,57
7,5


Out.
0,43
11,50
0,59
7,25


Nov.
0,52
11,50
0,60
7,25


Dez.
0,50
11,0
0,79
7,25


Ano
6,50
X
5,84
X
1,94

Depois que a Selic caiu para 8,0% o IPCA sempre foi superior ao do mesmo mês do ano anterior (o que prova o excesso da queda e atraso na subida). Em amarelo IPCA abaixo da meta, em laranja acima do mesmo mês do ano anterior.  São 9 meses seguidos com IPCA acima do mesmo mês do ano anterior.  MAG 04/2013.

domingo, 7 de abril de 2013

GASTOS PÚBLICOS (qualidade) E CRESCIMENTO CONSISTENTE E SUSTENTADO. LIBERAIS MONETARISTAS X KEYNESIANOS.


GASTOS PÚBLICOS (qualidade) E CRESCIMENTO CONSISTENTE E SUSTENTADO.
LIBERAIS MONETARISTAS X KEYNESIANOS.

POLÍTICA FISCAL:
Os gastos públicos podem ser estratificados em relação à sua qualidade em:
      a)    produtivos e improdutivos;
      b)    necessários e desnecessários;
      c)    benéficos e maléficos.
Neste texto vamos tratar dos gastos públicos com:
       a)    com Consumo produtivo e improdutivo;
       b)    com Investimento produtivo e improdutivo.
Chamo a atenção que um gasto (consumo ou investimento) pode ser produtivo e desnecessário.
Gastos com Consumo improdutivo e com parcela alta em relação ao produtivo pode, para os liberais, afetar negativamente o crescimento econômico sustentado (para os keynesianos provoca crescimento). O mesmo raciocínio é válido para os Investimentos. Os liberais defendem o princípio de que a qualidade dos investimentos (produtivos e improdutivos) e sua participação na Renda Nacional são fundamentais para o crescimento econômico consistente e sustentado.

     a)    Investimento improdutivo e desnecessário: uma ponte construída onde não tem estrada, túneis ferroviários sem ferrovia (ferrovia do aço em MG), estádio de futebol superdimensionado, duas escolas onde é necessária apenas uma; hidroelétrica ou rede elétrica desnecessária, usina atômica imperfeita ou proibida; etc.;

     b)    Investimento improdutivo e necessário: reforma ou construção de estádio de futebol, de escola, substituição de uma ponte velha por uma nova, financiamento de uma pesquisa que deu resultado negativo, etc.;

    c)    Investimento produtivo e necessário: todo aquele do qual resulta aumento de produção ou de produtividade;   

    d)    Gasto com consumo (ou investimento) improdutivo e desnecessário é o que, para os liberais, se em proporção alta em relação aos produtivos e necessários, pode provocar redução da riqueza nacional. Os keynesianos pensam o contrário, para eles todo gasto provoca crescimento.

A boa ou a má QUALIDADE do GASTO PÚBLICO - G -  (necessários, desnecessários, produtivos, improdutivos, meio ou fim, benéficos, maléficos, honestos ou desonestos), é fator condicionante do crescimento sustentado e do desenvolvimento econômico e social (qualidade de vida). Neste sentido podemos afirmar que o subdesenvolvimento (e a pobreza) é consequência da má qualidade na gestão dos gastos públicos.

 POLÍTICA MONETÁRIA:
Os monetaristas e os liberais consideram que a estabilidade monetária é condição necessária, mas não o suficiente, para o crescimento econômico consistente e sustentado.

CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO, MOEDA E INFLAÇÃO:

J. M. KEYNES: “Não existe meio mais sutil e mais seguro de subverter a base existente da sociedade do que pela desmoralização da moeda.” "Os regimes autoritários contemporâneos parecem resolver o problema do emprego à custa da eficiência e da liberdade."

LÊNIN: “A melhor maneira de destruir um sistema capitalista é destruir a sua moeda.”

ADAM SMITH (21 anos antes de publicar A Riqueza das Nações): “Para retirar um estado do mais baixo nível de pobreza e elevá-lo à riqueza bastam três coisas: a paz, impostos módicos e uma boa administração da justiça. O resto virá por consequência.”

MILTON FRIEDMAN - CÂMBIO: “A instabilidade das taxas de câmbio é um sintoma da instabilidade da estrutura econômica subjacente. A eliminação de tais sintomas pelo estabelecimento administrativo das taxas cambiais não corrige nenhuma das dificuldades subjacentes e só torna o ajustamento a elas ainda mais penoso.” Substituir a ordem natural, espontânea e complexa dos mercados (infinitos interesses pessoais) pelas limitações do planejamento centralizado, dirigido por burocratas de governos (totalitários e autocráticos, onde a corrupção é facilitada), é o caminho do empobrecimento. 

BANCO CENTRAL DO BRASIL – Missão: assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.   

Apesar dos que se dizem keynesianos (e desenvolvimentistas) defenderem a ideia de que um pouco mais de inflação faz desenvolvimento, podemos ver pelo acima que o grande pensador econômico era contra a inflação. Keynes também era a favor do câmbio flutuante (semelhante aos liberais e diferente dos nacional-desenvolvimentistas). Os modernos monetaristas defendem a teoria quantitativa (não confundir com a equação quantitativa que é uma simplificação, um reducionismo) como M. Friedman, ou seja: a quantidade de moeda deve crescer tendo por limite a capacidade de crescimento da economia (PIB potencial ou NAICU - Non-Accelerating Inflation Rate of Capacity Utilization: Taxa de utilização da capacidade instalada que não acelera a inflação -; e a NAIRU - Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment: taxa de desemprego que não acelera a inflação. 6%), sem oscilações grandes, para reduzir a volatilidade e aumentar a previsibilidade.      M. Friedman defendeu o controle da oferta monetária por considerar mais transparente e de mais fácil controle. A experiência demonstrou que K. Wicksell, que em 1906 defendeu a manipulação da taxa de juro ("o problema fundamental da ciência monetária" teria solução teórica e prática, bastando para isso a adequada manipulação da taxa de juro, "reduzindo-a quando os preços estivessem em baixa, e elevando-a quando se mostrassem em alta.)" como meio de controlar a liquidez e a inflação. Hoje a harmonia entre a política monetária (meta de inflação), a fiscal (responsabilidade fiscal) e a cambial (câmbio flutuante) é a corrente de pensamento dominante. Keynes defendeu a baixa da taxa de juro em qualquer circunstância conforme escreveu: “O remédio para o auge não é portanto a alta, mas a baixa da taxa de juros; porque aquela pode fazer perdurar o chamado auge. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar os auges e em manter assim uma semi depressão permanente, mas em evitar as depressões e manter deste modo um quase auge constante.  O resultado desta política aconselhada por Keynes levou as nações que a experimentaram à inflação e a seguir à estagflação. Outra diferença fundamental entre liberais e keynesianos é a política discricionária. Os liberais são a favor de normas que limitam o poder discricionário das autoridades  (monetárias e fiscais) e de normas que estabeleçam as regras do jogo (defesa da concorrência). Keynes era a favor da política com poder discricionário (menos regras limitando os poderes das autoridades). Bem diferente do que escrevem no Brasil. MAG 04/2013.

                                                                                                                                                                  

sexta-feira, 5 de abril de 2013

CHOQUE OU INFLAÇÃO DE OFERTA?


CHOQUE OU INFLAÇÃO DE OFERTA?

Considerando as definições:
a) inflação é o aumento generalizado e contínuo dos preços dos bens e serviços (o nível geral dos preços);
b) choque de oferta (indevidamente também chamada de inflação de custos ou de oferta) ocorre quando cai a quantidade de um ou mais produto (ou serviço), de significância, ocasionando aumento de seu preço, sem aumento da demanda. Este aumento de preço pode ser sazonal (quando os preços caem no futuro) ou permanente.  
Pela definição acima não podemos concordar com os termos de inflação de custos ou de oferta, pelos motivos:
a) se o choque de oferta (ou de custos) é sazonal os preços cairão mais à frente, não atendendo à definição de aumento generalizado e contínuo;
b) se é permanente ele veio para ganhar parte da renda nacional (aumento do preço relativo) não atendendo também a definição de generalizado e contínuo.  
Podemos então considerar que o aumento de preço por choque de oferta permanente não precisa ser combatido, pois ele afetará apenas o preço relativo do produto? NÃO E SIM. Se o nível geral de preço estiver controlado e não ascendente ocorrerá apenas mudanças nos preços relativos e não um processo de aumentos generalizados e contínuos. Se a conjuntura estiver com inflação ascendente (ou expectativas de) o aumento do preço do produto ou serviço irá contaminar os outros virando um processo inflacionário de controle mais difícil e custoso.
PALAVRAS DE DELFIM NETTO A RESPEITO DE INFLAÇÃO DE CUSTOS (entrevista dada ao jornal VALOR em 30/09/2005, caderno EU):
“O Dênio (Dênio Nogueira, primeiro presidente do Bacen) trouxe do governo Castelo Branco uma política monetária extremamente dura. Cheguei lá (quando assumiu o Ministério da Fazenda no governo Costa e Silva, em 1967), e começamos a INVENTAR UMA TEORIA, de que havia INFLAÇÃO DE CUSTOS, não de demanda. O Campos e o Dr. Bulhões (Roberto Campos e Otávio Gouvêa de Bulhões, ministros do planejamento e da fazenda do governo Castelo Branco) ficavam furiosos. Então, se era inflação de custos, vamos atacar custos. Claro que eu sabia que era um jogo  de palavras, porque se não tiver inflação de demanda a outra não se sustenta. Mas é permissível uma pequena manipulação." 
Resumindo: um choque de oferta ou de custos pode virar um processo inflacionário se a autoridade monetária for demagoga ou ignorante. É o caso atual: a) índice de difusão dos preços (contaminação), 75% com tendência de ir para 85%; b) vide tabelas abaixo (falam por si mesmas). Em vermelho acima da meta.

IPCA (ESTRATIFICADO) X SELIC  X DI 360. (META do IPCA 4,5% a.a, 0,36748% a.m).
MÊS
ANO
BENS
SERVIÇOS 23,35%
MONITORADOS 31,01%
IPCA
Meta 4,5%a.a
0,367485% a.m
SELIC  
DI 360
POL. MONET.
EXPANS.
CONTRAC.
NEUTRA
DURÁVEIS
peso 9,81%
SEMI DUR.
9,37%
NÃO DUR.
26,46%
MÊS
Acum.12
meses
MÊS
Acum.12
meses
MÊS
Acum.12 meses
MÊS
Acum.12
meses
MÊS
Acum.12 meses
MÊS

Acum.12 meses
DEZ./12
0,18
-3,48
0,90
4,98
1,20
8,55
0,98
8,75
0,33
3,65
0,79
5,84
7,25
7,14
CONTRAC.
JAN./13
0,86
-2,52
-0,35
4,47
2,34
10,64
0,92
8,61
-0,22
2,94
0,86
6,15
7,25
7,26
EXPANS.
FEV.
0,37
-2,03
0,54
5,26
1,41
12,22
1,30
8,66
-1,11
1,53
0,60
6,31
7,25
7,76
EXPANS.
MAR.












7,25
7,92
EXPANS.


IPCA - PREÇOS LIVRES, COMERC., NÃO COMERC., MONITORADOS
MÊS / ANO
PREÇOS LIVRES
GERAL
peso 68,99
PREÇOS LIVRES peso 68,99
MONITORADOS
peso 31,01

Comercializáveis
peso 32,81
Não Comercial.
peso 36,18
Mensal
12 meses
Mensal
12 meses
Mensal
12 meses
Mensal
12 meses
JAN./2011
0,79
7,17
0,43
6,61
1,10
7,65
0,94
3,24
DEZ./2011
0,63
6,63
0,51
4,41
0,73
8,59
0,19
6,20
JAN./2012
0,59
6,42
0,04
4,03
1,07
8,58
0,47
6,19
DEZ./2012
0,94
6,56
0,86
4,47
1,00
8,46
0,33
3,65
JAN./2013
1,20
7,20
1,03
5,54
1,35
8,69
-0,22
2,94
FEV./13
1,13
7,86
0,63
6,43
1,58
9,13
-1,11
1,53


IGPM - IPAM - IPCM -  IPA M (Ind. e Agric.)
DATA
IGPM
IPAM
IPCM
IPA DI até 12/08. Após M
Mês
12
meses
Mês
12
meses
Mês
12
meses
Prod. Ind.
Prod. Agric.
Mês
12 meses
Mês
12
meses
JAN./2012
0,25
4,53
-0,07
3,48
0,97
6,05
-0,49
3,67
1,10
2,98
DEZ./2012
0,68
7,82
0,73
8,63
0,73
5,79
0,46
5,03
1,40
18,80
JAN./2013
0,34
7,91
0,11
8,83
0,98
5,81
0,10
5,97
-0,62
16,78
FEV.
0,29
8,29
0,21
9,34
0,30
5,83
0,82
7,11
-1,31
15,59
MAR.
0,21
8,06
0,01
8,90
0,72
6,08
0,30
7,19
-0,70
13,67

MAG 04/2013.