terça-feira, 31 de julho de 2012

O COPOM ERROU?


O COPOM ERROU?
POSTAGEM PUBLICADA EM 18/01/2012
“O COPOM errou ao reduzir a taxa básica em 0,5%? Considerando que o COPOM vem reduzindo a taxa básica há 3 reuniões consecutivas, que a meta, mesmo com redução do crescimento mundial, vem sendo ultrapassada insistentemente, que no segundo semestre deste ano a inflação deverá subir, podemos considerar que no mínimo perdeu uma oportunidade de demonstrar seu compromisso com o poder de compra da moeda. Deixou passar a oportunidade de demonstrar seu compromisso com a moeda e ganhar confiança (essencial no regime de metas de inflação).”

De acordo com a tabela abaixo podemos considerar que errou:

ACUMULADOS 2012: ÍNDICES E META DE INFLAÇÃO
2012
ACUM.
ATÉ
META
IPC
IGP
INCC
10
IPP
IPA DI
IPCA
IPC 10
IPC M
IPC DI
IGP 10
IGP M
IGP DI
IPA M
Prod. ind.
Prod. agrop.
ABR.
1,4780
1,87
2,288
2,29
2,288
1,089
1,47
1,95
1,05
2,003
1,64
1,22
3,37
MAI.
1,8509
2,24
2,81
2,79
2,72
2,11
2,51
2,89
2,24
2,88
3,32
2,22
4,07
JUN.
2,2252
2,32
3,15
2,96
2,83
2,86
3,19
3,59
2,99
4,60 
4,53
3,10
5,10
JUL.
2,6283
2,76
3,34
3,22
3,06
3,84
4,57
5,16
4,85
5,48
x
4,11
10,68
OBS|: em vermelho acima da meta.
Com todos os acumulados de inflação acima da meta, considerando que as atividades no segundo semestre deverão aumentar, podendo influenciar os índices de inflação mais ainda, com o IPP (Índice de preços ao produtor) acumulado de jul. 103,5% acima da meta,  o risco de descontrole da inflação no segundo semestre é muito grande. O IPA M de jul. está 84,52% acima da meta (estes preços serão repassados aos IPCs). Todos sabem que não existe crescimento sustentado com descontrole da inflação, é demagogia (eleitoral). 
COMPARAÇÃO SELIC X DI 360 X IGPM X IPCA
Índices mensais anualizados
2012
IGPM
DI 360
SELIC
IPCA
i real
jan.12
3,04
9,55
C10,5
6,93
5,69
Fev.
-0,77
9,41
C10,5
5,53
8,11
Mar.
5,28
8,96
C9,75
2,55
2,65
Abr.
10,69
8,33
C9,0
7,96
-3,54
Mai.
12,95
7,93
C8,5
4,41
-5,36
Jun.
8,21
7,57
C8,5
0,96
-1,79
Jul.
 17,32
 P7,45
 C8,0
 5,2838
-10,77
SELIC MENOR DO QUE DI 360 = POL. MONET. EXPANSIONISTA (E), MAIOR = CONTRACIONISTA (C). O ambiente interno e o externo, a tendência da inflação, a conjuntura, as taxas de juros de mercado, as expectativas (positivas, neutras, negativas) é que definem que selic adotar. Selic inadequadamente baixa faz as expectativas de inflação subir. Taxas de juros negativas para os poupadores (aplicadores) provocam fuga da moeda como reserva de valor (ABRIL, MAIO, JUNHO E JULHO FORAM NEGATIVAS). Os agentes procuram ativos que não moeda (imóveis, etc.) podendo provocar bolhas e crises (dependendo do tempo). Com taxas de juro real ex-post negativas durante 4 meses seguidos, cair a selic novamente é demagogia eleitoral irresponsável. Isto afasta investimentos do país, amedronta a todos, torna o ambiente inseguro, volátil e dificulta planejamentos de longo prazo. As autoridades monetárias ficam desacreditadas (o pior que pode acontecer). O MF é fator de insegurança, não consegue passar credibilidade (é instável).


quarta-feira, 25 de julho de 2012

CRISE: CAUSA, IRRESPONSABILIDADE FISCAL, EFEITO, EMPOBRECIMENTO.


CRISE: CAUSA, IRRESPONSABILIDADE FISCAL, EFEITO, EMPOBRECIMENTO.  

Sendo a irresponsabilidade fiscal causa da crise, pode também ser uma indicação corretiva?  Considerando que a dívida pública deve ter como limite máximo 60% do PIB e que um déficit de 5%, em 10 anos acumula 62,88%, superando o teto fixado e que à medida que a dívida cresce crescem também os custos com os juros (outros gastos devem ser reduzidos para manter o déficit em 5%). A pergunta é: atingindo a dívida o teto de 60% do PIB, o déficit público deve ser zerado, continuar em um percentual menor, como 3%, ou maior, como 8%, para estimular o crescimento? A prática tem demonstrado que dívida pública acima de 60% do PIB, se continuar crescente, encontra dificuldades para rolagem e as taxas de juros sobem, podendo resultar em não pagamento. O não pagamento provoca prejuízos aos aplicadores, como os fundos de aposentadorias (e aposentados), às empresas (e assalariados), aos bancos (e clientes) e às pessoas em geral, podendo provocar crise sistêmica, neste caso reduzindo o poder de compra de todos (empobrecimento). O déficit público facilita a manutenção de gastos improdutivos (a maioria desnecessários e privilégios), insustentáveis no tempo.

Países que emitem sua própria moeda (não conversíveis e não aceitas como reserva pelo mundo) solucionam o problema de excesso de dívida fazendo inflação (criação inflacionária de moeda). É uma forma de perda de poder de compra de todos, semelhante à ocorrida com a redução do déficit público. É mais fácil de administrar do que o desgaste de reduzir vantagens, privilégios moralmente insustentáveis (de apadrinhados e de grupos de interesses) e gastos improdutivos.  

Os USA que emitem moeda conversível e reserva mundial podem conviver mais tempo com déficits público sem provocar inflação doméstica, já que sua moeda é entesourada também no exterior, não pressionando a demanda interna. O fato de o dólar ser aceito como meio de pagamento e reserva de valor pelo mundo permite que os USA tenham déficits externos quase infinitos, sustentando importações e a oferta. Entretanto os preços das commodities mundiais aumentam. Os ativos que não moeda (ações, imóveis, etc.) têm seus preços inflacionados acima do custo de vida, ocasionando as famosas bolhas (uma falsa sensação de riqueza) e as crises, quando ficam insustentáveis e estouram (queda dos preços dos ativos inflados). Os USA gozam do privilégio de nas crises, ao inverso dos países que não emitem moeda reserva, terem o custo dos juros para seus títulos reduzidos por efeito da aversão ao risco (seus títulos continuam um porto seguro em relação a outros ativos financeiros).   

A CRISE DO EURO: diferente das federações com vários estados, mas um orçamento fiscal federal unificado e um único sentimento de nacionalidade (USA, Brasil), as nações que adotaram o Euro têm cada uma seu orçamento fiscal e gerenciamento da dívida pública e de seus bancos independente (são nações independentes). Não podem criar moeda inflacionária para financiar seus déficits. Sempre que uma nação for socorrida com alguma vantagem as outras são prejudicadas. A manutenção dos déficits e da falsa sensação de riqueza (valorizações de ativos) não pode ser corrigida com inflação, os privilégios têm que ser cortados diretamente. A idade limite de aposentadorias nos países do Euro vai de 55 a 67 anos. O povo do país que adota 67 anos (Alemanha) não pode aceitar pacificamente financiar e privilegiar o país que adota 55. O Rei da Espanha deu o exemplo cortando um percentual de sua remuneração. Países com instituições fracas não conseguem cortar déficits e privilégios.    

RESUMINDO: manter déficit com criação inflacionária de moeda é fácil, mas leva à estagflação (inflação sem crescimento). Manter déficit sem criação inflacionária de moeda é impossível. A falsa riqueza obtida com os déficits ou com a criação inflacionária de moeda é insustentável no tempo. Todo ajuste referente a políticas fiscal ou monetária irresponsáveis ocasionarão algum sofrimento (a farra é insustentável no tempo.). 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

AGREGADOS FINANCEIROS X SELIC X PIB X INFLAÇÃO


AGREGADOS FINANCEIROS X SELIC X  PIB X INFLAÇÃO (atualizado até 07/2012)

OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO SISTEMA FINANCEIRO (BRASIL).

ANO
TOTAL
VAR. %
i real
PIB
IPCA
IGPM
META
12
meses
Ano
2007
936
x
x
1,706
5,4
4,46
7,75
4,5
2008
1228
31,14
31,14
0,174
5,1
5,9
9,81
4,5
2009
1414
15,22
15,22
9,624
-0,6
4,31
-1,72
4,5
2010
1705
20,57
20,57
-3,52
7,5
5,91
11,32
4,5
2011
2030
19,02
19,02
4,18
2,6
6,50
5,10
4,5
06/2012
2167
17,9
6,8
0,482
x
2,32
3,19
2,22
07/2012
x
x
x
-0,33
x
2,76
4,57
2,628
FONTE BCB e MAGECONOMIA. i real = CDI – IRRF – IGPM. Em vermelho acima da meta.
Data
M1
Meio
de pag.
M3
%
ano
M4
%  
ano
12/2010
281876
2549739
x
3040495
16,7
12/2011
285377
3030280
18,85
3550253
16,8
06/2012
263920
3282583
8,32
3838018
8,10
Fonte: Conjuntura. M2 = M1 + dep. Investimentos + poupança; M3 = M2 + fundos investimentos + operações compromissadas; M4 = M3 + títulos federais Selic.

COMPARAÇÃO SELIC X DI 360 X IGPM X IPCA
Índices mensais anualizados
2011
IGPM
DI 360
SELIC
IPCA
i real
jan./11
9,99
12,44
E11,25
10,43
-1,23
Fev.
12,68
12,62
E11,25
10,04
-4,01
Mar.
7,7
12,29
E11,75
9,90
1,40
Abr.
5,54
12,58
E12
9,64
2,08
Mai.
5,28
12,45
E12
5,79
4,31
Jun.
-2,18
12,65
E12,25
1,81
11,89
Jul.
-1,5
12,58
E12,5
1,94
11,37
Ago.
5,41
11,22
C12
4,53
5,11
Set.
8,08
10,39
C12
6,55
1,23
Out.
6,55
10,3
C11,5
5,28
2,11
Nov.
6,17
9,66
C11,5
6,42
2,28
Dez./11
-1,45
10,04
C11
6,17
10,56

COMPARAÇÃO SELIC X DI 360 X IGPM X IPCA
Índices mensais anualizados
2012
IGPM
DI 360
SELIC
IPCA
i real
jan.12
3,04
9,55
C10,5
6,93
5,69
Fev.
-0,77
9,41
C10,5
5,53
8,11
Mar.
5,28
8,96
C9,75
2,55
2,65
Abr.
10,69
8,33
C9,0
7,96
-3,54
Mai.
12,95
7,93
C8,5
4,41
-5,36
Jun.
8,21
7,57
C8,5
0,96
-1,79
Jul.
 17,32
 P7,45
 C8,0
5,2838
-10,77
SELIC MENOR DO QUE DI 360 = POL. MONET. EXPANSIONISTA (E), MAIOR = CONTRACIONISTA (C). O ambiente interno e externo, a tendência da inflação, a conjuntura, as taxas de juros de mercado, as expectativas (positivas, neutras, negativas) é que definem que selic adotar. Selic inadequadamente baixa faz as expectativas de inflação subir. Taxas de juros negativas para os poupadores provocam fuga da moeda como reserva de valor (ABRIL, MAIO, JUNHO E JULHO FORAM NEGATIVAS). Os agentes procuram ativos que não moeda (imóveis, etc.) podendo provocar bolhas e crises (dependendo do tempo). Com taxas de juro real ex-post negativas durante 4 meses seguidos, cair a selic novamente é demagogia eleitoral irresponsável. Isto afasta investimentos do país, amedronta a todos, torna o ambiente inseguro, volátil e dificulta planejamentos de longo prazo. As autoridades monetárias ficam desacreditadas (o pior que pode acontecer). O MF é fator de insegurança, não consegue passar credibilidade (é instável). .

ACUMULADOS 2012: EM VERMELHO ACIMA DA META.
ACUMULADOS 2012: ÍNDICES E META DE INFLAÇÃO
2012
ACUM.
ATÉ
META
IPC
IGP
INCC
10
IPP
IPA DI
IPCA
IPC 10
IPC M
IPC DI
IGP 10
IGP M
IGP DI
IPA M
Prod. ind.
Prod. agrop.
ABR.
1,4780
1,87
2,288
2,29
2,288
1,089
1,47
1,95
1,05
2,003
1,64
1,22
3,37
MAI.
1,8509
2,24
2,81
2,79
2,72
2,11
2,51
2,89
2,24
2,88
3,32
2,22
4,07
JUN.
2,2252
2,32
3,15
2,96
2,83
2,86
3,19
3,59
2,99
4,60 
4,53
3,10
5,10
JUL.
2,6283
2,76
3,34
3,22
3,06
3,84
4,57
5,16
4,85
5,48
x
4,11
10,68
OBS: em vermelho acima da meta.
Com todos os acumulados de inflação acima da meta, considerando que as atividades no segundo semestre deverão aumentar, podendo influenciar os índices de inflação mais ainda, com o IPP (Índice de preços ao produtor) acumulado de jul. 103,5% acima da meta,  o risco de descontrole da inflação no segundo semestre é muito grande. O IPA M de jul. está 84,52% acima da meta (estes preços serão repassados aos IPCs). Todos sabem que não existe crescimento sustentado com descontrole da inflação, é demagogia (eleitoral).