quinta-feira, 9 de agosto de 2012

PENSAMENTO MÁGICO E DEMAGOGIA NA ANÁLISE ECONÔMICA


PENSAMENTO MÁGICO E DEMAGOGIA NA ANÁLISE ECONÔMICA.

A análise econômica racional, baseada em dados e fatos, deve verificar as causas e os efeitos do fenômeno ou assunto estudado. O estudo da economia é complexo, são inúmeras variáveis, agentes e ambientes (doméstico, externo).  A idéia de equilíbrio presume o desequilíbrio. As leis econômicas são dinâmicas, sempre um processo em movimento, são CAUSAIS E TEMPORAIS, estudam fenômenos que se sucedem no tempo (e as antecipações). São também CONDICIONAIS, como todas as leis científicas (requisitos são condições necessárias). São complexas, o entendimento exige conhecimentos acumulados, quase sempre tem exceções. Os efeitos no curto prazo podem ser diferentes do longo prazo (os juros de cp podem subir e os de lp caírem) e no primeiro momento ser diferente dos seguintes. Leis ou postulados econômicos são enunciados de tendências. Dos principais erros cometidos são de considerar apenas uma causa ou efeito em suas análises. Sabemos que em economia sempre temos mais de uma causa e mais de um efeito. Podemos definir uma causa ou efeito como principal, mas nunca parar por aí. Podemos também definir uma variável como necessária para que aconteça um efeito mas nunca, sozinha, suficiente. Um exemplo é a taxa básica de juro: no combate à inflação a taxa adequada é necessária (errando nela errou em tudo), mas sozinha, insuficiente. É necessária uma política fiscal e cambial adequadas e harmoniosas. A experiência também comprovou que a política monetária é mais eficaz no combate à inflação, do que, sozinha, para motivar e conseguir o crescimento sustentado (aumentos consistentes das atividades econômicas). O crescimento depende de outras variáveis fundamentais que constituem também a relação das causas das atividades econômicas. A queda da taxa de juro (sozinha) não provoca, com certeza, o aumento dos investimentos, é apenas uma variável necessária. A contestação de que a política monetária pode criar um ambiente de expansão, como único fator, é unanimemente aceito. O reconhecimento das limitações da política monetária, de que ela não pode como único fator resolver os complexos problemas e interesses individuais da atividade econômica, não tira sua importância no quadro mais vasto da política macroeconômica.  
O pensamento mágico (demagogia ou ignorância): falsear, distorcer dados e fatos para adequá- los às teorias é um método, infelizmente, muito utilizado nas defesas de dogmas ou crenças. Definir pensamentos contrários de acordo com seus interesses é uma desonestidade acadêmica e intelectual também largamente utilizada. Pensamentos de autores são descritos em livros, artigos de jornais e revistas, às vezes, de maneira totalmente diversa do defendido originalmente.  Articulistas de jornais escreviam que os neoliberais eram contra toda forma de regulamentação, agredindo de maneira desavergonhada o principal princípio do pensamento liberal: a defesa de normas para limitar o poder discricionário dos governantes, do mais forte sobre o mais fraco e regras do jogo pré-estabelecidas para defender a concorrência. É demagogia barata escrever que os liberais (ou neo) são contra auditorias e normas prudenciais.  Alan Greenspan que dirigiu o Fed por 17 anos e antes disso foi por 18 anos responsável pelo órgão regulador dos USA, escreveu: “Uma área em que é preferível mais envolvimento do governo, em minha opinião, é o da erradicação de fraudes, que são a pior praga de qualquer sistema de mercado.”  Como escrever que este homem defendeu a desregulamentação. O que ele escreveu foi o a seguir: Três regras práticas sobre regulamentações:
     1)    Regulamentações aprovadas durante as crises devem sempre passar, posteriormente, pelo processo de sintonia fina.
    2)    Ás vezes, vários reguladores são melhores do que um. O regulador solitário torna-se avesso ao risco, tentando proteger-se de todos os resultados negativos imagináveis, tornando difícil e onerosa a observância de suas normas.
   3)    Os regulamentos sobrevivem à própria razão de ser e devem ser renovados periodicamente.
Enfim condenou o excesso de normas e as que com o tempo se tornam desnecessárias (atualizações periódicas para acompanhar a evolução dos tempos). Aconselhou mais envolvimento do governo na área prudencial e de auditoria. Como escrever que uma atividade concedida ou autorizada (um privilégio), pode ser contra o que originou sua existência (o sistema bancário), as normas.   
Esta turma de pensamento mágico (nacional-desenvolvimentistas) é a favor do poder discricionário na condução da política monetária e fiscal. Contra são os liberais.

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