AS DESVALORIZAÇÕES DAS PRINCIPAIS MOEDAS DESDE A ANTIGUIDADE (SEMELHANTE
A UMA MORATÓRIA MODERNA).
As moedas metálicas tinham
o seu valor baseado no seu peso e pureza (ouro, prata).
Os romanos para financiar suas guerras de conquistas reduziam o peso e
a pureza do ouro contido nas moedas (era um tipo de inflação ou desvalorização
da moeda).
Os governos imperiais e monárquicos achavam-se no direito de
falsificar a moeda da mesma maneira que os romanos. Nos tempos mais
contemporâneos muitas nações deixaram de honrar o compromisso com sua moeda.
Podemos enumerar os
prejuízos (tipo de moratória ou quebra) que deram:
a) a Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na
primeira guerra mundial. Após a guerra, em 1925, retornou para a
conversibilidade à paridade de antes da guerra. Foi semelhante a um tiro no
peito;
b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva em ouro. A Inglaterra não
tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da Libra esterlina (foi o início
do fim da Libra como moeda reserva mundial);
c) em 1944,
na conferência de Bretton Woods, os USA comprometeram-se a garantir
a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o
ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros
agentes econômicos (foi o início do cano);
d) o caso Alemão 1948: Sexta-feira,
18 de junho de 1948. Os alemães (e o mundo) ouviram no rádio: "A primeira
lei da reforma do sistema financeiro alemão foi anunciada pelos governos
militares do Reino Unido, Estados Unidos e França, a entrar em vigor em 20 de
junho de 1948. A moeda alemã válida até hoje será tirada de circulação por essa
lei. O novo dinheiro se chamará marco alemão". As pessoas do mundo inteiro que haviam
comprado marco alemão antigo e guardado, confiando na capacidade alemã de
soerguer, perderam tudo (foi uma espécie de cano).
e) US$ PADRÃO OURO: em 15/08/1971 os
USA abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março
de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar,
deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema
de Bretton Woods (o ouro passa a ser considerado uma mercadoria como as outras).
O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985
(as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade
de movimentação imprevisível). Em 2002 US$348,00, 2003 US$438,40, em 2012
US$1675,80, em 10/2013 US$ 1323,70. Na primeira década do século 21 o dólar
passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA (na verdade
os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se
justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton
Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da
política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer
alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber
dividendos, juros, retorno de capitais investidos no exterior) de residentes
nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.
f) EURO: nasce como moeda em 01/01/2002 (como moeda escritural em
01/01/1999).
g) A VANTAGEM DE QUEM EMITE A MOEDA RESERVA
MUNDIAL: tem as menores taxas de juros do mundo. Quanto
mais emite (monetiza) maior é a procura por seus títulos (aversão ao risco dos
outros países) e menores as taxas de juros para seus títulos (são os mais
seguros). Podem comprar e investir (fatores de produção) à vontade no exterior
(a contrapartida são juros e lucros, além do poder da propriedade). Pode
suportar déficits em Transações Correntes com o exterior por anos, assim como
na política fiscal. O mundo fica a seus pés. marco aurélio garcia, 03/2011.
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