INFLAÇÃO
COM RECESSÃO E DESEMPREGO?
Conceitos
antecedentes:
Para MODIGLIANI
o consumo é função da riqueza e da renda em relação à expectativa de vida. A
melhor definição para consumo. Pode-se complementar com o nível de renda alto
da população (necessidades já satisfeitas), cultura austera e com alta aversão
ao risco. População com subconsumo (necessidades não satisfeitas e sistema
previdenciário que passa segurança).
A MOEDA FIDUCIÁRIA: uma das maiores criação
da civilização humana no campo econômico.
Permite
formação de mercados de poupanças, empréstimos e investimentos a longo
prazo, em consequência o desenvolvimento sustentado. Permite ao mercado
precificar o valor dos bens e serviços, facilitando negócios e o
desenvolvimento. Facilita negociações permitindo que se formem mercados
(preços) e em consequência ocorra o desenvolvimento.
PIB (produto interno bruto) = RNB (renda nacional bruta) = DNB
(despesa nacional bruta).
PIB = CONSUMO + INVESTIMENTOS + GASTOS DO GOVERNO +
EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES = C + I + G + E - M
RNB
= RENDA DO TRABALHO + LUCROS + JUROS +
ALUGUEIS = RT + L + J + A
Se a taxa de juro (básica ou de mercado) for
superior às expectativas de lucros os investimentos caem e os preços dos
ativos que não moeda também. É insustentável. Ocorre recessão.
Se
a taxa de juro (básica ou de mercado)
for negativa (inferior à inflação) a demanda (consumo e investimentos) e a
inflação sobem. A insegurança com a desvalorização de suas poupanças pode
causar aversão ao risco e a fuga para ativos que não a moeda pátria (pode
ocorrer queda de demanda: paradoxo). Ocorre fuga da moeda como reserva de valor
(a formação da bolha de ativos). Os
agentes refugiam-se em outros ativos que não a moeda pátria (ações, dólar,
imóveis, ouro). Ocorre crise após o estouro da bolha e a perda da riqueza
virtual (a sensação de perda de riqueza reduz a demanda). A curva de juro
de mercado fica ascendente (a parte curta e longa), mas pode ter um movimento
para baixo (a curva desloca-se para baixo. Queda dos juros). Os juros caem, mas
a curva continua ascendente (a liquidez aumenta em relação às atividades. A
recessão).
Se
a taxa de juro for positiva, mas
abaixo das expectativas de lucros a economia tem a tendência de rodar em nível
sustentado.
COM A ECONOMIA EM
EXPANSÃO (conjuntura
prospectiva de crescimento) e expectativas de lucros, os investimentos e o
consumo crescendo acima da liquidez (meios de pagamentos), os juros de mercado
sobem (a oferta de crédito fica menor do que a demanda). Não ocorrendo inflação
acima da meta a taxa básica deve ficar abaixo da taxa neutra (a que permite que
a economia cresça sem inflação, equilibra o PIB potencial com o efetivo).
COM A ECONOMIA EM
RECESSÃO (ou
desacelerando rapidamente com aumento de desemprego) e inflação acima da meta
(ascendente) a demanda por crédito pode cair (as taxas de juros de mercado
acompanham) por aversão ao risco (desemprego e expectativas negativas). Deve
ser pesquisado se está ocorrendo empoçamento de liquidez (oferta de crédito
cair por aversão ao risco). A aversão ao risco pode ocorrer dos dois lados: dos
tomadores e dos emprestadores. Em uma
economia que não emite moeda reserva mundial não adianta fixar taxa básica
negativa. O que se conseguirá será a fuga da moeda como reserva de valor (e
seus benefícios), a formação da bolha de ativo e agravamento do processo
inflacionário. O furo da bolha é sempre um processo negativo com sofrimentos.
A
CONJUNTURA BRASILEIRA ATUAL:
a) Déficit fiscal (primário inclusive)
sem condição de ser revertido sem aumento de carga tributária (já muito alta);
b) Perda de poder de compra (renda caindo
em relação à inflação) da população;
c) Dívida pública ascendente;
d) Alta taxa de desemprego;
e) Inflação muito alta, acima da meta e
ascendente;
f) Juro básico alto, mas negativo para o
poupador (CDI – IRF – IPCA ou IGPM);
g) Aversão ao risco para tomar
empréstimos (e para emprestar);
h) BC mantendo o dólar com US$ 108
bilhões de operações de swaps cambiais;
i) Receita tributária caindo;
j) Salário mínimo e aposentadorias
corrigidas acima de 11% com PIB negativo;
k) Fluxo cambial financeiro ainda
negativo. O comercial positivo.
CONSIDERANDO A
CONJUNTURA ATUAL o que o governo brasileiro deveria fazer? O melhor que o governo pode fazer é
mudar a expectativa de inflação para descendente. Ganhar a confiança dos
agentes através da queda da inflação. E trabalhar a política fiscal.
E
OS AFROUXAMENTOS MONETÁRIOS DOS USA, DO EURO E DO JAPÃO?
Os
japoneses não aumentaram o consumo nem recebendo bônus extra do governo. Agora
o governo tenta afrouxamento monetário e taxa básica negativa. O que pretendem?
Desvalorizar sua moeda frente ao dólar (não perder exportações).
O
Fed (Banco Central dos USA que de fato é o BC do mundo) adotou afrouxamento
monetário e taxa básica de 0,25%. Conseguiu valorizar as moedas das outras
nações (aumentou o poder de compra delas), fez o crescimento acelerado da China
(que em troca forneceu produtos a preços baixos e evitou a inflação doméstica
dos USA) e a bolha das commodities (que agora furou). A taxa de desemprego caiu
para abaixo de 5% e evitou uma recessão.
O
BCE fez menos um pouco (conseguiu desvalorizar o EURO).
O
BC do JAPÃO para evitar a valorização de sua moeda está fazendo o mesmo e agora
adotou taxa básica negativa (cobra para guardar o dinheiro).
A
Suíça passou a adotar taxa básica negativa para evitar um fluxo de capitais
acima do normal (sua moeda estava virando um refúgio ao dólar e formando uma
bolha).
MAG
02/2016
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