sábado, 30 de setembro de 2017

HISTÓRIA - EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO (ECONOMIA E MOEDA).


UM POUCO DA HISTÓRIA LIGADA À ECONOMIA.

1577 – ESPANHA.  A Coroa espanhola (Filipe II) decreta a suspensão dos pagamentos, convertendo as dívidas de curto prazo com juros de 10% a 15%, para longo prazo com juros de 5% (moratória);
1576 – FRANÇA. Jean Bodin lança as bases do Estado de Direito;
1624 – INGLATERRA.  O Parlamento inglês aprova o Estatuto do Monopólio, eliminando-se privilégios e exclusividades de fabricação, trabalho, compra, venda, etc;
1688 – INGLATERRA. Revolução Gloriosa (triunfo do pensamento liberal). O Parlamento passa a legislar. Os reis não podiam cancelar as leis do Parlamento. O Parlamento votaria o orçamento anual, as contas reais seriam controladas por inspetores, o Tesouro seria dirigido por funcionários.  As revoluções Puritana, de 1640, e a Gloriosa, de 1688, podem ser consideradas como partes de um mesmo processo. O absolutismo sendo substituído pelo liberalismo (a divisão do poder entre o rei e o do Parlamento);
1750 – PORTUGAL. O Marquês de Pombal organiza uma poderosa força militar e uma grande marinha mercante (durante sua luta com a nobreza e o clero);
1760 / 1770 – INGLATERRA. Tem início a revolução industrial. Em meio século provoca uma mudança quase total na estrutura econômica mundial. A produção aumenta exponencialmente. Os trabalhadores domésticos viram operários assalariados. Os horários de trabalho chegavam a 72 horas semanais. Surgem as crises que afetam toda a economia e a produção;
1776 – INGLATERRA. Adam Smith publica “As causas da riqueza das nações” livro que exerceu influência sobre toda a economia. Aconselha a liberdade das estruturas produtivas, a divisão do trabalho, investimentos produtivos (acúmulo de capital), e os governos reduzirem os gastos improdutivos. A riqueza vem de investimentos produtivos (acúmulo de capital). Os investimentos são parte dos lucros e da renda. A moeda é sobretudo um meio de troca. 

A MOEDA E FATOS IMPORTANTES:

a) 1917 / 1925 a Inglaterra deixou de honrar a conversibilidade da Libra esterlina em ouro na primeira guerra mundial (após a guerra, em 1925, retornou para a conversibilidade à paridade de antes da guerra, um tiro no peito);
b) em 1931 a França resolveu transformar toda a sua reserva em ouro. A Inglaterra não tendo como honrar suspendeu a conversibilidade da Libra esterlina;
c) em 1944, na conferência de Bretton Woods os USA comprometeram-se a garantir a conversibilidade do dólar em ouro ao preço de US$35,00 por onça-troy. Em 1968 os USA estabeleceu dois preços para o ouro, um oficial apenas para os bancos centrais, outro livre para outros agentes econômicos;
d) em 15/08/1971, os USA, abandonam totalmente a conversibilidade do dólar em ouro. Em março de 1973 os países industrializados abandonam a paridade fixa com o dólar, deixando suas moedas flutuarem em relação ao mesmo enterrando de vez o sistema de Bretton Woods;
e) em 1979 os principais países da Europa decidiram criar um sistema monetário regional (o EURO). O ouro chegou a valer mais de US$800,00 (1980), caindo para US$300,00 em 1985 (as negociações ou especulações como alguns definem alcançaram uma intensidade de movimentação imprevisível). Na primeira década do século 21 o dólar passa a ter circulação muito maior do que a economia dos USA  (na verdade os USA passam a viver de emitir moeda). O regime de câmbio fixo só se justificaria se o dólar fosse conversível em ouro a uma paridade fixa (Bretton Woods). Se o dólar é apenas uma moeda escritural, seu valor dependerá da política monetária e da economia americana (a capacidade dos USA oferecer alguma riqueza real em troca dos dólares). O capital (direitos de receber dividendos, juros E de retorno de capitais) de residentes nos USA no exterior deve ser considerado nesta análise.   

“ESTADO, MOEDA E LIBERDADE:

JEAN BODIN (1576): lança as bases teóricas do estado de direito.
BERNARDO DAVANZATI (1582): escreve “Lição da Moeda” onde é esboçada a ideia, talvez inicial, da teoria quantitativa da moeda. 
DAVID HUME (1752): “Of Money e Of interest” dá forma bem esboçada à ideia da teoria quantitativa da moeda. Separa os efeitos do curto e médio prazo da alteração monetária das do longo prazo (inflação). “Os preços das mercadorias evoluirão sempre proporcionalmente à quantidade de moeda.” 
1760 – 1770: tem início a revolução industrial inglesa (inovações).
ADAM SMITH (1776): publica o livro “A Riqueza das Nações”, com as ideias básicas do pensamento econômico liberal. A presença do estado deve ser definida e limitada por leis, o poder é da lei e não da pessoa (limitar o poder discricionário das autoridades). Redução dos gastos improdutivos dos governos. Liberdade dos mercados, concorrência defendida por regras do jogo pré-estabelecidas, a menor presença estatal possível.  
GUSTAV KNUT WICKSELL (1911): “Lições de Economia Política”, quase um resumo de suas obras. Introduziu a ideia de taxa de juro de equilíbrio (natural) e suas relações com a inflação. Se o juro de mercado é superior ao de equilíbrio a demanda e os preços caem. O monetarismo racional tem origem em seus estudos.  
IRVING FISHER (1928/1937): desenvolveu os estudos da teoria monetária moderna (tudo passa por ele).
JOHN MAYNARD KEYNES (1936): “Teoria Geral do Trabalho, do Juro e da Moeda”, pode-se dizer que a macroeconomia moderna baseou-se toda ela em seus estudos, foi o tiro inicial que motivou o aprofundamento das pesquisas e o desenvolvimento da matéria (apesar de suas conclusões terem sido influenciadas negativamente pela depressão de 29/30).       
FRIEDRICH AUGUST VON HAYEK (1944), publica o livro “Caminho da Servidão” adequou com brilhantismo o pensamento liberal à sua época.
MILTON FRIEDMAN (1962), com a publicação do livro “Capitalismo e Liberdade”, em linguagem acessível a todos, faz o monetarismo renascer, contrapondo-se às conclusões de Keynes, que considerava totalmente erradas (fábrica de estagflação). É o principal autor do liberalismo e monetarismo modernos. Sua principal obra é “A História Monetária dos Estados Unidos”.
Outros autores: Karl R. Popper, A Sociedade Aberta e seus Inimigos; Douglass North, Entendendo o Processo de Mudança Econômica; Norberto Bobbio, Liberalismo e Democracia.”

RESUMINDO: 

O pensamento liberal defende a liberdade das pessoas e das relações entre elas. Tem como princípio fundamental NORMAS PARA LIMITAR O PODER DISCRICIONÁRIO das autoridades e do mais forte sobre o mais fraco, para DEFENDER A CONCORRÊNCIA e os interesses dos consumidores (não existe liberalismo sem concorrência). A menor presença estatal possível, a maior quando necessária. O liberalismo pode ser definido como uma corrente de pensamento que defende a liberdade individual (os direitos individuais e civis), a livre iniciativa, o governo democrático (baseado no livre consentimento dos governados e estabelecido com base em eleições livres), a liberdade de expressão, a defesa da concorrência, instituições que obedeçam a lei igual para todos, a transparência, o lucro, o direito de propriedade e a separação de estado e religião (O ESTADO DEMOCRÁTICO DO DIREITO).

ESQUERDA:
NAZISMO (nacional socialismo) e o fascismo são regimes populistas e autoritários (ditaduras), economias cartelizadas, sindicatos dominados pelo governo, trabalhadores sindicalizados. A maior parte da economia é estatizada e 100% dos serviços são públicos. O nazismo como o nome indica é socialista e socialista é esquerda, ponto final. Defende teses germânicas sobre socialismo, trabalhismo e sindicalismo político. Se um nome diz uma coisa ele pretende ser o que diz. Liberal é que não é. O nazismo era uma ditadura como o socialismo soviético (militar e burocrático).  DO PROGRAMA DE 25 PONTOS DO NAZISMO: 13 - Nacionalização de todas as indústrias; 14 - Divisão dos lucros.
SOCIALISTAS, COMUNISTAS E ANARQUISTAS são considerados de esquerda. A esquerda é PROGRESSISTA (liberal) em COSTUMES e contra o pensamento liberal em economia e na política.
MARX, SOCIALISMO E COMUNISMO: O Comunismo seria a evolução do Socialismo (uma utopia). NA PRÁTICA: DITADURA E POBREZA.

DIREITA:
LIBERAIS, Libertários, CONSERVADORES, Social Democracia (demagogia política. Liberais em economia, costumes e política), Democracia Cristã (liberal em economia e conservadores em costumes), Social Liberal (demagogia política tipo social democracia). A direita é liberal em economia e pode ser conservadora ou liberal em costumes. 

NA VERDADE EXISTEM DOIS SISTEMAS ECONÔMICOS:

a) CAPITALISMO LIBERAL OU ECONOMIA DE MERCADO (as democracias liberais, o estado democrático do direito);

b) CAPITALISMO DE ESTADO: (socialismo ou comunismo, economia de planejamento centralizado).

POPULISMO E MASSA DE MANOBRA (manipulação da opinião pública).
POPULISMO é a política fundada no aliciamento das classes sociais de menor capacidade de análise e de poder aquisitivo (a massa de manobra sempre enganada). O populista é carismático, tem boa fluência verbal, boa oratória, fala o que o povo quer ouvir e não o que pensa. EM RESUMO: POPULISTA É MENTIROSO, É DEMAGOGO E DESONESTO.

CENTRO: não é nada, é demagogia política ou ignorância.

 MAG 09/2017.

2 comentários:

  1. Em out/2016 publiquei o resumo abaixo.
    ESQUERDA X DIREITA (UM PEQUENO RESUMO).

    ESQUERDA: comunismo, socialismo. Economias de planejamento centralizado (capitalismo de estado). O planejamento centralizado é antagônico à democracia, pois a centralização exige a unificação do poder em poucas pessoas (inicia com burocratas de governo e termina com o comando militar). As experiências terminaram com regimes autoritários, ditaduras violentas e corruptas. A economia é estatizada, mas na prática é cartelizada, o poder fica dividido em corporações estatais protegidas. Os dirigentes são as elites (burocratas e militares) que dominam as corporações. A elite pequena (a burocracia e militares) é corrupta e ineficaz, pois não precisam lutar pela sobrevivência (a manutenção do capital aplicado, o lucro e a preferência do consumidor). Os consumidores são submetidos a produtos ultrapassados e caros. O motivo principal das experiências comunistas (socialistas) terem fracassado, empobrecido o povo, foi a falta de concorrência. Os monopólios e oligopólios de estado, as poderosas corporações, sem compromisso com os consumidores e com o lucro. A melhoria contínua (ganhos de produtividade e inovações) que acontece com a luta pela sobrevivência, própria da concorrência, não acontece. O nazismo (nacional socialismo) e o fascismo são regimes populistas e autoritários (ditaduras), economias cartelizadas, sindicatos dominados pelo governo, trabalhadores sindicalizados. A maior parte da economia é estatizada e 100% dos serviços são públicos.

    DIREITA: as democracias liberais, as sociais democracias. As economias de mercado. O governo intervém para buscar o Bem Comum e evitar desequilíbrios entre os agentes econômicos (através de leis e órgãos reguladores), defendendo os consumidores e a concorrência. A poupança nacional é individual e gerida individualmente. As empresas, para conseguir lucro e sobrevivência procuram produzir de acordo com as necessidades e os desejos dos consumidores. Os preços são livres. Utiliza os talentos existentes na população para produzir e dirigir. Em tese utiliza todos os melhores cérebros do país. Os proprietários, buscando o lucro, buscam também os melhores dirigentes e ganhos constantes de produtividade (desenvolvimento, melhoria contínua e inovações é o caminho da sobrevivência). As democracias liberais aconselham a menor presença estatal possível, a maior quando necessária. Propõem carga tributária baixa. Ao contrário do que dizem defendem a assistência social aos comprovadamente necessitados. A assistência social não é um direito ou obrigação do estado aos não necessitados. As sociais democracias praticam alta carga tributária para financiar políticas sociais para necessitados e não necessitados (na prática os necessitados são ineficientemente atendidos). O estado também atua em setores considerados estratégicos (a definição de estratégico é mais elástica do que para os liberais). Os liberais condenam radicalmente subsídios, as sociais democracias aceitam em pequena escala.

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  2. AINDA SOBRE LINHAS DE PENSAMENTO ECONÔMICO, CULTURAL (COSTUMES) E POLÍTICO:

    Na década de 60 percebi a confusão no ambiente acadêmico (estendida para a mídia) sobre a definição correta dos antônimos: Esquerda e Direita, Liberal e Conservador, Capitalismo e Comunismo (Socialismo). Termos foram inventados como forma eleitoral da direita enfrentar o populismo da esquerda (demagogia fácil de ser vendida para a massa de manobra) como social democracia, economia social de mercado (utilizado na Alemanha até hoje), democracia cristã, centro, centro esquerda e outras formas de marketing político. Politicamente é até aceitável a utilização da terminologia, mas com definições corretas (direita é direita, esquerda é esquerda). Na política no mundo ocidental até socialistas são considerados como não comunistas. Muitos fazem parte do centro (na verdade direita). As academias não podiam (nem podem) ser ludibriadas como massa de manobra, deveriam ter mantido conceitos específicos e corretos (nada de confusão demagógica). O que imperava eram apostilas toscas e com conceitos confusos e errados (a mídia e os esquerdopatas acompanham). Até hoje pessoas cultas confundem conceitos (misturam terminologias). Muitos profissionais de nível superior aceitam socialismo como divergente de comunismo (na verdade são a mesma coisa, um é o caminho para o outro). A grande maioria define Nazismo como extrema direita, quando como o próprio nome diz é socialismo (e o programa do partido confirma com clareza absoluta). Os nazistas tinham acordo com a Rússia comunista e por interesses outros os atacaram no desenrolar da guerra. A Rússia se alinhou ao ocidente (nem por isto deixou de ser comunista e o Nazismo deixou de ser esquerda). Venderam o Nazismo como extrema direita e colou.

    Li nas mídias impressas (as melhores) e ouvi na TV que Macron era de centro-esquerda quando ele se definia como pró-mercado (economia de mercado = liberalismo). Merkel é do partido Democracia (economia liberal) Cristã (conservadores nos costumes) e era definida como centro-esquerda. A informação errada (desinformação) dos que se dizem analistas é inaceitável no mundo atual.

    O domínio das Faculdades Federais pelo corporativismo do corpo docente (professores) produziu um ambiente que não é exagero denominar como antros de corrupção (salários absurdos de minorias, desvios de verbas). Para manter este ambiente corporativo as escolas foram dominadas por professores de esquerda (as seleções de professores são dirigidas, só entram esquerdinhas submissos, com algumas exceções de outras formas de proteção). Os desvios de verbas eram (são?) absurdos e mal auditados.

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