TAXA BÁSICA X PIB
POTENCIAL X EXPECTATIVAS.
30/03/2019. COMENTO O TEXTO DE 2015 ABAIXO: o
desconhecimento da evolução dos conhecimentos em Política Monetária da maior
parte dos economistas brasileiros provocava escritos diários sobre o assunto. A
maioria dos nossos economistas foram ensinados a considerar a teoria keynesiana
(bem verdade que distorcida por apostilas toscas cópias de outras) uma verdade
absoluta (muitos nem sabiam que Keynes era a favor de câmbio flutuante). Outras
agressões eram sobre o Pensamento Liberal. Escreviam os maiores absurdos, verdadeiros
atestados de ignorância (escreviam o inverso do pensamento como se fossem seus
princípios). Felizmente isto acabou. E as repetidas vitórias das Políticas Monetárias
feitas pelo BC para corrigir as barbeiragens da turma do pensamento mágico (os
nacionais desenvolvimentistas heterodoxos que se diziam keynesianos) parece que
apaziguou o assunto.
André Lara Resende um economista da linha liberal que teve
participação efetiva nos planos cruzado e principalmente na URV (real), levanta
agora uma discussão fora de hora sobre novos conhecimentos sobre Política Monetária
(estudos ainda preliminares). Na minha opinião incorre (ele e muitos) no erro
de centrar o estudo na função da moeda UNIDADE DE CONTA (unidade de medida),
não analisando com a atenção exigida a função RESERVA DE VALOR.
EXPLICO: países desenvolvidos e que têm saldo positivo na
conta TRANSAÇÕES CORRENTES do Balanço de Pagamentos, conseguiram após muitas
perdas de sua população com BOLHAS (ativos que não a moeda pátria utilizados
como reserva de valor: imóveis, ações, títulos titulados em dólar, juros e
outras) que passassem a confiar mais em suas moedas do que arriscar-se em
outros ativos que perdem liquidez e desvalorizam (optaram pela liquidez e meio
de pagamento imediato da moeda pátria). Isto permitiu uma queda na taxa de juro
estrutural do país e redução do custo de carregamento da dívida sem provocar
inflação, permitindo aumento da dívida interna (e déficits públicos). O Japão é
o maior exemplo, mas está estagnado há muitos anos, apesar de manter seu saldo
positivo no Balanço Comercial e no de Pagamentos. É bom lembrar que Milton
Friedman aconselhou que a quantidade de moeda (entendido como liquidez geral)
deve ter um aumento constante e fixo (acompanhar o crescimento do PIB).
Defendem que os países podem manter uma taxa básica de juro nominal menor do que o crescimento potencial nominal do PIB (ou taxa básica real de juros x crescimento real do PIB). Desta maneira a dívida cairá.
Defendem que os países podem manter uma taxa básica de juro nominal menor do que o crescimento potencial nominal do PIB (ou taxa básica real de juros x crescimento real do PIB). Desta maneira a dívida cairá.
Em 1968 já escrevia (publicado
no site www.magconsultoria.uaivip.com.br
em 1998): o estudo da economia é complexo devido ser uma ciência
dinâmica (os efeitos das ações variam no tempo e geograficamente,
podendo ocorrer imediatamente ou após um
certo período e ter duração variável), com inúmeras variáveis (quase todas
influenciando-se), com reações racionais e psicológicas (emocionais) por parte dos
agentes econômicos. Alarmar os agentes econômicos é mais fácil do que torná-los
otimistas e racionais. Expectativas racionais de mercado influenciam possíveis
cenários econômicos (previsíveis pela teoria econômica, mas sofrem influências
emocionais - confiança nas instituições e nas autoridades aumentam a segurança
e a previsibilidade facilitando o crescimento). Expectativas do mercado:
positivas, negativas, neutras, racionais, emocionais, crise de confiança.
E os USA? É diferente. Têm a moeda ainda considerada RESERVA
MUNDIAL (e unidade de conta e meio de pagamento). A conjuntura que deve ser
analisada é a interna dos USA e a mundial que a utiliza como reserva de valor e
alguns países que a utilizam até como meio de pagamento interno (não têm moeda
nacional). Então a comparação deve ser QUANTIDADE DE DÓLAR (A LIQUIDEZ DOS
ATIVOS EM DÓLAR) X PIB dos USA e dos países que utilizam o dólar como reserva
de valor. Vemos que um dos lados da equação cresceu permitindo (na verdade
exigindo para evitar recessão) que o outro também crescesse (entrada da Rússia
e antigas repúblicas da URSS, da China e dos tigres asiáticos, do Japão). Até
quando? Até quando o dólar for aceito como reserva de valor mundial.
TEXTO DE 2015.
30/03/2015: TENTANDO EXPLICAR A TAXA BÁSICA DE JURO.
30/03/2015: TENTANDO EXPLICAR A TAXA BÁSICA DE JURO.
A taxa básica de juro é a ferramenta de política monetária
mais eficaz no combate ao processo inflacionário. No Brasil recebeu o nome de
SELIC, nos USA Fed Funds. É uma taxa de curto prazo fixada pelo BC.
UMA EXPLICAÇÃO SOBRE O MERCADO FINANCEIRO (DE JUROS): existe
no mercado financeiro a taxa de juro de mercado para vários prazos, 30, 60, 90
dias e assim por diante. O gráfico das taxas de todos os prazos chamamos de
Curva de Juros de Mercado. O estudo desta curva ao longo dos dias é essencial
para o estudo da política monetária a ser adotada. O estudo deve verificar
quais os prazos com maior volume negociado (DE CP OU DE LP), a tendência dos
juros (ascendente ou descendente), a relação juros de CP e de LP (a parte curta
e a longa da curva).
EFEITOS DE AUMENTOS DA TAXA BÁSICA: se o volume negociado de
LP é ascendente e os juros descendentes, significa que o aumento da taxa básica
(um juro de CP) começou a surtir efeito (os juros de LP caem por melhoria das
expectativas de inflação).
RESUMO SOBRE A TAXA BÁSICA, A TAXA DE MERCADO, A EVOLUÇÃO DA
INFLAÇÃO E DAS ATIVIDADES (PIB).
Com a inflação em processo ascendente e a taxa básica abaixo da taxa de mercado de equilíbrio (neutra), o BC deve aumentar a taxa básica acima da Neutra para reduzir a liquidez e o excesso de atividades (e melhorar as expectativas inflacionárias).
Com a inflação controlada, em processo descendente ou abaixo da meta, o BC deve cair a taxa básica abaixo da Neutra.
Com a economia com tendência de recessão reduzir a taxa básica pode não ser o suficiente, nestes casos o BC deve entrar comprando títulos públicos e oferecendo liquidez ao mercado. Nos USA, por emitir a moeda considerada RESERVA DE VALOR MUNDIAL, tal processo pode ser mais lento para reativar as atividades, pois a moeda pode esvair-se para o resto do mundo (um excesso de liquidez pode formar-se no resto do mundo, o que chamamos de empoçamento de liquidez. O empoçamento pode ocorrer internamente também). O QE (quantitative easing) feito pelos USA foi isto. Quando o presidente do Fed (BC americano) diz que vai reiniciar o aumento da taxa básica, o mundo se assusta e foge com os recursos dos países considerados de risco para os USA (é o que chamamos de aversão ao risco). Neste momento os USA estão reduzindo o QE e o EURO começando (o EURO desvalorizou em relação ao dólar). MAECONOMIA
Com a inflação em processo ascendente e a taxa básica abaixo da taxa de mercado de equilíbrio (neutra), o BC deve aumentar a taxa básica acima da Neutra para reduzir a liquidez e o excesso de atividades (e melhorar as expectativas inflacionárias).
Com a inflação controlada, em processo descendente ou abaixo da meta, o BC deve cair a taxa básica abaixo da Neutra.
Com a economia com tendência de recessão reduzir a taxa básica pode não ser o suficiente, nestes casos o BC deve entrar comprando títulos públicos e oferecendo liquidez ao mercado. Nos USA, por emitir a moeda considerada RESERVA DE VALOR MUNDIAL, tal processo pode ser mais lento para reativar as atividades, pois a moeda pode esvair-se para o resto do mundo (um excesso de liquidez pode formar-se no resto do mundo, o que chamamos de empoçamento de liquidez. O empoçamento pode ocorrer internamente também). O QE (quantitative easing) feito pelos USA foi isto. Quando o presidente do Fed (BC americano) diz que vai reiniciar o aumento da taxa básica, o mundo se assusta e foge com os recursos dos países considerados de risco para os USA (é o que chamamos de aversão ao risco). Neste momento os USA estão reduzindo o QE e o EURO começando (o EURO desvalorizou em relação ao dólar). MAECONOMIA
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03/03/2016: A TAXA BÁSICA, A
CURVA DE JUROS E A PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ.
Uma elevação da taxa básica (ou de redesconto) tem a finalidade de dar um sinal para o mercado (influenciar expectativas), não pelo aumento do juro, que é insignificante, mas pelo aviso implícito de que a autoridade monetária está vigilante e não permitirá descontrole do processo inflacionário.
Em uma conjuntura com inflação dentro da meta, a curva de juros será ascendente (os juros curtos serão menores do que os longos - é a preferência pela liquidez).
Em uma conjuntura com inflação acima da meta e expectativa de aumentos (inflação ascendente), a curva de juros fica ascendente (além da preferência pela liquidez a expectativa de inflação influencia os juros longos). Um aumento da taxa básica acima da neutra (natural ou de equilíbrio) influencia as expectativas de inflação (queda da inflação futura) e os juros de longo prazo (estes caem). A curva de juros fica descendente na parte longa (é o mercado acreditando na queda da inflação).
É ASSIM QUE O MERCADO AVISA QUE ACREDITA NA QUEDA DA INFLAÇÃO. MAGECONOMIA
Uma elevação da taxa básica (ou de redesconto) tem a finalidade de dar um sinal para o mercado (influenciar expectativas), não pelo aumento do juro, que é insignificante, mas pelo aviso implícito de que a autoridade monetária está vigilante e não permitirá descontrole do processo inflacionário.
Em uma conjuntura com inflação dentro da meta, a curva de juros será ascendente (os juros curtos serão menores do que os longos - é a preferência pela liquidez).
Em uma conjuntura com inflação acima da meta e expectativa de aumentos (inflação ascendente), a curva de juros fica ascendente (além da preferência pela liquidez a expectativa de inflação influencia os juros longos). Um aumento da taxa básica acima da neutra (natural ou de equilíbrio) influencia as expectativas de inflação (queda da inflação futura) e os juros de longo prazo (estes caem). A curva de juros fica descendente na parte longa (é o mercado acreditando na queda da inflação).
É ASSIM QUE O MERCADO AVISA QUE ACREDITA NA QUEDA DA INFLAÇÃO. MAGECONOMIA